Com a confusão acabei acordando Manuella e a levei comigo para a delegacia, estava nervosa demais então pedi para Lúcio dirigir o carro, Manuella afagava meu braço, mas nada estava me tranquilizando, quando chegamos em frente a delegacia, saltei pra fora do carro e corri até a recepção.

— Meu filho, o meu filho tá aqui? O nome dele é Luciano Klein Middlewere...

— Ah o rapaz que estava envolvido na tentativa de assassinato? – diz um policial com uma xícara de café nas mãos.

— O que? – diz Lúcio, Manuella segura meu braço assustada com o que o policial falara.

— Vou avisar o delegado, aguardem um momento – diz o policial e some por um corredor azul claro e voltou alguns minutos depois.

— Podem entrar é a terceira sala no final do corredor.

Todos fomos andando rapidamente pelo corredor, mas Manuella correu na nossa frente e entrou na sala.

— Luciano! – diz ela um pouco alto demais naquele ambiente, mas Luciano corre e abraça Lúcio.

— Pai, por favor, me tira daqui – diz ele abraçando a Lúcio e olho para o delegado com lágrimas nos olhos.

— Infelizmente apesar de ser menor de idade ele vai ter que passar a noite aqui na delegacia.

— E o Gabriel? Ele também vai passar a noite aqui? – pergunta Luciano, tinha mais gente com ele?

— Ele já foi pra casa, mas você fica, sem advogado, sem saída – diz o delegado levando Luciano.

— Mas o Luciano e esse Gabriel estavam no mesmo lugar e na mesma hora como que um fica e o outro vai?

— E a mocinha quer ensinar o delegado aqui o que é certo? – diz o delegado a Manuella que o encara.

— É claro, só porque o meu primo não tem advogado, a justiça só serve pra aqueles que tem grana.

— O que está querendo dizer garota? – pergunta o delegado encarando Manuella de cima, mas ela não se intimida.

— Quem tem advogado vai pra casa, quem não tem que é o nosso caso vai pra cadeia e com a ajuda do senhor delegado já viu...

— Olha como você fala comigo garota, quer ir pra cadeira por desacato a autoridade? – Gomes ergue a voz para Manuella.

— Levem o garoto pra cela e sumam com esses três da minha frente – grita ele para os policiais presentes.

Saímos da sala meu tio continua no telefone tentando entrar em contato com o advogado da família, o assistente apenas disse que a única forma era procurar o defensor público, pois o advogado não estava na cidade e que o defensor iria pegar o caso somente na manhã seguinte. Não estava sendo fácil não.

Mesmo.