Greased Lightning escrita por Wavy Phoenix


Capítulo 2
Capítulo 2 - Grease is the word




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Quando deixou Nova York para o verão, estava disposto a fazer de tudo para ficar, mas agora queria fazer de tudo para não precisar voltar se significasse passar mais tempo com Steve. Seu pai, no entanto, havia sugerido que voltassem mais cedo para que Tony pudesse passar um tempo com seus amigos antes das aulas começarem, o que havia sido só uma desculpa besta para ele mover os negócios que estava tratando em Malibu para a cidade.

Havia se despedido de Steve e lhe desejado o melhor. E então passou aquela semana antes das aulas começarem trancado em seu apartamento, pensando em milhões de cartas para enviar para Steve. Pensou também em ligar para ele, mas não sabia se o loiro teria um número novo em Londres. Ou um endereço novo. Era horrível pensar que precisaria esperar Steve escrever para saber se ele estava bem. Se estava feliz. Se sentia falta dele. Não podia acreditar que apenas três meses haviam feito um estrago tão grande no coração dele.

Agora havia chegado o momento de voltar aos velhos hábitos. Pegou sua jaqueta e se olhou no espelho, vendo aquela mesma imagem que havia criado há tanto tempo, mas que havia deixado de lado durante o verão. Era algo muito superficial e passava uma imagem de arrogância e autoconfiança. Acabou se acostumando a fazer esse papel e não se importava mais se não era realmente ele naquele reflexo. É o último ano, talvez quando tudo acabasse tentasse ser aquele Tony que foi na praia pra variar.

Pegou um pente e gel e arrumou seu cabelo de forma que ele ficasse levemente elevado na frente, sem seguida colocando seus óculos escuros. Chegando ao estacionamento, escolheu seu carro favorito, um MG A 1500 das cores vermelho e dourado, e seguiu para Avengers High.

Assim que chegou, mal havia voltado completamente ao seu jeito de antes e seus amigos já estavam praticamente pulando em seu carro.

— Yo, Stark! — ele ouviu a voz grave de Thor e logo em seguida viu Clint pular por cima do capô do carro e pular para o banco do passageiro do conversível.

— Parece que faz anos que não te vemos — Barton comentou, ignorando a expressão de irritação do amigo.

— Da próxima vez que pular assim no meu carro, vou ser a última pessoa que você vai ver — Tony saiu do carro e ajeitou sua jaqueta. — Mas sei o quanto sentiram minha falta, meninos, e também senti a de vocês. Afinal, o que é um rei sem seus súditos.

— Agora lembrei porque me recusei a ir com você para Malibu — Rhodes comentou, dando um leve sorriso e indo apertar a mão do amigo.

— E então, Stark, pronto pro último ano nessa porcaria de escola? — Thor tirou seus óculos escuros e os prendeu no bolso da jaqueta, olhando em volta para a entrada lotada de alunos.

— Mais do que pronto. Esse ano estou muito afim de chutar qualquer balde que colocarem na minha frente — Tony pegou um cigarro e olhou na direção de Clint, que tirou um isqueiro do bolso e o acendeu para ele. — Onde está o Lang?

Não demorou para o jovem mencionado chegar correndo e praticamente atropelar Thor quando parou ao lado dos outros.

— Cara, vocês não vão acreditar no que achei! — Scott disse sem fôlego, ainda que com um sorriso no rosto. — Tem umas peças dentro de uma vã no ferro velho que ficariam perfeitas no nosso carro, e estão lá, de graça!

— Nada legal é de graça, você tá falando em roubar elas? — Rhodes arqueou uma sobrancelha.

— Roubar é uma palavra feia que não gosto de usar. Vamos pegar elas e fazer bom uso! Do que vão servir naquela vã no meio do ferro velho?

— Adorei, vamos lá depois do almoço. Precisamos continuar trabalhando naquele carro antes que o diretor nos obrigue a tirar ele da garagem — Tony andou na direção da entrada.

— Não temos aula depois do almoço? — Clint questionou, já sabendo a resposta.

— Awn, o Barton tá com medinho de matar aula.

— Fala isso porque suas notas são boas e você nem precisa estudar — Clint o viu dar uma risada sínica.

— Não fique com inveja, ainda ganha quando o assunto é ter mais notas vermelhas do que eu.

Eles passaram pelo tumulto com Thor na frente abrindo caminho. O loiro era um armário e os estudantes mais afobados dos primeiros anos morriam de medo dele, ainda que fosse bem amigável quando queria. Por isso o grupo chamava atenção por onde passava. Isso, e o fato de que boa parte dos olhos estava em Tony Stark sempre que ele aparecia em alguma parte da escola.

