Escolhas escrita por Luigi Castellões


Capítulo 1
Capítulo 1. Vantagens de um segredo


Notas iniciais do capítulo

Antes de começar o primeiro capítulo dessa nova jornada... (adoro uma pausa dramática) só vou deixar claro como é o esquema aqui.
Já tenho 4 capítulos prontos dessa história e, antes de postar um capítulo, deixarei sempre 3 prontos para ter uma garantia de que não vou parar no meio. Fora que é um jeito de me fazer escrever mais, pois fico com vontade de postar o próximo capítulo e isso me anima a continuar mais e mais.
Boa leiturinha, seus lindos. ♥



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Faltavam poucos dias para a volta às aulas e era também o aniversário de Penelope Hart, – mais conhecida como Poppy – uma de minhas melhores amigas. Como queríamos curtir um dia entre amigas antes das aulas voltarem, unimos o útil ao agradável e marcamos uma festa do pijama em comemoração aos 16 anos de Poppy.

Me olhava no espelho tentando parecer aceitável. Trocava de blusas, calças e até calçados, mas no final mantinha um mesmo sentimento sobre mim: desgosto. Vesti um moletom branco com uma rosquinha ao centro, short jeans e All Star. Simples, confortável e sem graça, assim como eu (tirando a parte do confortável).

Desci as escadas com as chaves de casa e do carro numa mão tilintando por todo o caminho. Nisso, o nervosismo tomava conta quando notei presença de meu padrasto em casa, ele sempre implicava comigo.

O filho da puta nem deixou que eu descesse todos os degraus e já começou:

— Você vai numa festa mesmo? Com esses shorts curtos parece que vai em outro lugar. — E virou para chamar minha mãe. — Vem ver isso aqui, Linda!

— Filha, qual a necessidade do short curto? — Perguntou minha mãe, chegando com um semblante triste.

— A necessidade que eu tô afim.

— Vai trocar isso, tem que usar roupas mais apropriadas pra sua idade. — Ordenou Roger.

— Você é meu pai por acaso? — Achava um desserviço da parte de Roger tentar bancar o preocupado comigo quando sempre foi um abusivo com minha mãe. O short não mostrava nada demais, nem a polpa da bunda e o que ele via de problemas eram apenas reflexos de pensamentos machistas dele.

— Abigail! — Minha mãe repreendeu.

— Quer ir? Vá! Mas não conte com a minha carona, sua fedelha!

Nesse momento, balancei as chaves do carro, fazendo tilintar novamente. Olhei para o velho com um sorriso debochado e, mesmo tendo passado a mensagem com clareza, fiz questão de botar em palavras:

— Não preciso da sua carona, tenho meu próprio carro. — E continuei andando até a porta. — Tchau, mãe!

Minutos depois já estava chegando no enorme terreno que ficava a fazenda dos Hart. Não que eu me importasse, mas ter uma amiga endinheirada me trazia alguns benefícios. Haviam desvantagens, é claro, mas ainda muito mais vantagens.

Estacionei o carro e fiz questão de correr até a porta. Se tinha uma coisa que me fazia feliz era estar com minhas amigas, meio que alimentava meu astral naquele cotidiano de tristeza.

— O que você tá fazendo aqui? — Perguntou Poppy logo ao me ver na porta. Estranhei.

— A festa do pijama, ué.

— Ah! É no celeiro, amiga, eu só vim pegar umas cervejas.

— Feliz aniversário! — Fingi animação. Não era lá uma pessoa muito animada.

Ela me abraçou e depositou um beijo em minha bochecha, depois seguiu casa adentro. Fui até o celeiro em passos longos, pois estava ansiosa.

De primeira, me deparei com uma cabeleira toda rosada (com exceção das raízes castanhas), depois a menina se virou para mim, mostrando ser Harley McJean, uma pessoa incrível demais para esse mundo.

Nos abraçamos, ela me puxou para sentarmos numa roda de pufes e encheu um copo de suco de uva para mim. Sua energia era incrível.

— Fiquei mega feliz que tu veio, Abby! Não imagina como é importante pra mim!

— Que nada, estamos aqui pra comemorar o aniversário da Poppy, certo?

— Sim, mas quase não nos vimos nas férias! É sempre bom um reencontro.

Poppy surgiu na porta do celeiro. Carregava um monte de cervejas consigo e um cooler também cheio delas. Oferecemos ajuda para carregar tudo, levando para dentro e deixando cada coisa em seu devido lugar.

Passamos o resto da noite fofocando, fazendo brincadeiras bestas e aproveitando tudo o que podíamos aproveitar como o último final de semana em férias. Era mágico estar com elas, me trazia um sentimento bom, como se toda minha tristeza se dissipasse por determinadas horas ou minutos e voltasse depois.

Já estávamos as três bêbadas quando Poppy começou a nos instigar em contar nossos segredos e nos expormos. A loira adorava isso, a adrenalina que um segredo tinha e o ato de amigas guardarem uns das outras.

— Vocês não vão contar se eu não contar, né? — Perguntou. Nós concordamos com a cabeça. — Eu transei com o Jackson Keller!

Segundos se passaram e a mesma reação de Harley era a minha: chocada. Sabíamos que Poppy fazia o tipo de garota solta e sem limites, mas transar com um dos caras mais populares do colégio era novidade para nós.

Era fútil demais encher a bola do cara simplesmente por ser conhecido em toda a escola, mas não tinha como negar, Jackson e seu grupo de amigos, além de fazerem as melhores festas, eram como um clichê popular de adolescentes ricos, conhecidos e descolados. Nunca imaginaríamos alguma de nós saindo com algum deles.

