Minguante escrita por JennyMNZ


Capítulo 18
Life Goes On, People Sing Their Songs


Notas iniciais do capítulo

Tempo de pandemia dá nisso, gente. So sorry pelo sumiço. Mas nada temam, estou de volta e agora não mais demoro, já que TODOS OS CAPÍTULOS RESTANTES JÁ ESTÃO TRADUZIDOS!!!!!!

Então, depois de tanto tempo só com aquele capítulo feliz e um final triste, fiquem com esse novinho que é feliz e triste do começo ao fim.

Tchauzinho e lavem as mãos ♥



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Jung vai para a assembleia da manhã esperando sua morte.

Não que ele pense que vá realmente morrer lá, mas à essa altura ele sabe o quão intenso o menor dos problemas se torna quando se está na assembleia do Rei, cercado pelos olhos curiosos dos ministros e dos líderes de cada clã. O salão da Sala do Trono é um como um ajuntamento de mercadores, que avaliam um pedaço de carne ou um saco de batatas, Hae Soo lhe disse uma vez, e eles protegem ou rejeitam de acordo com as suas próprias necessidades; as vidas dos outros pouco valiam para os líderes dos clãs ricos. Então, enquanto caminha para o local, ele repete para si mesmo que esse lugar é perigoso e que ele vai só conseguir manter sua vida se ativar seus sentidos de batalha e se manter alerta.

Por fora, no entanto, ele mantém a postura fria. O olhar sereno de um general com controle total sobre o campo de batalha.

Para ser sincero, Jung preferiria muito mais ir para o campo de batalha.

Mas o campo de batalha não precisa dele agora. Hae Soo precisa, e a filha dela, Seol. Mesmo seu irmão, apesar de ser o rei e tudo, não pode tomar as rédeas da situação e resolver tudo sozinho, então ele precisa dele também. Eles precisam dele, mesmo embora So e Soo estejam sendo teimosos demais para perceber.

Eles precisam que ele faça a coisa certa, e Jung fará, mesmo que pareça que vai morrer no processo.

Para ser sincero, Jung não sabe muito bem os detalhes do processo.

Quando ele pára em frente às portas do salão, ouvindo as vozes do Rei e dos demais presentes ressoar, ele finalmente se toca de que foi para Songak sem ter ideia do que está acontecendo.

Ele sabe que So e Baek Ah inventaram uma história sobre ele, para justificar seu perdão, mas Jung nunca se incomodou em saber os detalhes. Ele estava sempre revoltado demais ou preocupado demais com outras partes do plano longo e complicado de Hae Soo, que envolviam ele levar um bebê para casa e se tornar um pai sem sequer se casar primeiro. Ele nunca estava com humor para prestar atenção nessas coisas.

Agora ele só se xinga silenciosamente, forçando a cabeça a lembrar de qualquer parte da história que Baek Ah tentou lhe passar uma vez. A história que ele se esqueceu completamente de pedir mais detalhes sobre ao seu irmão quando ele foi lhe passar o aviso.

Eu descobri um espião ou desfiz um golpe?

Mas antes que ele consiga se lembrar, as portas se abrem e ele precisa entrar.

Eu realmente espero que Pyeha não me faça relatar minha conquista.

Já faz um tempo desde que ele caminhou diante dos ministros e líderes de clã antes de se ajoelhar perante o Rei. Ele não pode negar que está um pouco fora de forma, uma vez que a atmosfera esmagadora e silenciosa faz seus poucos passos parecerem uma caminhada sobre brasas. E quando ele se ajoelha, seu coração acelerado ensurdece seus ouvidos.

— 14º Príncipe Wang Jung, — a voz do Rei finalmente ressoa pelo recinto, e Jung admira em silêncio o quão diferente ele soa comparado com as últimas vezes que eles se viram, quando ele ia visitar Hae Soo e a filha deles, — Eu pensei que você fosse chegar mais cedo.

— Minhas desculpas, Pyeha, — ele ainda se lembra do protocolo e não olha diretamente para o homem sentado no trono, — Fui obrigado a viajar devagar, uma vez que vinha com companhia delicada.

Jung quase consegue imaginar qual é a expressão no rosto de seu irmão, embora ele nunca tenha visto So imperturbável durante as reuniões. Antes de ir para o palácio ele cogitou se devia mandar algum tipo de mensagem para explicar seu atraso, mas para tudo funcionar direito, seria melhor que So ficasse um pouco surpreso quando Jung contasse as novas.

Agora, se ele ia mesmo morrer era uma preocupação para mais tarde.

— Temo não entender, — a voz confusa de So corta o breve momento de silêncio, sem nunca perder seu volume imponente. Suas palavras parecem refletir a pergunta nos olhos dos espectadores, e Jung sabe que esse momento irá definir tudo.

E ainda assim, ele está completamente à vontade.

Ele reconhece uma estratégia vitoriosa quando vê uma. E, mesmo que custe sua vida, esse plano definitivamente vai funcionar.