— Oi, Tony — ele ouviu uma voz ao seu lado dizer quando eles passaram pelos armários no corredor principal. Se virou para a jovem morena que lhe oferecia um sorriso quase que sedutor. — Você disse que ia me ligar no verão.

— Precisei fazer uma viagem de última hora, mas vou adorar te ligar mais tarde, querida.

— Vou ficar esperando — ela mordeu o lábio inferior e fez uma leve carícia no braço dele.

— Vai esperar pra sempre — Clint zombou, fazendo Tony lhe dar um leve empurrão para longe dela. Ele voltou a se virar apenas para dar uma piscada para a morena e seguir seu caminho com os outros.

— Então, fez algo de interessante no verão Stark? — Thor perguntou parando ao lado do armário do bilionário, onde ele jogou sua mochila.

— Passei o verão na nossa casa de praia, foi bem entediante.

— Ah, qual é, vai falar que ficou três meses lá sem pegar ninguém? Clint praticamente gritou, estando no lado oposto da parede em seu próprio armário.

— Como se fosse possível ele ficar tanto tempo assim sem fazer sexo — Thor brincou, dando o que ele achou ser um leve soco no ombro do amigo que quase o jogou contra os armários. — Fala aí, Stark, pegou muitas?

O moreno pôde sentir um arrepio na espinha ao se lembrar de alguns dos momentos que passou com Steve, quando o havia levado para ver o Sol se pondo e acabaram por ficar debaixo do pier até o Sol nascer. Ele nem se lembrava de ter feito nada com ele naquele momento, eles só haviam conversado sobre tudo em suas vidas. Realmente sentia falta de conversar com ele.

— Foi mal, rapazes, gosto da minha privacidade — Tony desviou o assunto, ignorando o sinal e todos os alunos ao seu redor correndo para suas salas.

— Percebemos isso no último jogo de futebol quando fez aquela cena com a Christine Everhart — o comentário de Rhodes fez Tony olhar em sua direção com um meio sorriso.

— Aquilo foi ideia dela e eu não achei que as câmeras iriam nos achar mais interessantes do que o jogo acontecendo no campo.

— E por falar em coisas interessantes — Clint fez um sinal com a cabeça na direção onde duas jovens mulheres andavam na direção deles.

Pepper andava na direção de Tony com uma determinação de alguém que pode abrir um buraco numa montanha com o olhar. Qualquer outro homem se sentiria intimidado se não a conhecesse tão bem quanto ele conhecia.

— Peps, sentiu minha falta? — sua resposta foi um papel sendo empurrado contra seu peito.

— Seus horários de aulas do semestre — ouvindo-a dizer isso, o moreno revirou os olhos.

— Por favor, me diz que meu pai não te pagou para ser minha babá de novo.

— O senhor Stark não está me pagando mas já me ofereceu um estágio na empresa depois que terminar a faculdade. Isso por eu garantir que você compareça às aulas e não derreta seu cérebro com esses seus amigos — ela olhou na direção da outra ruiva que havia parado ao lado deles.

Natasha bebia algo que parecia ser um chá gelado e olhava para Clint com um sorriso de canto. Em seguida, se virou para o bilionário e arqueou uma sobrancelha.

— Tony.

— Romanoff — ele respondeu de forma seca, desviando o olhar para seus horários.

— Ainda chateado por eu ter te dedurado?

— Não me importo com coisas insignificantes.

Tony estava acostumado a fazer merda, mas ser pego por fazer tais merdas era muito raro. Foi assim até decidir que seria uma boa ideia levar Natasha com eles para sabotar o filtro da piscina da escola porque talvez eles estivessem dormindo juntos na época. E ela havia feito a bela sacanagem de contar para o diretor o que eles haviam feito. Depois ficavam surpresos porque ele tinha problemas em confiar nos outros.

— Não seja um mau perdedor, sempre soube que eu sou a monitora chefe e preciso manter a ordem.

— Você que saiu perdendo, amor — Tony jogou o resto do seu cigarro no chão e tirou seus óculos escuros, apontando para seu corpo. — Perdeu tudo isso aqui.

— Não perdeu tanta coisa assim — Pepper deu um sorriso para o amigo quando ele lhe lançou um olhar incrédulo. — Sua aula já começou.

— Você me ama e sabe disso — ele apontou para Pepper, que fez um gesto de tempo para ele. — Ok, mamãe, estou indo!

As duas ficaram no corredor observando enquanto Scott e Clint reclamavam sobre terem aulas com professores que os odiavam e que provavelmente iriam reprova-los de propósito, enquanto Thor falava sobre seu verão em outro continente com sua família.

— Notou algo de diferente no Stark? — Natasha perguntou, pegando Pepper de surpresa.

— Ele parece normal. Às vezes demora um pouco para ele voltar completamente depois de ficar afastado dos amigos, até o meio do ano vai ser o mesmo de antes.

