Ainda meio atordoado com meu sonho segui para o café da manhã com meus irmãos. Hoje Rachel Dare (vulgo: Oráculo de Delfos), chegaria ao acampamento graças a uma ligação às pressas de Percy, - o que não deixou Annabeth nem um pouco feliz. - Afinal, precisávamos de uma profecia dizendo que o Olimpo estaria comprometido, no mínimo(Por que o mundo tem que estar SEMPRE em perigo? Que mais coisa cansativa, mais século passado!) para termos permissão de sair do acampamento... Esperava ver Percy logo, antes de mudar de idéia.

 - Kurt!

 Mal cheguei à mesa e vi Annabeth correndo na minha direção. Fui até ela tentando ignorar os olhares desconfiados das pessoas.

 - Bom dia, Annabeth. Você está bem? Parece meio... - Deixei a frase morrer depois de receber um olhar mortal vindo dela.

 - A Rachel chegou. - Ela concluiu num tom de irritação.

 - Já?! - Não consegui me conter. Ela ergueu uma sobrancelha desconfiada e tentei disfarçar.

 - É que ainda não são nem 7 da manhã. Ela não estuda em New Hampshire, ou algo assim?

 - É, mas ela veio no jatinho particular da família dela.

 - Uau...

 - É, pois é. É melhor irmos logo, é hora da sua profecia. - Eu ainda estava pensando em como seria ter um jatinho particular quando ela virou os olhos e me puxou pelo pulso até a Casa Grande.

 Quando chegamos lá Rachel estava sentada num dos sofás conversando animadamente com Percy que parou de rir no momento que entramos e assumiu um semblante mais apropriado para um enterro. Isso pareceu divertir Rachel mais ainda. Ela se ergueu do sofá e foi na direção de Annabeth animadamente. Por um segundo eu não gritei “CUIDADO! ELA VAI ARRANCAR SUA CABEÇA E MANDAR DE PRESENTE PRA CÉRBERUS!”, mas ela simplesmente abraçou Annabeth como se fossem velhas amigas. Olhei atordoado a cena enquanto ela se voltava sorrido pra mim. Notei pelo canto dos olhos que Annabeth parecia tão surpresa quanto qualquer um de nós.

 - Hey, você deve ser o Kurt!

 Eu nunca tinha realmente falado com Rachel, eu a vi uma ou duas vezes no acampamento quando ela se tornou o Oráculo, (foi também à primeira vez que vi meu pai) mas, nada além disso. Ela era realmente bonita, ruiva olhos verdes sorriso contagiante. Parecia o tipo de pessoa que todos gostam. Mas, quando estendi a mão para cumprimenta vi sua expressão mudar. Ela me encarou, os olhos brilhando e com uma voz ampliada como se mais de uma pessoa falasse ao mesmo tempo começou:

 “Num destino já traçado, uma guerra iniciará.

 À oeste cinco deverão buscar.

 Porém, algo que já tem será o crucial.

 Mas, por conta da ignorância, tudo será em vão.

 E pela seta de um dos gêmeos, o fim encontrará.”

 Ao conclui ela perdeu o equilíbrio e automaticamente a segurei.

 - O que? O que foi? O que foi que eu disse? Ela perguntou encarando um por um. Ninguém pareceu querer quebrar o silêncio, então respondi.

 - Você acabou de prever minha morte.