Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 34
Decisão


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Eu estava sentada no chão da estufa abraçada as minhas próprias pernas chorando há mais de meia hora. Encarnei um personagem que só pensava em sedução e sexo. Mas a verdade não era essa. Eu me senti sim atraída por Arthur e queria sim que ele fosse o primeiro homem da minha vida, mas não por não querer que fosse Kevin e sim por ter esse sentimento tão forte por ele que nunca iria passar.

— Estava te procurando. – Fabiana chegou e se sentou ao meu lado. – Não entendo. Uma hora você está feliz dando risadas com Kevin e em outra está aqui chorando sozinha? – não respondi nada e continuei chorando. – Não quer falar nada né? Vou ficar aqui até quando precisar.

— O que eu vou fazer quando você for embora? – perguntei após um tempo.

— Bom... – ela respirou fundo. – Seu irmão tem muito medo de se relacionar com alguém, mas ele se abriu comigo, foi sincero e ele está completamente envolvido nisso... Ele quer tentar. Se der certo... Você vai me ver muitas e muitas vezes. – dei um sorriso grande e a abracei.

— Algo para alguém tem que dar certo.

— Na verdade eu quero me iludir. - ela suspirou. - Ele só está assim porque viu que havia outro interessado em mim. Pude ver claramente que Murilo não sente nada por mim. Mas sou idiota o suficiente para continuar.

— Somos. - chorei mais ainda. 

— Oh minha pequena. – ela fez carinho em meu cabelo. – Sabe... Não pensei que diria isso, mas você deveria dar mais crédito ao que acontece entre você e Kevin e tentar esquecer Arthur. Sei que está assim por ele. Seja como for o vilão te faz bem.

— Ele disse pra mim hoje que nunca me machucaria como Arthur fez. Às vezes eu consigo até acreditar. – dei uma risadinha.

— Ele faz coisas horríveis, bem pesadas, mas ele é engraçado, deixa as coisas leves, cuida de você e nunca desistiu...

— Você tem razão. – suspirei. - Vamos entrar agora. – ela concordou e entramos, tomei um banho demorado e quando voltei duas pessoas me esperavam sentadas em minha cama.

— Toda vez que vou tentar conversar com você agora esse infeliz vai me atrapalhar? – Larissa perguntou enquanto eu guardava minhas coisas. Sentei no colo dele e olhei para ela.

— Sim, ele vai. – sorri e o beijei.

— Vou deixar essa chata conversar com você. – ele me beijou de novo. – Te vejo no jantar. Parece que nossos pais vão estar presentes. – ri da expressão dele.

— Até que enfim! – ela exclamou depois que ele saiu. – Alice, está insustentável. Não dá mais para segurar.

— Yuri dar em cima de você enquanto sua irmã está apaixonada por ele ou o namorado da nossa amiga te atrair muito?

— A segunda parte. Você falando assim fica parecendo que sou uma... Alice eu não fiz nada por querer!

— Mande o Alexandre terminar com a Giovana se ele corresponde o que você está sentindo por ele. – me levantei. – O que estiver rolando entre vocês não pode rolar enquanto ele tem alguém.

— Estava atrás de você mais cedo e vi Arthur te engolindo e pegando você toda. Falar dos erros dos outros é fácil né Alice?

— Não namoro o Kevin.

— Se namorassem então.

— Qual é Larissa, está agindo igual sua irmã agora.

— Isso tudo está mexendo muito comigo.

— Já te disse o que tem que fazer, converse com ele hoje, quando estivermos juntos lá no jardim, eu distraio Giovana.

— Obrigada. – ela deu um sorriso triste. – E desculpa. – não aguentei ver seu semblante tão abatido e a abracei.

— Vamos jantar sua estúpida. - no caminho para o refeitório encontramos Otávia e ela parecia bastante chateada.

— O que foi sardenta? – perguntei a abraçando de lado.

— Parece que todo esse tempo Arthur tinha alguém. Isso explica muita coisa, não?

— Han? – tentei entender aquilo.

— Assista o jantar. – ela continuou andando e fomos atrás. Todos estavam na fila e nossos pais sentados indicando que nos sentássemos com eles.

— Que merda está acontecendo? – perguntei a Kevin que sempre sabia de tudo.

