Lua Nova - Pov de Edward Cullen escrita por nes


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Esta foi a minha primeira fic, por isso espero que gostem!



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Depois de deixar Bella dirigi-me a minha casa. Lá todos se preparavam para uma farsa do próximo do dia. Rosalie e Emmett tinham estado fora, mas haviam regressado para a festa de aniversário de Bella, da qual a própria ainda não sabia e se soubesse era bem capaz de gritar e espernear para não vir. Ela detestava a ideia de se tornar “em parte” mais velha do que eu… Já lhe tinha explicado que isso era uma palermice, mas Bella continuava a não aceitar que lhe déssemos presentes. A nossa mais valia era Alice, que tinha visto uma festa de aniversário à qual Bella iria. O plano era dizer-lhe naquela manhã. A minha família estava muito entusiasmada, pois o último aniversário vivido havia sido o de Emmett logo os pensamentos lá de casa eram os normais para aquela situação. Carlisle preparava-se para mais um dia nas urgências. Eu realmente admirava aquele ser. Depois de tudo o que tinha passado com os Volturi e o seu começo de vida, tinha arranjado auto-controlo e plenitude para dar a volta por cima. Eu sabia que ele adorava tudo o que fazia pelos outros e que era esse o motivo que ele via para ter sido transformado, que o lugar dele era aqui. E sim era aqui, ele era o pilar da família, transformou-me e “aturou-me” durante toda a minha revolta recebendo-me de braços abertos, assim como Esme. Esta última andava ocupada a pensar que cor ficaria melhor na decoração e que tamanho e forma deveria ser o bolo. Alice andava de um lado para o outro depois de ter mudado de roupa a preparar as flores, os cristais e a transformar a sala de estar. Rosalie ia ajudar, Jasper e Emmett viam o noticiário. -Edward preciso da tua prenda. – pediu Alice. -Certo, vou buscá-la. Fui ao meu quarto, que tinha passado de monótono a um quarto com muito mais graça, com fotos de Bella em molduras. Isso alegrava-me. Como cabeça dura que sabia que ela era não gastei dinheiro na sua prenda, gravei um CD com todas as minhas composições incluindo a sua canção de embalar. Sabia que Alice fizera Jasper, Emmett e Rosalie dar-lhe um rádio para a pick-up e que Esme e Carlisle lhe dariam dois bilhetes para ir a Jacksonville ter com Renné (um para ela e o outro para mim). Entreguei o CD já embrulhado a Alice e dirigimo-nos para a escola. Posicionei o Volvo no lugar do costume e permiti-me esperar por Bella como fazia todas as manhãs. Passado pouco tempo Bella e a sua pick-up, que eu já tinha insistido em trocar por um Audi-coupé, chegaram ao parque de estacionamento da escola. Ela vinha com uma expressão vazia mas quando os nossos olhares se cruzaram a sua feição mudou, transparecendo um enorme sorriso. Alice com o seu entusiasmo matinal foi a correr ter com Bella, para lhe segredar um feliz aniversário. Bella, como eu previa, mandou-a calar-se mas Alice ignorou e continuou a tagarelar, enquanto as duas vinham na minha direcção. Quando ela estava ao meu alcance estendi-lhe a minha mão, que foi agarrada com imensa ansiedade. Para acalma-la apertei-lhe ligeiramente os dedos, ela respondeu-me com um olhar breve mais um aperto no coração, tão característico dela. Sorri-lhe, levantei a mão livre e com a ponta do dedo percorri o contorno dos seus lábios.

- Então, tal como combinado, não me é permitido dar-te os parabéns, certo?

- Sim, correcto.

- Estava apenas a confirmar. Podias ter mudado de ideias. A maioria das pessoas parece gostar de aniversários e de prendas… Mas bem como sabia, Bella não era uma pessoa normal, para além de saber lidar com histórias e confusões monstruosas ainda as levava com a maior normalidade. Alice sorriu e começou novamente a tagarelar.

- Claro que vais gostar. Hoje é suposto que todos sejam simpáticos contigo e te façam as vontades, Bella. Que seria o pior que te poderia acontecer? Eu já sabia a resposta e não era preciso ler os pensamentos de Bella, coisa que não sabia nem conseguia fazer, para conhecer aquela resposta.

