Jurassic World - Playing God escrita por Pandora Ventrue Black


Capítulo 3
Capítulo 2: Corra!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/776074/chapter/3

— Podemos baixar uma carne? – fala Claire com o segurança do local

— Claro! – ele responde

— Há quanto tempo está aqui? – Owen pergunta

— A vida toda!

— Nunca viu nada além dessas paredes? – ele continua

— Não dá para levá-la para passear.

“Perfeito!”, penso “Um dinossauro criado em cativeiro, o que pode dar errado?”.

— A alimenta com isso? – digo apontando para o pedaço de carne que descia por um cabo

— Algum problema? – ela pergunta

Caminho até o outro lado da sala de controle analisando o padoque.

— Eu diria “alguns problemas” – falo

— O que quer dizer? – ela pergunta sem entender

— Animais criados em cativeiro não são os mais funcionais – digo encarando-a

Olho por todo padoque a procura de alguma falha ou alguma for a do dinossauro fugir.

— Os seus raptores nasceram em cativeiro! – Claire fala olhando para Owen

— Tem irmãos. Aprenderam a socializar – Owen explica – e me fiz presente desde que nasceram. Há confiança!

Sorrio. Owen soa como um pai.

— O único relacionamento positivo desse animal é com a grua – ele continua – Ao menos sabe que significa comida...

— Então ela precisa de um amigo? – Claire indaga – Chamaremos outros para brincar!

— Não é uma boa ideia... – digo ainda inspecionando o padoque

Claire, impaciente, bate no vidro. Parecia estressada.

— Onde ela está? – ela murmura

— No porão? – Owen brinca – Há um andar inferior? Talvez na sala de recreação?

— Ela estava aqui! -Claire fala andando até o painel de controle maior – Nos estávamos aqui!

Ouço um bipe seco e vasculho algum sinal de atividade no padoque.

Nada.

Perto do portão algo que eu não queria ver. Marcas de garras.

— Droga! – digo baixinho

— Não faz sentido! -fala o guarda – Essas portas não são abertas a semanas!

— Aquelas marcas sempre estiveram ali? – falo e Claire e Owen se aproximam de mim

— Vocês acham que... – a ruiva fala entrando em pânico – Deus!

Olho pra Owen e ele olha para mim. Não sabia o que eles tinham criado e, naquele momento, aquele dinossauro podia estar em qualquer lugar. Engulo em seco. Owen coloca sua mão em meu ombro, tentando me acalmar.

— Ela tem um implante nas costas! – Claire fala caminhando em direção a saída – Posso rastreá-la na Sala de Controle!

Owen e o guarda vão em direção a escada que leva ao interior do padoque.

— Owen – o chamo – Cuidado...

Ele sorri e desce as escadas seguido pelo guarda e um outro trabalhador.

— Manterei você informado, Owen! -falo pelo comunicador

Vejo pelo painel de controle os três se aproximando das marcas na parede.  Meu coração acelera. Tudo aquilo poderia ter sido evitado se nos tivemos parado de brincar de Deus!

— Padoque 11! - fala uma voz feminina no comunicador do painel – Desocupe a área de contenção! Padoque 11, me copia?

Meu coração para.

— Ela está aí com vocês! – a voz feminina avisa

— Owen! – grito no comunicador

Vejo Owen correndo e a mata se movimentando. O dinossauro aparecem na sua frente e ruge. Owen e os outros dois homens correm de volta para o portão.

 Eu assistia tudo de camarote.

O guarda abre o portão. “Droga! Droga!”, penso.

— Owen! Corra!

Aperto com força o botão para fechar o portão e felizmente Owen consegue passar! Infelizmente o dinossauro passa junto!

Meu corpo trava. Não conseguia mover nenhum músculo! Via o que estava acontecendo lá fora, mas não conseguia agir.

Quando o dinossauro se afasta eu corro para a saída. Desço as escadas com pressa e vou até o carro onde Owen estava.

— Owen!

— Estou bem! – ele fala se levantando – Estou bem...

— Meu Deus... – sussurro

Respiro fundo, tentando acalmar o meu coração e minha mente. Tínhamos um dinossauro mutante correndo solto e nada poderia entrar no caminho entre eu e o dinossauro! Precisávamos ou detê-la  ou colocá-la em outro padoque! Urgentemente!

Owen sobe em uma moto. Subo na garupa.

— Você está fedendo! – digo, e era verdade. Ele cheirava a óleo de carro.

— Nem comece... – ele fala dirigindo

Ele nos leva até a Sala de Controle. Era um sala espaçosa e no fundo tinha uma grande tela, onde estava mapeado o parque.

— Senhores, preciso ver os seus crachás! – um segurança fala

Eu e Owen o ignoramos e caminhamos até Claire.

Que merda acabou de acontecer? – digo, furiosa

— Há câmera térmicas em todo o padoque! – fala Owen.

Dois seguranças se aproximam e nos seguram por trás.

— Ela não simplesmente desapareceu! – fala tentando me soltar

— Solte-os – fala uma voz que eu conhecia muito bem

Sr. Masrani entra na sala. Os guardas obedecem e assim que sou solta cruzo os braços e encaro Claire.

— Deve ter sido um defeito técnico! – ela fala

— Não estavam vigiando tão vorazmente esse dinossauro? – indaga Owen

— Ela deixou as marcas para acharmos que escapou! – grito já estressada com a calma de todo mundo naquela sala

— Senhorita Johnson, estamos falando de um animal! – fala Claire se aproximando de mim

— Um animal altamente inteligente, aparentemente! – digo quase cuspindo as palavras

— 400 metros do sinal do implante – fala uma voz vindo da tela grande no fundo da sala

Todos se viram para a tela onde a operação estava sendo transmitida. Owen me olha incrédulo. Balanço a cabeça, esses soldados estão condenados...

— Tire seus homens daí! – falo quase gritando – Não é seguro e você sabe disso, Claire!

— Estão indo atrás dela sem armas letais! – diz Owen visivelmente frustado

— Investimos 26 milhões nesse item! -fala Sr. Masrani – Não podemos matar!

— Esses homens vão morrer! – grita Owen

— 300 metros do sinal.

— Aborte a missão! -falo – Agora!

— Já estão no local! – diz Sr. Masrani

Meu coração acelera. Aqueles homens iam morrer e ninguém estava se importando. Além disso, essa missão suicida ia falhar e vida de milhares de turistas estariam em risco por conta do egoísmo do Sr. Masrani. Owen me olha, ele sabia o quanto eu estava furiosa e ao olhar para ele percebo que também estava com raiva.

— Abortem! – fala Owen

— Não são vocês que estão no controle! -grita Claire

Suspiro e olho para a tela incrédula. Eles acabaram de  achar um pedaço de pelo com o suposto localizador.

— O que é isso? – indaga Masrani

— Isso, Masrani, é o rastreador implantado que ela mesma arrancou! – respondo

— Como ela sabia? – fala a ruiva, tristonha

— Ela lembrou onde o colocaram! – diz Owen

Olho para a tela e o dinossauro aparece. Rapidamente ela faz mais uma vítima.

Isso não pode estar acontecendo...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!