Quebra de Tempo- Um tempo depois

—Achei que estavam todos em seus quartos. - Comentei vendo meus irmãos ao redor da lareira ao passar pela sala quando estava indo a minha alcova.

—Não podíamos ir deitar agora! Ainda não queimamos nossos desejos para o próximo ano. - Nike sorriu fraco olhando em minha direção.

—Estávamos te esperando irmã. Junte-se a nós. - Elijah ofereceu sua mão a mim e eu a seguro ficando no meio entre ele e Niklaus e ao lado de Bekah.

—Mais um ano que passou e mais uma vez nós estamos aqui nessa sala. - A Barbie original suspira olhando o fogo e entrega um papel para mim. - Novamente com a corda enrolada no pescoço por causa dessa perseguição de inimigos contra nossa família, os quais aumentam a cada dia que passa.

Elijah- E como sempre nós vamos enfrentar isso com dignidade, eu não vou deixar ninguém machucar nossa família.

Klaus- Bom nós tentamos resolver esse problema com educação. Mas, acho que o Julian e a Sabine não respeitaram a primeira opção dos originais.

Milena- E qual a segunda opção? - Questiono já sabendo que a resposta seria óbvia.

Klaus- Guerra. - Sorriu malicioso me entregando o papel para escrevermos o desejo para o próximo ano.

Milena- No próximo ano quero que as crianças da nossa família cresçam num lugar seguro e possam crescer felizes longe de inimigos. Então, se for preciso uma guerra, que seja. Quero que 2013 seja um ano que a gente possa pintar um quadro com o sangue dos nossos inimigos. - Digo dobrando o papel depois de escrever.

Rebekah- Nunca pensei que diria isso mas concordo com Nike. Hora de uns corações rolarem. - Dizendo isso eu jogo o meu desejo no fogo e o olho queimar junto aos meus irmãos.

Quebra de Tempo- Meia hora depois.

Entro no meu quarto depois da conversa com os originais e encontro Chris encarando a lareira de costas para mim, pelo jeito estava chorando por termos que nos afastar da nossa filha protegendo-a de Julian.

—Você está bem? - Acerco-me dele percebendo o seu real estado emocional, eu o conhecia melhor do que qualquer pessoa no universo inteiro.

—Eu sei que consegui ser forte na presença da nossa filha. - Virou o rosto em minha direção revelando as suas lágrimas. - Mas, eu estou com o coração despedaçado. - Suspirou mordendo o próprio lábio. - Depois de tudo o que a gente passou até aqui, ainda vamos ter que abrir mão de presenciar a infância rápida da Mal, eu mal posso acreditar que o meu próprio irmão quer destruir a minha felicidade e o amor da minha vida.

Acabo desabando e chorei o que estava segurando dentro de mim, eu me joguei nos braços do meu marido e nos abraçamos forte enquanto as lágrimas escorriam por ambos os rostos.

Milena- Eu concordo com você Chris, isso realmente não é justo...-Cerro os olhos com mais força em meio ao choro enquanto sentia Christopher me apertando forte contra ele. - O que a gente fez para merecer isso? A gente nunca foi mau Chris, só queríamos ser felizes, só nos tornamos vilões para sobreviver, o que custa um pingo de alegria?

Christopher- Eles vão pagar por isso querida, eu prometo...- Sussurrou afastando nossos corpos em poucos centímetros, acariciando o meu rosto enquanto sua expressão facial demonstrava dor. - Não vou deixar o Julian estragar nossa família de novo...Eu te amo tanto.

Milena- Eu também te amo...- Dizendo isso ele colou nossos lábios com urgência, como se sua vida dependesse disso, era evidente que ele não estava bem, toda vez que meu esposo toma a iniciativa de me beijar assim é porque teme me perder. Então retribui o beijo na mesma intensidade, ao mesmo tempo que nos apertávamos cada vez com mais força um contra outro, sendo seguidos de mordidas nos lábios e gemidos roucos e quentes. 

Por fim, acabamos nos amando com paixão, desejo e amor, fora tão intenso quanto o que fizemos quando nos reencontramos, pois a gente precisava um do outro para ficarmos mais tranquilos e seguros, como se nada fosse nos atingir naquele momento.