-Envelhecer – respondeu. Eu já sabia que era isso que ela ao pronunciar mas não pude deixar de cerrar o sorriso, desenhando um contorno fácil, que pela reacção de Bella era duro.

-Ter 18 anos não é ser muito velha – disse-lhe Alice, que também já tinha percebido o rumo da conversa. Eu suspirei quando Bella dizia a próxima frase.

-Trata-se do facto de ser mais velha que o Edward.

-Teoricamente…é apenas um anito…

Já lhe tinha dito que aquilo era um impasse. Eu não queria transformá-la, pois montes de coisas lhe iriam ser negadas. Mas Bella, teimosa, insistia…Eu queria estar com ela, que ela fosse a minha Bella, mas ela ainda não tinha acreditado plenamente e pensava que ao ser transformada se iria tornar mais atraente e que assim eu não tinha razões para a deixar. Mas ela não tinha razão. Para mim, Bella era linda e eu não me queria entregar a mais ninguém a ser ela. Eu já fazia parte dela da mesma maneira que ela fazia parte de mim. Sem ela eu ainda continuaria adormecido na minha eterna adolescência sem um sol que brilhasse para mim, me tirasse deste espírito, que incandescesse para mim, depois de tantos anos passados na imensidão da meia-noite. Bella era o meu Sol, a minha existência, a minha alma. Alice continuava a tagarelar. Eu adorava a minha irmã e estava-lhe agradecido por muitas coisas, mas por vezes ela era tão irritante para uma pessoa tão pequena. Aliás foi o meu primeiro pensamento quando a vi pela primeira vez.

-A que horas apareces lá em casa?

-Não me recordo de ter combinado ir até lá…

-Oh, sê tolerante, Bella! – reclamou Alice – Não vais estragar a nossa diversão, pois não?

-Pensei que, no meu aniversário, o mais importante era o que eu queria…

-Vou buscá-la a casa do Charlie, depois das aulas – informei Alice.

-Tenho de ir trabalhar.

-Por acaso até não. Já falei com a Sra. Newton sobre isso e ela ficou de trocar os turnos. E pediu-me para te dar os parabéns.

-Eu…Mesmo assim, não posso ir. Ainda não assisti ao Romeu e Julieta que é necessário à disciplina de Inglês.

Lá estava Bella a tentar esquivar-se, mas ela iria àquela festa e eu tencionava usar os meus “poderes” irreverentes para lhe deixar o coração a palpitar e para ela aceitar ir à festa. Alice insistiu:

-Sabes o Romeu e Julieta de cor…

-Mas o professor Betty referiu que tínhamos de ver a obra para que a apreciássemos verdadeiramente…

-Já viste o filme.

-Não trata-se da versão de 1960. O professor Betty disse que era a mais fidedigna. -Será a bem ou a mal Bella, de uma maneira ou de outra…

Achei melhor interromper aquele diálogo ao qual tinha permanecido a escutar em silêncio:

-Tem calma, Alice. Se a Bella quer ver o filme, pode fazê-lo. É o seu aniversário.

-Tal e qual – Bella acrescentou, pensando ter ganho a batalha.

-Eu levo-a a casa por volta das 19h. Assim até têm mais tempo para se prepararem…

-Parece-me bem. Então vemo-nos à noite, Bella. Vai ser muito divertido vais ver! – disse Alice ao deixar-nos.

-Edward, por favor… - ela ainda tentou falar mas pousei o dedo sobre os lábios.

-Podemos falar mais tarde. Vamos chegar atrasados às aulas.

