Perfect - Bluna escrita por LeslieBlack, AmyMackenzie


Capítulo 1
Capítulo Único




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A guerra deixa marcas. Ninguém jamais ousou discordar dessa frase, muito menos quem vivenciou a Segunda Guerra Bruxa. Foram milhares de baixas ao longo dos anos, famílias inteiras dizimadas. Crianças, adolescentes, criaturas mágicas, adultos, idosos... Mortes, tudo se resumia a isso, e quem sobreviveu a tanto horror teve que lidar com as consequências.

O bem prevaleceu, é verdade, mas o preço a pagar foi muito alto. Já no fim da Batalha de Hogwarts, por exemplo, ver os corpos jogados que jaziam foi terrível até para quem não tinha um vínculo muito forte com quem perdeu a vida. Horas depois, com eles organizados no chão na escola ou em macas, os rostos imóveis faziam os feridos olhá-los e imaginarem como teria sido se aproveitassem a companhia daquelas pessoas enquanto estavam vivas. Sim, a guerra deixa marcas. A tatuagem da Marca Negra, toda uma infinidade de cicatrizes, deformidades, pessoas arrancadas do mundo por razões estúpidas. Blásio Zabini sobreviveu a tudo isso. Não intacto, mas estar vivo para ele já era o suficiente.

O moreno nunca foi do tipo que se apega, seja a algo ou alguém. Sua mãe teve uma grande influência para esse comportamento, já que se casou sete vezes. O ceticismo dele em relação às pessoas foi embora depois do trauma, pelo menos uma coisa boa tirou disso. Entre outras coisas, percebeu que a vida é curta demais, principalmente para quem vive com medo. Gradativamente mudou seus conceitos e hoje era grato por nas manhãs de segunda-feira ser obrigado a acordar cedo e ir trabalhar, apesar da preguiça matinal. Com uma opulenta herança a sua disposição, Blásio preferia seu cargo no serviço administrativo da suprema corte dos bruxos no Ministério da Magia a viver da renda de sua mãe.

O garoto que foi em Hogwarts não o reconheceria agora, cinco anos depois. Era uma outra pessoa a que se espreguiçava na cama ao ouvir os latidos de Salazar, seu Golden Retriever.

— Sal, já acordei. — Ele gritou, colocando o travesseiro em cima da cabeça. — Droga, Salazar, tenho certeza que deixei ração para você ontem à noite. Seja bonzinho e me deixe dormir, sim?

Mas Salazar não estava nem um pouco disposto a isso, continuou a latir até seu dono aparecer rabugento na soleira da porta.

— Muito esperto você, rapaz. — Blás dizia enquanto acariciava o cachorro depois de dar ração a ele e usava a outra mão para preparar o próprio desjejum com magia. — Se certificando que alguém da casa trabalhe para garantir sua comida, hein? Mas deixe-me contar uma coisa, somos só nós dois aqui. Posso me cansar e então será a sua vez de ser o responsável.

Ele ameaçou o cachorro, arrumou suas coisas e saiu. O dia estava lindo em Londres, a primavera mostrava sua beleza única. Por esse motivo resolveu não aparatar, um pequeno passeio seria agradável. O cheiro das flores o recompensou, e logo ele estava em seu destino. Saudou sua secretária quando passou por ela, Audrey se tornou uma boa amiga com o passar do tempo. Já em sua sala, Blás abriu a maleta que carregava e tirou de lá o elegante convite.

Sr. Zabini,

Hogwarts orgulhosamente convida seus ex-alunos e todos aqueles que nos ajudaram na guerra a um baile de máscaras. Nessa comemoração em homenagem aos cinco anos do fim da Segunda Guerra Bruxa e a todos os que deram suas vidas em nome da paz, recebê-lo novamente será um prazer.

