Laços de Sangue escrita por Mel Dobrev


Capítulo 29
Como você pode me ajudar?


Notas iniciais do capítulo

Boa noite lindezas... Mais um capítulo. :)
Sei que estou um dia atrasada, mas esse capítulo foi muito longo. I'm Sorry.
Ótima leitura.



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Caroline estava aflita e pela primeira vez na vida rezava internamente para que sua intuição estivesse errada, mas pelo olhar de confirmação de Damon ela estava certíssima.

— Damon me fale que isso é um engano, me fale que ele tem problemas com bebidas ou sei lá o que. – Elena pedia a Damon nervosa.

— Elena a Barbie tem razão, Stefan deve estar usando algum tipo de droga. – Damon disse sério.

— Algum tipo? Que tipo? Remédios? – Elena queria saber a gravidade da situação.

— Creio que algo mais severo. – Damon se limitou a responder.

— Algo com cheiro muito forte, porque ontem quando ele voltou do banheiro ele estava com os olhos irritados e com um cheiro muito estranho, questionei ele e ele ficou todo nervoso. – Caroline relembrou.

— E por que você não me disse isso? – Elena estava muito assustada com tudo aquilo.

— Porque na hora pensei que ele estava chorando, sei lá. – Caroline tentou se explicar.

— Não vai adiantar nada ficarmos aqui tentando saber o que ele está usando ou não, temos que intervir de algum jeito. – Damon advertiu.

— E você? Por que não contou para nós sobre essa sua desconfiança? – Elena disparou num ton alto contra Damon.

— Ei, calma ai garota. Eu estou falando agora e olha só como você está reagindo?

— Estou reagindo assim porque eu não acredito nisso, o Stefan que eu conheço jamais faria isso. – Elena falou se exaltando.

— Engraçado que a Elena que ele conhecia também jamais trairia ele né? – Damon retribuiu entre dentes para Elena.

— Você nunca vai cansar de jogar isso na minha cara né? Eu errei, tanto com ele quanto com você, mas já pedi desculpas e estou pagando até agora. – Elena respirou fundo e continuou encarando Damon.

— Só quero lhe mostrar que nem sempre as pessoas são o que parecem ser. – Damon alfinetou.

— Dá para vocês deixar para brigarem outra hora e se preocuparem com o Stefan por favor? – Caroline se intrometeu observando que se não intervisse aquela conversa iria demorar a terminar.

— Eu vou subir agora e perguntar para ele se tudo isso é verdade. – Elena se pôs a subir as escadas, mas Damon a segurou pelo braço.

— Ficou doida? Vai subir lá e falar o que? Ah meu amor seu primo/irmão acabou de me contar que você está usando drogas, isso é verdade? – Damon falava tentando imitar Elena.

— Ele vai ser franco comigo. – Elena respondeu seca.

— Ah claro que sim. Elena ele ainda está magoado contigo, e pro Stefan isso tudo é muito vergonhoso. É como perguntar a um padre se ele quer namorar. A resposta vai ser não, mas o desejo está ali. – Damon explicava um pouco exaltado.

— Elena infelizmente eu concordo com o Damon, acho melhor nós não confrontarmos ele, pelo menos por enquanto. – Caroline disse.

— Tá bom. – Elena se desvencilhou da mão de Damon com uma certa raiva e foi procurar Tyler para pegar algum remédio para a dor de cabeça de Stefan.

— Obrigada Barbie. – Damon agradeceu Caroline por pela primeira vez ficar do seu lado.

— Não me agradeça ainda. Quero saber como iremos ajudar o Stefan. – Caroline questionou.

— Ele não irá se abrir com ninguém, a não ser você. – Damon pontuou.

— Eu? – Caroline perguntou surpresa.

— Sim. Você e a Lexi são as únicas amigas que ele tem, no momento a Lexi está viajando então só resta você. Não quer tanto salvar ele? Então aqui está sua chance, converse com ele e faça ele se abrir.

— Mas e se ele ficar bravo? For rude comigo? – Caroline estava com medo de colocar sua amizade em risco, logo agora que parecia que as coisas estava indo bem entre ela e Stefan.