— Eu tomei um bebê para criar na minha casa, Pyeha, — Jung responde levemente, tentando medir o humor de So sem vê-lo. Mais uma pausa breve e mais um murmúrio confuso entre os observadores, e Jung precisa segurar o riso.

— Algum motivo para esse ato súbito? — Somente Jung consegue notar e entender a inquietação na pergunta do Rei.

— Foi uma benção enviada pelos Céus. Fui guiado à casa de uma pobre família bem a tempo de salvar a vida de uma garotinha e ouvir as últimas palavras de sua mãe, — a mentira que Jung ensaiou corre com fluidez de seus lábios, — E embora meu plano inicial fosse o de encontrar um novo lar para o bebê, bastou um dia para que eu me cativasse por completo e decidisse adotá-la.

A história comovente faz todos os presentes murmurarem num tom aprovador, sorrindo para o generoso príncipe de coração bondoso (ele também consegue ouvir “ingênuo” e “inocente” por entre os sussurros) e seu grande gesto. Mas a única preocupação de Jung é o homem sentado no trono, para quem ele não pode olhar em nenhuma circunstância.

— E pelo que eu entendi você a trouxe consigo, — a voz de So agora está completamente velada com o tom polido, distante e frio, completamente recuperado da surpresa de Jung.

— Sim, pois ela ainda não está inteiramente acomodada em casa, — Jung dá uma pausa e respira fundo antes de continuar, — Eu decidi que seria apropriado apresentá-la a você primeiro.

— Imagino que ela está sob os cuidados adequados enquanto você participa dessa reunião? — A ameaça não passa despercebida por Jung, mesmo que as palavras do Rei não sejam intimidadoras.

— Sim, eu já cuidei disso.

— Muito bem, — So põe um fim no assunto e volta a nomear mais uma vez o número de coisas que o 14º Príncipe Wang Jung fez pela coroa. E mais uma vez a mente de Jung está longe demais para prestar atenção nos detalhes inventados por So e Baek Ah para permitir que ele viaje livremente pelo país.

No entanto, no instante em que as palavras “pôr um fim no golpe” chegam aos seus ouvidos, sua cabeça volta pro lugar.

 

 

Depois que a reunião é encerrada e os ministros começam a se espalhar pelo palácio, So, sem dizer uma palavra, ordena que Jung o siga. O silêncio continua enquanto eles caminham pelos corredores, seguidos por uma longa fila de eunucos e damas da corte, e Jung começa a se preocupar com o que seu irmão está pensando.

Deve haver algum tipo de sinal entre o Rei e sua comitiva de servos, um muito secreto e discreto. Em algum momento da rota todas as pessoas que os seguiam param de andar ao mesmo tempo e ficam em suas posições, sem nenhuma palavra de So ou um gesto visível. Surpreso pelo comportamento que ele nunca tinha se dado ao trabalho de notar nos servos do palácio, ele acaba não percebendo para onde eles estão indo até que seu irmão também para de andar.

Jung pára em frente a ele, finalmente notando que eles estão no meio da muralha leste do palácio. O que é ótimo, porque as muralhas provavelmente são o lugar mais seguro para essa conversa sem arriscar serem ouvidos. Mas também não é tão ótimo porque as muralhas também são o melhor lugar para se livrar de alguém sem levantar suspeitas.

Pela primeira vez no dia, Jung encontra os olhos de seu irmão. Eles não estão muito felizes, mas isso era esperado.

Anos atrás aquele mesmo olhar fuzilante vindo de seu pai teria feito Jung recuar e baixar a cabeça. Mas agora ele é um Grande General, e ele também sabe fuzilar os outros com o olhar. Então quando o Rei finalmente fala, ele não se encolhe e não mostra sinais de estar afetado.

— Isso foi imprudente, — So grunhe numa voz grave.

— Não precisa agradecer, — Jung retruca num tom de voz parecido.

Um suspiro longo mostra que seu irmão não está satisfeito. Mas não é como se isso fosse impedi-lo e So sabe, então ele muda de estratégia.

— Você devia ter me contado, — ele tenta argumentar, mas Jung desconversa rapidamente.

— Você não teria deixado.

— Por um bom motivo.

— Ela merece conhecer vocês, — é difícil para Jung conter sua frustração, e é preciso todo o seu autocontrole para ele não gritar com seu irmão e deixar o palácio inteiro saber do que eles estão falando, — E vocês dois merecem conhecê-la. Mesmo que não possa assumi-la como sua, você pode tê-la por perto.

Há um momento de silêncio entre eles enquanto So desvia os olhos para a enorme construção à frente, com uma expressão que Jung não consegue entender muito bem.

Então, quando So finalmente fala novamente, sua voz tem um tom inteiramente diferente.

— Não é bom criá-la aqui.

Jung consegue entender suas preocupações, então ele rapidamente oferece a solução que encontrou.