Minerva McGonagall, diretora de Hogwarts

 

×××

Luna corria de um lado a outro dos corredores de St. Mungus, sempre ajudando as pessoas. Nunca imaginou se tornar uma curandeira, porém o que fazer depois de tão dolorosa e traumática experiência como a Segunda Guerra Bruxa? Apesar de ser tão indiferente a determinadas coisas, sempre seria doloroso olhar para trás e ver quantos amigos, quantas pessoas perdeu, dentre elas seu pai. Era de conhecimento geral que a pequena loira fazia tudo para ajudar, por tal escolhera essa profissão e agradecia à Merlin por isso, por não ter tanto tempo para pensar em quanto perdeu, ou em quanta solidão consistia morar sozinha. Tanto queria ter companhia, mas sabia que em sua profissão isso se tornaria difícil. Ainda assim, orgulhava-se de ser quem era. Parou um segundo para soltar o ar que estava preso enquanto se movimentava através daquele lugar.

— Doutora, ainda aqui? — Selene, a enfermeira, perguntou educada. — Está aqui desde 07:00 pm de ontem. Seu plantão acabou há duas horas!

— Era o último paciente, Selene. Juro por Rowena. — Ela respondeu com um sorriso amistoso. Gostava de saber que haviam pessoas preocupando-se com ela.

Com um breve aceno, adentrou sua sala espaçosa e repleta de boas lembranças. Fotos do casamento de Gui e Fleur, antes do ataque enquanto dançava com seu pai. Fotos de sua formatura, quatro anos antes e outras fotos tiradas com amigos especiais. Observou então que havia algo em sua mesa, o qual o cansaço não lhe permitia ver. Pegou o belo envelope e guardou na bolsa, enquanto punha seu jaleco no cabideiro atrás da porta e aparatava até o seu lar, agora na Londres trouxa. Jogou suas coisas pela cama e foi até o banheiro tomando um banho rápido. Assim que voltou, já vestida, tirou da bolsa seu belo envelope e começou a ler.

Dra. Lovegood,

Hogwarts orgulhosamente convida seus ex-alunos e todos aqueles que nos ajudaram na guerra a um baile de máscaras. Nessa comemoração em homenagem aos cinco anos do fim da Segunda Guerra Bruxa e a todos os que deram suas vidas em nome da paz, recebê-la novamente será um prazer.

Minerva McGonagall, diretora de Hogwarts

Suspirou sem muito ter o que pensar. Não considerava voltar à escola conscientemente. Não que a ideia lhe caísse mal, pelo contrário, adoraria. Mas certamente aquele lugar traria lembranças há muito esquecidas. Mas se eram lembranças erradas que deveriam lhe invadir afinal, algo estava errado. Apesar de toda a dor, seu coração a fez lembrar de outra coisa.

Sim, ela lembrou de seus olhos lindos, castanhos e acolhedores. E ele? Lembrou dos lábios dela curvados em um sorriso, que sempre e em qualquer circunstância, mexia com sua cabeça!

×××

— Hey, Audrey. Juízo, hein...

— Acho que eu é quem deveria dizer isso, chefe.

— Não faço ideia do porquê. — Ele disse com sorriso galante, já pensando que teria uma excelente noite.

Desde que recebeu o convite para voltar a escola onde viu e viveu tanta coisa, uma esperança se alojou em seu peito e nada podia movê-la dali. Com a vida de adulto que levavam agora, ele e seus amigos mal se viam. Por mais que sentisse falta dos sonserinos que conviveram com ele, Blásio estava mais interessado em reencontrar aqueles olhos azuis que transmitiam tanta paz. A tranquilidade que faltava na vida dele era imediatamente recuperada quando se olhavam. Ele sorriu só de lembrar, e ainda com o sorriso bobo sentou na cama e acariciou Salazar.

— Torça por mim, parceiro.