— Seja com ele também. Se ele gritar, grite mais alto ainda. Pense que é pelo bem dele. Quando você descobrir o que ele está consumindo você me avisa e eu entro em ação. – Damon garantiu.

— Preciso de um favor. – Caroline falou um pouco receosa.

— Fale.

— Preciso que me passe o número do telefone do Klaus. – Caroline pediu quase que sussurrando a Damon.

—  O que? Eu não ouvi direito, fale mais alto. Como? O telefone do KLAUS? – Damon estava se fazendo de desentendido, pois adorava provocar Caroline. Caroline colocou a mão na boca de Damon e falou:

— Fale baixo. O Tyler não pode nem sonhar que eu estou lhe pedindo isso.

— Huum, o garanhão não está dando conta? – Damon perguntou com um olhar malicioso.

— Como você é idiota. Digamos que eu tenha que devolver um certo presente que ganhei, pois não posso ficar. – Caroline explicou enquanto copiava em seu celular o número de Klaus do celular de Damon.

— Entendi. Já vou avisando que ele não aceita devoluções.

— O problema é dele, se não aceitar vai pro lixo. – Caroline deu de ombros.

— Você que sabe. Sobre o Stefan me mantem informado. – Damon pediu.

— Ok. – Caroline acompanhou Damon até a porta e foi procurar Elena para ver se ela estava mais calma.

Caroline encontrou Elena saindo do quarto aonde Stefan estava hospedado e já pensou o pior.

— Me diga que você não confrontou ele? – Caroline perguntou.

— Claro que não. Fui levar o remédio de dor de cabeça para ele, porém ele já tinha pegado no sono. Só cobri ele com uma manta e sai. – Elena se justificou.

— E você vai aonde? Já está escurecendo. – Caroline estava muito preocupada com Elena.

— Caroline eu não acredito em nenhuma palavra do que o Damon disse, eu vou conversar com quem realmente conhece o Stefan, com a mãe dele. – Elena disse firme, bem segura de que Lily lhe daria uma luz.

— Elena vê lá o que você vai falar para ela. Cuidado para não causar mais problemas.

— Caroline eu não acredito que você está levando a sério o que o Damon disse? – Elena não conseguia acreditar que o Stefan que a poucos parecia tão frágil e retornado a ser aquele cara que ela se apaixonou perdidamente estaria usando algo desse tipo.

— Elena eu realmente quero que tudo isso seja mentira, mas os fatos estão ai, tudo se encaixa. Somente porre de bebida não ia deixar o Stefan nesse estado, desnorteado, sem saber aonde estava ou o que fez durante dias. Eu sei que é uma bomba, mais tudo faz sentido amiga. – Caroline observava a expressão de decepção de sua amiga.

— Só vou acreditar quando ele ou a mãe dele me disserem. – Elena desceu as escadas apressada deixando Caroline parada, observando a amiga “fugir” para a mansão dos Salvatores.

(...)

Elena chegou a casa dos Salvatores e foi bem recebida por Giuseppe e Lily que já estavam morrendo de saudades da garota. Lily fez questão de que Elena jantasse com eles e ela aceitou. Durante o jantar o trio conversou sobre os últimos acontecimentos na família e Elena perceberá que sempre que tocava no nome de Damon Giuseppe ficava um pouco desconfortável, talvez fosse porque ele era filho de Lily com outro home ou talvez fosse só coisa da cabeça de Elena. Elena lhes contou aonde Stefan estava, contou sobre a bebida, porém deixou para falar da parte das drogas somente com Lily, pois se fosse verdade ela sabia muito bem que Giuseppe era muito rígido e crucificaria Stefan para sempre.

Depois do jantar Giuseppe foi para o escritório tratar de alguns assuntos e Lily ficou conversando com Elena na sala de visitas, Elena aproveitou para contar tudo o que realmente estava se passando com Stefan e sobre a suspeita que Damon e Caroline havia levantado.

— Elena eu sabia que havia algo de errado, meu coração não se engana. Eu ando tão triste, tão angustiada nesses últimos dias, e agora sei que é por causa do meu doce menino. – Lily falava deixando algumas lágrimas cair.

— Lily não fica assim, o Stefan está se estabilizando, ele já está até falando comigo. – Elena tentava acalmar Lily.

