Baby Cullen escrita por Dark Angel


Capítulo 8
Capítulo 8 ( Bônus)


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii, voltei!
Agr faltam só mais dois capítulos!



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EDWARD:

 

— Vamos, lá! Olha só o tamanho do pirulito que a Rosie vai te dar.

— Você consegue, Edward, só mais alguns passinhos para a mamãe!

Olho em volta e para cima, todos aqueles rostos familiares expressam nada mais do que excitação ao me ver finalmente de pé após mais de minutos tentando. Ainda é estranho olhar eles de baixo, mas creio que com o tempo eu haveria de me acostumar.

— Vamos lá,mini-cabeçudo, um passo para a câmera, vai!- Emmett incentiva. Eu estico a perna direita e faço menção de largar a panturrilha de Alice, apenas para depois sentar com tudo no chão.Mesmo assim, Rose me passa um grande pirulito cor de groselha.

— Que malandro!- Emmett resmunga e eu dou uma lambida no doce antes de rir da sua cara de bocó.

— Eu desisto, esse monstrinho nunca faz o que eu mando.- Alice sai do meu campo de visão e Rose me pega no colo. Esme deposita um beijo em minha testa avisando que vai sair e Carlisle se despede antes de ir trabalhar.

A sensação de ter o corpo içado é surpreendentemente desconfortável, embora ser carregado tenha lá as suas vantagens. No começo, quando essa loucura toda aconteceu era tudo muito mais confuso em minha cabeça, no primeiro dia eu reconhecia os rostos e atribuía nomes a eles em minha mente, mas não havia lembranças da vida anterior, agora elas eram rápidos flashes que ocorriam sempre que eu era incitado a isso. A minha consciência madura também era algo que evoluía a cada minuto.

Conforme os dias passavam era mais fácil manter a minha mente “ligada”, embora eu ainda tivesse impulsos e atos normais de uma criança pequena, estava reaprendendo e vivenciando instintos primitivos, coisas que aconteceram comigo pela primeira vez a mais de um século atrás. Ameacei dar passadas curtas na noite anterior, mesmo totalmente apoiado nas mãos de Esme ainda tive medo de colocar os pés no chão por conta própria, eles estavam tentando me ajudar com brinquedos e doces mas eu estava irredutível.

Rose me leva para a cadeira alta depois de guardar o doce e começa a fazer caretas antes de cada colherada de comida, eu rio da sua cara e abro a boca como pedágio para toda aquela tiração de sarro. Hoje eles estão tendo que me entreter além do normal, Bella teve que sair mais cedo para ir até a casa do pai, tal qual me explicou ela o prazo para a viagem que tínhamos planejado acabou, e teria que ficar intercalando algumas horas do dia até lá, para que ele não desconfiasse de nada. No primeiro dia foi difícil, eles saíram para almoçar e eu só a vi novamente à noite, depois de chorar e soluçar durante horas entre os braços de Esme, Rose e Carlisle, mais tarde, enquanto a humana me balançava para dormir me dei conta de que quase sempre conseguia manter o controle dos meus pensamentos quando estávamos juntos, talvez porque alguma parte minha sempre estivesse se esforçando para comunicar-se com ela.

Depois de mais algumas colheradas, olho para o relógio de parede acima da cabeça de Rose, vejo os ponteiros sobre os números e os reconheço, mas não sou capaz de decifrar o horário. Irrito-me com a insistência da minha irmã em me dar mais um pouco daquela coisa massuda chamada purê de batatas e reclamo em voz alta, um silvo rouco e agudo soa, e eu levo algum tempo até perceber que aquilo saiu da minha boca.

—Bewa!

— Ela está vindo, Edward, se acalme e termine de almoçar, por favor.

— Nã!- afasto o rosto da colher que ela leva em minha direção e grito com toda a força que consigo reunir.

— Olha só, a Bella está com o pai dela. O que você quer que eu faça, afinal de contas?- a loura larga a colher e eu a olho de maneira interessada. Abro a boca tentando argumentar, mas só o que sai é...

— Gah!

Ela franze as sobrancelhas e revira os olhos para a minha carranca antes de ir até a pia.

Dentre todas as limitações e dificuldades da minha nova realidade, o vocabulário é de longe a mais incapacitante. Ter todos estes pensamentos e palavras na cabeça e não conseguir exprimi-los garganta à fora é completamente frustrante.

Abro a boca mais uma vez e estou prestes a soltar mais um grito quando ouço o som de risos, olho na direção da porta da cozinha e encontro quem eu mais queria ver no momento.

Bella sorri para mim de orelha a orelha, seus cabelos estão longe do rosto e ela joga a bolsa para o lado quando lanço os braços em sua reta. Tão logo as minhas mãos vão de encontro ao seu rosto, eu sorrio também.