Bella olhou-me com uma cara do género: “Como se tu te importasses, até parece que nunca ouviste o que vão dizer!” Ignorei-a e dirigimo-nos à sala. Eu tinha pedido uns favores à senhora da secretaria e agora tinha quase todas as aulas ao lado de Bella. Incríveis os efeitos da imortalidade e do amor... o dia foi normal, como tantos outros. Após as aulas sentámo-nos para almoçar, agora com a mesa cheia. Eu achei melhor que Bella convidasse os seus amigos humanos para partilharem connosco a hora da refeição. Os amigos de Bella reagiram com hesitação mas logo cederam. Normalmente não eram trocadas muitas palavras. Sempre que me sentava naquela cantina lembrava-me do dia que iria mudar para sempre a minha existência. Tinha-a visto lá e ouvido os pensamentos de meia cambada de broncos em que pensavam o que fazer ou falar com Bella. Lembro-me de ter pensado o que viam nela de tão especial, mas eu estava errado. Bella era especial, única, estar naquela sala e ouvir os pensamentos de metade da cantina naquele almoço deu-me vontade de a proteger mas também de a matar. O sangue dela tinha um cheiro delicioso e eu era um predador a olhar faminto para uma presa, mas logo na aula seguinte, em que a azarada da Bella se sentou a meu lado, soube que não era isso que eu tinha que fazer. Desde esse dia que Bella preenchia os meus dias… Dirigimo-nos depois ao parque de estacionamento onde uma nova recordação surgiu: o primeiro dia em que a protegi de levar com um carro em cima e matá-la. Eu só pensava “Ela não!”. Pus-me a mim e à minha espécie em perigo mas eu queria ter Bella sã e salva, nos meus braços ou não… Eu não sabia mas parecia que o dia de hoje ia acabar diferente, era um feeling que eu tinha, mas o que podia dar errado numa festa tão bem planeada? Nada sem ser o facto de sermos vampiros, mas isso estava ultrapassado, em parte… Deixei os meus pensamentos e abri-lhe a porta do passageiro da pick-up, mas Bella não entrou:

-É o meu aniversário. Não tenho o direito de conduzir? – perguntou-me.

-Estou a fingir que não é o teu aniversário. Tal como me pediste.

-Então, se não é o meu aniversário, não preciso de ir a tua casa esta noite.

-Tudo bem… - Fechei a porta do passageiro e fui abrir a do condutor – Parabéns!

-Chiu! – interpelou-me com pouca convicção.

Já dentro da pick-up, mexi no seu rádio e comecei a picá-la:

-O teu rádio tem uma recepção terrível.

-Se queres um bom auto-rádio, vai no teu carro.

Bella estava cada vez mais nervosa e irritada com os planos de Alice, mas eu não queria que ela estivesse assim. Ia tudo correr bem e eu decidi que lhe ia transmitir isso assim que ela estacionasse. Quando a pick-up parou fui para a porta do condutor e agarrei-a. Toquei-lhe com muito cuidado, como sempre fazia, para não a magoar. Encostei as pontas dos dedos às têmporas, às maçãs do rosto e ao contorno do maxilar.

-Hoje, mais do que nunca, devias estar bem disposta – sussurrei.

-E se não quiser estar bem disposta?

-É pena.

Encostei-lhe os lábios aos meus e dei-lhe um beijo cuidadoso e carinhoso. Mas logo percebi que não ia ser assim. Bella já tinha perdido o controlo e já colocara os braços à volta do meu pescoço e entregara-se ao beijo com um entusiasmo excessivo. Eu logo tive que parar, porém o meu desejo era continuar…Larguei-a com delicadeza e forma subtil e enlacei-a pela cintura.

-Porta-te bem, por favor – e dei-lhe um beijo ao qual Bella chamava de persuasivo. Conseguia ouvir o bater do coração de Bella, tão forte e acelerado quanto a sua respiração ofegante. Depois de tanto tempo Bella ainda tinha que se concentrar mentalmente para não parar de respirar.

-Achas que alguma vez superarei isto? – perguntou-me – será que o meu coração poderá um dia, deixar de tentar saltar do peito quando me tocas?

-Sinceramente, espero que não – afirmei com vaidade.

Era bom que Bella tivesse aquela reacção, assim sabia que ela me desejava e que me queria tanto como eu a queria, que não se tinha cansado de mim, nem da minha protecção e muito menos da minha espécie. Uma vez li que o coração dos humanos era complicado. Eu de facto, não entendia plenamente o de Bella. O bater frenético, a adrenalina no lugar do medo e acima de tudo a confiança com que se entregava a mim.

-Vamos ver os Capuleto e os Montéquio matarem-se uns aos outros, não é? Um desejo teu é para mim uma ordem.

Estendi-me no sofá enquanto Bella colocava o filme e passava o genérico. Ela sentou-se demasiado distante de mim, mas logo envolvi a sua cintura com os sus braços para que não houvesse tanto espaço entre nós. Eu gostava de tê-la ali, minha, tão protegida e segura. Sabia que a minha temperatura a ia enregelar por isso tirei a velha manta pousada nas costa do sofá e tapei-a.

-Sabes, nunca tive paciência para o Romeu.