— Ela ainda é um bebê. Quando for a hora, ela vai se mudar para Chungju, mas mesmo assim ela virá visitar o Rei com frequência.

Assim ela não vai se tornar uma vítima sofrida e cicatrizada nem uma cobra astuta e manipuladora.

Assim ela vai continuar pura e longe do alcance da vida do palácio, e ainda poder saber quem foram os pais dela um dia.

Assim todo mundo sai ganhando.

— Jung-ah... — seu irmão tenta protestar, mas Jung nota sua hesitação e sua convicção começando a ceder.

— Você está me dando uma bronca, mas por dentro está feliz, não é?

So não pode negar, e Jung sabe. So está feliz e seu sorriso está quase quebrando sua expressão fria e rígida, e seu pé batendo rapidamente no chão mostra sua ansiedade para ir vê-la nesse instante. Mas ao mesmo tempo ele está com o cenho franzido, e parece estar em conflito. Como se tivesse outra coisa o impedindo.

Mas antes que Jung possa perguntar, So começa a relembrar o passado.

— Eu tentei ajudar Hae Soo a fugir do palácio alguns anos atrás. — Ele continua olhando para o Cheondokjeon, mas seus olhos parecem estar vendo outra cena, — Oh Sanggung até quis levá-la embora uma vez. Mas ela achou que, desde que se dedicasse, ela conseguiria viver bem aqui. E no fim, ela foi torturada e quase executada. — Jung continua em silêncio quando So se vira para ele, os sinais claros de conflito e seus anseios tomando o lugar da máscara que ele usava antes, e seu irmão volta a falar, — Hae Soo me pediu para deixar o palácio uma vez. Eu disse que não e prometi que a faria feliz aqui. E agora ela está morrendo.

Uma parte de Jung tenta entender o que seu irmão quer dizer, tenta pensar no que ele estaria sentido se estivesse no lugar dele. Mas apesar de toda a culpa que So possa seguir, Jung ainda não está convencido pela sua linha de raciocínio.

— As coisas são diferentes agora, — ele argumenta levemente, esperando que isso seja o bastante para convencer seu irmão sem começar outra discussão, — Por que você não a iria querer por perto, mesmo que seja só por um tempo?

— Eu não quero que ela me rejeite.

Como nossa mãe me rejeitou.

Como nossos irmãos me rejeitaram.

Como você me rejeitou.

Jung não pode dizer que ela não vai. E não é só porque ele já rejeitou So antes, mas porque ele não tem como saber com certeza o que vai acontecer no futuro. Palavras vazias não vão tranquilizar seu irmão, e Jung o conhece o suficiente para entender isso. Então ele se pergunta o que Hae Soo faria no seu lugar, e tenta partir daí.

— Então converse com ela, — Jung dá de ombros, sem saber ao certo se é isso o que Hae Soo diria, mas sem outras ideias, — Deixe que ela saiba quem você é.

— Eu não quero que ela saiba o que eu fiz. Isso só vai causar mágoas desnecessárias.

E é aí que a decisão de Jung de ser pacíficos e não perder a calma se vai num piscar de olhos.

— Nós cometemos erros para aprender com eles, não para repetir a história. Você e Hae Soo precisam parar de ficar com medo o tempo todo e olhar para o futuro com esperança. Se não, então por que você virou Rei? — So abre a boca, provavelmente para falar outra besteira, mas Jung rapidamente tira sua chance de falar, — Eu concordo, o palácio é perigoso, então eu vou continuar tomando conta dela. Eu vou seguir o plano de vocês e fazer de tudo para manter a identidade dela em segredo. Mas isso não quer dizer que vocês devem abandoná-la. — Ele para de falar e percebe que So está olhando fixamente para ele, embora sua expressão seja incompreensível, então ele pensa em outro argumento, — E, tecnicamente falando, ela é minha filha agora. Então pronto. Eu que decido pra onde ela vai ou não.

A última parte pode ter passado um pouco dos limites, mas ele já falou, então Jung não tem escolha a não ser manter sua posição firme. Ele encara os olhos duros e frios do Rei.

— Eu poderia te banir de novo, — So diz numa voz cristalina, mas Jung só dá de ombros para sua ameaça.

— Isso nunca me impediu de vir aqui antes.

Ele esperava por diversas reações do seu irmão, mas Jung ainda fica surpreso quando vê So sorrir.

— Jung-ah.

— O quê?

O tapa de leve no seu ombro o faz se encolher, mas So continua a sorrir e fala baixinho.

— Obrigado.

 

 

 — Você é a ama do bebê? — So pergunta à mulher vestida de roupas simples. Ele se força a focar nela primeiro, ao invés de correr até sua filha e tomá-la nos seus braços.

— Sim, Pyeha, — a garota cujo nome So esqueceu um segundo depois de Jung lhe ter dito se curva, — Você veio visitá-la?

Seu aceno é sutil, como se ele estivesse se referindo a uma estranha, e sua voz soa quase indiferente quando ele fala.