— Não sei, ele estava calado demais para o meu gosto.

— Calado ele não fala besteiras, então não estou reclamando.

— Com licença, — uma voz masculina fez as duas se virarem para verem um jovem alto e loiro de pé com um papel na mão. Ele era forte, sua camisa branca colada em seu corpo deixava isso bem aparente, e os olhos dele eram quase cristalinos. — Sou novo aqui, sabem onde fica a sala E203?

— Aula de artes do último ano. Sabe onde é Pepper? — Natasha não desviou o olhar do belo jovem quando falou.

— Hum, sim, você vai subir para o segundo andar e seguir até a terceira porta logo que sair dela — a ruiva conseguiu se recuperar e voltou a se concentrar em algo que não fosse o rosto ou o corpo dele.

— Obrigado. Não acho que meu guia tenha me encontrado no meio da confusão do primeiro dia — ele deu um sorriso sem graça, mas antes que pudesse sair, Natasha falou:

— E qual é o seu nome, novato?

— Steve Rogers. Fui transferido de última hora e acabei não vindo para a orientação de alunos novos.

— Sendo assim, adoraríamos te mostrar a escola — Nat ofereceu um sorriso amigável para o loiro, que retribuiu.

— Seria ótimo, mas não quero atrapalhar.

— Imagina, vai ser um prazer — ela olhou para Pepper, que parecia levemente confusa com o interesse repentino de Nat de ajudar novatos. — Vamos te levar até a sua sala e no almoço podemos te mostrar tudo.

— Obrigado. Vocês são…?

— Natasha Romanoff e Pepper Potts.

***

Steve não pensou que os médicos fossem realmente conseguir encontrar um tratamento que desse resultado para ajudar sua mãe, todos já haviam perdido as esperanças quando um doutor alemão chamado Abraham Erskine ofereceu um método não convencional que estava dando resultado. Com isso, eles não precisavam mais se mudar para Londres, mas sim para um bairro mais perto do hospital em que ele trabalhava em Nova York.

Ele havia ficado mais do que feliz ao receber a notícia de que sua mãe poderia se recuperar, e ficou ainda mais ao saber que poderia mesmo reencontrar Tony. A última coisa que pensou que aconteceria naquele verão foi que se apaixonaria por um rapaz que só conhecia há três meses, porém havia acontecido e ele não podia negar que estava ansioso para dar a notícia à ele.

Encontrá-lo não seria difícil, a família Stark era muito conhecida em todo o país. O problema seria achar uma forma de falar com Tony. Por enquanto iria se concentrar em se adaptar na nova escola e depois iriam atrás da pessoa que não havia saído de seus pensamentos desde que o vira pela última vez há uma semana.

Depois que as jovens o deixaram em sua primeira aula, Steve se desculpou com o professor por estar atrasado e se sentou ao lado de um jovem negro no meio da sala.

— Perdi algo importante? — ele perguntou para o colega.

— Ele só está falando sobre a primeira vez em que foi a uma galeria de arte. Parei de ouvir depois que ele passou dez minutos descrevendo um quadro — o jovem realmente não parecia estar prestando muita atenção, já que havia desenhado o que parecia ser um pássaro em seu caderno.

— Ficou muito bom. Gostei dos detalhes nas penas.

— Não sou uma daquelas pessoas que escolhem arte só para ganhar credito extra, realmente me interessa. E você?

— Estou um pouco enferrujado, mas também adoro arte. Só que prefiro arquitetura à anatomia — ele viu o moreno dar um sorriso e balançar a cabeça em sinal negativo.

— Outro futuro arquiteto.

— Espero que sim — ele estendeu a mão para o outro. — Steve Rogers.

— Sam Wilson — se apresentou, apertando a mão do loiro. — Espera, Rogers? Você é o aluno novo.

— Esse sou eu.

— Eu deveria ser o seu guia mais cedo, mas não consegui te achar. Foi mal.

— Não precisa se preocupar, acabei encontrando meu caminho e acho que conheci duas garotas que querem me mostrar a escola — Steve falava com Sam ao mesmo tempo em que prestava atenção no que o professor dizia, então ouviu quando ele pediu que começassem a anotar o que ele ditaria. — É bem-vindo a se juntar a nós no almoço.

— Esse seria o meu trabalho, então não posso recusar — Sam o viu pegar seu caderno e abriu o seu em uma página em branco.

Steve estava com um bom pressentimento sobre aquele ano, já havia conhecido pessoas que aparentavam ser simpáticas no primeiro dia e logo poderia reencontrar Tony. E algo lhe dizia que ele poderia estar mais perto do que imaginava.


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Notas finais do capítulo

Agora vou focar mais nas interações dos personagens, e no próximo vamos ver os meninos contando como foi o verão deles.

Até a próxima!!



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