Girl – Rose May escrita por Strela Ravenclaw
Notas iniciais do capítulo
Olá ♡
Espero que gostem desse capítulo, desculpe se houver algum erro, eu tô aqui caindo de sono!
Boa leitura ♡
Assim que escutei aquela voz romper o silêncio que estava na sala, eu me virei rapidamente de frente pra ele.
— Elliot? O que você...? – indaguei sentindo meu estômago afundar.
Minha voz simplesmente morreu antes que eu completasse a frase, era vergonhoso ele me ver nesse estado.
Já era a segunda vez que ele me via dessa maneira. – Limpei rapidamente as lágrimas que haviam molhado meu rosto a pouco, com as costas das minhas mãos.
— Eu segui você, quando a vi saindo do laboratório de química... – Ele me olhava profundamente. – Você não respondeu minha pergunta. – os braços cruzados esperando minha resposta.
Queria fingir que não havia escutado o que ele havia dito pouco antes de eu me virar, mas eu realmente escutei cada palavra.
“É por causa dele?” – Essa foi a pergunta do Elliot. Não sabia muito bem se ele estava se referindo ao Guss, mas de qualquer maneira eu não responderia essa pergunta.
— O que está fazendo aqui? – perguntei olhando em seus olhos.
Tentei desviar o foco da conversa, mas ao mesmo tempo também queria saber o porquê dele vim atrás de mim.
— Rose May... – Elliot deu alguns passos a frente ficando mais perto de mim. – Você não me respondeu, acha que tem o direito de me perguntar?
Não acreditei no que ele havia me dito, era realmente sério que ele achava que tinha o direito de me fazer responder?!
O olhei com irritação. – Elliot percebeu, mas continuou esperando.
— Não vou responder nada! – falei claramente. – E por que está aqui? Você nem se importa...
— Você não sabe, Rose May! – Dessa vez foi ele quem deixou clara a irritação. – Você não sabe se eu me importo!
— Por que se importaria? – indaguei.
Ele olhou em meus olhos por longos instantes. – Seu olhar sobre o meu não me trouxe desconforto, pelo contrário. Mesmo irritada, e chateada. Os olhos dele me faziam esquecer dessas coisas.
— Você merece alguém melhor... – Elliot se aproximou mais de mim. Seu olhar ainda fitava o meu com intensidade. – Ele é realmente um idiota.
Senti meu rosto ruborizar de vergonha. – O que ele estava dizendo?! Será que ele não enxergava que ninguém nunca iria se interessar por alguém como eu?
Ele estava brincando? Será que estava achando graça disso tudo? – Não poderia ser outra coisa.
— Isso não tem graça! – disse grosseiramente.
— O que?
— Eu sei que você viu o porquê eu saí da sala daquele jeito... Mas isso não tem graça Elliot! Eu não sou uma piada! – falei com raiva.
— Do que você está falando, Rose May? – perguntou parecendo não entender.
Sinceramente, ele realmente queria que eu acreditasse que um garoto bonito como ele estava dizendo essas coisas pra alguém como eu? Uma excluída, gorda e invisível?
— Chega! Eu já disse que isso não tem graça.
— Não sei do que você está falando! – Ele me olhava tentando entender.
— Por que você ainda está aqui Elliot? Está achando graça disso? Ou é pena de mim? – perguntei sentindo um nó descer pela minha garganta.
— Achando graça? Pena de você? – indagou confuso, mas sua expressão logo se suavizou. – É o que acha? Rose May, eu posso ser um idiota, como você acha que eu sou. Mas eu realmente não sinto pena de você! E não acho a menor graça ver você gostando daquele babaca do time de futebol!
Elliot sustentava meu olhar. – Eu ainda tentava entender o porquê dele estar aqui, de parecer se importar.
— Eu não gosto... – tentei negar mas ele me olhou com ironia.
— Sério? – ironizou. – Eu vi você no dia do baile, esqueceu?! Eu vi você hoje... Não minta pra mim!
— Isso não é da sua conta! – disse irritada. – Sai daqui!
— Não saio!
— O que?
— Não vou sair... Até porque o professor ameaçou me colocar na detenção se eu saísse atrás fez você...
— Ele vai colocar você na detenção? – indaguei me sentindo surpresa e um pouco culpada.
— Bom, eu estou aqui, não é?! – lançou-me um sorriso debochado.
— Provavelmente ele vai me colocar na detenção também! – Bufei frustrada. – Inferno!
— Pelo menos estaremos livres dele por duas aulas! – Elliot foi até uma mesa e se encostou nela. – Ele é insuportável.
— Você nem imagina o quanto ele é insuportável! – concordei me virando na direção que ele estava.
— Ele deve ser sexualmente frustrado. – Elliot disse rindo.
Senti um pouco de vergonha pelo o ele havia dito. – Mas o acompanhei rindo, até porque isso realmente deveria ser verdade.
— Então você e aquele idiota...? – Elliot indagou depois de um tempo. Eu logo o interrompi.
— Nós somos só amigos! Eramos... Eu acho. – expliquei. Ele me olhava com atenção. – Amigos, nada além disso!