— Já que ela é a filha adotiva do meu irmão, ela é minha sobrinha adotiva.

Tomando isso como uma confirmação, a ama vai até a garota que está brincando calmamente no seu lençol com seus novos brinquedos de madeira. Ele observa, abismado, Seol indo para os braços da mulher sem reclamar por ter sido separada de sua diversão, mas então elas se viram para ele e o coração de So derrete no seu peito.

Claro, poderia ser só impressão ou o desejo do coração dele. Ele não tem muita experiência com bebês, então ele não tem fatos para justificar o que ele vê, mas no instante em que os olhos de Seol encontram os dele, o rosto dela se ilumina, e por um momento ele está certo de que ela o reconheceu.

Então ele começa a ficar um pouco apreensivo, porque se outros perceberem que Seol o conhece, eles podem começar a ver os traços familiares no seu rosto e associá-la a ele e Soo. E assim ele vai ficar em perigo e viver sob a presente e constante sombra do medo, sem nunca saber o que é ser livre.

Mas a ama não parece surpresa quando, depois de sorrir para o homem que ela supostamente acabou de conhecer, Seol vai para os braços dele sem reclamar ou fazer uma cara de confusão. Pelo contrário, a mulher parece achar que isso é o esperado da garota.

— Ela é sempre assim, extrovertida? — So pergunta confuso, e dessa vez ele não está fingindo.

A mulher acena com a cabeça e sorri, claramente se divertindo com a reação dele, mas dando seu melhor para não demonstrar.

— O 14º Príncipe a leva para passear com frequência, — ela explica com calma, olhando com carinho para a garota, — Então ela não tem vergonha de estranhos e não demora a se acostumar com lugares diferentes.

— Ela é assim só por causa disso?

— Tenho certeza de que ajuda, mas ela também é doce e calma por natureza.

— Entendo.

Aparentemente, esse traço de Seol era um alívio para a mulher que tinha que cuidar dela. So tenta imaginar como seria tomar conta de um bebê que vive chorando sempre que está em um ambiente desconhecido, e conclui que sim, a ama está profundamente agradecida pela personalidade de Seol. Então, só porque ele quer fazer parecer que não sabe nada sobre a bebê, ele faz uma pergunta costumeira.

— Quantos meses ela tem?

— Nós acreditamos que ela tenha cerca de nove meses, — a ama responde prontamente, rapidamente passando as informações, — Como não encontramos nenhum familiar vivo, não temos como saber ao certo.

O coração de So fica um pouco mais pesado enquanto ele segura sua filha de quase onze meses. O dia do nascimento dela será desconhecido por quase todos, e para os olhos dos estranhos ela sempre será uma órfã.

Há um pouco de tristeza no seu peito quando ele continuar pensando sobre que tipo de problemas ela encontrará no futuro por causa da teia complexa de mentiras que eles criaram. Mas então ele se lembra que os infortúnios de uma órfã criada por um Príncipe são muito menores dos que os de uma filha bastarda de um rei com quase nenhum apoio de seus clãs e ministros.

— Talvez seja melhor assim, — ele fala para si, acariciando as costas de Seol gentilmente.

— Perdão?

— Nada. Essa criança certamente será abençoada pelos Céus. — O tom frio e distante do Rei está de volta, embora ele mantenha uma postura educada, ao passar a garota de volta para sua ama. Ele está prestes a se virar e deixar o quarto, mas uma lembrança súbita passa na mente dele e ele olha para a mulher que cuida da sua filha, — Se precisar de alguma coisa e não conseguir falar com o 14º Príncipe, mande uma mensagem diretamente para mim. Farei o possível se estiver disponível.

 

 

Depois que seu irmão vai embora, Jung sabe que é só uma questão de tempo até que Soo também descubra, então ele se prepara para o encontro.

No entanto, depois de apenas alguns minutos depois que So se retira, e quando ele está completamente à sós e segurando a bebê, Soo já está batendo na porta dele e entrando. Ao contrário da fachada fria e distante do Rei, ela não tenta esconder a empolgação, e até salta levemente ao andar.

— Pyeha me contou que você adotou uma menininha, — ela vai direto ao ponto e Jung se resguarda, sem confiar no sorriso no rosto dela.

— Você também vai me dar uma bronca e dizer que fui irresponsável?

Ele arma todos os seus instintos de defesa, organiza todos os argumentos que usou antes contra seu irmão, e se prepara para outra discussão longa e demorada com ela. Mas as suas próximas palavras desarmam todas as suas preparações.

— Eu ia, — ela sacode a cabeça, dispensando a conversa cansativa, — Mas ele estava tão feliz por causa do bebê que eu vou é te agradecer.

Os olhos de Soo brilham, que nem os de So brilharam há um instante. E já que a ama se retirou por um momento, ele não executa a longa etiqueta de apresentar a garota como sua filha, mas vai até perto e vira Seol para vê-la.

— Toma, segure-a.

