Girl – Rose May escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 6
Thank you for bringing me, idiot.


Notas iniciais do capítulo

Olá ♡

Boa leitura, desculpe se houver erros de ortografia.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/776047/chapter/6

Meus olhos demoraram a se acostumar com a pouca luz do campo. Já que a alguns minutos atrás eu estava em um local mais iluminado.

Por isso que quando vi Guss mais ao longe, demorei pra notar que ele estava com alguém.

Lindsay.

E no momento em que dei dois passos na mesma direção eu a vi se aproximando dele. Eles estavam muito próximos, um sorriso se formou nos lábios do Guss antes dele tocar a cintura dela e beija-la.

Ele beijou ela. – Como se aquilo fosse tudo o que ele sempre quis fazer.

Senti como se meu coração tivesse se partido. Literalmente. – Mordi o lábio com força em uma tentativa falha de reprimir as lágrimas que desejam inundar meu rosto naquele momento.

Não aguentei olhar mais pra eles. Era torturante ficar ali, doeu o suficiente ver aquilo, eu não poderia encarar eles.

Sai desnorteada caminhando rapidamente pra fora dali. – Meus pensamentos eram um bolo de coisas confusas, mas a imagem deles dois não saia da minha mente.

Tentei limpar cada lágrima que descia pelo meu rosto, mas não conseguia parar de chorar. Um choro silencioso.

Eu estava vulnerável. Uma idiota vulnerável demais. – Como eu pude pensar que ele iria realmente estar aqui comigo?!

Era ridículo, tão ridículo que era quase cômico. – Não quis enxergar o óbvio, que entre mim e ela, ele a escolheria. Sempre.

Os corredores vazios me trouxerem conforto, pois ninguém me veria naquele estado. Não poderia mais ficar aqui, tudo o que eu queria era ir pra casa. – Caminhei apressada pelo colégio até chegar na porta de saída. –  Assim que abri a porta esbarrei em alguém. – Logo tratei de limpar as lágrimas rapidamente. Seja quem for, não queria que me visse nesse estado.

— Desculpa... – falei ainda de cabeça baixa, continuei caminhando até sentir alguém tocar meu braço.

— Rose May?! O que houve? – Elliot indagou me encarando.

Ele? Logo ele? Não poderia ser qualquer outra pessoa?! – Me virei de frente pra ele que ainda mantinha sua mão no meu braço.

— Eu preciso ir... Estou bem, não aconteceu nada! – menti.

— Vai ir embora sozinha?! – Elliot me olhou sem acreditar no que eu havia dito.

— Sim... Eu realmente preciso ir! – insisti, quando meus passos se distanciaram sua mão soltou-se do meu braço.

— Espera! Eu te levo... – ofereceu, me virei de frente ainda distante dele.

— Não precisa. – recusei e ele bufou irritado.

— Que tipo de homem eu seria se te deixasse ir sozinha a noite?

— Não vou subir na sua moto! Nem pensar. – falei com relutância e ele riu.

— Vai me dizer que você tem medo? – indagou desafiador.

— Claro que não! Só não confio em você. – Me defendi e ele sorriu com deboche.

— Pode confiar, te dou minha palavra que você chegará a salvo em casa! – o sorriso debochado permanecia em seus lábios.

E pela primeira vez aquela noite me senti menos pior. As provocações dele me faziam esquecer tudo o que aconteceu hoje.

— Sua palavra vale muita coisa? – retruquei e ele me olhou analítico.

— Posso te provar que vale... É só você dizer que sim. – Elliot me olhou nos olhos. Exatamente como no dia em que ele me livrou do tombo.

— Tá bom! Mas nós vamos a pé. – falei irredutível. 

— A pé? – agora ele me olhava com indignação.

— Qual o problema?

— Vou ter que voltar aqui pra buscar minha moto! Esse é um dos problemas... Seria mais fácil se você confiasse em mim e me deixasse te levar... – Ele diminuiu a distância entre nós se aproximando mais de mim. Elliot estava bem na minha frente, seus olhos se demoraram nos meus, como se ele ainda tivesse mais alguma coisa a dizer.

— É pegar ou largar! – falei depois de alguns segundos de silêncio. Ele bufou irritado e eu sabia que dessa vez seria do meu jeito.

— Tudo bem... O que eu não faço por uma dama! – Ele ironizou e eu revirei os olhos.

— Nossa Elliot, como você é cavalheiro! – devolvi a ironia e ele sorriu cínico.

Minha casa não era tão longe do colégio, mas mesmo assim fiquei agradecida por ele me acompanhar. Essa realmente era uma coisa que eu não esperava dele.

Enquanto caminhávamos em silêncio me recordei da cena de alguns minutos atrás. – Guss e Lindsay, juntos, se beijando.

