10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 49
Capítulo 49


Notas iniciais do capítulo

Sei que sofreram um choque no último capítulo.
Algo triste aconteceu, mas também tivemos um fim para a loucura do Alec.
Agora é acompanhar o que isso vai causar nas vidas dos nossos personagens.
Será um capítulo mais longo, espero que não seja cansativo.

Obs. Parece que estamos tomando o rumo do final da história.



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Tudo ainda parecia estranho, mesmo depois de uma semana após os fatos que culminaram na morte injusta da Alice e fim da loucura do Alec. Juntos, Edward e Bella, tinham seguido com para o apartamento dos dois com a Renée os acompanhando. Bella não ficava sozinha desde então, Edward revezava as atenções com a sua sogra nos cuidados com Bella que estava muito fragilizada. Pálida e letárgica, só respondia a comandos diretos: Sente-se, tome um banho, deite-se. Aquele tinha sido o pior dia.

Renée teve que deixá-los para cuidar do Charlie que havia ficado o dia inteiro sozinho. Alguns jornalistas rondavam suas casas, ligavam até pedindo por qualquer palavra sobre os acontecimentos. Havia várias fotos de Bella, Alec e Alice nos jornais. Também do porão da casa deles que era escondido e guardava as relíquias da família.

Edward em um momento iluminado pelos céus, viu-se recordando do Alec que certas vezes se gabou de ter em sua mansão algo do tipo como um lugar de tesouros escondidos. Foi um milagre que pudesse ter lembrado, porque pelo relatório do James se demorassem mais um minuto, Bella teria tido o mesmo destino trágico da Alice.

No dia seguinte do sepultamento, encontrou a namorada parada no meio da cozinha, segurando uma xícara. Não precisou de muito para saber que algo havia acionado uma lembrança da amiga. Edward tomou a xícara de suas mãos com cuidado.

— Você quer um pouco de chá? – Perguntou já abraçando-a por trás.

Não havia muito diálogos naqueles dias e assim, em silêncio, viu-se sendo agarrado em um abraço apertado. Foi inesperado e triste, pois logo sentiu o corpo dela tremer pelos soluços. Fez o que podia naquele momento, abraça-la fortemente e sentiu a sua blusa empapar, mas os tremores do corpo miúdo colado ao seu não cessava.

— Bella, tudo bem. Pode chorar. – Beijou a sua testa.

Depois daquele dia, não mais a viu chorar, embora desconfiasse quando percebia seu rosto um pouco mais vermelho. Uma semana depois e mais outra em seguida, seus pais haviam se despedido, fazendo-o jurar que iria logo em seguida.

A notícia de que Chelsea tentou suicídio estava em todos os noticiários. Não havia se conformado com a morte do filho mais velho. Ela não tinha conseguido por um fim em sua vida, mas estava em estado crítico. O seu marido, permanecia preso sem qualquer esperança depois dos últimos fatos de ter algum tipo de credibilidade na justiça, assim como a sua esposa mesmo que voltasse para a prisão.

— A dor voltou? – Edward desligou a tv, depois que ela se mexeu impaciente ao seu lado passando os dedos na testa. – Não vamos esperar que piore, está voltando mesmo com os chás. Espere um pouco. – Foi até o banheiro e pegou no armário o remédio de enxaqueca da namorada. – Tome. – Entregou-o com um copo d’água.

— Obrigada.

— Quem será? – Edward recebeu uma chamada em seu celular.

Caminhou até o quarto onde o havia deixado pela última vez. Era o seu irmão, sabia o que poderia ser, estava sob aviso.

— Sim?

— Tenho que te falar algumas coisas, é sobre trabalho.

— Pensei que pudesse fazer isso por telefone. – Edward espiou através da porta, a verdade era que não queria deixar a Bella sozinha.

— Posso, mas tenho que ter a sua assinatura também em alguns documentos. Já peguei a do Emm.

— Tudo bem. Pode vir até aqui?

— Claro. – Edward ouviu a chamada sendo interrompida e sabia que ele já estava a caminho.

— Jas vem aqui por um instante. Tudo bem?

— Sim, não tem problema. – Edward não tinha respostas tão longas com frequência.

Bella precisava liberar toda aquela energia de alguma forma, queria estar por perto. Gostaria de protege-la neste momento de apoiá-la e enfim seguirem com suas vidas.

— Bella. Tudo bem?

— Jas. Tudo.  – Aquilo era muito mais estranho.

Enquanto Jasper agora se dobrava de atenção e consideração com a Bella como se fosse da família, era a Bella agora que se esquivava e ficava calada. Antes, ela tinha muita curiosidade e admiração por ele, agora era quase pavor a sua presença.

