—- E eu vou dormir onde? – perguntei por segurança eu já estava desconfiando do que estava acontecendo.

—- Você vai dormir em casa, meus pais vão viajar pro mesmo casamento, não conheço ninguém não vou.

Respirei fundo e pensei sem meus tios no quarto ao lado e sem os pais de Gabriel ouvindo tudo no corredor e nos olhando uma vez ou outra e numa casa dentro de um dos condomínios mais seguros da cidade.

—- Está tudo bem Manuella? – perguntou Gabriel estranhando meu olhar vago e meu completo silencio.

—- Nada não, está tudo bem, é só que... Bom estou preocupada é claro, só um pouco, mas está tudo bem.

—- Concordo, mas de qualquer forma a gente conversa melhor sozinhos e vemos onde chegamos com isso.

Pegamos o carro de Gabriel e resolvemos sair para andar com o conversível de capo aberto e sorrimos.

Saímos para caminhar, mas o tempo ficou escuro e voltamos para o carro e ficamos conversando até que o clima dentro do carro esquentou como no acampamento em Fallon Village, mas ali na chuva era diferente.

Os lábios de Gabriel se encontraram novamente numa espécie de fúria desconhecida e a respiração se tornou mais rápida e quase superficial, os dois se agarraram e se contorciam juntos nos limites do pequeno espaço do banco traseiro do conversível, estavam espantados com a eletricidade que emanavam de ambos.

Então Gabriel afastou bruscamente e colocou a mão no bolso e desligou o telefone e o jogou no chão do carro.

Suas bocas voltaram a se encontrar novamente e ela sentiu o coração bater fortemente no peito, mas o toque estridente do telefone tocou novamente e insistentemente e os fez se afastarem contra vontade.

Gabriel se sentou desajeitadamente procurando onde o maldito telefone que continuava tocando alto ali.

—- Achei! – gritou Manuella ofegante e entregou o celular pro namorado que respirou fundo e atendeu – o.

—- Pai – Gabriel disse atendendo o telefone e puxando Manu para seus braços e ela segurou a respiração.

—- Gabriel... Onde está? O teto do carro funcionou? Sua mãe está preocupada de você estar na chuva filho.

—- Ele funcionou muito bem pai, estou parado próximo ao parque, podem ficar tranquilos logo eu volto.

—- Está com a respiração ofegante meu filho, aconteceu alguma coisa? – perguntou papai e fiquei mudo.

—- O telefone caiu em baixo banco e eu me desesperei pra procurar ele e me estressei – menti rapidamente

—- Oh, tudo bem, tome café da tarde conosco e convide Manuella, ela está com você não está? – perguntou

—- Está papai, vamos esperar a chuva diminuir e vamos tomar café da tarde com vocês dois – respondi.

Tomei café da tarde com os pais de Gabriel eles iram para o casamento na manhã seguinte, coisa que sustentou eu ir dormir na casa de Nayara por uma noite inteira, mas os pais dela iriam naquele dia já que eram os padrinhos então Felipe e Nayara ficariam na casa e nos convidou pra ficar com eles, cada um em seu respectivo quarto é claro, arrumei as minhas coisas e parti para a casa de Nayara por um único dia.