Ele não precisa dizer duas vezes.

Assim como na casa escondida de Baek Ah, quando Seol era recém-nascida, Jung as observa em silêncio. Soo conversa com a garota naquele tom de voz animado e agudo que as pessoas usam para conversar com bebês, e brinca com suas mãozinhas e seu nariz, fazendo cócegas na sua barriga e rindo com a menina.

Alguns minutos depois ela parece estar em dia com Seol e volta a falar com ele.

— Se meu bebê tivesse sobrevivido, então eu estaria dando à luz por esses dias. — O tom dela é cauteloso, e pelas suas palavras Jung percebe que ela está se precavendo caso alguém os esteja ouvindo de passagem, então ele se prepara para conversar por meio de códigos e indiretas, — Eu sempre achei que teria uma menina.

— Você pode ser a mãe dela, se quiser. — Ele ainda tem o decreto que seu terceiro irmão lhe deu, caso ela precise desafiar So para ir embora do palácio. Mas a oferta é nula, já que ele tem certeza que ela nunca vai deixá-lo.

— Eu tenho certeza que você vai encontrar uma melhor do que eu.

A rejeição de Soo não o magoa. E o sorriso dela não parece cravar um prego no seu peito. Recentemente ele tinha aprendido que existem medos piores e dores mais profundas para se preocupar. Ele não fica com raiva pela falta de instintos de autopreservação dela, nem pelos seus atos tolos. Afinal, Jung prometeu que ficaria ao lado dela apesar de tudo.

Ele está prestes a dizer que sim, que vai encontrar uma boa mãe para Seol, alguém como ela, que o ajude a criá-la para ser uma boa pessoa, quando a porta se abre mais uma vez, e alguém inesperado entra.

— Huanghu! — Jung a cumprimenta educadamente, mas ainda surpreso pela sua súbita visita, — Eu não esperava vê-la aqui.

— Ela é minha sobrinha também, não é? — A mulher ergue uma sobrancelha, como se estivesse falando algo óbvio e que ele fosse um tolo por não perceber.

Se ela tivesse dito qualquer outra coisa, Jung não teria se irritado. Mas ele ainda guarda uma antipatia por sua irmã, e vê-la agindo toda arrogante e onipotente não ajuda Yeon Hwa a ter uma imagem mais favorável. Então ele larga toda a pretensão de agir como um súdito humilde.

— Não achei que você tivesse sua família em tão alta estima.

Ele sorri um pouquinho quando Daemok o encara friamente e fala num tom emburrado, claramente chocada pela indireta dele.

— Você também.

— O que você esperava?

O silêncio da mulher só faz com que o sorriso dele cresça, e ele consegue ver seus punhos se cerrando por debaixo do seu robe de seda fina.

— Estou surpresa que Pyeha o tenha trazido de volta, — ela muda de assunto e tenta desdenhar dele ao mesmo tempo, e então se vira para a mulher segurando o bebê, assistindo a discussão deles em silêncio, — Não está surpresa também, Hae Soo?

Soo dá de ombros, mostrando que não está nem um pouco surpresa, e que Yeon Hwa é louca por ter pensado que sim.

— Eu venho tentando convencer Pyeha a trazer o 14º Príncipe de volta desde que ele foi banido.

— E, simples assim, ele realizou o seu desejo.

O sorriso de Soo não é educado, ao contrário do de Daemok. E Jung mais uma vez sente uma espécie de premonição, que algo ruim está prestes a acontecer, e aquele sorriso é um sinal.

— Ele só restituiu os títulos e a posição do 14º Príncipe depois de suas contribuições para a coroa, — ela relembra calmamente e Jung se pergunta quando ela começou a mentir tão bem, — Mesmo que me favoreça, Pyeha é um governante justo, e ele vai punir e recompensar de acordo. Mesmo que, para quem esteja acostumado com um líder corrupto, ele pareça ser duro ou cruel.

— Como aquela dama da corte?

— E o 8º Príncipe.

As duas ficam em silêncio mas continuam a irradiar intento assassino pelos olhos. Jung até se preocupa que elas vão começar uma briga física, que nem a que seu décimo-terceiro irmão lhe contou um dia. Os braços dele estão prontos para pegar Seol de volta e levá-la para longe da Rainha quando Yeon Hwa fala, ainda olhando diretamente para Hae Soo.

— Deixe-me segurar a menina.

Jung percebe Soo ficar tensa com as palavras da mulher, mas ainda continua composta e calma. Mesmo quando ela se vira para ele e continua a seguir o disfarce.

— Wangjanim?

— Vá em frente, — ele responde contrariado. Claro, ele também não quer que Daemok segure Seol, mas evitar a mulher agora pode acabar trazendo atenção desnecessária para a garota.

E ela obviamente não tem interesse em Seol e só apareceu para irritá-los e manter sua figura pública de uma futura mãe de um herdeiro ao trono. Então, quanto mais cedo ela conseguisse o que queria e fosse embora, melhor.