Os irmãos se entreolharam percebendo a estranheza que era agora. Era óbvio que tinha a ver com o fato de Jasper ter começado a sair com a Alice e de alguma forma era outro elo de lembrança.

— Sente-se. – Edward foi até a mesa que dividia com a namorada e que com eles dois ali parecia ter diminuído, pois eram homens altos.

— Vamos começar. – Jasper tirou da sua mala alguns papeis. – Preciso que assine aqui me dando liberdade de ação e nestes aqui que são os novos contratos com as seguradoras e os terceirizados. Já havia lhe mandado por e-mail.

— Sim, eu os li. – Edward assinou e olhou para a namorada ainda no sofá mesmo com a tv desligada. Tinha pegado um livro assim que o Jasper entrou e não havia avançado nenhuma página, ela estava divagando, ele sabia.

— Ótimo. – Jasper também olhou para onde a cunhada estava e vincou a sobrancelha. – Então, isso quer dizer que a ação de nunciação de obra foi cancelada. Tem certeza de que não quer abrir uma ação para reaver os prejuízos decorrentes da paralisação da obra? – Voltou-se para o irmão ainda parecendo preocupado com Bella. – Emm disse que depende de você.

— Não, vamos deixar isso para lá. Já foi o bastante.

— Desculpe, mas preciso insistir em uma última coisa. – Edward acomodou o corpo, deixando as costas relaxadas no encosto da cadeira. Entendia bem que as próximas palavras do irmão o inquietariam.

— Diga.

— Como o seu advogado, quero que me deixe pedir para tirarem o seu nome como agressor do Alec. Limpe o seu nome. Temos provas mais do que satisfatórias das gravações...

— Jasper, por favor.

— Vamos ser justos aqui! – Exaltou-se. – Você não fez nada de errado naquela época e está provado o que te impede agora de ter o nome limpo? Bella!

— Jasper? – Edward o olhava em dúvida da sua sanidade.

— Bella. – Repetiu tendo a atenção dos dois ali. Bella também parecia um pouco chocada. – Você desaprova isso?

— Não, ele deveria fazer isso.

— Ouviu? Será a minha última ação nesta cidade. Não deve demorar e o que for preciso poderei fazer a distância. O que estou dizendo é que estou indo embora também.

— Eu já desconfiava. E estou de acordo. – Jasper assentiu, pegou a sua pasta e foi sentar-se com a Bella. Edward também havia imaginado aquilo.

— Eu não sei porque está ficando tão tensa na minha presença. Penso que pode ser algo a ver com o fato de ter me convencido a sair com a Alice. – Edward fechou os olhos ainda sentado na cadeira afastado deles. – Bella fechou o livro, mas não o encarou. – Bella, foi ótimo ter conhecido a Alice, eu apreciei cada momento e eu poderia ter me apaixonado. Você me proporcionou algumas novidades na minha vida. Pude ver que as pessoas podem se arrepender e mudar sinceramente. Também descobri que posso me apaixonar. Mas se isso tudo for um equívoco e estar me culpando...

— Não o culpo. Só que você foi o motivo das minhas últimas conversas com a Alie e eu nem dei muito crédito. Se eu soubesse...

— Quem poderia saber?

— Eu sinto muito estar agindo assim. – Bella estava falando, isso era muito bom, os dois concordavam. – Eu não estou sabendo ao certo o que estou fazendo.

— Na dúvida, olhe para o seu lado. Tenho certeza de que tem alguém que vai te ajudar a saber o que é certo. – Jasper despediu-se dos dois apenas com um aceno breve de cabeça e caminhou até a porta.  

—  Eu sei que ando muito fora de mim. – Ela continuou a falar. Edward caminhou devagar até ela. – Eu também penso que a dor já deveria ter diminuído, mas eu não sinto assim.

— Tudo bem, meu amor. É muito recente.

— Você tem planos e eu estou atrapalhando.

— Meu plano é ficar ao seu lado. – Disse agachando a sua frente e pegando as mãos dela ainda sobre o livro. – Quer me dizer o que está sentindo?

— Que eu não deveria estar desfrutando disso tudo, de estar aqui com você enquanto ela não está. Isso porque... Porque... Mesmo que eu pense que não tive culpa, que o Alec era louco...

— Bella, está se culpando? – Edward já desconfiava, mas não significava que queria uma confirmação, pois aquilo o magoava também.

— Se eu não tivesse deixado o Alec entrar na minha vida daquela forma. Se não tivesse saído com ele naquela época. Jasper não nos veria, vocês não teriam se encontrado naquele dia. Não iria sentir a necessidade de se vingar, não nos envolveríamos com a família Volturi.

