ONLY IT FOR A NIGHT

Era apenas mais uma noite qualquer das férias em que eu e George nos trancávamos em nosso quarto fazendo vários formulários de travessuras novas para nossa tão sonhada loja. Estava longe de se concretizar, mas até lá, esperávamos ter milhares de artigos novos para divertir as pessoas.

— Que tal pastilhas que fazem vomitar? — George perguntou, olhando-me com um brilho nos olhos.

  Sorri para ele, adorando a ideia e em poucos segundos, exclamamos juntos em um timing perfeitamente sincronizado:

— Vomitilhas!

— Gred, você sempre lê meus pensamentos! — exclamei, enquanto ríamos.

— Isso é coisa de gêmeos, querido Forge. — respondeu, fazendo-nos rir ainda mais.

  Alguns minutos depois, meu irmão tacava os formulários em cima de sua cama e se atirava na minha, ao meu lado.

— Estou cansado, terminamos isso amanhã. — comentou e concordei, juntando os formulários que estavam na minha cama e atirando em cima da cômoda ao lado dela.

— Hoje foi um dia e tanto para as Gemialidades Weasley! Tantas ideias novas que eu tenho certeza que todos irão adorar, são geniais! — comentei, tirando-meus tênis e os de meu irmão, para não sujar a cama.

— Nós somos geniais, irmão. — ele comentou com um brilho nos olhos e concordei rindo.

  Ao que me acomodei ao seu lado novamente em minha cama, George virou-se de lado para mim, pensativo e arqueei as sobrancelhas:

— Que foi? — perguntei, sentindo que algo incomodava meu gêmeo.

— É que... — começou, porém sua voz morreu no final da frase.

— Desembucha, George. — mandei, confuso com a timidez dele perante a mim.

— Eu queria tentar uma coisa... — murmurou, olhando-me diretamente nos olhos por alguns segundos, depois baixando o olhar.

  Fiquei ainda mais confuso com seu jeito estranho e dei de ombros, arqueando as sobrancelhas:

— Oras, então tente! — exclamei e George continuou olhando para baixo por mais alguns segundos, em seguida levantando o rosto e me encarando.

  Estava esperando que ele dissesse alguma coisa, mas me surpreendi quando ele se movimentou rápido em minha direção, seus lábios encaixando-se no meu em um selinho rápido. Arregalei os olhos, lhe encarando ao que ele me encarava de volta com as bochechas da cor de nossos cabelos.

— O quê... — comecei a perguntar, mas parei ao ver o olhar de meu irmão. — Melhor não perguntar, né?

— Melhor não mesmo... — respondeu, sorrindo tímido para mim e dando de ombros.

  Passei os dedos em meus lábios, sentindo-os formigando. Por mais que fosse meu irmão gêmeo que havia me beijado, eu sentia um leve enjoo de nervoso em meu estômago, como se milhares de borboletas rodopiassem dentro dele. Suspirei, notando que George ainda olhava para baixo, tímido, e observei seus lábios avermelhados, tão idênticos aos meus, mas ao mesmo tempo tão diferentes. Me peguei pensando no quão convidativos eles pareciam e o quanto meu irmão estava bonito com a franja caindo em seus olhos. Suspirei, tomando coragem, antes de segurar seu queixo e levantar seu rosto em minha direção, George me encarou por alguns segundos, confuso e ansioso, e lhe olhei nos olhos por meros segundos antes de juntar nossos lábios outra vez, dessa vez por mais tempo.

  Quando nos separamos, meu irmão me olhou surpreso e sorriu de canto e eu devolvi o sorriso. Por mais estranho que parecesse, eu não sentia que aquilo fosse errado... Era como se, na verdade, aquilo tivesse sido a coisa mais certa que eu havia feito em minha vida. Era estranho.

— Eu sei que é estranho... — George comentou, como se lesse meus pensamentos e assenti, já familiarizado com nossa sincronia. — Mas... algo dentro de mim faz parecer que é certo...

  Lhe olhei surpreso, era exatamente como eu me sentia também. George se aproximou novamente, beijando-me nos lábios, porém dessa vez não deixei que nos separasse, segurando seu pescoço e lhe trazendo mais para perto, praticamente me deitando na cama enquanto meu irmão se apoiava na cama. Nossos lábios se moviam em perfeita sincronia, e não pude deixar de gemer um pouco ao que meu irmão inseriu minimamente sua língua dentro de minha boca, aprofundando o beijo ainda mais.

Eu já estava completamente deitado na cama e George já estava por cima de mim, fazendo com que nossas ereções, até agora despercebidas, se friccionassem uma na outra. Nos separamos assustados e nos olhamos nos olhos, constrangidos.

— Isso é estranho... É errado... — comecei, porém George me calou novamente com um beijo.

— Apenas esta noite... Esqueça tudo o que é considerado errado, Fred... Pois eu nunca senti algo mais certo na minha vida antes... — George disse, olhando-me diretamente nos olhos e senti um arrepio em meu baixo ventre.

Assenti depois de alguns segundos e voltamos a nos beijar novamente, nossas ereções friccionando-se uma na outra, fazendo-nos arfar e gemer baixo.

Naquela noite, não passamos de carinhos e toques mais íntimos, pois sentíamos que naquele momento, era somente disso que precisávamos. Não era segredo para ninguém que eu e George éramos irmãos gêmeos, mas nunca havia imaginado que seríamos almas gêmeas também...