Yeon Hwa segura Seol com cuidado, embora um pouco sem jeito. Ela tenta chamar a atenção dela e falha, mas consegue se manter graciosa e régia o tempo todo.

— Por sorte, ela é bela e saudável, — ela comenta com Jung, agindo como se Hae Soo não estivesse ali, — Já é difícil criar uma órfã, quanto mais uma doente.

— Foi o que ouvi falar.

E porque o quarto ainda não estava cheio o bastante, seu décimo-terceiro irmão decide aparecer também.

Como Hae Soo, ele entra logo depois de bater na porta, mas ao contrário dela, ele chega fazendo barulho e estardalhaço.

— Eu vim assim que soube! — Ele exclama com um sorriso largo, seus olhos indo imediatamente para a menina nos braços da Rainha, que ele ignora harmoniosamente, — Então é verdade!

— Como você soube?

— Fui falar com Pyeha e ele me contou. Uau! Eu não acredito que você teve uma filha antes de mim!

— Mas ela não é minha de verdade! — Jung segue a tentativa de Baek Ah em clarear o ar e continua a discussão leve entre eles.

— Agora ela é, senão ela vai ficar sozinha no mundo.

— Ela já tem nome? — Yeon Hwa pergunta irritada, sem poder fazer nada quanto ao comportamento dos seus irmãos.

— Eu a chamei de Seol, Huanghu.

— Seol?— A pergunta de Daemok deveria ser considerada natural, mas Jung fica tenso por dentro. Ela está suspeitando de quem é a mãe de Seol?

Mas por fora, ele dá de ombros.

— Achei que daria um nome bonito. E combina com ela.

— Tem certeza que ela não é sua mesmo? — Baek Ah o provoca, começando outra conversa paralela, — Vocês dois são bem parecidos.

— Hã? Wangjanim, onde foi mesmo que você a achou? — Soo decide se juntar à diversão também e todos eles fingem não notar o cenho franzido da Rainha.

— Hyungnim, para com isso. As pessoas vão acreditar em você.

E Jung tem certeza que eles vão continuar assim por um tempo, mas, por sorte, Seol começa a chorar e ele rapidamente pega a menina dos braços de Yeon Hwa.

Isso, bebê, pode chorar. Ela é uma mulher malvada e assustadora. Chore, para eu poder te salvar dela.

— Ela está com fome? — Baek Ah é quem pergunta, mas Soo é quem parece estar mais aflita.

— Não. Ela está com sono, — ele explica o choro da menina num tom baixo, esfregando suas costas para acalmá-la e secando as lágrimas do seu rosto, — Ultimamente ela só dorme na cama dela. Com licença.

Ele sai apressando, seu coração ainda pulando violentamente depois do encontro, deixando, à contragosto, Soo e Baek Ah sozinhos com uma cobra astuta e manipuladora. E uma muito venenosa, por sinal.

 

 

O corpo de Baek Ah continua tenso, mesmo depois que Jung sai com Seol.

A verdade é que ele só tinha corrido para lá quando soube que a Rainha também tinha ido visitar a filha adotiva do 14º Príncipe, cujo qual o Rei recentemente restituiu à antiga posição, e dar sua benção à garota. Ele se encheu de medo, e por um segundo ele pensou que era o fim. Mas então uma pequena bolha de alívio o levou à tona quando ele chegou e viu que a mulher só queria causar problema e não investigar quem eram os pais da menina.

E então ele sente o mesmo terror de novo quando, depois que Jung sai com sua filha adotiva, Yeon Hwa continua imóvel no mesmo lugar.

O que ela quer?

Ele está prestes a ir embora e arrastar Hae Soo com ele, sem ligar para os cumprimentos adequados e as saudações para a mulher de posição social superior, mas antes que ele possa se mover, a Rainha quebra o silêncio.

— É uma pena que não pudemos conhecer seu filho também, Hae Soo, — ela diz num tom de pena, e ele tem certeza que está vendo um sorriso escondido nos seus lábios, — Eu adoraria segurar seu primogênito.

Ele está prestes a se intrometer, fazer alguma coisa, dizer alguma coisa para fazer Yeon Hwa parar com o ato cruel, mas um movimento de Soo o impede.

Ela afasta lentamente os olhos das portas fechadas pelas quais Jung saiu a alguns momentos e finalmente os fixa na outra mulher. Então ela sorri suave e gentilmente, seu semblante calmo e sereno quando ela fala.

— Você nunca seguraria meu filho, Huanghu.

— Oh, eu não quis dizer que eu realmente queria segurar seu bebê, — o sorriso de Daemok finalmente cresce o bastante para ser classificado como sardônico, — Eu só queria lembrá-la do quão infortuna é a sua situação.

Soo suspira, seu semblante sereno se tornando uma expressão de pena e condescendência.

— Isso é o melhor que pode fazer? — Soo sacode a cabeça como se estivesse explicando algo para uma criança, — As musuri do Gyobang tinham jeitos melhores de me ofender.