— Bella, não faça isso com a gente, não faça isso com você.

— Acha que eu não me digo isso? Só que algo dentro de mim me diz que eu sou culpada. – Bella estava chorando e se afastou dele quando tentou tocar em seu rosto. – Se eu pensar bem, até o atentando do meu pai tem uma parte de culpa minha.

— Pelo amor de Deus, você sabe que não! Bella você só está magoada. Lembra o que sempre me disse? Somos todos responsáveis, cada um de nós. Alec piorou as coisas porque estava seriamente doente. As decisões que ele tomou não tem nada a ver com você. Ele decidiu agir daquela forma e poderia ter decidido outras coisas igualmente terríveis mesmo que não estivéssemos juntos. Não fomos os responsáveis.

— Alie...

— Ela nunca estará perdida, sempre lembraremos dela como a amiga leal e apaixonada que era. – Bella afastou-se.

— Mesmo que eu não tenha sido tão leal assim com ela?

— Como exatamente não foi o mesmo? – Bella sem pensar pegou de novo o copo que ele havia levado e jogou contra a parede longe de Edward.

Era o momento, sentia que era o momento que ela liberaria todo o estresse e deixou que ela o fizesse.

— Estava tão preocupada com você naquele dia que nem me dei conta de que não tinha tido notícias dela. Eu sabia que ela também estava em perigo porque o Alec assim me alertou. Ela era tão alvo quanto nós.

— E você deixou isso bem claro para o Jasper que a protegeu também. – Bella caminhou até o grande abajur que era tanto chamego dela quanto a poltrona roxa. E o jogou no chão com toda a força.

Então foi ela que foi ao chão de joelhos, chorando copiosamente e bateu os punhos fechados no chão.

— Eu sinto tanto... Sinto tanto...

— Ela sabe, todos sabemos. Meu amor, mesmo assim, não havia nada que pudesse fazer, não foi a sua responsabilidade. Alice sabia que você a amava. – Edward a abraçou e ela se deixou acalmar dentro do seu abraço quente.

— Dói tanto... – Disse em seus soluços.

— Estarei contigo até que seja suportável e além disso.

— Nada será como antes.

— Não, não será. Eu tenho, no entanto, a esperança de que sejamos felizes de alguma maneira.

Naquele dia, passaram quase todo o tempo em um abraço silencioso, mas cheio de significados e calor. No dia seguinte, acordou com dor de cabeça que a fez vomitar. Achou que o namorado não tivesse visto, mas lá estava ele sentado na cama já com seu remédio em mãos.

— Talvez fosse bom ver o seu neurologista.

— Não. Vai passar. – Bella pegou o remédio e o copo e tentou ir para a cozinha, mas ele a segurou pela cintura.

— Deixe-me ver. – Edward tocou em sua testa, estava gelada. Verificou seus braços e estavam também gelados. – Talvez devêssemos ir agora. – Tinha sido assim, gelada que Bella desmaiou em seu braços pelas fortes dores semanas atrás.

— Não. – Tomou o remédio sob o olhar reprovador de Edward.

— Está voltando a ser teimosa.

— Edward, eu não vou, sabendo que sei o que é. E sei o que fazer.

— Sabe? – Provocou, porque estava gostando de vê-la tão mais ela.

— Sei. Embora não consiga, no momento, posso apenas me medicar.

— Quer tentar ir ao psicólogo?

— Sinceramente, talvez, mas não quero agora. – Edward tomou o copo de suas mãos.

— Eu não vou quebra-lo em sua cabeça.

— Eu sei que não. – Edward a abraçou. – Estava só pensando aqui. Talvez queira ir até a casa dos seus pais para receber o seu pai de volta ao lar.

— Como?

— A sua mãe acabou de nos avisar. – Edward a deixou para pegar o seu celular na cama. – Ele sai daqui a algumas horas. Isso é ótimo, porque podemos antes tomar um café lá com a Rosie e o Emm. Estou nos convidando e ela já deve estar sabendo.

— Edward...

— Bella, você não saí a mais de duas semanas. Precisa tentar um pouco. Rosie está com saudades. – Ele usou a última informação como uma carta na manga.

— Tudo bem. – Disse sem muita certeza.

— Tome um banho então, eu espero. – Seguiu para a cozinha para devolver o copo enquanto ela voltava para o banheiro para tomar o seu banho.

— Não tenho certeza de que possa comer qualquer coisa. – Saiu do banheiro enrolada em sua toalha. Edward não queria ter sentido o calor subir pelo seu corpo, alcançar seu pescoço e corá-lo como sabia que estava.