-Qual é o problema do Romeu?

-Em primeiro lugar está apaixonado por Rosaline. Não achas que isso fá-lo parecer algo inconstante? E, escassos minutos após o casamento, mata o primo da Julieta, o que não é muito inteligente da sua parte. Comete erro atrás de erro. Conseguiria ele destruir ainda mais a sua felicidade?

-Queres que veja o filme sozinha?

-Não, seja como for, estarei sobretudo a olhar para ti. Os meus dedos percorreram a pele do seu braço, desenhando padrões e provocando-lhe uma reacção de pele de galinha.

-Vais chorar?

-Provavelmente, se estiver muito concentrada.

-Então, não vou distrair-te.

Porém, não consegui evitar. Os meus lábios tocaram-lhe no cabelo, mexi nele, percorria os seus braços. Certa altura sussurrei-lhe as falas do Romeu. Estávamos no nosso mundo perfeito onde éramos apenas Bella e Edward, eu não era um vampiro, ela não era humana, não havia poderes sobrenaturais. Éramos apenas nós, entregues um ao outro em absoluta harmonia.

-Confesso que, de certo modo, o invejo neste momento – afirmei, usando uma mecha do seu cabelo para lhe limpar as lágrimas que haviam saído dos seus olhos aquando da morte de Romeu.

-Ela é muito bonita.

Realmente só Bella para pensar nisso. Emiti um som repugnante.

- Não o invejo por causa da rapariga, apenas pela facilidade com que se suicida. Vocês os humanos, têm tudo tão simplificado! Só precisam de ingerir um frasquinho com extractos de plantas…

-O quê?

-Foi algo que uma vez fui obrigado a reflectir. Pela experiência do Carlisle, sabia que não seria simples. Já nem sei de quantas maneiras é que o Carlisle inicialmente, se tentou suicidar…depois de se ter apercebido no que se tinha transformado. E, como é notório, ele encontra-se de perfeita saúde – ironizei.

-De que estás a falar? A que te referes? Trata-se de algo em que alguma vez tiveste que pensar?

É claro que já tinha pensado nisso. Eu não me iria perdoar se acontecesse algo a Bella e se ela morresse eu queria morrer com ela. Iria ser uma existência estranha viver sem Bella. Ela já fazia parte dos meus dias. O seu sorriso fazia-me sentir a melhor pessoa no mundo, os beijos dela traziam-me de volta à vida. Sem ela a minha vida seria como uma noite sem lua, vazia, fria, amarga e sem sentido.

-Na Primavera passada, quando tu…quase morrias…eu tentava, evidentemente, encontrar-te com vida, mas uma outra parte de mim planeava um acidente…Como já te disse, não é tão fácil como para um humano.

-Um acidente?

-Bem, eu não viveria sem ti, mas não sabia ao certo como fazê-lo, estava ciente de que Emmett e Jasper jamais me ajudariam…portanto, pensei na hipótese de ir até Itália e fazer algo que provocasse os Volturi.

-O que é um Volturi?

-Os Volturi são uma família. Trata-se de uma família muito antiga e poderosa da nossa espécie. São aquilo que, no vosso mundo, se assemelha a uma família real, creio. Carlisle viveu com eles durante um breve período nos primórdios da sua existência como vampiro, em Itália, antes e se fixar na América. Lembraste da história?

-Claro que sim.

-Enfim, ninguém irrita os Volturi, a não ser que queira morrer…ou seja lá aquilo que fazemos…

Eu estava calmo, mas Bella estava enfurecida. Nela não lhe cabia tal ideia que eu era capaz de morrer por ela. Ela tinha uma expressão de horror reflectida no rosto e agarrou-me o rosto com as duas mãos.

-Nunca, nunca, nunca mais penses em semelhante coisa. Independentemente do que me aconteça, não podes magoar-te a ti mesmo!

-Jamais voltarei a pôr-te em perigo; logo, isso é um ponto discutível.

-Pôr-me em perigo! Pensei que já tínhamos chegado à conclusão de que todo e qualquer azar é culpa minha! Como te atreves em pensar assim?

Bella não estava a entender. Mas fiz-lhe uma pergunta impertinente para que ela percebesse as loucuras que era capaz de cometer se ela estivesse em perigo, ou até mesmo morta.

-O que faríamos se invertêssemos o contexto?