— Aquela ali. – ele apontou com a cabeça e vi Arthur chegar de mãos dadas com uma mulher alta, branca, de cabelo de franjas e ondas na cor ruiva e ela tinha os olhos claros, o nariz fino e a boca bem feita... Ela era linda. E eu me senti muito esquisita me comparando a ela.

Reparei que eles estavam na fila e não conversavam. Se eles eram um casal deveriam conversar. Peguei minha comida e me sentei.

— É tão bom podermos jantar juntos novamente. Isso aqui é o caos. – tia Luna falou sorridente.

— Podemos saber o motivo da reunião? – Yuri perguntou olhando a mãe.

— Queremos ver nossos filhos. – minha mãe respondeu e me olhou.

— Quero aproveitar a ocasião e te apresentar minha namorada mãe.

— Até outro dia ela era nossa professora de cálculo, isso é eticamente proibido. – Alícia disse venenosamente.

— Já conversei com você e Rafael sobre isso. – ele disse sério a olhando. – Segura um pouco a onda.

— Quando voltarmos eu não vou lecionar a matéria para a turma dele. E não vamos nos ver na universidade. – a mulher disse um pouco mais serena que ele.

— A primeira namorada do nosso filho Caleb. – Luna e ele se olharam. – E é tão linda. – elas sorriram uma para outra.

 - Obrigada Luna. – ela agradeceu sorridente.

— Como se chama? – minha tia perguntou bem contente e interessada.

— Heloísa, mas pode me chamar de Lis.

— Conta como aconteceu isso... Se viram e se apaixonaram?

— Ah não. – Rafael foi quem respondeu. – Ela lutou um pouquinho.

— Que isso Arthur, uma mulher tão linda, assim você me envergonha. – Caleb comentou e eles ficaram se encarando.

— É mesmo pai? Interessante.

— Que pena que a conhecemos em uma situação tão caótica. – Luna comentou e depois se deu conta do que estava dizendo. – Por falar nisso... Como conseguiu entrar aqui? Como entrou na cidade?

— Ela já estava comigo. Veio no mesmo dia que eu vim com Fael e as meninas, só que ela veio depois e ficou no hotel... Eu achei melhor, porque queria conversar com vocês primeiro, ainda havia o mal entendido da briga do bar.

— Se você apanhou por pegar uma garota comprometida uma semana antes de vim, como estava namorando no fim de semana seguinte? – Otávia perguntou inteligentemente. O pior não era nem isso. Ele estava conversando comigo, tentando fazer crescer o que eu sentia. Apertei minhas mãos com muita raiva.

— Já havia algum tempo que eu e essa garota tínhamos nos envolvido. Eu e Lis nunca fomos nada sério, nem quando ela chegou aqui na verdade. Agora que resolvemos levar a um novo nível.

— Por que agora, do nada.

— Otávia você está sendo inconveniente. – Luna chamou sua atenção.

— Ela já sabe que você não a ama?

— Otávia! – a voz de Ravi soou tão firme que parecia uma faca cortando o clima que ficou no ar.

— Tá bom, vamos fingir que estamos felizes pelo novo casal.

— Desculpa... Mas por que um simples namoro incomoda tanto assim? – a Lis perguntou corajosamente.

— É a primeira namorada dele. É normal estranharem. – Caleb justificou e continuamos comendo. Assuntos amenos surgiram. Evitei olhar os dois, claro, era melhor pra mim. Kevin estava calado e parecia bem incomodado, ele acabou de comer e saiu. Iria atrás dele, mas foi só o que eu tenho feito nos últimos dias, então decidi apenas ficar ali e esperar até que todos saíssem e meu desânimo e raiva passasse.

— Como está cuidar das plantas filha? – olhei para minha mãe e depois rapidamente para Arthur, era inútil negar ou tentar esquecer a tarde de hoje.

— Tranquilo. Você me ensinou tudo o que eu precisava saber lá em casa.  – sorri para ela, pois sabia que se demonstrasse qualquer emoção negativa ela ficaria muito preocupada.

— Quer minha sobremesa? – a tal Lis perguntou para ele. Foi o auge.

