— Relaxe, pessoal – Owen fala – É só um passeio na mata.

— Há 65 milhões de anos! – digo

Começamos a andar. Adentramos ainda mais na floresta. Estávamos indo em direção onde ficava o parque antigo. Chegamos no centro do parque antigo e ouvimos um barulho de carro.

Corremos e entramos numa espécie de garagem. Owen vasculha o local.

— Isso é deles? – Owen pergunta mostrando pra Claire uma camisa de flanela

— Sim!      

— Essa estrada chega no parque! – digo vendo as marcas de pneus

— Como eles conseguiram ligar essas latas velhas? – indaga Owen

— São meninos inteligentes! – falo

Vou tentar abrir o capô do carro, mais escuto um barulho. Era a Indominus. Owen me puxa para baixo, para me esconder na parte da frente do antigo Jeep. Claire se senta ao meu lado.

O dinossauro se aproxima devagar, cheirando tudo ao seu redor. Deito minha cabeça no ombro de Owen e ele segura o meu rosto. Naquele momento temi pela minha vida.

Meu coração acelera e sinto lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Senti medo, não queria morrer ali, muito menos morrer pela garras de um mutante híbrido. A cabeça do dinossauro tenta mover o carro no qual estávamos escondidos, mas depois se afasta.

Owen pega a arma que havia deixado para traz. Por um momento tivemos silêncio e  calma, achei que estava seguro, minha respiração voltava a se normalizar. Até que a Indominus quebra o teto da garagem.

Claire corre na minha frente, fugindo do animal. Saímos da garagem em direção à mata, tinha meu coração na mão.

— Lowery, achamos ela! – fala Claire ao telefone logos atrás de mim – Ao sul do Vale das Girosferas, entre o parque antigo e o Aviário!

Todos os três estavam em movimento, corro logo atrás de homem e Claire continua falar no telefone.

— Sim – a ruiva fala – Mande a contenção armada!

Paro de me focar no conversa de Claire e me foco em correr. Agora por estar correndo o meu coração está ainda mais acelerado. O encontro com o dinossauro parecia ter me chocado bastante, sentia as minha mãos tremendo e a respiração, desregulada.

Corremos até uma espécie de clareira, conseguia ver com clareza o Aviário. Vejo um helicóptero no céu, parecia estar atirando no dinossauro. Ele é logo atingido por uma ave e caí no viário, fazendo uma grande explosão. Naquele momento percebi que o parque nunca mais reabriria e que, de agora em diante, tudo iria mudar.         

As aves que outrora estavam presas, agora voam livremente.

— Essa não ... – falo

— Para as árvores! – grita Owen – Agora!

Corremos em direção as árvores a procura de esconderijo, ou ao menos uma forma de nos proteger. Chegamos até uma área com transportes. Subo em uma moto de quatro rodas e Claire sobe na minha garupa. Sabia que aquela noite estava longe de acabar.

Vamos direto para área central do parque. Descemos da moto e corremos para o centro comercial. Saco a minha pistola e a deixo totalmente carregado, temendo o pior. 

Entro em formação junto com Owen e os guardas locais, miramos e começamos a tirar nas aves. Vejo Claire distante, ela estava em cima de uma mesa, procurando por seus sobrinhos.

Vejo dois meninos, não muito longe de nós, mais precisando de ajuda. Pude ver que eram Zach e Gray. Naquele momento foquei toda atenção para salvá-los, mirei a arma e eu tirei três vezes na ave que os perseguia. Vejo os meninos sãs e salvos.             

— Skye! Uma mãozinha! – Owen grita

— Owen!! – me viro e vejo Owen com um grande pterodátilo em cima de si.

Chuto animal e ele cai ao lado de Owen. Acerto-lhe um tiro certeiro que lhe penetra o pequeno crânio. Estico a minha mão e ajudo Owen a se levantar.

— Se não sou para salvar a sua pele...

— Cale a boca... – Owen me fala e me puxa pela cintura

Owen sela meus lábios com seus. Não sabia se era por conta de toda aquela situação ou se era por conta de seus sentimentos por mim, mas naquele momento eu já não importava mais. Mesmo com as pistolas na mão envolvo seu pescoço os braços e retribuo o beijo. 

Owen Puxa ainda mais a minha cintura, retirando todo e qualquer espaço entre nós. Sua língua toca minha levemente e eu me sinto corar. Meu corpo aquece e sinto uma espécie de alegria diferente. Não sabia se aquele beijo ia ser o primeiro de muitos ou um dos últimos que receberia dele, mas eu realmente não me importava mais.

Nos afastamos e ele beija minha testa e depois sorri.

— Pessoal? – chama Claire

— Quem são eles? -pergunta o sobrinho mais velho

— Trabalhamos juntos... – a ruiva responde

— Hum... Temos que ir... – falo constrangida

— Venham, venham! – ela fala e puxa os meninos

Sigo Owen, mas encaro o chão. Não sabe exatamente o que acabaram de acontecer, ainda estava incrédula. Meu coração estava acelerado e me sentia aquecer aos poucos, com isso podia  sentir  que minha pele estava corada. Entretanto na situação que me encontrava o mais importante era permanecer viva e não entender os sentimentos de outra pessoa.

— Lowery, estamos indo ao seu encontro! – Claire falarão telefone, novamente – “ Usar os raptores”?

— Filho da mãe! – fala Owen visivelmente estressado

— Não fale palavra – fala o sobrinho mais novo

— É o Hoskins, não é? – pergunto me lembrando do cara que me ofereceu milhões de dólares para treinar os carnotauros, mas era um acordo inviável e insensato

Owen me olha e assente. A raiva que ele se tia era quase palpável.

— Leve as duas crianças para um lugar seguro e...

A minha fala que era direcionada á Claire é interrompida. As portas atrás de nós começam a fazer barulho e de repente abrem-se. Corremos e entramos num carro qualquer para tentar fugir da multidão. Owen na cadeira do motorista e eu de seu lado, Claire e seus sobrinhos nos bancos de trás.

Owen da ré e eu atiro nas aves que aparecem.

— Vamos, Owen! Nos tire daqui!

Owen coloca o carro em um beco e assistirmos a multidão tanto de animais quanto de pessoas passa.

— Isso não é nada seguro! – fala Zach

— Podemos ficar com vocês? – pergunta Gray, o mais novo

— Não deixarei vocês enquanto viverem! – diz Claire

— Não, não! – fala Zach

— Não! Com eles! – diz Gray colocando uma mão em meu ombro e a outra no ombro de Owen

Owen e eu nos entreolhamos.

— É, com eles, definitivamente! – Gray fala novamente

Sorrio, entretanto não estava feliz. Sabia que tudo isso estava longe de acabar...