Amor Para a Vida Toda escrita por Arika Kohaku


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Carolina Deslandes - A vida Toda



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Lá fora a noite estava fria. Lá fora caiam flocos de neve. Era pleno inverno. A televisão estava ligada, mas não imitia som. As luzes também estavam apagadas. Naquela rustica sala de um apartamento citadino, as únicas luzes que a ambientavam era a luz da televisão e as luzes brilhantes de um grande pinheiro de Natal. Enquanto o frio congelava as coisas na rua, dentro daquela casa havia um aconchego quente.

De pés descalços uma fina figura passeava em voltas sem nexo pela sala. Não havia impaciência ou ansiedade naqueles passos, apenas muito amor, carinho e calma. A figura dos pés trauteava uma pequena música. Ele usava uma enorme, quente e confortável camisola branca de lã, por cima de umas calças desportivas e simples, negras. Enquanto nos seus braços embalava um bebé de nove meses acabado de adormecer.

Jonghyun mirava o seu filho entre os seus braços, aninhado e seguro. Ele admirava a sua pureza, admirava a grandeza do seu amor. Aquela pequena, grande prova do milagre da vida. Deteve por momentos o seu passeio ao ver certas imagens na televisão e nos seus lábios um pequeno e deleitoso sorriso surgiu. Depois ele continuou o seu embalo. O bebé já estava o suficientemente adormecido para poder ser posto na cama sem haver o risco de acordar, no entanto, o progenitor, queria acima de tudo aproveitar aquele momento. Aproveitar para se deslumbrar com presente, ver os traços mais que conhecidos do seu bebé. Cheirá-lo. Sentir o seu pequeno corpo contra o seu. Queria, em momentos como aquele, segurar o seu filho infinitamente, pedir aos céus para parar o tempo e ficar para sempre assim, ali, suspenso naquele exacto minuto.

Não queria pensar no futuro. O seu embalo tornou-se quase numa dança e na sua cabeça havia uma música. Quase inconscientemente ele troteava. Era uma música que falava de amor eterno. Um único amor durante uma única vida.  Era uma música antiga, que ele mesmo escrevera, anos atrás quando ainda pertencia à sociedade das celebridades. Uma sociedade que ele nunca realmente deixara, afinal já fora uma estrela e era casado com uma estrela. Um mundo que ele deixara, não só por um bem maior, mas também por estar casado. O estrelato tinha sugado a certo ponto a sua vida.

Jonghyun fora um ídolo. Cantara, dançara, pertencera a um grupo extremamente popular, ainda pertencia, apesar de estarem parados, compusera e fora famoso. Conhecera o mundo, vivera em verdadeiro stresse, vivera um sonho. A sua vida fora criada e nascida para a música, ele acreditava que o seu coração era uma nota musical e que o mundo fora criado em várias sinfonias. Porém, apenas 16 meses antes ele aprendera uma nova música. A música de cria vida e família.

Parou outra vez a olhar para a televisão. O que o fazia parar uma e outra vez era um anúncio de shampoo onde aparecia um homem com um sorriso deslumbrante a lavar os cabelos. Uma verdadeira celebridade, um dos maiores e mais bem-sucedidos cantores nacionais, outra hora conhecido por Onew dos SHINee, mas actualmente querendo mostrar ao mundo o poderoso Lee Jinki. Como podia Jonghyun não parar para ver o seu maravilhoso marido?

Sim Jonghyun fizera o cliché. Conhecera o seu actual marido na boy’s band Shinee, nunca namorara mais ninguém, tinham acabado e recomeçado várias vezes. Tinham ultrapassado várias coisas, um namoro instrutivo para um casamento que se via ser duradouro. E num descuido tinha engravidado e decidira que sua vida de celebridade merecia uma pausa e o seu bebé um pai completamente presente na sua vida. E tudo tinha dado certo. Mesmo com todos aquele que estavam contra. Mas fora apoiado pelos mais importantes. Na realidade ele estava tão feliz, ali no aconchego da sua casa, com o filho nos braços que ele não se importava com as memórias dos fãs histéricos que tinham sido contra a sua junção a Jinki, ou à pausa dos Shinee. Não importava porque o seu mundo estava quieto, calmo, correcto.

O seu mundo agora era música quando queria, não quando uma companhia lhe dizia. Era o amor puro do seu bebé e o amor de anos que o unia a Jinki. Era a calma das horas vazias, eram os sorrisos cansados e as notas musicais de Lee Jinki. Eram os momentos com os amigos sem pensar na agenda do dia seguinte. Era o calor de um piano, o miar de uma guitarra.  