— Se o conhecesse saberia que ele detesta mousses. – me levantei bruscamente.

— Alice. – Otávia me chamou vindo atrás de mim.

— Seu desgraçado. – Murilo apareceu e de forma rápida deu um soco em Arthur que ainda estava sentado e nem conseguiu se defender. Meu pai mais rápido ainda o pegou pelos braços o puxando para longe dele. – EU SEI O QUE VOCÊ FEZ COM ELA! FILHO DA PUTA! – meu pai o arrastou até que parecia ser a sala dele e de Gustavo e Caleb apareceu com Arthur, a namorada e Luna.

— Fecha a porta. – minha mãe mandou olhando minha tia.

— Acha mesmo que é uma boa ideia deixar os dois no mesmo lugar nesse momento?

— É necessário. – meu irmão respondeu. – Vai Arthur, conta para eles o que você fez com Alice. – Luna pegou papel toalha para enxugar o sangue que saia do nariz do filho e o sentou em uma cadeira. A sala era pequena, então teríamos que ficar perto um do outro.

— Quem te contou? – Arthur perguntou e após olhar para ele me olhou, fiz sinal negativo. – Ah, claro, ele deve ter se rastejado feito uma cobra sorrateira e visto cada acontecimento de perto e guardou para quando ele achasse propício.

— Sim, foi o Kevin e isso pouco importa! – meu irmão ia pra cima dele de novo e meu pai o puxou. – Fala logo. – ele rangeu os dentes. – O que você fez com a minha irmã na nossa casa.

— Para ser mais exato foi em meu carro. – ele respondeu tranquilamente.

— Está agindo igual ao Kevin agora. – meu pai falou o encarando bastante insatisfeito.

— Ele age como eu o tempo todo tentando me substituir, só me resta aceitar essa troca.

— O que você fez? – meu pai o questionou sabendo que ele não deixaria de responder.

— Para a conversa ficar mais interessante vamos começar do início? O que me levou a fazer o que eu fiz. – ele olhou para a mãe dele que ficou pálida e trêmula na hora. Uma parte nisso tudo eu havia esquecido. Minha tia Luna me procurou uns dias antes disso e admitiu o erro dela e explicou que fez por medo de perder a amizade do irmão, por tê-lo separado da minha mãe no passado e se arrepender muito. O erro não havia como ser apagado, ela conspirou para que eu e Arthur não levasse adiante o que sentíamos, mas o motivo era nobre. Ela ainda me disse que se a gente continuasse com aquilo seríamos proibidos de nos ver e ela perderia o irmão, tudo que ela fez foi por amor.

— Não faz isso, por favor. – pedi o olhando. – Você vai destruir mais relações que a nossa.

— A de vocês já foi destruída no instante em que ele afirmou que você transou com Kevin e te chamou de vadia, ocultando alguns fatos para te preservar. – meu irmão falou nervoso e o olhou.

— Você fez isso Alice? – meu pai me perguntou e eu ri de nervoso.

— Não!

— A garota tem dezesseis, dezessete anos, não é? Por que isso é tão grave assim? Adolescentes estão no auge dos hormônios. – a namoradinha opinou.

— Ela vai fazer dezesseis ainda e ela não é uma garota comum.

— O seu pai me contou que havia uma prima que era caidinha por você, mas eu não sabia que você a correspondia.

— A outra mal chegou e quer achar que sabe tudo. – Otávia disse e riu ironicamente. – ELE que é caidinho por ela. Ainda dá tempo de terminar.

— Como meu marido te contou isso se você nos conheceu hoje? – Kira perguntou bem intrigada.

— A apresentei a ele antes, queria saber o que ele iria achar da reação da minha mãe. – Arthur falou ao ver que a namorada ficou sem respostas.

— Ninguém vai fazer nada sobre o fato dele ter feito o que fez? – meu irmão questionou.

— Por que fez isso Arthur? – ele olhou para o meu pai.

— Ciúme do Kevin. Estava fora de mim. Nada justifica. Pode me socar também se quiser.

— Você sempre protegeu Alice dele e quando viu que ela quis se aproximar tanto dele não soube lidar com isso, eu não aceito sua atitude, mas entendo... A admiração que tenho por você não vai acabar da noite para o dia. É a primeira vez que você comete um erro que considero grave. E se quer saber a surra que você deu em Kevin em meu ponto de vista foi muito bem merecido.