— Eu sempre soube que ele iria falar logo contigo Elena, afinal ele te ama. – Lily tentava dar um fraco sorriso a Elena.

— Lily mas essa história de drogas o que você acha? Por que eu não acredito no Damon.

— Olha Elena, o Damon pode ser o que for, mas desde pequeno ele sempre foi bem honesto, tanto o Stefan quanto ele. Porém o Stefan estar usando drogas eu sinceramente não sei o que pensar. – Lily enxugou as lágrimas e tentou raciocinar. – O Stefan nunca se envolveu com esse tipo de coisa, sempre foi certinho, nunca fumou, só de vez em quando bebia, mas em festas. Agora o Damon sempre gostou de beber mais. – Lily continuou.

— Então você acha que por tudo que o Stefan passou nesses últimos dias ele pode sim estar usando? – Elena queria uma resposta mais convincente.

— Elena o Stefan é um doce de menino, porém no dia que ele estava brigando com o Damon eu o vi transtornado, com tanta raiva, que se eu não o tivesse parado era capaz dele ter cometido uma loucura. A raiva cega ele Elena, ele estava com tanta dor, tão magoado, que eu não sei o que ele anda fazendo para curar toda essa magoa. – Lily concluiu.

— Lily e como podemos ajudar ele? – Elena agora sim estava desesperada.

— Um começo seria ele ficar cercado de pessoas que realmente se importam com ele, como você, Caroline, o namorado dela. Assim ele se distrai e não vai precisar procurar um escape. – Lily tentava achar uma solução para tudo aquilo.

— Você tem razão, mas o ruim é que agora a Caroline e o Tyler irão viajar para comemorar o ano novo. Então não sei se o Stefan vai querer ficar me vendo todos os dias, porque nós estamos nos falando, mas ele ainda está confuso em relação a nós. – Elena explicava.

— Entendi. E você vai ficar sozinha no campus?

— Na verdade vou ficar na casa da Caroline, pois o campus vai fechar amanhã de tarde e só reabre lá para segunda semana de janeiro. Vai ser um pouco estranho ficar na casa dela sem ela, mas a mãe dela é um amor de pessoa.

— Por que você não vem ficar aqui comigo? – Lily perguntou animada.

— Eu aqui com você? – Elena ficou muito surpresa com aquela proposta.

— Sim. Giuseppe depois de amanhã irá viajar e só retorna depois do ano novo, ficarei sozinha nessa casa enorme. Sem nenhum dos meu filhos, vai por favor vem ficar comigo? – Lily suplicou a Elena.

— Eu não sei, não quero dar trabalho. – Elena estava um pouco constrangida.

— Não será trabalho nenhum. Será um grande presente para mim. E você pode ficar no quarto do Stefan. – Lily disse finalizando com uma piscadinha para Elena.

— Mas será que o Sr. Giuseppe vai aceitar eu ficar aqui duas semanas?

— Claro que sim, ele te adora e vai gostar mais ainda porque eu não vou ficar sozinha. – Lily agora parecia estar radiante novamente.

— Olha eu vou conversar primeiro com a Caroline e com a mãe dela, ai eu falo com a senhora ok?

— Senhora está no céu. – Lily falou revirando os olhos para Elena e isso fez com que a garota soltasse uma gargalhada.

— Amanhã mesmo já vou pedir para trocarem as roupas de cama e darem uma arrumada no quarto do Stefan. Quem sabe ele sabendo que você está aqui ele queira vim fazer uma visitinha? – Lily fantasiava.

