POV Bella.


Ouvir aquela voz me dava uma certeza, de que realmente ficaria tudo bem. Eu sabia que poderia acontecer qualquer coisa comigo, mas eu jamais esqueceria aqueles olhos. Sentir uma calmaria tomando conta de todo o meu corpo. Nunca tinha imaginado, nem se quer cogitado a idéia de como seria morrer, mas isso já não importava mais. Ele tinha me prometido que tudo ficaria bem.
Repentinamente senti uma dor aguda em meu pescoço, era como se estivessem enfiando facas muito pontiagudas nele. Senti meu coração acelerar demasiadamente, sentia aquelas facas saindo vagarosamente do meu pescoço e meu corpo estava sendo carregado quase que imperceptível para algum lugar. Quando repentinamente senti minha pulsação diminuindo, eu podia ouvir o som de cada batida do meu coração, ia ficando cada vez mais devagar, até que ficou um silêncio. Então era isso. Acabou, é o fim.

Meu corpo começou a arder, era como se tivessem lançado ao fogo. Queimava como brasa, era um fogo que consumia todo o meu corpo, eu queria acordar daquele pesadelo, eu podia ver toda a minha vida passando pelos meus olhos, e cada cena que passava eu tentava absorver o máximo que podia, mas tudo ia virando borrões em minha mente. E lá estava a minha mãe Renée, ela estava linda em sua roupa de bailarina, calçada com uma sapatilha de ponta, que eu usei na minha apresentação, o meu pai chegando em casa na velha viatura da policia da nossa cidade. Nossa! Tinha a Ângela no nosso primeiro dia de aula juntas, tinha um homem loiro que me machucava, mas porque tudo virava borrões? Eu estava cada vez mais confusa, era angustiante tudo aquilo.
Era uma dor ainda maior do que aquele fogo que consumia, nas minhas veias não circulava mais sangue, eram brasas de fogo que queimavam todo o corpo e destruía cada lembrança, cada imagem em minha mente.


... Eu não sabia definir quanto tempo durou tudo aquilo. Era como se eu tivesse sido incinerada, não havia mais dor, á não ser em minha garganta, que ainda ardia muito, como se tivesse uma brasa presa ali. A minha audição estava um tanto quanto aguçada, ouvia o canto de pássaros ecoando pelos meus ouvidos, senti que meu corpo estava deitado em cima de uma superfície macia. Abri meus olhos demoradamente, e a primeira coisa que eu vi foram aqueles olhos, aqueles que mesmo sem nenhuma palavra poderia me dizer qualquer coisa que eu teria total compreensão. Então ele cumpriu a promessa, mesmo depois de tanta dor, ficou realmente tudo bem. Levantei-me daquele lugar de onde estava deitada e dei o meu melhor sorriso para o ele, o dono dos olhos mais lindos existentes na terra ou além dela. E então ele sorriu para mim, era um sorriso de alivio, mas era o sorriso torto mais lindo que já vi.

- Oi! Meu nome é Edward Cullen- Ele disse para mim mantendo aquele sorriso perfeito. E ali estava novamente aquela voz que completava a minha alma.

Então era isso. Existe uma outra vida além e assim...O RENASCER.
Morrer não é o fim.
Então era um recomeço, Era uma nova vida.