— Pai, ele chamou Alice de V A D I A. – Murilo falou me fazendo fechar os olhos e respirar fundo.

— É visível que ele se arrependeu.

— Ele disse que estava fora de si e sabe por quê? Porque estava drogado! Como com certeza estava no dia que bateu tanto em Kevin. É esse o cara que você tanto admira?

— Agora é mesmo hora de você ter ciúme? Você é meu filho e não ele.

— Eu sou seu filho? Por que será que você nunca agiu como tal? Por que não me dá razão uma ÚNICA vez?

— Meu filho, calma. Vem, vamos sair daqui. – minha mãe saiu com Murilo para tentar acalma-lo.

— Mantenha seus dois filhos longe da minha filha Caleb. – meu pai ordenou - Vou te tirar do castigo das plantas. – ele avisou olhando para Arthur e saiu certamente indo atrás da minha mãe e meu irmão.

— Bem vinda ao cotidiano em Torres. – Caleb falou para a namorada de Arthur e sorriu, saindo em seguida com sua esposa.

— Obrigada por não ter falado nada. – agradeci baixo a ele.

— Sai. – ele mandou olhando para a namorada. Eu e Otávia nos olhamos sem entender. – Sai porra.

— Você vai me tratar assim? – Yuri, Lari, Soph, Ryan, Alê, Gio, Fabi e Rafael entraram olhando assustados, certamente já sabendo o que havia acontecido e querendo saber o que rendeu disso tudo. A namorada de Arthur saiu, o que foi ótimo porque quase não cabia mais ninguém na sala.

— Ele não tinha o direito de falar nada com Murilo, estamos cansados das conversinhas do Kevin, da falsidade dele e de sempre tentar fazer inferno entre a gente. – Yuri falou olhando o irmão.

— Vocês podem ficar fora disso, por favor? – Arthur olhou para eles.

— Queremos saber se nós podemos ajudar de alguma forma. – Ryan falou por todos.

— Sim, evitando entrar nessa e em qualquer história que envolve o Kevin. Por favor. Sei que a intenção de vocês é boa e se preocupam, mas eu posso lidar com ele.

— Pode claro, quase o desmaiando na porrada e levando um soco de Murilo.

— Vamos pensar em alguma coisa juntos, ele é esperto, mas a gente se unindo pode ser mais ainda. – Sophia opinou.

— A namoradinha dele não deve concordar com isso. – Otávia ironizou me olhando.

— Vocês percebem o quanto são ridículos? Entram aqui com a ideia de um plano, exaltando Arthur, esquecendo completamente que ele também errou muito nessa história toda. Cansei disso tudo. – eu sai, precisava de ar. Sem que eu mesmo notasse fui brutalmente atirada para dentro de um mini cômodo que mais parecia um corredor, ao sentir o corpo me pressionar notei quem era. Ele trancou a porta e ligou a luz que era bem fraca, olhei em volta e vi vários rodos e vassouras pendurados e atrás da gente alguns baldes. Olhei em seus olhos.

— Queria falar contigo sem ninguém perto. – ele falou próximo demais.

— Arthur... Sua namorada... – ele se aproximou mais. – Por favor, não me beija.

— Ela não é minha namorada. Não posso contar os detalhes agora. Quero te pedir que não use meu erro para ir atrás dele. – ele fechou os olhos e respirou fundo. – Me castiga de outra forma, mas não fica com Kevin.

— Quem disse que quero te castigar? Gosto dele e ele me faz bem. – vi que ele ficou nervoso pelo seu punho fechado apoiado ao lado da minha cabeça.

— Você se entregou hoje ao demonstrar ciúme, sente algo por mim ainda.

— Você já chegou a dizer que nunca senti. – ele pegou meu queixo e olhou em meus olhos por bons segundos, depois ele me soltou e encostou-se à parede, ainda assim a distância entre a gente era bem pouca.

— Você o quer. – ele concluiu me olhando.

— Quero. Você consegue ver tudo em meus olhos quando está disposto, é uma pena que quando mais precisou ficou cego. – iria sair e ele me puxou de forma quase que violenta.