Quando o nosso filho crescer

Eu vou-lhe dizer

Que te conheci num dia de sol

Que o teu olhar me prendeu

E ouvi o céu

E tudo o que estava ao meu redor

Que pegaste na minha mãe

Naquele fim de verão

E me levaste a jantar

Ficaste com o meu coração

E como numa canção

Fizeste me corar

Ali, eu soube que era amor para a vida toda

Que era contigo a minha vida toda

Que era amor para a vida toda (2x)

Sentou-se no sofá. Estava tão quente. Mas não era um quente insuportável. Era um quente aconchegante, enquanto lá fora a neve voava. Ele sentia-se quente por dentro e por fora. Não sabia de onde vinha aquele sentimento cheio quando se encontrava solitário. Mas agora cada vez que estava sozinho, não estava verdadeiramente sozinho. Mesmo na solidão, seria sempre acompanhado por amor.

Observou cuidadosamente os traços adoráveis do seu filho. Aqueles olhos fechados, mas finos como os de Jinki. Os seus cabelos negros como o alcatrão. As suas bochechas adoráveis de bebé, que davam vontade de apertar e beijar.

E as memórias correram soltas. Parecia que tinha sido ontem que soubera que estava grávido. Que vira a sua vida em ondulações novas. Que ganhara uma força para enfrentar o inferno. A partir do primeiro momento do primeiro bater de coração ouvido, ele amou aquele ser e ele abraçou facilmente a decisão. Estava na altura de um novo rumo para a sua vida. E Jinki estivera sempre ao seu lado.

Ele lembrava-se dos olhos brilhantes em água, quando contou a Jinki o que se passava. Lembrava-se do amor nos seus olhos, lembrava-se de como Jinki o abraçara e lhe dissera que amava como se ele fosse o mundo inteiro contido num corpo, e como sem palavras ele soubera que o seu Jinki amava tanto aquela nova criança quanto ele, fora preciso apenas um segundo. E o melhor era que eles se amavam um ao outro e aquele filho só os faria amar ainda mais.

Quando ele ficar maior

E quiser saber melhor

Como é que veio ao mundo

Eu vou lhe dizer “com amor"

Que sonhei ao pormenor

E que era o meu desejo profundo

Que tinhas os olhos em água

Quando cheguei a casa

E te dei a boa nova

E o que já era bom ganhou asas,

E eu soube de caras

Que era para a vida toda

Ali, dissemos que era amor para a vida toda

Que era contigo a minha vida toda

Que era um amor para a vida toda (2x)

Jinki estava cansado quando chegou a casa. Mas as suas chegadas a casa eram agora saboreadas de maneira diferente. Antes ele chegara a um dormitório de cinco rapazes onde cada um de tão cansado que estava caia para o seu mundo em silêncio. Só que ele agora chegava a casa para aquilo que era o seu verdadeiro lar. Agora cada passo que dava no mundo era uma realidade e não o trajecto para um sonho. Ele vivia o seu próprio sonho. O seu desejo mais profundo.

Ele regressava para uma sala silenciosa, onde a televisão estava ligada, mas muda. E onde Jonghyun adormecera no sofá, segurando protectoramente o tesouro do mundo dos dois. Ele regressava para a coisa mais simples, mas a mais preciosa para os simples humanos, a sua família. E Jinki não pedia mais nada no mundo. Embora, por vezes, tal como Jonghyun pedia para o tempo parar para poder saborear o instante. Pois os instantes pareciam passar rapidamente. Ele queria aquele momento fotogravado na vida. E agradecia por ser na sua vida em que estava.

Calmamente sentou-se ao lado de Jonghyun, envolvendo os seus braços no corpo do marido, fazendo-o encostar-se a si. E suspirou tranquilamente. Jonghyun fez o mesmo e o aconchego era tudo o que precisavam. Era instantes de vida. Eram aqueles instantes que iriam perdurar naquele amor para a vida toda.  

Quando ele sair e tiver

A sua mulher

E já puder dividir o tecto

Vamos poder vê-lo crescer,

Ser o que quiser

E tomar conta dos nossos netos

Um dia já velhinhos cansados

Sempre lado a lado

Ele vai poder contar

Que os pais tiveram sempre casados

Eternos namorados

E vieram provar

Que ali, dissemos que era amor para a vida toda

Que foi contigo a minha vida toda

Que era um amor para a vida toda (2x)


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