Ele parecia tão feliz com ela, e isso cortava meu coração.

Como pude ser tão burra? Ingênua! Por que alguém como ele olharia para alguém como eu?

— Que cansativo! – Elliot reclamou me tirando daqueles pensamentos tortuosos.

— Foi você quem se ofereceu pra me trazer!

— Eu te ofereci uma carona.

— Pode volta se quiser. – falei dando de ombros.

— Mas é claro que não. Estar em silêncio ao lado de alguém tão teimosa como você é melhor do que aquele baile. – Elliot falou e eu o olhei com sarcasmo. – É sério!

— É claro que eu acredito! – ironizei.

— Você poderia realmente acreditar.... Nem sei porque apareci naquele baile! É tão patético.

— Nem eu sei porque fui, sinceramente... patético é pouco! – concordei com ele.

— Pela primeira vez nós dois estávamos de acordo com algo. – Elliot fez uma falsa expressão de surpresa.

— Cala boca vai! – falei segurando o riso.

— Acho que só fomos a final das contas para apreciarmos a nossa incrível decoração. – Ele falou rindo. – O Sam só foi pra isso, eu tenho certeza.

— Ele estava a beira de um ataque de nervos! – me recordei da cena dele no começo do baile.

— Ele precisa relaxar! Ou vai enlouquecer, e pior vai nos enlouquecer junto.

Caminhamos por mais alguns poucos minutos até a frente da minha casa.

— É aqui. – falei.

— Entregue em segurança... Agora sou digno da sua confiança? – Perguntou com ironia.

— Ainda acho você um idiota... Mas talvez você seja digno. – sorri de verdade pela primeira vez naquela noite.

E foi por causa do Elliot, e isso era o que mais me espantava.

— Não sou um idiota! – Elliot falou e sorriu convencido. – Você que é teimosa demais pra admitir que também não me acha tão idiota assim.

Ele me olhou por um breve momento. – havia algo de diferente em certos momentos em que Elliot me olhava, eu só não sabia o que era.

— Boa noite. – falei encerrando o assunto. – E obrigado por me trazer, idiota. – agradeci quando já estava mais distante dele.

— Não tem de quer, irritadinha. – o sorriso dele foi a última coisa que eu vi quando fechei a porta.

Subi os degraus da escada e no topo dela encontrei minha mãe. Ela me olhava atenta e com um pequeno sorriso se formando nos lábios.

— Quem era aquele garoto bonito, May? – perguntou com curiosidade.

— Ninguém... A senhora estava me espiando pela janela do seu quarto? – indaguei incrédula.

— Não! Só estava observando a movimentação da rua... – mentiu. Ela era péssima com mentiras.

— Não tem ninguém na rua! – falei irritada, entrei no meu quarto e fechei a porta.

Era o cúmulo ela está me espiando. – Acho que minha mãe não tinha noção de certas coisas, não era possível.

Me deitei na cama depois de tirar toda aquela roupa e tomar um banho. Coloquei algo mais confortável e me enfiei debaixo das cobertas.

Voltei a pensar em Guss, involuntariamente. Por mais que Elliot tivesse me feito esquecer dele por algum tempo, agora sozinha era difícil não voltar a me sentir horrível. – Em meio a esses pensamentos acabei adormecendo.

Meu celular tocando e vibrando feito louco me acordou. – Haviam dezenas de mensagens da Izzie e ligações perdidas a última mensagem era a seguinte: “estou indo pra sua casa, se você estiver dormindo eu vou te matar bitch!”, as outras eram mais preocupadas e algumas ela se xingava por ter me perdido de vista.

A campanhinha tocou e eu não demorei pra ir atender. – Já estava preparando meus ouvidos porque Izzie falaria um monte pra mim.

Abri a porta e ela estava lá, sua expressão se suavizou ao me ver, mas Izzie não estava sozinha.

Guss ao seu lado me olhava com a mesma preocupação que ela. – Mas eu não conseguia nem olhar por mais de dois segundos pra ele.

— O que aconteceu? Você me deixou preocupada! – Ela falou seria.

— Não aconteceu nada. Só quis vim embora, desculpa por causar preocupação em você. – falei e ela me olhou com seriedade.

Izzie me conhecia bem o suficiente pra saber que eu estava mentindo, mas seu olhar tão sério logo se transformou em compreensivo e antes que eu pudesse dizer algo ela havia entendido.

— Vocês precisam conversar... Vou esperar no carro Guss. – Eu quase implorei para que ela ficasse, ou para que ela o levasse embora daqui.

— Não tenho nada pra conversar! – disse mas Izzie já estava indo em direção ao carro.

— May... – Guss pronunciou meu nome com carinho.

