(Como nós deixamos chegar a isto?)

Na manhã seguinte quando cheguei ao estacionamento da escola, me encostei num pequeno muro e esperei o sinal tocar nisso olhei para aquele ambiente e apesar de ser a escola, gostava dali, de verdade.

— Oi? – alguém falou perto de mim quando olhei era uma moça morena clara com os cabelos curtos.

— Olá – respondi sorrindo, ela era um pouco mais alta do que eu, mas tinha um sorriso simpático no rosto.

— Somos da mesma turma da aula de Geografia certo? – perguntou ela apenas assenti, me lembrava dela.

— Meu nome é Karen, muito prazer disse ela estendendo a mão pra mim – sorri e a cumprimentei de volta.

— Meu nome é Manuella, mas pode me chamar de Manu – digo colocando as mãos nos bolsos da blusa.

— Era você que estava estudando na biblioteca na hora da explosão no banheiro dos professores?

— É eu ouvi falar sobre isso, mas quando estou no meio dos livros não escuto nada além deles – sorrio.

— Caramba isso é muito legal, porque o barulho foi muito alto mesmo – Karen sorri e eu rio baixinho.

— O que você tanto procura no meio daqueles livros? Logo no primeiro dia na biblioteca - diz ela.

— Costume, sempre fui assim, é que não gosto de ficar com tempo perdido, então por isso eu leio bastante.

— É, mas como não temos muita matéria pra estudar ainda e você já está fazendo isso, existem mais lugares além da sala de aula e a biblioteca, como o pátio na hora do intervalo, a cantina, clube essas coisas.

— Exagero seu. Eu sei curtir o tempo e livros são uma boa distração, além de ensinar e muito. – digo.

Nesse momento vemos o conversível vermelho de um dos alunos vindo para perto da gente e ele passa sob uma poça de água suja e acerta eu e Karen, manchando nossas roupas. Karen e eu gritamos bem alto.

— Idiota! – grita Karen tentando limpar a roupa molhada e suja.

— Olha a minha roupa! Sujou ela toda! – grito para o motorista que abre a porta e desce do conversível com a mochila sob o ombro.

Era o garoto do clube e da festa.

— Desculpe por molhar sua blusa, mas compensa pelo suco que você derramou em mim na festa – diz ele.

O encaro com a pior cara de poucos amigos que consigo fazer.

— Estamos quites – diz ele e me dando as costas sendo seguido pela ruiva e o garoto de cabelo preto.