-Não é a mesma coisa. E se te acontecesse algo? Gostarias que eu partisse?

-Compreendo, em parte onde queres chegar. Mas o que faria eu sem ti?

-E o que fazias antes de eu aparecer e complicar toda a tua existência?

Eu não tinha feito nada. Tinha-me tornado um ser vazio, sem objectivos a alcançar, sem novas sensações para descobrir, sem uma existência para viver…

-Falas como se fosse muito fácil.

-Deveria ser. Não sou assim tão interessante…

-É discutível.

Não era, todos os rapazes do liceu de Forks esperavam que o nosso amor acabasse. Montes deles viam Bella como uma rapariga fascinante, e eu não os censurava por isso. Por vezes chagavam a ter pensamentos que ninguém deveria ter para com uma rapariga comprometida…Aliás foi por Bella ser assim, diferente dos outros, com perguntas sempre prontas para fazer e respostas únicas e imprevisíveis para discutir, que eu me apaixonara por ela. De repente ouvi o carro patrulha do pai dela a aproximar-se e sube logo que se ele nos visse tão agarrados como permanecíamos agora, era capaz de pensar em me matar. Por isso, afastei-me, de modo a que não nos tocássemos.

-É o Charlie?

Sorri-lhe em resposta. Mas Bella não gostava de ter tanto espaço entre nós, então estendeu-me a mão e pegou na minha firmemente. Assim não incomodaríamos Charlie. Depois do jantar, perguntei a Charlie se importava que Bella passasse o serão comigo e com a minha família. Ele claro não se importava, pois estava mais ocupado a pensar no jogo que estava prestes a começar. Charlie sugeriu a Bella que levasse a máquina. Ela desastrada ia deixando-a cair mas eu apanhei-a e entreguei-a. Bella tirou-me uma fotografia, como se já não bastasse as tantas que ela tinha no quarto.

Desta vez estava eu ao volante. Incrível a habilidade da carrinha de Bella de me deixar enervado. Eu gostava de velocidade e não de ir a 40km/h, pois sempre que excedia isso a carrinha produzia um barulho horripilante e estrondoso.

-Tem calma – pediu-me Bella.

-Sabes o que devias adorar? Um lindo Audi Coupé. Silencioso e com muita potência…

-A minha carrinha não tem nada de mal. E por falar em bens caros e supérfluos, se sabes o que é bom para a tua saúde, certamente não gastaste dinheiro em prendas de aniversário.

-Nem um tostão.

-Óptimo.

-Fazes-me um favor?

-Depende.

-Bella, o último aniversário a sério que qualquer um de nós comemorou foi o do Emmett, em 1935. Por isso, dá-nos um desconto e não sejas tão difícil durante o serão. Eles estão todos tão entusiasmados.

-Tudo bem, eu controlo-me.

-Talvez seja melhor avisar-te…

-Não te inibas.

-Quando digo que estão todos entusiasmados…refiro-me a todos mesmo.

-Todos? Pensei que o Emmett e Rosalie estivessem em África.

-Emmett quis estar presente.

-Mas…e Rosalie?

-Eu sei, Bella. Não te preocupes, ela comportar-se-á da melhor forma possível.

Bella não respondeu. Ela ainda se sentia intimidade e preocupada com a presença de Rosalie. Ainda ficou mais apreensiva quando soube que Rosalie, podia ter sido minha companheira, e ela não entendia como eu não quis uma jovem para sempre imortal e bonita, e a fui escolher a ela. Claro que responder a Bella que eu não via Rosalie dessa forma era uma tarefa complicada. E depois Rosalie, que não se esforçava em nada para ser mais simpática…Decidi mudar de assunto.

-Então, se não me deixas comprar-te um Audi, não há nada que gostasses de receber no teu aniversário? – fiz a pergunta errada…eu sabia a resposta e já tinha discutido algumas vezes com Bella sobre o assunto…

-Tu sabes muito bem o que eu quero.

-Esta noite, não Bella. Por favor.

-Talvez a Alice me dê o que eu quero.

Rosnei e emiti um som grava e ameaçador. Nunca a minha irmã me faria isso, mas pensar na possibilidade assustava-me.

-Este não será o teu último aniversário, Bella.

-Não é justo!