Elena e Lily ficaram conversando mais alguns minutos até que Elena resolveu ir para casa de Tyler para ver Stefan e pegar Caroline. Ao chegar na mansão dos Lockwood Elena contou toda a conversa que teve com Lily para Caroline e Tyler e contou também sobre o convite para que ela passasse as duas semanas seguintes na casa dos Salvatores, a princípio Caroline não gostou nada da ideia e tentou fazer chantagem com Elena, porém ela percebeu que sua amiga também precisava de companhia nesse meio tempo que ela iria viajar e a Sra. Salvatore e Elena se davam tão bem, porque não passarem um tempo juntas? Assim Caroline acabou dando o braço a torcer e deu “permissão” para a amiga se instalar na casa dos Salvatores durante o período que o campus iria ficar de recesso. Caroline e Tyler aproveitaram e contaram para Elena que Stefan acordou chamando por ela e que passou muito mal, ficou vomitando tudo o que ingeria e só melhorou quando Caroline o convenceu a tomar um soro caseiro. Depois disso Stefan tomou outro banho e voltou a dormir. Antes de ir embora Elena passou no quarto de Stefan e ficou alguns minutos acariciando seus cabelos enquanto observava aquele cara num sono profundo. Elena sentia um aperto imenso no coração, ela pensava que o inicio de tudo aquilo tinha sido ela, tudo tinha sido culpa dela. Se ela não tivesse ficado com Damon ele não estaria naquele estado, ele estaria magoado por saber que Lily escondeu um segredo a tantos anos dele, porém ela estaria do lado dele para apoia – ló, para conforta – ló, ele jamais se envolveria com algo errado se ela estivesse por perto. Como ela queria voltar no tempo e fazer tudo diferente, como ela queria apagar da sua vida a noite que trocou caricias com Damon, ela só queria ser capaz de tirar toda dor que Stefan estava sentindo.

(...)

No dia seguinte Elena acordou cedo e foi até o campus buscar algumas roupas para levar para casa dos Salvatores, já Caroline ficou fazendo as malas para a viagem e mais tarde Tyler passaria para busca – lá para almoçarem juntos com Stefan em sua casa.

Elena no caminho para mansão dos Salvadores resolveu dar uma passada na casa de Tyler para verificar como Stefan estava. Chegando lá foi recebida pela Sra. Lockwood que informou a Elena que Tyler havia acabado de sair para buscar Caroline. Elena ficou conversando por algum tempo com a mãe de Tyler e depois foi até o jardim aonde Stefan estava bem concentrado construindo uma pista de carros juntamente com dois priminhos de Tyler. Elena ficou observando de longe a interação de Stefan com as crianças, aquele sim era o Stefan que ela conhecia, o Stefan que ela havia se encantado. Elena se aproximou aos poucos e perguntou:

— Será que posso ajudar também? – Elena ficou parada olhando para Stefan. Ele a olhou surpreso, e sentiu uma onda de sentimentos lhe invadir.

— Não sabia que você ia vim almoçar aqui hoje. – Stefan se levantou e se aproximou de Elena.

— Na verdade não vou, só passei para saber se você está melhor. – Elena podia escutar os garotinhos cochichando e sabia que era sobre ela.

— Estou melhor sim, ontem passei um pouco mal, mas agora estou bem. – Stefan disse tentando não transparecer que a presença de Elena mexia com ele, e como mexia.

— Que ótimo então. É muito bom você se ocupar, não ficar só no quarto, e vejo que você está fazendo um bom trabalho. – Elena apontava para a pista de carros recém construída que as crianças já estavam colocando seus carrinhos.

— Na verdade eles que fizeram a grande parte, eu só dei algumas ideias. – Stefan disse exibindo um sorriso meio tímido.

— Tio Stefan vocês tem filhos? – Um dos menininhos perguntou.

— Não, não temos filhos Christopher. – Stefan respondeu educadamente.

— Por que tio? Vocês ainda não encontraram a cegonha certa? – O outro menininho questionou. Elena e Stefan trocaram um olhar confidencial e ambos riram daquela situação.

— Para de ser bobo, bebês não vem da cegonha. Eu sou bem inteligente, o tio Stefan tem que dar para a namorada dele uma sementinha de melancia, ai ela engole e a barriga dela cresce. – Christopher respondeu achando que sabia demais. Elena não sabia o que dizer, apenas sorria daquela inocência e Stefan se pôs a responder:

— Meninos eu e a tia Elena não temos filhos ainda porque primeiro temos que casar, só depois de casar é que se pode ter filhos. – Stefan respondeu como se fosse uma coisa bem simples.

— Ah entendemos tio. – Christopher respondeu.

— Bom eu vou deixar você ai com esses dois meninos super inteligentes e vou indo. – Elena disse dando um abraço nos garotos.

— Eu te levo até a porta, vamos. – Stefan foi indo atrás de Elena até que Christopher chamou sua atenção.