Christopher- É incrível como os anos passam e nós dois continuamos da mesma maneira...- Depositou um beijo no topo da minha cabeça enquanto acariciava o meu braço direito quando eu estava deitada em seu peitoral.

Milena- Realmente os séculos se passaram, o cenário mudou, os móveis se modificaram, as roupas da moda já são outras. Mas, o nosso amor não.- Olho seu rosto sorrindo boba e apaixonada por ele.- Tudo muda, menos o que sentimos um pelo outro.

Christopher- É porque nós combinamos muito bem, nossa sincronia é muito forte...- Começou a falar emocionado.

Milena- E a nossa sintonia também.- Faço carinho em sua bochecha acercamos nossos rostos trocando breves e carinhosos beijos.- Como você disse a gente se completa, eu não vivo sem você...

Christopher- E nem eu sem você...- Completou me dando um selinho.

Milena- Nós vamos conseguir enfrentar mais esse desafio.- Deslizo os meus dedos por seu peitoral, o acariciando enquanto sentia suas carícias no meu cabelo.- Mal ficará segura e daremos um fim nessa guerra familiar contra Sabine e Julian. Assim poderemos ficar todos juntos de novo.

Christopher- Você está certa, passamos tantos obstáculos para estarmos casados hoje, não será esse que irá nos derrubar.

Milena-Isso mesmo porque nós estamos juntos sempre...-Comecei a frase sorrindo olhando seus lábios.

Christopher-E para sempre.- Concluiu o meu raciocínio e iniciamos um beijo calmo que foi se intensificando aos poucos, logo suas mãos subiram pelas minhas costas, no mesmo interim que eu sentei em seu colo na cama e puxei levemente seus cabelos, sendo iluminados pela luz da lareira enquanto começávamos a nos amar novamente.

Quebra de tempo- Manhã seguinte.

—Simba que surpresa te ver aqui.- Sorri ao ver meu irmão de criação ao descer as escadas com meu marido e minha filha, após arrumarmos suas coisas para a viagem.

—Jackson me contou que o que aconteceu ontem na ceia de vocês, resolvi vir ajudar a escoltar vocês até a Ilha dos Perdidos e é claro, entregar o presente de Natal da Mal.- O caçula das Terras do Reino respondeu com um sorriso e foi abraçar a sobrinha.- Você tá cada dia maior, hoje cresceu dez centímetros.

—Só dez centímetros.- Minha filha fez bico e esticando as perninhas para aparentar ter mais altura.- Tem certeza de que não foram dez metros?

Simba- Dez metros?- Gargalhou.- Você ainda tem que comer muito para crescer tanto assim, ainda é a minha tampinha.

Mal- Eu não sou tampinha!- Retrucou.

Simba- Tem razão você não é tampinha. Você é uma anãzinha.- Brincou.

Mal- Não sou tão pequena assim! Oh mãe!-Bufou revoltada.

Milena- Não leve tão a sério o que o seu tio tá dizendo querida, é apenas uma brincadeira.- Sorrio achando graça da situação.

Simba- Sim Malzinha só estou brincando. Porque tenho certeza de que um dia você vai ultrapassar o tio aqui.

Mal- Agora eu gostei.- Deu uma risadinha.

Simba- Que bom! Porque eu tenho outra coisa para te dá.- Sorriu. tirando uma caixinha do bolso.

Mal- Sério o que é tio?- Perguntou curiosa.

Simba- Veja por si mesma querida.- Entregou o presente a ela.

Mal- É uma pulseira! Que linda tio! Obrigada!- Exclamou o abraçando feliz. 

Simba- Que bom que gostou! Eu fiz especialmente para você.- Beijou sua testa paternalmente.

Mal- Mamãe coloca para mim!- Correu na minha direção com a pulseira.

Milena- É claro princesa.- Sorri colocando o acessório no seu pulso.- É uma linda pulseira, obrigada Simba.

Simba-Não precisa agradecer, minha sobrinha precisava de um presente decente.

