Asterisco e Machine escrita por Helen


Capítulo 9
Eu não seria doido de dizer que não gostei




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A liberdade construída pela Impressora durou pouco. Logo os Bots de Dústria chegaram no local e começaram a guiar as pessoas de volta às cápsulas. Lorelei começou a xingar o mundo, pulou da varanda chegando ao topo de uma das estruturas e até tentou lutar contra os robôs, mas eles eram bem preparados. Ela foi presa em pouco tempo.

Asterisco assistia a tudo isso de longe.

—Que sem graça, né. —ouviu uma voz familiar. Virando-se, viu Machine ao lado do computador que Lorelei tinha hackeado.

—Você ainda ‘tá vivo?! —Asterisco não pôde conter a sua alegria.

—Sim. Depois que expliquei que eu não tinha nada a ver com o apagão, Dústria me deixou livre.

—Porra, não me assusta desse jeito. Por que não voltou?

—Porque ela quer falar com você.

—Por quê?

—Sei lá, pergunte a ela.

—Cadê ela?

Do meio dos servidores surgiu uma forma volumosa sob um longo véu branco. Asterisco tinha a impressão de ter visto algo parecido alguma vez em sua vida de duplas realidades. —Estou aqui. Venha comigo.

E o punk, sem ter escolha, foi.

—O que você pensa de mim, Asterisco? —foi sua primeira pergunta.

—Não sei. —respondeu ele, com sinceridade.

—Também achava que devia libertar os outros ou preferia ter liberdade sozinho?

—Por mim, tanto faz. Mas me sentir obrigado a libertar os outros não, nunca me passou pela cabeça.

—Não se irrita de ter vivido uma mentira por tanto tempo?

—Sim, às vezes. Na verdade, eu me irrito mais por não saber nada, por mais que eu pesquise.

—É um efeito natural do conhecimento. —comentou. —Mas mesmo se eu dissesse que construí tudo isso, fabriquei as cápsulas e que uso a própria energia de vocês pra me sustentar, ainda continuaria tão calmo assim?

—Onde você quer chegar?

—Quero saber se me odeia ou não. Dependendo da resposta, te deixarei em paz ou te jogarei no mundo exterior.

—Olha, vou mandar a real, eu sinceramente não ligo pra você. Acho errado o que você faz? Acho. Mas não é problema meu. Então me deixa em paz que eu te deixo em paz.

—É uma boa resposta. —Dústria parou em frente a uma porta, e então a abriu. —Vou te mostrar algo.

Havia uma sala, onde uma grande cápsula pouco diferente das outras estava posta no centro.

—Esta aqui é a minha. —disse a voz por trás do véu. —Sim, também vivo numa redoma. O mundo é sempre mais feliz dentro dela.

—Não pra mim. —comentou Asterisco.

—Vou resolver isso pra você. —o punk teve a impressão de que ela sorria. —Esta daqui é especial. Ela personaliza sua experiência. Quer tentar?

—... Tá. Bora.

Asterisco entrou na cápsula, sem muita opção. Poucos instantes depois, acordou ao lado de Ketlyn. Ela estava maravilhosa, como sempre. Uma musa criada pela irrealidade.

Olhando ao redor, o rapaz notou mais do que apenas a companhia dela. Também havia tantos jogos eletrônicos quanto pudesse imaginar, e lá fora o céu noturno brilhava cheio de estrelas e de pessoas apostando corrida em motos coloridas. Era como um pedaço da Noite dentro de sua própria casa.

Saindo para a sala, ele viu um menu de jogo na TV, esperando para ser jogado. Nele, Lorelei estava tomando socos e chutes do Scorpion, levando uma surra daquelas. Machine estava no sofá, dormindo.

— Gostei. — sorriu Asterisco.

Um vulto branco surgiu em meio à sala. Perguntou: — Gostou mesmo?

— Gostei pra carai.

— Ótimo. Tenha um bom proveito.

E sumiu, deixando Asterisco feliz com suas ilusões.


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