Tive que ficar dentro de casa de castigo, minha mãe havia trancado a garagem com todos os equipamentos e cenários dentro da mesma, não me restou nada então me deitei na sala e comecei a ler umas HQs.

Nesse instante ouço a porta da sala abrir, mas não me mexo no sofá até que levo um tapa na cabeça e vejo Cameron se sentando na parte vazia do sofá onde estou deitado.

— Fala Rapunzel – diz ele todo sorridente e Ramona toca meu ombro e se senta no braço do sofá enquanto me sento no sofá.

— Como que foi ontem à noite? – pergunta ela jogando o cabelo por cima do ombro.

— Nada não, só o Richard que está em estado grave no hospital – respondo e vejo Cameron empalidecer.

— Você não disse que eu tava lá não né? – pergunta Cameron com a voz num tanto embargada.

— Não Cam, nem você e nem a Ramona estavam lá naquela noite – respondi me encostando no sofá.

— E o outro menino? – pergunta Ramona descendo do braço do sofá para o sofá mesmo, apenas me afasto para ela ter espaço para se sentar.

— É será que ele não falou nada? Ou viu alguma coisa? Não quero me meter em roubada – diz Cameron.

— Pelo que vi do boletim de ocorrência o Luciano também não falou nada sobre vocês dois estarem lá.

— Bom já que tudo resolvido, tudo na paz, borá ir pro shopping ou algum outro lugar? – diz Cameron.

— Não quero sair hoje – respondo – Estou preocupado com o Richard internado lá no hospital.

— Não podemos fazer nada por ele nesse momento, então vamos passear? Por favor – diz Cameron.

— Não posso, estou de castigo, não posso entrar na garagem e nem sair da propriedade e muito menos sair pra rua.

— Ah conta outra Gabriel – diz Ramona me abraçando pela cintura, apesar de não querer desrespeitar meus pais, eu não queria perder o feriado ficando dentro de casa lendo revistas em quadrinhos.

— Vamos pro clube então, a parte que não está interditada deve ser legal – digo fazendo Ramona e Cameron sorrirem.

Esperei papai sair para o serviço, mesmo sendo domingo e mamãe resolveu ir ao shopping.

— Mamãe em qual shopping você vai hoje? – pergunto como quem não quer nada.

— Não começa Gabriel Anthony Decklan, o senhor está de castigo – diz ela se arrumando em frente o espelho.

— Nada ver ficar aqui em casa trancado, tá parecendo àqueles filmes da sessão da tarde.

— Não vou te levar comigo no shopping e muito menos autorizar você a sair de casa hoje – disse ela.

— Tá certo, eu vou dormir então, não me resta nada mesmo – digo e vou em direção a saída do quarto.

— Isso meu filho, descansa porque amanhã sua rotina volta ao normal – diz mamãe passando perfume.

Quando a vejo sair para pegar o Volvo preto que papai deu a ela de aniversário, aproveito e saiu pela porta dos fundos de casa despistando as empregadas que fazem o almoço. Mamãe e seus congelados.

Sorrio.

Cozinha:

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Carro de Sofia:

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