— E você se apaixonou por ele? – Elliot continuou, me sentia desconfortável com aquelas perguntas.
— Esse assunto é realmente necessário? – devolvi a pergunta.
— Claro que não. – Ele fez uma pausa. – Mas você parece ter um imã que atrai idiotas... olha eu aqui, por exemplo.
Mas uma vez meu rosto foi tomado pelo rubor de vergonha. – Elliot falava algumas coisas que realmente eram constrangedoras.
— Me fala sobre você... – falei mudando bruscamente de assunto. – Acredito que você seja mais do que só um idiota... – brinquei ele sorriu debochado.
— O que quer saber?
— Qualquer coisa que queira me contar.
— Qualquer coisa?! – seu tom malicioso me fez revirar os olhos, Elliot riu. – Tá bom, deixa eu pensar... Morei um tempo com meu pai, e acabei voltando pra cá...
— Você já morou aqui? – perguntei surpresa.
— Sim. – confirmou. – Mas fui morar um tempo com meu pai... e agora estou aqui novamente.
— Seus pais não moram juntos?
— Eles são divorciados... Meu pai era um babaca, não sei como uma mulher como a minha mãe foi se apaixonar por alguém como ele. – Elliot disse.
— Infelizmente não escolhemos por quem vamos nos apaixonar.
— É verdade... – Ele pareceu se recordar de algo – Você é um exemplo disso! – Elliot falou voltando ao tom de brincadeira e eu olhei feio pra ele.
— Cala boca!
— Irritadinha! – sorriu divertido.
— Idiota! – revirei os olhos.
Elliot me olhou e sorriu, e eu não conseguia não sorrir de volta.
Olhei a hora no meu celular e ainda faltava um bom tempo pra irmos embora.
— Vamos sair daqui? – perguntei.
— Pra onde nós vamos? Se alguém nos ver no corredor a detenção vai ser pior... Sabe disso, não é? – Elliot falou se divertindo com a minha proposta.
— Sei... Tá com medo, Elliot? – provoquei ele.
— Sério? – Ele me olhou sorrindo irônico.
Saímos da sala e o corredor estava vazio. – Dava pra escutar as vozes vindo das salas de aula.
— Pra onde nós vamos? – Ele perguntou enquanto andávamos apressados pelo corredor.
— Sair daqui... Vamos para o campo de futebol, essa hora está vazio. As arquibancadas são um bom lugar pra ficar... – antes que pudéssemos virar no outro corredor escutei vozes.
Demorei mas reconheci a voz, era o diretor Moroles e alguma outra coordenadora.
Parei bruscamente e Elliot parou junto comigo. – Ele me olhou sem entender e antes mesmo que eu dissesse algo ele pareceu ouvir eles vindo também.
Quando a sombra deles se aproximou quase revelando-os Elliot me puxou rapidamente pra dentro de uma sala.
Encostei na porta ouvindo os passos deles e as vozes. – O diretor parecia reclamar de alguns alunos.
Se o Senhor Moroles tivesse nos visto, estaríamos ferrados. – Ele era pior do que o professor de química. Era quase como o diabo. De tão ruim.
A luz da pequena sala foi acesa e só aí me dei conta de onde estávamos. – O pequeno cômodo era a sala do zelador da escola.
Elliot analisava o local com atenção. Talvez pensasse que encontraria algo interessante, mas aqui não havia nada além de baldes, vassouras e outros utensílios.
— Ainda bem que você me puxou pra cá... – falei atraindo a atenção dele. – Se o diretor Moroles tivesse nos visto, estávamos ferrados! – Pelo cômodo ser pequeno e apertado, quando ele se virou de frente pra mim parece que ficamos ainda mais próximos.
Me virei de costas pra ele e fiz menção de abrir a porta, mas Elliot segurou minha mão me impedindo, ele se aproximou ainda mais de mim, o corpo dele estava tão perto do meu que eu conseguia sentir a sua respiração batendo no meu pescoço. – O tronco dele encostou nas minhas costas, fechei os olhos imaginando coisas que eu realmente não gostaria de imaginar quando sem querer a parte da cintura dele encostou na minha bunda e senti algo duro entre nós.
Meu rosto ficou tão vermelho de vergonha que nem pude descrever. – Por estar de costas não vi a expressão dele. – Mas quando me virei bruscamente Elliot me olhava com intensidade.
O olhar dele pairou sobre minha boca, e pela segunda vez pensei que ele fosse me beijar.
— Desculpa, Rose May. É que eu pensei ter ouvido passos... – Ele falou mas eu fiz sinal para que parasse, apurei os ouvidos e escutei as vozes do diretor e da coordenadora mais uma vez, eles estavam voltando para a diretoria.
— Ainda bem que você me impediu de abrir a porta, se não nós estaríamos...
— Fodidos. – Ele completou a frase e eu sorri sem graça com toda aquela situação. – Eu realmente não me aproximaria dessa forma de você... – Ele voltou a se desculpar.
E eu sabia que alguém como ele nunca se “aproximaria de mim" dessa “maneira". Isso foi só um acidente, nada mais!
— Elliot, tá tudo bem. – tranquilizei ele.