—Você leva jeito para trabalhos manuais Simba, é uma bela pulseira a que você deu a Mal.- Chris sorriu amistosamente.

Simba-Obrigado cunhado, pretendo mesmo investir nessa área.

Milena- Você vai é voltar para o seu reino! Isso sim.- O alertei.

Simba- Dá para a gente conversar sobre isso depois?- Disse fazendo careta.

Milena- Dessa vez você escapa porque a segurança da minha filha é mais importante do que tudo. Mas, a gente vai conversar ok?

Simba- Tá certo tá certo.- Fez sinal de redenção.

—Mãe já estamos prontos, será que já podemos ir? O Julian pode aparecer.- Pediu Julie aflita.

Milena- Sim querida podemos ir, Mal dá um abraço nos seus tios.- Peço e a minha caçulinha correu para abraçar os tios.- Ian você vem com a gente não é?

Ian- Na verdade eu pensei melhor e resolvi não ir.- Não sei porque mas meu coração apertou quando ele disse isso, é como se alguma coisa de ruim fosse acontecer com ele.

Milena- O que?! Por que não Ian?!- Questionei irritada.

Ian-Porque Julian e Sabine podem aparecer por aqui e eu sou útil para os seus irmãos.

Milena-Não. Eu não aceito isso! Julian vai te matar sem pensar duas vezes se você ficar aqui.

Ian-Eu não quero reviver uma briga do passado. Mas, você não vê que seus irmãos precisam de ajuda? Eu vou ficar sim!- Falou recordando-se de quando Sabine dopou Chris e eu o defendi.

Milena- Ok pegou pesado.- Olhei para o lado inconformada com a decisão dele.- Eu não me conformo com isso! Você é o meu melhor amigo! Tem que está ao meu lado... Eu não quero que você morra!- Meus braços são segurados pelo Daerier do meio.

Ian- Hey... Eu vou voltar para você, eu prometo.- Disse olhando nos meus olhos.

—Milena precisamos ir. Já estou ficando preocupado com a segurança da Lizzie.- Ethan pediu interrompendo meu momento com o meu ex.

 Milena- Tudo bem... Podemos ir.- Eu me afasto do Ian e saio do Quartel Francês junto com as minhas filhas, a minha neta, o meu genro, o meu irmão e o meu marido rumo à Ilha dos Perdidos.

Quebra de Tempo- Ilha dos Perdidos.

—Chegamos.- Falo enquanto estacionamos o carro em frente ao castelo de Malévola na ilha, era a casa de vilão mais confortável de toda a prisão de Auradon, é óbvio que o meu pai a deixaria em melhor situação, ele sempre teve uma queda pela minha amiga. 

Christopher- Que casa.- Assobiou surpreso.- Seu pai caprichou na residência de uma vilã, quem diria.- Falou malicioso.

Milena- Malévola está aqui injustamente, por isso papai quis a deixar em melhor situação do que os outros.

Christopher- O que o amor não faz em?- Riu de forma debochada.- Eu vou explicar a Malévola e Eliza o que está acontecendo, elas devem está surpresas em ver dois carros aqui na porta.- Disse ao ver minha amiga e a minha gêmea saindo do castelo sem entender nada.

Milena- Tudo bem, elas vão surtar ao te ver vivo.- Dou uma leve risada e dou um selinho nele.

Christopher- Com certeza vão.- Gargalhou. - Eu não demoro.- Falou saindo do quarto e indo na direção das duas.

Milena- Hora de conhecer gente nova.- Falei virando-me para o banco de trás e olhando minha filha.

Mal- E se não gostarem de mim?

Simba- Vão adorar você! Você é parte da família delas.- Disse a respondendo e eu sorrio em agradecimento ao meu irmão.

Milena- Elas só não esperavam que você viesse. Mas, vão adorar você, confie em mim.

Mal- Tá certo mamãe.- Vejo Chris fazendo um sinal para irmos até eles  pelo vidro do carro.

Milena- Vamos lá, tá na hora.- Saio do carro tensa com a minha filha em meus braços e vou na direção do meu futuro sem a presença dela por um bom tempo.