— Ele contou tudo para o seu irmão, não se importou na dor que causaria a você, é com isso que você quer ficar?

— Tenho certeza que se inventarem algo para ele...

— ACORDA ALICE! – ele me assustou me fazendo colar meu corpo na parede. – Desculpa. Mas acorda, ele não fez isso atoa. Ele nos viu na estufa. É tão óbvio. Por que ele iria contar isso justo agora, quando ele sabia desde sempre?

— Mas eu sentei no colo dele e o beijei depois e ele reagiu normal. – o olhei e vi a dor em seus olhos.

— Kevin é a pessoa mais dissimulada que conheço. – sua voz saiu fraca. Ele destrancou a porta. – Pode ir. – fiquei quieta. – Vai. Pode correr para os braços dele.

— A gente nunca vai conseguir seguir em frente?

— Você claramente já seguiu.

— Eu te feri na mesma intensidade hoje à tarde e você apanhou do meu irmão. O que você fez deve ser perdoado.

— Por que então não me perdoa e fica comigo?

— Sinto que preciso viver isso com ele. – vi uma lágrima rolar por sua bochecha. - A gente se separou por isso não foi? Vou fazer valer a pena.

 - Isso é rancor? Eu não sei mais quem é você.

— Eu também não sei.

— O que a gente se tornou? – ficamos nos olhando. – Dois imbecis que sentem algo forte pra caralho um pelo outro e se deixam ser controlados por um manipulador escroto. A gente tem que parar de se machucar Alice.

— E vamos. Quando superarmos o que sentimos. – sai antes que eu amolecesse ainda mais e acabasse o abraçando.

Se eu estava tão segura e certa da minha atitude, agora, aqui no vestiário me acabando em lágrimas eu já não parecia a mesma pessoa. No fundo esse envolvimento que estava ocorrendo entre eu e Kevin poderia me fazer me arrepender futuramente dessa decisão, mas eu teria que encarar as consequências. Além disso, tudo com Arthur era complicado em um nível estrondoso, não dava para continuarmos tentando.

— Aonde você vai? – perguntei assim que sai do vestiário ao ver Kevin no corredor com mochila e algumas bolsas.

— Passar para a Ala Leste. Ordens do seu pai para me manter o mais longe possível de você. – ele parecia estar com raiva de mim. Após responder ele iria continuar andando, mas eu não deixei.

— Por que você contou aquilo para Murilo? – o parei ao meu lado.

— Porque eu quis. – ele respondeu me olhando por cima.

— Não pensou em momento algum o quanto isso iria me prejudicar?

— Acho que não. – seu olhar agora se desviava da minha direção.

— Por que você está tão nervoso? Eu é que devo estar assim contigo.

— Só estou cansado de você e do Arthur e estou saindo fora disso.

— Você viu a gente na estufa? – olhei em seus olhos.

— Está se referindo a você se jogando em cima dele e ele quase entrando dentro de você? – ele perguntou e raspou a garganta. – Sim, eu vi.

— Por que você tá sempre em todos os lugares observando tudo? Isso é muito assustador e irritante.

— Não estou. E se vocês queriam privacidade deveriam estar em um quarto e não em uma estufa.

— Como se aqui tivesse essa opção. – comentei e olhei para o chão. – Não entendo sua raiva se a gente não tinha nenhum compromisso.

— Você está de brincadeira né? Fica com o cara e vem e senta no meu colo e me beija, como se nada tivesse acontecido.

— Se a gente não namora, qual é o problema? – ele ficou me olhando.

— Vai agir igual ao seu irmão agora? – ele fez sinal negativo com a cabeça. – O problema é que no momento em que você age assim machuca ele, eu e você. – vi um Kevin que eu nunca havia visto. Ele nunca falou dessa forma madura e ajuizada.

— Desculpa. – pedi um pouco sem jeito.

— Tá. – ele olhou para frente e depois voltou a me olhar. – Tô fora. Se eu fui o motivo de vocês dois brigarem, podem se acertar de vez. Não vamos mais ser nem amigos. – permaneci olhando para ele completamente sem reação. Quando percebi ele já havia ido. As coisas não podiam acabar de forma melhor.


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