Isso basta para fazer a Rainha perder a compostura e quebrar sua imagem, seu orgulho muito precioso e frágil para suportar um só insulto.

— Está me colocando no nível de uma serva?

— Oh não, eu jamais faria isso, Huanghu, — Hae Soo fica repentinamente séria, se levantando da cadeira em que estava sentada desde que Baek Ah chegou e se aproximando de sua rival, — Estou dizendo que você é pior que elas. E, honestamente, minha situação aqui é altamente satisfatória. Mas acho que alguém que se contenta com um mero título, não importa o quão vazio ele seja, não possa entender.

Quando ela acaba de falar, ela inclina a cabeça num gesto de curiosidade, como se estivesse se perguntando qual será o próximo passo da outra mulher. E sinceramente, Baek Ah já esqueceu de proteger ou resgatar Hae Soo, ele só está aproveitando o show.

Daemok ri em desdém, mas é só uma tentativa desesperada de mostrar indiferença, já que todos sabem que ela não vai conseguir nada com palavras.

— Você é ousada como sempre.

— E ainda assim você continua tentando me oprimir com sua arrogância. Mas tudo bem, é o que eu esperava de você. — O sorriso relaxado de Soo volta, e ela ainda ri, o que parece deixar Yeon Hwa ainda mais desconcertada, — Você está com raiva, não é, Huanghu? Não importa o que você faça, eu sempre volto. Bem, mesmo que você me mate com suas próprias mãos, você nunca vai se livrar de mim. Depois que eu me for, eu vou continuar te assombrando. Minha memória será seu pior pesadelo.

— É o que veremos, — é tudo o que a Rainha tem para dizer quando começa a se retirar do quarto, mas Hae Soo não deixa ela ter a última palavra.

— Você verá, — as palavras de Soo fazem Yeon Hwa congelar por um instante à porta, — E quando ver, vai perceber que sua situação é mais infortuna que a minha.

A Rainha finalmente vai embora e Baek Ah solta um fôlego que ele não percebeu que estava segurando. Soo volta para sua cadeira, se esparramando no assento, seu semblante fatigado e exausto.

Ele vai até ela, preocupado com a sua saúde e com o seu comportamento, mas ela não parece que está prestes a desmaiar ou a ir atrás da mulher para arrancar seus cabelos, então ele se permite relaxar.

— Tem certeza que isso não vai voltar contra você?

— E daí se voltar? — Soo dá de ombros e sorri convencida para ele, — Ela não pode me machucar de verdade.

— Você parece ter mais coragem agora.

— É porque meu tempo está quase acabando, — ela diz, tão natural e casual que acaba soando mais perturbadora e sombria do que deveria. O seu jeito de falar faz parecer que essa é a última vez que eles se veem. E isso o assusta.

— Não diga isso, — ele a repreende fracamente, mas ela só continua a sorrir, desta vez amargamente.

— Mas é a verdade, — as palavras saem com facilidade de seus lábios, nenhum sinal de lágrima nos seus olhos, — Agora não tenho medo de nada, já que eu logo serei nada também. Agora, toda vez que fecho os olhos, fico surpresa que eles se abram de novo. Meu amado está à salvo, minha filha está livre. Não vou deixar nenhum arrependimento para trás. Eu não estou mais com medo de morrer, então isso quer dizer que estou pronta para morrer. — Ela respira fundo e ele não pode fazer nada além de observá-la, atordoado, — A qualquer momento, Baek Ah-nim. Qualquer momento.

 

 

— Ela já gosta de você.

Soo se vira quando o ouve, seu semblante iluminado. Mas So tem certeza que isso é graças à menina que ela segura nos braços e não por causa de sua personalidade naturalmente alegre e vibrante.

Ultimamente ela vem sorrindo menos e menos.

— Eu sou ótima com crianças, não sabia? — Soo sorri largamente para ele enquanto ele se aproxima, se exibindo sem vergonha alguma.

— Estou vendo que é, — ele sorri enquanto elogia seu desempenho em manter a filha entretida por uma noite inteira, como Jung lhe disse, sem ter que pedir ajuda à ama nem uma vez. Mas então um leve arrependimento toma conta e sua voz fica mais baixa, — Você seria uma ótima mãe.

— Eu também seria uma ótima esposa, mas não saio por aí reclamando.

Ele sabe o que ela quer dizer. Pare de se preocupar com coisas que estão fora do seu controle. Nós devíamos estar felizes por ainda termos um ao outro depois de tudo o que aconteceu. Nós devíamos estar felizes por Seol estar bem e em segurança.

Ainda assim, parte dele não consegue ficar satisfeito com esse arranjo, não importa o quão aliviada ela pareça estar.

 E além do mais, ela com certeza seria uma ótima esposa.

Mas So sorri levemente, colocando suas preocupações e insatisfações de lado para passar um tempo em paz com elas, que nem eles costumavam fazer na barraca minúscula que Baek Ah tinha por algum motivo nas montanhas.