O cachorro latiu no que Blásio interpretou como concordância. Quando Salazar foi para outro cômodo, ele tirou a camisa social que usou o dia inteiro e ficou por alguns instantes procurando a roupa perfeita para usar. O peitoral bem definido, assim como o abdômen, parecia se inflar conforme o moreno fazia poses tentando prever como ficaria em determinado traje. Era uma data especial e queria causar uma boa impressão. Por fim escolheu um terno preto de alta costura que lhe caía perfeitamente bem e uma máscara que comprou há algum tempo. Pegou a varinha na cômoda e fez pequenos ajustes, um detalhe ou outro de outra cor para diferenciar. Tinha bom gosto, era um fato, e o resultado ficou mais que agradável.

×××

Luna acordou um pouco assustada.  Depois de tanto sonhar acordada, a linda garota acabara realmente dormindo. Esfregou os olhos preguiçosamente e assim que olhou para o lado, encontrou ali o convite. Sorriu animada e levantou-se. Estava na hora de bancar a fada madrinha para si mesma e fazer um belo vestido de princesa. Sempre fora muito criativa, então não seria trabalho nenhum personalizar um traje para si.

Pegou sua varinha animada e procurou em seu armário um belo vestido para modificar. Foi uma tarefa até fácil, já que guardava com carinho suas coisas. Optou pelo vestido de sua formatura, nas cores de sua tão amada casa. Jogou-o sobre a cama e começou a personalizar.

Com um aceno de varinha aqui e outro ali, ela enfim terminara. Um vestido tomara que caia estilo corpete que certamente se prenderia em seu colo e cintura, depois ganhava um toque princesa à moda antiga. Longo e cheio. Usou um pedaço de tecido rendado cinza da antiga e agora inexistente, manga do vestido para fazer uma máscara em formato de borboleta, que certamente lhe deixaria delicada como flor. Enfim seu look estava pronto e ela esperava que ele achasse-o tão lindo quanto ela achara!

×××

Blásio enfim estava pronto. Não se sentiu nervoso assim nem quando se arrumou para a própria formatura, anos atrás. Um curvar de lábios mostrou que ele lembrava da noite com carinho, mas sacudiu a cabeça para sacudir também os pensamentos. Se focaria no hoje, viveria o presente.

— Pare de sorrir, seu bobo. Espere acontecer para comemorar! — Ele falou consigo mesmo e fez uma careta ao notar isso. — Merlin, estou ficando maluco... É melhor ir logo.

Assim, na hora marcada Blásio Zabini aparatou o mais próximo que pôde de Hogwarts, as barreiras foram modificadas momentaneamente para o evento. Subiu na carruagem puxada por testrálios, notou que assim como ele, todos demonstravam ver as criaturas. No caminho um ou outro rosto era familiar, embora o moreno não conseguisse atrelar um nome a pessoa. Não se incomodou, seria só um passatempo. Ao chegar mais perto e avistar o majestoso castelo, algo mexeu com ele. Sentimentos que não sabia mais que tinha voltaram à tona com força total, tal como arrependimento e um tipo de saudade boa.

Viveu tantas coisas ali, desde que ainda era um garoto... O moreno nunca foi do tipo sentimental, mas era impossível ser indiferente a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Lembrou que em seu tempo de estudante, longas eram as horas de conversa entre ele e seus amigos sonserinos. Viu o lado bom deles antes de qualquer um naquele lugar e quando preciso, os protegia, já que sonserinos cuidam dos seus. E a saudade agora era bem-vinda ao pensar que os veria de novo, e melhor, todos juntos.

Entretanto, a primeira pessoa que reconheceu não era da casa das serpentes. O meio gigante Rúbeo Hagrid era visível de longe, e estava com uma espécie de casaco de couro de dragão muito pequeno para o seu corpanzil. A gravata que aparentava ser de um tom mostarda também não parecia ter as dimensões certas, tampouco o cabelo mais frisado do que Zabini se lembrava. Mas isso em nada diminuía o sorriso do homem ao conversar com os Potter, Harry e sua esposa Gina na entrada do colégio. Blásio procurou perto da mulher com um elegante vestido creme algum outro rosto conhecido, encontrando apenas Ronald Weasley. Desceu da carruagem quando ela parou, e ao passar a mão pelo tronco do testrálio finalmente acreditou que tudo aquilo estava acontecendo de fato.