Ele me lançou um olhar intenso e profundo. – Mas logo desviei meus olhos do seus.
Me sentia um pouco envergonhada, e constrangida. – Nada assim havia acontecido entre mim e um garoto, jamais.
— Acho melhor nós voltarmos pra aula de química... – sugeri. Ele me olhou estranho. – Ainda da tempo de assistirmos a segunda aula dele.
— Ele vai nos colocar em detenção.
— Eu sei. Vou dar um jeito nisso! – falei e ele pensou por alguns segundos no que eu havia falado. – Vamos?!
— Tô confiando em você! – falou dando um sorrisinho irritante.
— Eu já confiei em você uma vez, lembra? – devolvi o sorriso pra ele e saímos daquela sala apertada em direção a aula de química.
Assim que chegamos todos olharem pra mim. – Guss era um deles. – Sentia meu rosto queimar de vergonha quando o professor nos olhou com a pior cara que eu já vi ele fazer.
— Isso são horas? O que vocês dois pensam que estão fazendo? Acham que estão na casa de vocês? – indagou sério. Ele se preparava para dar mais um sermão enquanto alguns alunos seguravam o riso, Lindsay fazia parte deles.
— Professor sei que parece que não temos razão para tamanho atraso... – falei e ele interrompeu.
— Pelo menos essa consciência a Senhorita tem! – O professor falou grosseiramente.
Respirei fundo ignorando a resposta dele.
— Mas tive que ir a enfermaria da escola, me deu uma forte cólica... Acho que o Senhor entende, não? – indaguei. Ele pareceu ficar extremamente sem graça, toda a sala agora falava baixinho e risos eram escutados. – E antes que o Senhor me pergunte sobre o Elliot, ele me acompanhou até lá para garantir que eu chegasse bem, e me esperou para certificar de que eu conseguiria chegar até a sua sala.
Olhei de relance rapidamente para o Elliot que estava ao meu lado. – Ele me olhava surpreso enquanto segurava o riso.
O professor nos encarou com raiva por alguns segundos antes de nos liberar.
— Pode sentar, casal. – O professor falou e eu senti meu rosto ainda mais vermelho. As conversas na sala aumentaram e todos olharam para mim e Elliot. – Agora! E silêncio vocês!
Nós dois sentamos na nossa mesa habitual. – Já que eramos parceiros de laboratório.
Todos os olhares nos analisavam enquanto caminhávamos até nosso lugar. – Guss me lançou um olhar significativo, mas eu desviei pra qualquer outro lugar.
Não tive tempo pra pensar em mais nada. – Logo comecei a fazer os deveres que o professor estava passando.
Depois de longos minutos Elliot se aproximou de mim e falou baixo perto do meu ouvido.
— Não imaginava que você era uma boa mentirosa! – falou baixinho bem perto de mim. Um arrepio percorreu meu pescoço.
— Não sou! Mas não ia deixar esse professor colocar a gente na detenção! – respondi baixo, audível só para que ele escutasse. Continuei escrevendo. Olhei de relance para o lado e vi Guss me encarando.
— Se ele for até a enfermaria e descobri que não estávamos lá? – Elliot indagou, olhei pra ele que ostentava um olhar divertido.
— A enfermeira nunca está lá, e ela também já é meio de idade sabe? Não presta atenção em nada. – falei e ele riu baixo.
— Então você já planejou isso? – Perguntou surpreso.
— É sempre bom ter um plano! – respondi.
A aula transcorreu lentamente. – Além do olhares de repreensão do professor, Guss também parecia estar aborrecido. – Quando o sinal tocou eu arrumei minhas coisas rapidamente e sai da sala.
Procurei Izzie no meio da concentração de alunos que saiam do colégio.
— May! – escutei a voz familiar do Guss me chamar.
Respirei fundo e continuei prosseguindo sem olhar pra trás, sem olhar pra ele.
Prossegui caminhando mas senti mãos firmes rodearam meu braço. – O aperto não foi pra machucar, apenas para me parar e me fazer virar em direção a ele.
— May! Quero falar com você. – Guss me olhava sério.
— Não tenho nada pra falar com você! – falei desviando meu olhar do seu.
— Nós precisamos conversar! Não quero ficar desse jeito com você, May... – olhei por cima do ombro dele e vi Lindsay vindo em nossa direção.
Ela parecia furiosa. – Caminhava com impaciência pelas pessoas.
— Guss! – chamou autoritária.
Ele olhou na direção dela e eu desvencilhei meu braço da mão dele.
Voltei a caminhar em direção a saída e quando olhei pra trás vi ela rodear o pescoço dele com os braços.
Encontrei Izzie próximo a porta de saída da escola. – Ela vinha conversando com Briana e assim que se aproximou de mim colocou um braço sobre meus ombros enquanto caminhamos pra casa.
— Tem alguma coisa pra me contar? – indagou.
— Você não faz ideia. Hoje foi um longo dia!
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Faça uma autora feliz, comente! ♡
Genteee me digam o que acharam dessa aproximação de May+Elliot hahah
Ps: Para as leitoras que reclamaram da minha demora, dessa vez postei rapidinho. Ouvi um amém?
Beijos, até ♡