— E então, a ferinha deu muito trabalho, Rose?- Bella me põe apoiado de lado e eu não consigo controlar os pulos que dou enquanto ela tenta evitar que eu caía.

— Nem queira saber!- Rose desaparece pelo corredor e eu viro o rosto sorridente para Isabella.

— Você não presta, não é?- Bella me faz cócegas e saímos depressa rumo às escadas.


Esperei sentado enquanto ela tomava banho, o som do chuveiro ao longe misturava-se com o dos brinquedos que estavam espalhados pelo colchão. Peguei em mãos uma espécie de esfera cheia de buracos, havia uma bola com chocalho dentro dela, tento tirá-la lá de dentro e fracasso, mesmo tendo uma levíssima consciência de que essa é a intenção. Depois de um tempo me canso daquilo e tento balançar o corpo para a beirada do colchão, quero ir até o chão.

— De volta para a cama, Cullen...- Bella me pega pela cintura e me põe de volta, agora estou ao lado do travesseiro mais próximo.

—Ahhh bah!- a primeira coisa que vejo são os cabelos molhados dela, tento dizer que estava apenas querendo descer dali.

— Pois é, mas você poderia ter se machucado, já pensou nisso? E o que eu iria fazer?- acho que não me entendeu, mas mesmo assim a resposta foi bastante cabível.


Voltamos para o andar de baixo, eu estou agarrado às suas costas enquanto ela segura o meu corpo com uma das mãos. Passamos por Jasper na saída para o jardim e ele bagunça os meus cabelos antes de rir com a minha cara mau humorada, logo em seguida.

Após me colocar na grama fofa, Isabella estende uma espécie de toalha e senta-se sobre ela comigo.

— Pensei em fazermos alguma coisa diferente hoje.- explicou, havia uma pequena cesta perto do arbusto milimetricamente podado. Sorrio.

— Wa gah gah... Bewa!- a mesma ri e puxa o que deve ser a nossa comida, para perto.

Sem responder a esse meu último ataque de euforia, Bella abre um pequeno vasilhame transparente, meto a mão lá dentro quase no mesmo instante em que ela o coloca à minha disposição. São uvas cortadas e recém-lavadas.

— Cuidado para não se engasgar, querido.- tento colocar um pedaço na boca e ele acaba caindo na minha roupa.

Vislumbro um sanduíche em suas mãos e solto a uva, apontando veementemente para a boca dela.

— Ah, sim, eu ainda não almocei.- volto a procurar a uva fujona e a encontro perto do meu joelho.

— Alice comentou que você estava quase andando ontem, enquanto eu fui jantar com o Charlie.- reviro os olhos para aquele assunto, sou completamente ignorado.

— Sei que ainda não sente muita firmeza nos joelhos, mas seria bom tentar, sabe? Poderíamos fazer uma caminhada na trilha daqui a alguns dias.

— Dah!

— É, mas qual vai ser a graça se você estiver nos meus braços?- ela dá outra mordida e mastiga enquanto me observa agarrando a vasilha de frutas.

Tenho a estranha sensação de saber o que ela está fazendo comigo, entretanto, não consigo dar nome ao ato em si, por isso deixo passar. Distraio-me com bastante facilidade ultimamente, logo estou tentando alcançar uma borboleta de asas incrivelmente amarelas que pousou sorrateiramente em seu dedo do pé. Saio arrastando-me até lá, mas quando vejo o bicho já saiu voando para longe de mim.

— O meu pai viajou para pescar neste final de semana...- Uhm? final de semana?! Quando foi que a sexta-feira chegou? perturbo-me ligeiramente com a minha total falta de noção temporal- Por isso vou poder passar dois dias inteirinhos com você, não precisarei inventar nenhuma desculpa para ele.

Bato palmas e sou erguido com a sua ajuda. Embora não tivesse noção alguma de data, hora- algumas vezes também local- eu tinha plena consciência de sempre tê-la comigo antes de dormir e na hora de acordar, quer dizer que quaisquer que fossem os pretextos para ficar longe de casa durante à noite, eles estavam funcionando.

Nós conversamos por mais algum tempo ainda, mesmo com respostas monossilábicas e estranhas ela não parecia se incomodar. Entramos à tarde quando Esme chega com sacolas em mãos, não consigo decifrar o que elas carregam.

Observo o seu rosto enquanto tenta me fazer dar as tais passadas, estamos no tapete felpudo da sala. Bella me solta muito rapidamente e mesmo pondo um pé antes do outro eu acabo pendendo para a frente, não antes dela me capturar com mãos hábeis, claro, mesmo assim aquilo me irrita muito e não demora para que surpreenda a mim mesmo com um choro sofrido e manhoso.

Quando dou por mim, estou deitado no berço de tela que há perto do sofá, sei que “desliguei” mais uma vez e que essa foi mais grave. Acabei adormecendo no fim de tudo.