— E foi bom? Quando vão oficializar o namoro? Qual é o nome do shipp? — Harley a encheu de perguntas.

— Não, Harley, não! — Poppy cortou logo. — Foi só uma transa, não quer dizer que vamos noivar, ter uma vida feliz com filhos e um Golden Retriever.

— Então não consideraria um grande segredo. — Disse sincera. — Afinal, se fosse contar o número de meninas que já foram pra cama com Jackson Keller eu perderia a conta facilmente. E todas as vezes foram apenas transas fúteis.

Poppy deu de ombros, seguidamente me fitando com um semblante mal intencionado.

— E você, minha amiguinha? Nunca conta as coisas pra mim, só pra Harley... Fico com ciúmes.

— Eu não escondo nada. — Menti.

— Mentira. — Harley me denunciou. Merda.

— Caramba, pelo visto não confia em mim. Somos melhores amigas, o máximo que iria fazer com seu segredo é guarda-lo. Mas se não quer contar, mesmo sendo meu aniversário, a escolha é sua.

O silêncio se instalou por um tempo, até que Harley começasse a rir loucamente. As duas quase imploraram para que eu contasse o tal segredo depois disso e eu continuei negando até o fim.

De repente, Poppy começou a me instigar com perguntas comprometedoras, do tipo:

— É algum crush?

E eu não pude mentir:

— Sim.

— Quem é? Quem é? — A loira perguntava, parecia até mesmo Harley com esse jeito animado, enquanto eu poderia vomitar meu estômago a qualquer momento.

— O Von Berg...

— Cala a boca, Harley! — Gritei nervosa. E antes que tudo pudesse piorar, preferi eu mesma tacar a bomba. — Estou afim do Trace Von Bergen, ok? Satisfeitas?

— O Tray?! — Exclamou Poppy, como se fosse super íntima do menino.

— Sim, o próprio.

— Ele e Jackson são melhores amigos, cara! Nem acredito que minha amiga nerd tá interessada num dos caras mais garanhões do colégio! Se quiser ajuda...

— Não! A última coisa que eu quero é ajuda com boy escroto.

— Ele não é escroto, vai. Não dormiu com metade das garotas que o Jackson dormiu e isso não me desvaloriza, de qualquer forma. — Poppy estava certa em suas falas, apesar de minhas inseguranças e certos padrões me impedissem de pensar assim. — Se realmente estiver afim dele, tu tem que tomar o primeiro passo, os caras estão cada vez mais lerdos hoje em dia. Começa assim! Você conhece ele, dorme, faz um charme e tem ele nas suas mãos em pouquíssimos dias.

— Não estou tão desesperada.

— Para de se fechar pras oportunidades, Abby! — Brigou Harley comigo. — Sabe como a gente se importa contigo, tu não precisa se casar com o cara, só tenta conhecer e vê no que dá. Te garanto que vai se arrepender menos de ter feito que de não ter feito.

— Tá bem, talvez eu esteja me fechando mesmo. — Pensei alto, realmente meus problemas psicológicos me atrapalhavam de viver e eu estaria tentando (pelo menos um pouco) ter uma vida normal e sair com um menino da escola. — Mas nada de me pressionarem, pelo amor de Cristo.

— Jamais, miga. — Prometeu Poppy.

Foi no primeiro dia de aula, logo após as aulas (quando eu e Harley ficávamos assistindo o time de beisebol jogar e Poppy comandar as líderes de torcida) que tive a maior surpresa do ano. Pois é, as aulas mal haviam voltado e já me enchiam de coisas novas.

Quando o jogo terminou, pude ver Poppy chamar Trace num canto e sussurrar algo em seu ouvido. O chute em meu estômago surgiu quando ele me fitou e eu claramente tentei me esconder atrás da mochila, foi a maior vergonha.

Ficou ainda pior quando ele caminhou até mim. Sim, era literalmente o maior crush de todos os tempos andando na porra da minha direção. Eu estava pirando de nervosismo.

— Oi, é você a Abigail? — Me perguntou o loiro de pé na escada da arquibancada. Assenti com um aceno. — Se quiser sair depois do treino, eu e meus amigos vamos dar um rolê no parque, suas amigas podem ir também.

— Eu...

— Ela adoraria! — Harley respondeu por mim e eu a fitei com ranço nos olhos.

— A propósito, me chame de Tray. — Ele disse, pegando em minha mão e depositando um beijo em suas costas.

Rapidinho o nervosismo se transformou em algo parecido com borboletas no estômago. Um ato como aquele, ainda mais vindo de quem eu estava afim, fez meu dia de forma muito positiva. Como eu era frouxa!

— Abby. — Me apresentei e, olhando de rabo de olho, pude notar comemorações de Poppy na quadra, fazendo coraçãozinho com as mãos e tudo. Era ridículo e brega, porém fofo.

A jornada pela conquista do grande amor da minha vida estava apenas começando.


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Notas finais do capítulo

Olha só quem chegou!! Se leu até aqui, já sabe o que fazer, né?
A) pegar a bike e ir embora.
B) acompanhar a história, mas não comentar nada e ser um GHOST.
C) ajudar no andamento dessa história que mal conhece e já considera pakas acompanhando, comentando e recomendando aos friendos.
Se sua resposta for diferente da C, sinto lhe dizer, mas tens um caráter duvidoso.
É isso, nos vemos lá nos comentários rs.
Um beijo ♥



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