— Quando eu vim vê-la ela não riu desse jeito.

— Talvez porque ela estava se perguntando o que era aquela coisa brilhante em cima da cabeça daquele homem? — Ela indica o seu grampo de cabelo dourado, e então ele percebe que sim, o olhar de Seol está fixado nele, seus olhos arregalados de curiosidade.

— Eu tiro?

— Ela mesma vai tirar se tiver força, — Soo imagina, lembrando a ele como ela gosta de agarrar as coisas, — Mas depois ela pode acabar perdendo o interesse.

— Vou mantê-lo fora de alcance, — ele conclui rapidamente, — Acha que ela vem pra mim?

— Segura isso. Foi como eu convenci ela.

Ela dá para ele a bola de seda de Seol, e o coração de So se aquece quando ele nota que ainda é o mesmo brinquedo que ele lhe deu meses atrás. Ele a sacode levemente na frente da menina, que finalmente desvia o olhar do seu cabelo, sua atenção capturada pelas cores vibrantes da seda.

Além de ensinar a ele o novo truque, Soo não precisa orientá-lo em como segurar a garota. Ele já tem prática, e com Seol mais velha é mais fácil saber onde segurar e a posição correta dos braços. Mas ela ainda dá umas dicas assim mesmo, e ele não sabe ao certo se é porque ela está muito envolvida no papel que está encenando ou se ela só quer uma desculpa para tocar nele e em Seol, mas ele não reclama.

No entanto, assim que ela acaba de ajudá-lo, ela se arrasta para o outro lado do quarto e se esparrama numa cadeira, tentando não gemer de dor quando seu corpo se joga no assento. E é aí que ele percebe o quanto o dia foi desgastante para ela, especialmente quando seus olhos parecem estar tão pesados e sua respiração tão errática.

Então, apesar de estar feliz por Seol finalmente ter começado a brincar com ele, alguns momentos depois ele vai até ela, se sentando no chão ao seu lado, apoiando sua cabeça nos seus joelhos.

Seol não se incomoda com a nova posição, e parece gostar de ficar sentada e jogando a bola aos seus pés. E diferente de Soo, ele prefere vê-la brincar do que inventar um jogo, contente em ter que pegar a bola para ela de vez em quando.

— Você não acha que Jung foi imprudente? — Ele finalmente fala, olhando para ela rapidamente antes de voltar sua atenção de volta para sua filha.

— Quando você me contou, eu achei. Quando a Rainha veio aqui... — ele fica tenso, seus olhos alertas se virando para ela imediatamente, e ela sorri, batendo de leve no seu ombro para acalmá-lo, — A gente deu um jeito. Ainda assim, eu quase achei de novo que ele foi. Mas agora eu estou feliz pelo que ele fez, — ela olha para Seol com seus olhos brilhando, mas ele continua a olhar para ela, — Ela precisa crescer perto da família dela. E a filha de um príncipe sem pretensões ao trono não tem o que temer aqui.

É isso o que ele vem dizendo a si mesmo. É isso o que ele vem pensando desde que Jung o pegou de surpresa por levá-la para o mesmo palácio que eles tinham feito de tudo para mandá-la embora. Essa é a parte dele que está feliz com os acontecimentos e que continua dizendo que não há com que se preocupar.

No entanto, existem algumas inseguranças e incertezas que ainda se revolvem dentro dele, e a outra parte dele não para de questionar em voz alta.

— Eu quero poder vê-la aqui com frequência, — ele acaricia a cabeça de Seol, arrumando seu pouco cabelo, — Mas e os pecados da coroa?

— Se preocupe com isso quando ela estiver velha o bastante para entendê-los, — Soo dá uma leve bronca para tranquilizá-lo, o leve toque no seu ombro vira um tapa mais agressivo, embora ainda carregue um pouco de gentileza, — Quando essa hora chegar, você já vai conhecê-la o bastante para saber a melhor forma de lidar com isso.

Ele não responde. Ele não precisa responder. Ele não quer nem pensar mais sobre o futuro distante. Ele continua a observar a bebê, e se prepara para pegar sua bola de seda mais uma vez.

Mas então Seol faz mais uma coisa que o surpreende.

Depois de segurá-la entre seus dedinhos por alguns momentos, ela a segura com força e, com um sorriso largo e contagioso, ela oferece sua bola – a sua favorita – para ele.

Ele fica abismado e pega o brinquedo quase que em reverência, uma aura de estupor e deslumbramento em volta dele.

Isso é, até que Soo sussurra perto dele, quebrando seu devaneio.

— Pyeha?

— Hm?

— Eu acho que você seria um ótimo pai.


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Notas finais do capítulo

Não posto sem ter musiquinha nova na playlist, me recuso

https://youtu.be/Vfm4fsONA6g

Opiniões são bem-vindas.
Elogios sempre aceitos.
Críticas apreciadas.

:)



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