— Ei, tio Stefan volte rápido. Ainda tem muito trabalho para fazer. Não é para ficar de beijinhos hein? Estamos de olho. – Christopher disse encarando Stefan e Elena com as mãos na cintura. Stefan olhou para Elena, balançou a cabeça e voltou a caminhar para a porta principal, Elena só conseguia rir diante daquela situação toda. Chegando na porta Stefan foi mais além e levou a garota até seu carro.

— Essas crianças são fogo. – Elena quebrou o silêncio.

— Elas são demais. – Stefan disse dando risada.

— Que saudades de ver esse sorriso. – Elena pensou e falou na mesma hora. Stefan conteve o sorriso e ficou imerso no olhar de Elena.

— Posso te abraçar? – Stefan perguntou meio receoso. Elena assentiu positivamente e foi para abraça – ló. Stefan a abraçou como se sua vida dependesse daquilo, envolveu a garota em seus braços firmemente agarrando parte dos cabelos de sua amada.

— Você não precisa me pedir permissão para de dar um abraço. – Elena falava para Stefan ainda abraçados. Stefan balançava a cabeça mostrando que estava ouvindo.

— Você pode contar comigo para tudo Stefan, eu estou aqui para você, por você. – Elena continuava. Stefan precisava ouvir aquelas palavras, precisava sentir o toque dela. Ele sentiu seus olhos se enxerem de lágrimas e segurou a emoção, respirou fundo e retornou o olhar para Elena.

— Vai passar aqui mais tarde? – Stefan perguntou mantendo suas mãos no rosto de Elena.

— Passo sim. Aproveite a tarde com a Caroline e o Tyler. – Elena disse dando um beijo no rosto de Stefan e entrando no carro. Stefan permaneceu ali até ver Elena desaparecer de vez.

Não demorou muito e Tyler chegou com Caroline para o almoço. Stefan estava aparentemente melhor do que o dia anterior, e Caroline agradeceu a Deus mentalmente. Durante o almoço todos conversavam animadamente sobre a viagem de Tyler e Caroline e descobriram que os pais de Tyler também iriam viajar. O Sr. e a Sra. Lockwood disseram que Stefan poderiam ficar na casa sem problemas, porém Stefan não ia se sentir confortável naquela mansão sozinho, que por incrível que parecesse era bem maior que a sua. Então ele resolveu ir na cidade para ver quais hotéis ainda estavam disponíveis para que ele pudessem alugar um quarto durante esse período e claro que para ele não ir sozinho com medo de que ele sumisse novamente Caroline foi junto deixando Tyler arrumando os últimos preparativos para a viagem.

Stefan e Caroline passaram boa parte da tarde procurando um hotel, já que a cidade estava lotada e por conta disso os hotéis também, porém por sorte acharam um hotel bem próximo do centro. Stefan aproveitou para dar algumas dicar a Caroline na hora de dirigir, já que ela estava se preparando para tirar sua primeira habilitação. Os dois amigos passaram o resto da tarde conversando numa lanchonete aonde pararam para comer e foi ali que Caroline sentiu segurança para tentar fazer com que Stefan se abrisse com ela.

— Stefan mas você está bem mesmo? Porque ontem você passou muito mal, você se lembra? – Caroline indagava.

— Lembro sim. Eu acho que foi devido a ressaca. – Stefan respondeu sem conseguir olhar nos olhos de Caroline e ela percebeu.

— Será que foi só isso mesmo? – Caroline soltou as palavras, agora ela não podia voltar mais atrás.

— Como assim? – Stefan a encarrou sério.

— Stefan eu sou sua amiga e você pode falar comigo sobre o que você quiser. – Caroline avisou pegando na mão de Stefan que estava sobre a mesa.

— Eu sei disso, e agradeço muito você estar sempre por perto. – Stefan disse dando um pequeno sorriso.

— Mas como sua amiga você sabe que eu tenho que ser chata né? – Caroline fez uma careta.

— Oh se sei. – Stefan retribuiu a careta e os dois riram.

— Sério. O que você não está me contando? – Caroline insistiu.

— Nada Caroline. – Stefan respondeu um pouco incomodado.

— Stefan por favor, eu te conheço e sei quando está escondendo algo. – Caroline o encarou.