Ficou na entrada do Castelo, ansioso como nunca. A cada cabeleira loira que via aparecer em seu encalço, ele ficava nervoso ensaiando mentalmente o que falar, como falar e porque falar. Merlin sabia o quão engraçada era a situação. De repente, Blásio Zabini sentia-se um adolescente de dezessete anos em seu último ano de novo.

— Blás?

O moreno virou-se para onde soou aquela voz tão familiar. Sorriu ao ver a cabeleira loira, mas não longa como muitos imaginam. Parado atrás do moreno, Draco Malfoy exibia um sorriso de saudades.

— E aí, cara? — Ele perguntou rindo empolgado e abraçando o amigo de infância. — Cara, quanto tempo!

— Muito mesmo. Ouso até dizer que senti sua falta. — Draco disse com um sorriso ladino.

— Óbvio, né, albina? Eu causo isso nas pessoas.

— Hum hum… — Uma pessoa pigarreou atrás do loiro.

— Ah, Blás... Não que você já não conheça, mas gostaria de apresentar a você os dois amores da minha vida. Hermione Granger-Malfoy e Scorpius, esse é Blásio Zabini. O melhor amigo que tive.

— Scorpius? — Blás perguntou, só então percebendo a pequena protuberância na barriga da castanha, que pareceu corar instantaneamente. — Oh, Merlin... Parabéns, cara. Hermione, parabéns a você também!

— Obrigada. — A castanha disse sem jeito enquanto arrumava os belos cachos grossos por cima do ombro.

— Blás, diga a Hermione o quanto ela está linda, por favor. Ela não acredita na opinião do próprio marido!

— Draco! Não é isso, Blásio. Eu apenas não acho que esse vestido foi a melhor opção por conta da gravidez.

— Hermione, relaxe. Com todo o respeito, você certamente é a segunda mulher mais linda de Hogwarts!

— Segunda? — Draco perguntou, confuso.

— Desculpe, cara, mas ela continua sendo a mais linda de todas!

— Oh, Salazar... Depois de todo esse tempo?

— Sempre! — Ele respondeu sem hesitar.

Seu amigo lhe sorriu e acenou positivamente, torcendo secretamente para que enfim, o moreno conseguisse o que tanto almejava. Entraram no castelo após mais alguns segundos de conversa e Blás resolveu procurar no salão lindo e organizado a sua bela amada. A grande surpresa foi na verdade encontrar seu outro amigo, Theodore Nott e a namorada, Pansy Parkinson.

— Pare com isso, você está linda.

— Linda, Theodore? Eu sou maravilhosa! Só não me conformo que em uma loja daquele porte não tivesse um vestido verde de qualidade. — Falou a mulher chateada por não estar vestida na cor de sua antiga casa, e sim a dos rivais.

— Vermelho combina com o seu temperamento, meu bem.

— O mesmo conquistador barato de sempre, usando qualquer pretexto para elogiar. — Ela deu um selinho demorado no rapaz. — Não sei como fui cair na sua lábia.

— Porque você me ama. — Theo respondeu convencido.

— É, tem isso também.

Os dois foram para outra área do castelo, sem notar que o moreno observava a cena sorrindo. Pansy tampouco desconfiou que seria pedida em casamento naquela mesma noite.

O tempo, tão conspiratório, havia-se passado rápido demais. Minerva McGonagall já havia parabenizado os alunos, dito palavras de conforto e anunciado o baile. Todos comiam e bebiam após a primeira dança que deu início ao evento. Mesmo sendo uma comemoração com um toque romântico, o ambiente estava animado demais. Reencontros de amigos, colegas e mesmo conhecidos era motivo para uma euforia. Quem não parecia muito bem era Blásio. Nervoso e triste, começou a considerar o fato de que a garota não viria. Na verdade, pensava em como pôde considerar a hipótese de que ela iria. Tantos anos haviam-se passado após a Guerra e ele nunca havia ido atrás dela, sabia que por nunca ter sido o homem certo, mesmo tendo prometido em seu último momento juntos, que iria. No momento em que ela lhe abraçou e pediu que ele se mantivesse vivo por ela.

