Nayara veio ao meu socorro o refeitório e me abraçou me retirando dali e Gabriel correu para o refeitório.

— Aí! – gritou ele batendo uma bandeja na outra chamando a atenção de todos no refeitório e Nayara parou abraçada mim e vimos Gabriel em cima de uma das mesas com duas bandejas em ambas as mãos.

— Não que interesse a todo mundo, mas vai ter que ouvir, não aconteceu absolutamente nada entre eu e a Manuella no banco de trás da camionete do Felipe nas férias e se eu ouvir mais alguém falando sobre isso eu juro que esqueço a educação que meus pais me deram e que aqui é uma escola e vou descer a porrada.

Gabriel desce da mesa e joga as bandejas longe e corre para onde Manuella estava e a encara docemente.
Mas o sinal toca e eles voltam pras suas salas de aula e na saída Gabriel espera por Manuella no portão.

— Não sei como te agradecer pelo que você fez por mim no refeitório hoje – disse Manuella a Gabriel.

Gabriel sorri abertamente e abraça Manuella fortemente a rodando um pouco e ela ri alto no pescoço dele

— Que palhaçada é essa aqui! – gritou Ramona separando os dois a força e eles três se encararam.

— Você tá louca Ramona? Que escândalo é esse aqui no portão? – pergunta Gabriel um pouco alto.

— Abraçando essa idiota aqui na frente de todo mundo! Quer fazer o que você disse que não fez não é?

— Depois a gente conversa Gabriel – disse Manuella saindo rapidamente e Ramona dá de correr atrás dela, mas Gabriel a segura pelo braço com força suficiente para a fazer parar e a encara friamente.

— Você vai me explicar direitinho o que está acontecendo entre você e a priminha irritante agora!

— Quem tem que se explicar aqui é você! Que cena ridícula é essa de ciúmes? Desde quando eu tenho que dar satisfação da minha vida com quem eu fico ou o que eu faço e deixo de fazer hein?

— A Manuella é só um passa tempo não é? – perguntou Ramona com a voz cheia de esperança.

— Pra mim já deu, eu vou pra casa e não me apareça lá – gritei indo até meu carro e saí cantando pneu.

Cheguei em casa e me joguei no sofá e fiquei ali por um bom tempo até tia Anna aparecer e me abraçar.

—- É impressão minha ou essa coisa aí chama paixão? – perguntou ela e eu suspirei baixinho e a encarei.

— Estou começando a gostar do Gabriel, mas essa coisa que a Ramona tem por ele é muito esquisita.

— Encontrei com a Sofia no mercado e ela me disse que o Gabriel mudou muito nos últimos tempos...

— Como que eu vou saber se o que ele sente por mim é real com a Ramona toda hora por perto tia?

— Se eu fosse você meu bem tentava, se arrisca meu bem se machucar a gente está aqui – disse tia Anna abrindo os braços para mim e me abraçou fortemente e fez carinho em meus cabelos igual papai fazia.