— Caroline na boa, eu não estou afim de ouvir seu papo psicóloga. De verdade obrigado por você estar sempre querendo me salvar, mas da minha vida cuido eu. – Stefan disse se levantando.

— Até mesmo quando você está usando substâncias que podem destruir a sua vida? – Caroline falou segurando o braço de Stefan. Stefan a olhou surpreso.

— Obrigada por estragar minha refeição. – Stefan falou e saiu deixando Caroline sozinha na mesa. Caroline sentiu uma enorme vontade de chorar, mas engoliu o choro e foi atrás de Stefan. Stefan estava caminhando em direção ao carro quando escutou Caroline atrás dele.

— Então é assim? Quando alguém fala algo que você não quer responder você sai, some? É isso? – Caroline questionou. Stefan continuou andando tentando não dar ouvidos a loura.

— Agora vai fingir que não está me escutando é? Stefan você está sendo infantil, eu sou sua amiga e estou aqui para te ajudar, eu quero te ajudar. – Caroline continuou.

— Caroline você não percebeu que não tem como você me ajudar? Como você vai ajudar alguém que é viciado em drogas? – Stefan se virou e jogou as palavras com toda sua força em cima de Caroline. Caroline por um instante ficou imóvel, porém ela se lembrou do conselho de Damon e acatou.

— Vou te ajudar se você falar comigo. – Caroline retrucou no mesmo ton de voz.

— Caroline não grite comigo. – Stefan disse entre dentes.

— Então não grite comigo também. – Caroline continuou firme. Caroline percebeu os olhos de Stefan se enxerem de lágrimas e ela não aguentou indo de encontro com ele e o abraçando. Stefan agarrou Caroline e chorou ainda mais.

— Stefan eu não imaginei que estava sendo tão difícil. – Caroline falava.

— Só assim eu consigo seguir Caroline, só com isso. – Stefan falava entre o choro.

— Me fale o que você está usando. – Caroline pediu enxugando as lágrimas do rosto de Stefan.

— Comecei com Maconha, mas isso só me fazia ficar numa vibe legal, ai experimentei cocaína. Isso me deixou tão fora de mim que era como se eu nunca tivesse conhecido a Elena, como se eu nunca tivesse sentido nenhuma dor, pensei que usando uma vez eu poderia parar, mas me enganei. – Stefan estava com tanta vergonha de estar admitindo tudo aquilo para Caroline, mas naquela altura da sua vida ele sabia que era ela a única que ele poderia confiar.

— E você usou quantas vezes? – Caroline ouvia com atenção.

— Usei no domingo depois que eu briguei com o Damon, depois eu não me lembro o que eu fiz, lembro apenas de flashs, lembro de você e o Tyler tentando me colocarem no carro, depois me lembro de tudo, do quarto, da conversa com a Elena, da nossa conversa de manhã. – Stefan abraçava Caroline novamente e chorava mais.

— E na noite do Natal você também usou? – Caroline perguntou.

— Sim. Essa que eu me lembre foi a segunda vez. Eu tentei ficar firme, seguir em frente, mas vê a Elena ali trouxe tudo à tona, toda a dor veio tão forte, tão avassaladora que eu só queria esquecer, ficar relaxado, ai observei um conhecido no meio da multidão e me distanciei para comprar com ele e fui usar no banheiro. – Stefan procurava fôlego para contar tudo a Caroline.

— E desde então não usou mais?

— Não. Depois do que você me disse na cachoeira eu me senti tão mal, tão envergonhado que ali eu decidi não usar mais, mas Caroline eu não vou negar a você a vontade está aqui, eu sinto muita vontade, é um jeito de esquecer tudo, quando eu uso eu não sinto nada, não sinto a decepção, não sinto meu coração sendo estraçalhado, não sinto raiva. – Stefan desabafava com Caroline agora sentado no chão juntamente com sua amiga.

— Eu sei que parece que um furação passou na sua vida meu amigo, eu sei que a mulher que você ama te magoou profundamente, eu sei que seu melhor amigo agora é seu irmão e traiu sua confiança. De verdade eu sei que tudo isso é muito, é sufocante, é devastador. – Caroline sentia tanta pena de Stefan, ele era um cara tão do bem, que sempre esteve do seu lado, sempre foi um namorado excelente, o que ele tinha feito para merecer tudo aquilo?