De repente, toda a raiva havia-se instaurado no peito do moreno, que rapidamente puxou a manga do terno, fazendo seus olhos se chocarem com aquela marca horrorosa, causa dos seus piores males. O ar se fez necessário e os olhos arderam. Enfim, ele decidiu que estava na hora de ir embora. Subiria as escadas que levavam ao saguão da frente da escola, decidido a nunca mais voltar ali.

×××

Luna estava inconformada e quase chorava. O testrálio que lhe conduziria simplesmente decidiu que não queria levantar-se do chão. Já lhe dera comida, carinho, pedira e nada.

— Que droga! — Ela disse com a voz embargada pelo quase choro.

Olhou-se no reflexo do Lago Negro por um instante. Estava linda! Seus cabelos loiros batiam no quadril com leves ondulações. Seus olhos estavam bem delineados e realçavam a imensidão azul. O vestido estava perfeito em seu corpo, bem como imaginara que ficaria. Suas bochechas rosadas e seus lábios avermelhados... tudo estava perfeito. Mas ela se perguntava, do que adiantaria isso se nem mesmo havia chegado no castelo. Havia decidido ir para casa, era a única opção. Mesmo que passasse o resto dos meses, quem sabe alguns anos, com a enorme e esmagadora tristeza em seu coração.

Assim que virou para onde o testrálio estava, no entanto, admirou-se ao vê-lo em pé a olhando com tristeza. Parecia pedir desculpas pela birra, mas ela apenas sorriu aliviada, sem realmente estar irritada. Ainda havia esperança, afinal!

Assim que desceu da carruagem silenciosamente, andou devagar pelo saguão. Sua sandália de salto fazia um barulho no chão, porém nem assim despertou o interesse do homem com a manga levantada, olhando para seu braço com o maior ressentimento. Ela não intimidou-se, ainda assim. Sabia que estava na hora de ambos esquecerem das dolorosas marcas.

— Com licença, cheguei tarde demais para a última dança? — Ela perguntou com um sorriso, enquanto ele virava devagar para onde aquele som tão doce havia saído. Seu sorriso de felicidade, alívio e amor nunca deixou o seu rosto e ele caminhou a passos longos até onde a pequena estava.

— Luna! Eu...

— Shii... — Ela disse colocando um dedo nos lábios carnudos do rapaz. — Está ouvindo isso? — Perguntou referindo-se a música que começava a tocar.

— Sim! — Respondeu prontamente.

— Dance comigo!

Aquela frase bastou para o moreno que sorriu e pegou em uma de suas mãos e em sua cintura, trazendo-a para perto de si.

I found a love for me

(Eu encontrei um amor para mim)

Darling, just dive right in

(Querida, mergulhe de cabeça)

and follow my lead

(E me siga)

Well, I found a girl, beautiful and sweet

(Bem, eu encontrei uma garota, linda e doce)

Oh, I never knew you were

(Eu nunca pensei que você era)

The someone waiting for me

(A pessoa que me esperava)

Eles deslizavam para um lado e outro. O vento batendo em seus rostos com o ar gélido ainda não conseguia apagar a chama de seus olhares.

'Cause we were just kids

(Pois nós éramos apenas crianças)

When we fell in love

(Quando nos apaixonamos)

Not knowing what it was

(Sem saber o que aquilo significava)

I will not give you up this time

(Eu não desistirei de você desta vez)

But darling, just kiss me slow

(Mas querida, me beije devagar)

Your heart is all I own

(Seu coração é tudo o que eu tenho)

And in your eyes you're holding mine

(E em seus olhos, você guarda os meus)

Blásio girou Luna delicadamente e a trouxe ainda mais para si. Seus narizes encostando-se enquanto ela sorria. Era tão linda sorrindo, ele pensou.