— Bewa?- fico de pé, agarrado às paredes transparentes do berço, os meus olhos estão inchados e a minha boca seca.

— Oi, meu amor, a Bella precisou dar uma saída, mas já deve estar voltando.- Esme apareceu na minha frente e antes que pudesse protestar lá estava eu sendo içado mais uma vez.

— Zá?

— Sim, já, já ela está aqui.- deito a cabeça em seu ombro e coço os olhos ainda sonolentos. Não consigo avistar nenhuma porta ou janela de onde estou, mas suponho que seja dia pela quantidade de luz que adentra as superfícies envidraçadas-que estão às minhas costas.

Passo o resto do tempo pensativo, sou alimentado, banhado e vestido, mas não faço ideia de quem os faz para mim. Será que eu a aborreci mais cedo? Quero dizer, seria muito compreensível ela estar cansada de tomar conta de mim, não é?

Encaro Emmett, ele está a mais de minutos tentando me fazer rir com um episódio de “Scooby-Doo”.

— Cara, eu desisto! Essa criança me dá arrepios.- reclama para Rose, que me pega nos braços em seguida.

— Ele só está com saudades da Bella.- Alice fala de algum ponto da sala, eu reclamo em voz alta. Rosalie anda de um lado para o outro comigo.

— Eu também ficaria com raiva se ficassem todos mentindo para mim, tentando me esconder a verdade.

— Emmett!- Jasper grita.

— O quê?

— Eu não disse para ficar de boca fechada?!- Alice dá num tapa nele.

— Foi sem querer, Alice, ele nem deve estar entendendo. Edward sempre foi meio tonto mesmo.- mostro a língua para ele.

— Mas teremos que falar agora, não é? a Bella quem pediu.- Esme se mete na conversa.

— Ok, quem é que vai?

— Vai você!

— Por que eu?

— Foi você quem abriu a boca na frente dele, se vira aí.- Rosalie me empurra para ele- figurativamente, claro.

Emmett enrola para conseguir explicar tudo de uma forma que eu entenda e quando isso acontece a minha primeira reação é começar a chorar no meio de todos aqueles rostos em expectativa. Pelo menos eu sabia porque Bella tinha me deixado por hora.

 

Alice senta-se comigo e me incentiva com um pequeno teclado de brinquedo, olho para o grande piano ao fim da sala. Não sei se me lembro como tocar, tento, mas nem sequer as notas saberia nomear, uma visão longínqua e nostálgica me assalta, mas logo vai embora sem sequer fazer-se anunciar, até mesmo o nome do instrumento eu sabia apenas por causa do que me falavam os outros. Nos últimos dias Carlisle têm os incentivado a me contar histórias sobre a minha vida, com o intuito de me reiterar à minha própria personalidade- palavras dele mesmo.

— Sei que deve ser difícil ficar aqui sem poder fazer nada, mas isso é temporário. Não se preocupe.- a baixinha sussurra para mim. Levanto o rosto para olha-la e depois bato timidamente na primeira tecla, ela não fala nada, e eu continuo, agora com a outra mão.

O som não é bonito, nem acertado, mas me agrada ouvi-lo e produzi-lo com as minhas próprias mãos. Quando ergo novamente os olhos, lá está Bella, me observando em silêncio.

Alice sai sem dizer nada, ser içado por Isabella não é tão ruim assim como é com os outros, talvez porque estivesse vidrado demais em seu rosto para prestar atenção à sensação incômoda.

— Está na hora, suponho que já te contaram para onde estamos indo.- aceno afirmativamente com o queixo para a frente, ela deixa um beijo estalado em minha bochecha.

— Então, vamos.

 

 

Entramos no carro de Emmett alguns minutos depois, é ele quem está dirigindo, Rose está na frente e a minha Bella vai no banco de trás junto a mim.

O caminho é conhecido e não muito demorado, ao descermos do carro a primeira coisa que vejo é a caminhonete velha estacionada rente ao meio-fio. A porta da casa do chefe Swan está aberta, o homem que nos espera sentado no batente tem os olhos totalmente grudados sobre nós dois, os cabelos repicados e negros contrastam com a sua pele morena. Tento lembrar de como ele se chama e falho de primeira, no entanto uma imagem rápida e certeira chega até mim, vejo ele com o rosto colado ao de Bella, meses atrás, no dia em que a beijou à força enquanto ela estava sob a sua proteção.

Uma onda de raiva me toma, mesmo eu já sabendo o motivo dele estar ali. Tudo fica muito mais nítido por um momento, e sei que estou começando a perder a consciência no modo “ligado”.

Droga, Jacob.

 


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Notas finais do capítulo

Dúvidas? Deixe seu comentário aqui embaixo q eu respondo assim que puder, ok?
Comentem, favoritem e recomendem correndo, amores!!!
A fic só tem mais dois capítulos, hein?!
Beijos;-)♥♥♥♥
Até!



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