Fechei os olhos e respirei fundo – Tudo o que eu queria era anular aquele momento, não ter aquela conversa.

— O que você quer? – indaguei olhando em seus olhos pela primeira vez aquela noite.

Ele estava na minha porta, mas não era da maneira que eu imaginei. – Agora sentia-me tão magoada que olhar pra ele era quase uma tortura.

— Se você me deixar explicar... – Guss disse.

— Vá em frente! – falei cruzando os braços.

— Eu sei que o que eu fiz parece bem horrível, mas May não foi de propósito! A Lindsay me ligou chorando por causa de uma discussão que teve com a mãe... Eu fui até a casa dela pra ver se ela estava bem, ou se precisava de ajuda... E como vi que ela não estava bem, perguntei se ela queria ir ao baile, pra se animar um pouco... E aí quando eu fui te procurar você tinha desaparecido e uma garota disse que viu você saindo com aquele Elliot... – Guss concluiu.

— Deixa eu ver se entendi... – falei pensando em tudo o que havia ouvido dele. – Você foi ajudar a Lindsay?! – Ele confirmou com a cabeça que sim. – E pra realmente saber se ela estava bem você enfiou a sua língua dentro da boca dela? – indaguei com raiva e Guss me olhou surpreso.

— Você viu... – Ele começou a falar mas eu o interrompi.

— Você não me deve satisfações Guss. Somos somente amigos, ou eu achei que fossemos...

— Nós somos, Rose May! – Guss se aproximou de mim e tentou tocar minha bochecha mas eu o impedi.

— Amigos não fazem o que você fez!

— Ela precisou de mim!

— Eu também Guss! – falei sentindo um nó se formar na minha garganta. Eu não queria chorar, não podia na frente dele. – Se não queria ir naquele maldito baile comigo, por que me convidou?! Eu sou uma brincadeira pra você? – minha voz falhou enquanto meus olhos já brilhavam com lágrimas.

Ele notou isso. – E eu me sentia ainda pior.

— Eu queria! Rose May... Por favor, não foi minha intenção, me perdoa! Você nunca foi uma brincadeira pra mim! Eu vou reparar isso... – Guss falava olhando nos meus olhos.

E por mais que eu quisesse acreditar naquilo, hoje havia ficado claro que ele escolheria Lindsay.

— Não dá. Vai embora. – pedi mordendo o lábio pra conter o choro.

Não conseguiria mais segurar aquele choro por muito tempo. E se eu desabasse na frente dele seria o cúmulo da humilhação.

— Você é minha melhor amiga... – Ele me olhou com tristeza, me implorando com o olhar para que eu o perdoasse. Mas aquilo só me magoava ainda mais.

— Eu também pensei que eu fosse. – falei baixo mais audível – Vai embora por favor. – fechei meus olhos e as lágrimas desceram silenciosas pelas laterais das minhas bochechas.

— May você está chorando...?! Me desculpe, eu não queria magoar você. – Abri os olhos e Guss me fitava com tristeza e culpa.

— Se você sente o mínimo de carinho por mim Guss, vai embora! – me virei de costas e entrei em casa não dando chances para que ele viesse atrás de mim tranquei a porta.

Como se tudo isso já não fosse ruim, minha mãe vinha descendo pela escada. – Limpei as lágrimas rapidamente.

— Eram a Izzie e o Guss que estavam aí?

— Sim.
— Por que não os convidou pra entra? Espera... filha você está chorando? 

— Não. – passei por ela e subi as escadas, escutei seus passos logo atrás de mim.

— Rose May! O que aconteceu? – Ela insistiu e eu não respondi. – Eu me preocupo com você!

— Ah mãe! Fala sério! – ironizei olhando-a. – Você se preocupa? Você? Porque você não se preocupou em me humilhar na frente da Izzie, ou em sempre fazer comentários sobre como eu não sou a filha que você sempre sonhou. Me poupa! – Ela me olhava sem reação.

— Isso não é verdade filha... Eu me preocupo com você... – parecia procurar palavras enquanto me olhava.

Olhei uma última vez pra ela antes de bater a porta do meu quarto com força.

Tudo o que eu desejava era que esse dia, essa noite acabasse. – Estava esgotada, minha mente era uma confusão.

A pessoa que eu nunca achei que me magoaria fez isso. – Mantive esse amor platônico por ele, e foi muita burrice minha achar que um dia eu não me machucaria por causa desse sentimento.

Quando adormeci só conseguia pensar em arrancar esse sentimento de mim.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Faça uma autora feliz, deixe seu comentário! ♡

Quem quer matar o Guss? É gente, parece que a May se magoou bastante com isso... Mas teve May+Elliot, quem aí gostou?

Beijos ♡



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Girl – Rose May" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.