Baby, I'm dancing in the dark

(Querida, estou dançando no escuro)

With you between my arms

(Com você entre os meus braços)

Barefoot on the grass

(Descalços na grama)

Listening to our favorite song

(Ouvindo nossa música favorita)

When you said you looked a mess

(Quando você disse que estava desarrumada)

I whispered underneath my breath

(Eu sussurrei sob minha respiração)

But you heard it, darling

(Mas você ouviu, querida)

You look perfect tonight

(Você está perfeita esta noite)

Sim, ela estava perfeita naquela noite, só por estar ali tão perto. Ele dançaria por ela sempre que ela pedisse, porque ela era perfeita.

Well I found a woman, stronger

(Eu encontrei uma mulher mais forte)

Than anyone I know

(Do que qualquer pessoa que conheço)

She shares my dreams

(Ela compartilha os meus sonhos)

I hope that someday I'll share her home

(Espero um dia compartilhar seu lar)

I found a love, to carry

(Encontrei um amor, para guardar)

More than just my secrets

(Mais do que meus segredos)

To carry love, to carry

(Para levar amor, carregar)

children of our own

(Nossas próprias crianças)

Mais um giro, e dessa vez o moreno inclinou o tronco de Luna. Ela deixou-se levar jogando sua cabeça para trás, os belos fios loiros a centímetros do chão.

We are still kids

(Ainda somos crianças)

But we're so in love

(Mas estamos apaixonados demais)

Fighting against all odds

(Lutando contra todos os obstáculos)

I know we'll be alright this time

(Sei que ficaremos bem desta vez)

Darling, just hold my hand

(Querida, segure minha mão)

Be my girl, I'll be your man

(Seja a minha garota, serei seu homem)

I see my future in your eyes

(Eu vejo meu futuro em seus olhos)

Sim, ela via o futuro dela naqueles olhos tão quentes e castanhos. Queria finalizar aquela dança, pois seus lábios queriam beijar os dele. Aguentou com muito esforço esse desejo, a hora certa chegaria.

Baby, I'm dancing in the dark

(Querida, estou dançando no escuro)

With you between my arms

(Com você entre os meus braços)

Barefoot on the grass

(Descalços na grama)

Listening to our favorite song

(Ouvindo nossa música favorita)

When I saw you in that dress

(Quando te vi naquele vestido)

Looking so beautiful

(Tão linda)

I don't deserve this darling

(Eu não mereço isso, querida)

You look perfect tonight

(Você está perfeita esta noite)

— Luna...

— Blás...

Suas vozes não passavam de sussurros e por um momento, tudo parou. Seus lábios tão perto, suas respirações falhando. Ele mirou aquela imensidão azul e se perdeu.

Baby, I'm dancing in the dark

(Querida, estou dançando no escuro)

With you between my arms

(Com você entre os meus braços)

Barefoot on the grass

(Descalços na grama)

Listening to our favorite song

(Ouvindo nossa música favorita)

I have faith in what I see

(Eu tenho fé no que vejo)

Now I know I have met an angel in person

(Agora eu sei, conheci um anjo em pessoa)

And she looks perfect, I don't deserve this

(E ela é perfeita, eu não mereço isso)

You look perfect tonight

(Você está perfeita esta noite)

Sim, ela estava perfeita naquela noite. Assim como em todas as outras estaria. Finalmente, seus lábios encontraram-se com os dela, causando um choque de sentimentos mistos. Depois de tanto tempo, tanta escuridão e tanta maldade, tudo o que continuava puro dentro de si era o amor por aquela garota. E assim, ela continuou perfeita. Desde o baile até o casamento. E do casamento para frente, pareceu ficar ainda mais perfeita. Se é que era possível!


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