New Wave escrita por Bruna Gabrielle Belle


Capítulo 169
Maybe it might be Love - Parte 4




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Dormi e alguns minutos depois ouvi o som da chuva e acordei e ao olhar  pela janela traseira da camionete vi Gabriel deitado sob o saco de dormir com a cabeça na mala e ele parecia uma criança adormecida, mas logo vi a estrutura da tenda montada sob a traseira da camionete mudar a forma e estourar jogando um monte de água sob Gabriel que se assustou afogando – se com o banho de água gelada sob o corpo todo.

— Gabriel! – gritei abrindo a pequena janela que havia ali e recebendo alguns respingos de água – Vem pra cá! – gritei e ele levantou rapidamente trazendo a mala e a jogando no banco do carona, pois se sentou no banco do motorista estava pra lá de ensopado e tremendo de frio e ele me encarou batendo o queixo.

— Eu iria dormir lá com os caras, mas fecharam a barraca por dentro e a porta das salas está trancada.

— Molhou mais alguma coisa? – perguntei olhando para a mala que ele trouxera e graças a Deus nada ali dentro estava molhado pela água da chuva que ele havia tomado, ele sorriu constrangido para mim.

— Eu tenho uma toalha aqui na minha mochila e se você não se importa eu preciso trocar de roupa.

— Oh tudo bem eu viro de costas – disse me deitando no banco traseiro e tapando meu rosto com a manta.

Ouvi alguns barulhos de roupas sendo retiradas e a tentação me ocorreu, mas fechei meus olhos bem apertados para não ver nada do que eu deveria querer ver, mas segurei a curiosidade, até que ele pigarreou e eu retirei o cobertor do rosto e o encarei, estava de moletom e blusa de mangas compridas.

— Agora podemos dormir – disse voltando a posição que eu estava antes e ele abaixou o banco do carona.

— É, boa noite – disse ele pegando a toalha e se cobrindo, olhei de relance e vi as roupas molhadas numa sacola de plástico ao lado da mala dele no chão do banco traseiro onde estava deitada e o ignorei.

Mas não consegui ter o sono de volta então abri os olhos e encontrei com os dele me encarando, ele suspirou e saiu do banco do carona e se esgueirou pelo banco traseiro, se sentando de frente para mim e ergueu meu queixo e examinou meu rosto por vários segundos enquanto eu o avaliava, o cabelo estava molhado, a blusa de mangas compridas em diversos tons de azul e o rosto sereno, mas ainda tenso.

Gabriel não disse nada, apenas aproximou o rosto do meu e pousou a bochecha fria em minha pele e foi muito difícil dizer alguma coisa coerente e o nariz dele deslizou por meu queixo e senti a mão dele afastar meu cabelo da nuca e de sentir seus lábios tocassem o espaço abaixo de minha orelha e suspirei entregue.

E rapidamente Gabriel voltou o rosto para frente do meu e me pegou num aperto me esmagando contra ele enquanto puxava meu rosto para si e pôs os lábios gelados sob os meus por vários minutos, mas ele cedo demais se separou de mim se afastando o máximo que o banco traseiro permitia a um humano.

— Desculpe Manuella eu... – ele começou a se desculpar, mas coloquei meus dedos em seus lábios.

— Depois de tudo que você começou a me dizer na trilha, acho que isso teria que acontecer cedo ou tarde.

— Mas e o Liam? Como que ele fica no meio disso tudo – disse Gabriel me encarando com pesar nos olhos.

— Acho que depois de tudo isso – pensei – Vou conversar com ele amanhã cedo – respondi e Gabriel sorriu.

O beijo recomeçou normal, mas depois algo pareceu mudar, os lábios dele se tornaram urgentes e sua mão livre girara por meu cabelo e a outra me segurava com firmeza contra seu corpo e embora minhas mãos também estivessem em seus cabelos úmidos, estávamos começando a atravessar outros limites, seu corpo era frio sob meu cobertor fino, mas eu me espremi contra o dele com ansiedade, mas ele parou.

— Vamos parar de abusar da sorte e vamos dormir? – disse ele num tom brincalhão, mas os olhos brilhavam.

— É vamos parar por aqui – respondi me ajeitando melhor no banco traseiro, mas Gabriel se deitou passando o braço frio por cima de meu cobertor e encostou o rosto no vão de meu pescoço e mais cansada do que havia percebido, estava exausta pelo longo dia de festa e caminhada vaguei abraçada a ele para o sono profundo e procurei de todas as formas humanas possíveis não pensar na manhã do dia seguinte.


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