— Você não tem ideia do quanto dói Caroline. Eu amo tanto ela, mas tanto. Ontem eu fui fraco e me permitir sentir novamente os lábios dela, eu precisava daquilo, você me entende?

— Mas é claro que eu te entendo. E fraco? Oie? Você foi muito forte, forte para se aproximar novamente do que te machucou profundamente. – Caroline entrelaçava sua mão com a de Stefan e continuava... – Eu sei que essa ferida que você tem no coração não vai curar assim tão rápido, não vai passar daqui um dia ou dois, mas não vai adiantar nada você ficar usando essas substâncias para trapacear essa dor.

— Caroline minha vontade era esquecer tudo, deixar tudo de lado e continuar minha vida com ela.

— Você a ama tanto não é? – Caroline achava tão bonito o amor entre Stefan e Elena, eles eram tão épicos.

— Amo demais. Não vejo meu futuro com nenhuma outra mulher, mesmo que ela tenha me magoado desse jeito.

— Stefan dá mais uma chance para vocês dois. Lógico que não agora porque você está confuso, mas se ela te faz bem se aproxima como amigo, tenta dissolver toda essa magoa, essa raiva, tanto dela quanto do Damon. Só assim você vai conseguir seguir em paz.

— Mas eu sinto vontade de usar como um escape. Não sei o que fazer para parar. – Stefan confessou.

— Eu vou te ajudar. Pode contar comigo e com o Tyler.

— Não. Por favor. Eu contei para você porque agora você é a única pessoa que eu confio. Tudo isso é muito vergonho para mim, eu me sinto um lixo por usar esse tipo de coisa. Por favor me prometa que não irá contar para ninguém. – Stefan pediu a Caroline se levantando do chão e ajudando ela a se levantar.

— Prometo se você me prometer que irá procurar ajuda.

— Tipo uma clínica?

— Exatamente. Como você está no começo não vai precisar ficar internado e essas coisas, mas vai em uma procurar uma orientação. Se você quiser eu vou contigo.

— Ok. Acordo feito. – Stefan estendeu a mão para Caroline para firma uma espécie de acordo.

— Amigos selam acordo com abraços. – Caroline disse e já foi abraçando Stefan que retribuiu.

— Obrigado por você ser você e ser uma ótima melhor amiga. – Stefan sussurrou no ouvido de Caroline.

— Obrigada você por me ouvir e confiar em mim. – Caroline disse dando um beijo no rosto de seu amigo.

— Agora vamos voltar porque você tem que terminar de ver as coisas para a viagem. – Stefan lembrou Caroline.

— Verdade. Vamos na clínica quando eu voltar?

— Sim, mas eu já vou pesquisando algumas mais perto. – Stefan foi dando partida no carro.

— Stefan é sério, me prometa que vai ficar longe disso. – Caroline pediu séria.

— Prometo. Vou fazer de tudo para não usar.

— Tenta se distrair com algo, vai no shopping, no cinema, vai viajar, vai passear com a Elena. – Caroline disse dando um grande sorriso.

— Não vamos falar mais na Elena ok?

— Ah, como amigo. Vocês podem sair como amigos certo? – Caroline queria juntar novamente o casal.

— Vontade não me falta, e você sabe muito bem disso. Sinto tanta saudade dela, do cheiro dela, do toque dela, dos beijos...

— Tá bom, me poupe dos detalhes. – Caroline interrompeu Stefan. Stefan deu risada.

— Voltando ao que eu estava falando, eu sinto muito a falta da Elena, mas não sei se é uma boa ideia eu ficar perto dela por agora. Agora que eu estou vulnerável.

— Eu acho que é uma ótima hora. – Caroline falava com um certo olhar malicioso.

— Caroline, Caroline. Vou pensar no seu caso ok?

— Ok. – Caroline sorriu satisfeita.   

 


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Amo a amizade do Stefan e da Caroline. Será que Stefan vai conseguir sair dessa? Até o próximo capítulo. Xoxo

— Músicas:

— Momento Stelena (Carly Rae Jepsen – Your heart is a muscle)

— Conversa entre Caroline e Stefan (MIIA – Dynasty)



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