Marinette deu duas batidas na porta e esperou. No entanto, aconteceu a mesma coisa dos dias anteriores: Ela ficou plantada esperando, pois ninguém veio atender.

— Tikki, eu acho que dessa vez vou ter que aceitar sua proposta. Já estou ficando preocupada! - falou baixo com medo que alguém pudesse escutar.

— Quer que eu abra a porta pra você, então? - a azulada assentiu e a pequena kwami atravessou a superfície de madeira. Em poucos segundos destrancou a fechadura, para que a garota pudesse entrar.

Marinette fechou a porta e andou cuidadosamente pela casa de Mestre Fu. E depois de olhar cerca de três vezes em todos os cômodos – para ter total certeza –, concluiu que ele realmente não estava em casa.

— Ele disse que voltaria há três semanas atrás. Porque ele ainda não voltou? – colocou a mão sobre o queixo, pensativa.

— Eu não sei, pode ter acontecido algum imprevisto.

Mestre Fu havia viajado e confiado o Miraculous Moth para Ladybug encontrar um novo portador. Após a segunda Guerra Civil ter acontecido e o Nooroo ter encontrado um novo mestre, Ali, já era para o Grande Guardião ter voltado de viagem. Entretanto, Marinette não o encontrou em casa quando foi contar sobre as novidades – embora achasse difícil que ele não tivesse visto, devido à repercussão. Fazia três semanas que a garota ia bater na porta dele e nada.

— Vou falar com a equipe. Algo deve ter acontecido, estou com um pressentimento ruim.

A azulada pegou o telefone e discou o número do namorado.

— Olá Marinette, pensando em mim? É claro, por isso que ligou! – disse em um tom convencido – Você acabou de sair daqui, mas não consegue ficar longe, não é mesmo? - a garota revirou os olhos.

— Precisamos conversar, assunto sério. - disse de maneira calma.

— Não me diz que você quer terminar?! Porque eu não aceito! E os casais só podem terminar se os dois aceitarem isso, é a regra!

— Que regra? A que você acabou de inventar?

— Hã? Claro que não!

— Tá, tá! Não é isso! É sobre o Mestre Fu. Ele ainda não voltou, acho que pode ter acontecido alguma coisa com ele.

— Ufa! - Adrien suspirou aliviado por Marinette não querer terminar com ele. Porém logo depois assimilou o resto da frase dita por sua namorada - Espera! Como assim?

— Precisamos nos encontrar no topo da Torre Eiffel. Vou ligar pra Chloé e pra Lila e você avisa o Nino e a Alya.

— E o resto da equipe?

— Essa reunião será só com os portadores dos Miraculous.

— E o Ali?

— Ele não está em Paris. Depois falamos com ele.

— Certo, você que manda, Bugaboo. – sorriu e se despediu de Adrien, desligando o telefone.

— Espero que esteja tudo bem com o Mestre! - Tikki desejou cabisbaixa.

— Se não estiver, nós vamos salvá-lo, não se preocupe. - a azulada sorriu de maneira compreensiva para a kwami, que logo fez o mesmo - Agora vamos encontrar a equipe. Tikki, transformar!

***

— Sinto muito, mas acredito que essa não seja uma solução. – Mestre Fu se ajeitou na cadeira de madeira com detalhes pintados em vermelho e encarou as doze pessoas que ali estavam – Eu não posso concordar com isso.

— Desculpe Mestre, mas sinto que dessa vez sua opinião não é válida.

— Ela tem razão. – o homem concordou e ficou de pé. – Estamos lidando com uma grande ameaça aqui. Uma ameaça milenar e muito maior do que aquele Hawk Moth que atormentou Paris.

— Mas o que vocês estão pensando em fazer... Isso não é certo.

— Com todo respeito, o senhor nos contou sobre o seu erro e o porquê teve que fugir com os Miraculous naquela época. Acredito que o senhor tenha cometido um erro novamente e agora é o nosso dever consertar antes que seja tarde demais.

***

— Então o que a gente faz? - Lila questionou preocupada.

Os seis heróis estavam reunidos no parque, pois Marinette decidiu que era mais do justo os colocar por dentro da situação.

— Não sabemos. – admitiu. – Tudo que eu sei é que ele viajou pra China.

— Seria loucura eu dizer que talvez a gente tenha mais chance de procurá-lo na China? – Nino sugeriu e os heróis se entreolharam.

— E como nós faríamos isso?

— Bem, eu não pensei nessa parte. – o moreno levou a mão até o pescoço.

— Mesmo que a gente tenha como ir, é loucura. – Adrien começou – Em primeiro lugar, como vamos explicar para os nossos pais? Como saberemos aonde procurar o Mestre? A China é gigante! Além de que, como fica Paris?

— Paris ficaria bem sob a proteção dos outros heróis. – Marinette falou – Mas as outras duas questões precisam ser levadas em conta.

— Sinceramente, eu não acho que seja loucura. – Chloé se pronunciou – Somos heróis, o Mestre confiou os Miraculous a nós porque ele sabia que podíamos salvar as pessoas. E se ele está em perigo, nada mais justo que salvá-lo.

A equipe parou para refletir sobre as palavras da loira. De qualquer forma eles sabiam que ela estava certa, mas para a dupla de líderes ainda parecia loucura a ideia de ir até a China.

— Eu concordo. – Alya se manifestou.

— Eu também. – Nino e Lila falaram ao mesmo tempo.

Os quatro encararam Marinette e Adrien, que permaneceram calados, esperando por uma resposta.

— Não acho que seja uma ideia ótima, mas é a única que temos. – disse a azulada – Estamos ficando sem tempo e até agora, essa é a nossa única solução. – Adrien suspirou e concluiu:

— Então vamos todos pra China.