Bella calou-se e ao chegarmos perto da casa gemeu. Alice tinha-se excedido na decoração: uma extensa fila de lanternas japonesas estava suspensa de um beiral do alpendre, projectando um brilho suave nos enormes cedros que ladeavam a casa. Grandes taças de flores – rosas cor-de-rosa – acompanhavam a longa escadaria que conduzia às portas da frente.

-Isto é uma festa – relembrei-lhe – tenta não ser desmancha-prazeres.

-Com certeza. Tenho uma pergunta. Se revelar este rolo, tu apareces?

Esbocei um enorme sorriso. Esta tinha sido a pergunta mais engraçada que Bella já me fizera. Estendi-lhe a mão e caminhei com ela para o interior da casa, puxando-a ao longo das escadas, sempre perto de mim, para que qualquer problema surgisse ou uma má reacção, eu pudesse de imediato intervir. Estavam todos à espera na sala de estar, mal nos aproximámos da porta, saudaram-nos um sonoro “Parabéns Bella”. Alice tinha coberto todas as superfícies planas com velas cor-de-rosa e dezenas de taças de cristais com centenas de rosas. Junto ao meu piano encontrava-se uma mesa, sobre a qual estava estendida uma toalha branca, que sustentava um enorme bolo, que daria para centenas de pessoas, numa casa onde ninguém comia. Apercebi-me da aflição de Bella e envolvi a sua cintura com o braço, e beijei-lhe o cimo da cabeça… Depois de muita conversa e de Bella receber a prenda de Jasper, Emmett e Rosalie e de ter corado algumas vezes, chegou a vez da prenda de Alice. O serão estava a ser agradável.

-Abre a minha e, só depois a do Edward.

Antes Bella voltou a lançar-me um olhar fulminante e disse:

-Tu prometeste.

-Não gastei um tostão – assegurei-lhe.

Afastei uma madeixa de cabelo do seu rosto. Entretanto já Emmett e Jasper tinham chegado depois de terem instalado o novo auto-rádio na carrinha de Bella…

-Passa-me lá.

Bella pegou no pequeno embrulho, revirando os olhos na minha direcção, enquanto enfiava o dedo sob a borda de papel e o fazia deslizar debaixo da fita-cola.

-Ui. Cortei-me.

Uma gota de sangue emergiu de um corte.

-Não – gritei.

Empurrei Bella para o outro lado da sala, fazendo-a cair num monte de cristal estilhaçado. Jasper esse emitia um ruído proveniente das suas entranhas que me alertava para a sua dificuldade em se controlar. Ele avançou em direcção de Bella e eu empurrei-o sendo o nosso choque parecido ao de dois pedregulhos. Jasper foi parar em cima do piano. Ele voltou a levantar-se mas eu impedi-lhe a passagem. Emmett, Rosalie e Alice levaram-no para fora da casa enquanto eu olhava para a monstruosidade que tinha acabado de fazer. Eu sabia que esta festa ia acabar mal. Agora Bella estava estendida sobre montes de vidros estilhaçados no chão. Pela primeira vez desde que me conhecera ela olhava-me como o que eu era: um vampiro. Hoje tinha-lhe causado um acidente, tudo por causa do meu irmão que tinha ficado inebriado com o cheiro do sangue dela. Ela era demasiado frágil e eu sabia-o, mesmo assim continuei numa rotina e a experimentar coisas que não eram permitidas à minha espécie.

Desta vez tudo pelo qual nunca pensei e tentei evitar a qualquer custo tinha-se dado. Eu não sabia o que o futuro me reservaria ou qual seria o rumo das nossas vidas, eu nem sabia como tudo aquilo iria terminar. Que soluções eu teria? Eu estava pronto a abdicar da pessoa mais importante para mim e dos momentos que passámos, mesmo que a deixásse protegida e em extrema segurança?

Lá fora era Lua Nova, não sei porquê, mas o meu Sol da Meia-noite já não brilhava tão intensamente, de certeza aquela seria uma madrugada triste como o Crepúsculo em dia de Eclipse. O Amanhecer traria com ele novas decisões e muito sofrimento.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! Já sabem deixem reviews, pois são muito importantes para qualquer autora principiante! Sigam!

P.S - Para quem não sabe eu tenho outra história aqui no Nyah, chama-se 'Amor Sem Fronteiras', espero que gostem também!

Fic Amor Sem Fronteiras - http://fanfiction.nyah.com.br/historia/73569/Amor_Sem_Fronteiras