— Não melhorou a indisposição?

— O remédio está fazendo efeito. – Abriu as portas do guarda roupa que agora era dividido e buscou algo para vestir.

— Se não estiver bem, podemos ficar. Eu cancelo com ela. – Levantou e foi até ela, sentia seu perfume fresco emanando de sua pele úmida. Parou a alguns centímetros dela, talvez deve-se se controlar. Bella ainda estava de luto.

— Você a avisou de que iriamos?

— Não precisa. – Sua voz próxima a fez olhar ligeiramente para trás, mas não a alarmou.

— Isso que compartilham não deixa de ser estranho. – De repente ela deixou de buscar por algo para vestir e parou, virando-se para ela. – Eu sei que preciso sair um  pouco e sei que preciso ver as outras pessoas importantes na minha vida.

— Rosie vai amar saber que é importante para você, você também é para ela, para o Emm e para o Jas.

— Está tentando enumerar as pessoas que ganhei enquanto perdi... – Ela se calou.

— Desculpe se pareceu isso. – Segurou-se, pois Bella jogou-se em seus braços. – Ah, Bella... – Estava queimando, ela estava triste, não poderia acabar bem. Respirou fundo, mas o seu perfume o penetrou ainda mais.

— Está estranho. – Ela notou a sua tensão. Olhou para ele desconfiada.

— Sinto muito. Vou tomar um banho. – No banheiro odiou-se por estar tão sexual naquela manhã. Porém, depois de bastante tempo a sua namorada estava menos pálida e parecia mais ela mesma.

— Edward? Você está bem? – Claro, ele não havia ligado o chuveiro.

— Sim, estou! – Tirou o moletom e foi para o chuveiro.

Quando saiu do banheiro Bella estava já vestida com um conjunto de cropped e saia de cintura alta de cores escuras. Estava evidente que a sua mente não iria deixa-la se livrar do luto tão facilmente. Ele repetiu para si mesmo: “ainda é recente”. Gostaria de ser o homem que ela precisa agora. No entanto, atravessou a distância entre eles e a beijou nos lábios com toda a saudade e amor que sentia em seu peito.

Bella foi pega de surpresa. Edward desde o dia fatídico, tinha se mantido afastado, poucos os momentos em que rapidamente lhe deu um selinho. Agora, estava ali reclamando por uma demonstração maior de afeto. Seu namorado estava usando uma toalha amarrada na cintura e nada mais. Tocou o seu peito nu para afastar-se, Edward a apertou mais saboreando com a língua a sua boca.

— Não vou me desculpar por isso. – Sussurrou encostando a sua testa na dela. Estava de olhos fechados ainda, prolongando a sensação do seu corpo aquele beijo.

— Não deve, mas...

— Eu sei.

— Não, não sabe. Todas as vezes que fecho os olhos, mesmo para beijá-lo, eu vejo tudo de novo. Eu sinto muito, Edward.

Não havia o que dizer, calado ele se vestiu. Bella prendeu o cabelo e um rabo de cavalo alto e foram para o prédio vizinho. Sem antes se quer bater, Rosie abriu a porta sorridente.

— Eu adorei saber que estavam vindo.

— É, ela acertou de novo. – Emm apareceu atrás da namorada.

— Bella, que bom vê-la aqui. – Rosie a abraçou apertado como sempre e depois foi o Emm.

— Edward disse que não avisou, espero que esteja tudo bem.

— Sempre é bom recebe-los. E eu sabia sim da vinda de vocês.

— Bom dia. – Jasper estava sentado à mesa lendo o jornal.

— Bom dia, Jas. – Bella respondeu olhando para ele, o que não passou despercebido pelo irmão do Edward.

Aquilo foi o suficiente para que ele fechasse o jornal e dedicasse a atenção a situação ali. Bella não estava mais tão tensa em sua presença e decidiu relaxar também.

— Preparei algumas coisas com a ajuda dos meninos. – Rosie pegou a Bella pela mão e caminhou com ela até a mesa farta.

— Parece que tiveram trabalho.

— A maior parte foi comprada na lanchonete ao lado. Rosie me mandou assim que soube que viriam. – Emm os entregou.

— Bem, não tivemos muito tempo, não é mesmo? – Rosie não ficou por baixo. – O que importa é a apresentação.

— E está perfeito. – Bella elogiou. Rosie achou que a cunhada parecia bem melhor aquele dia e aprovou silenciosamente o que quer que o irmão tenha feito.

Eles comeram conversando, Bella apenas fazia breves comentários, mas estava socializando. Assim, que pediu licença para ir ao banheiro, Rosie debruçou-se para o irmão, mas foi ele o primeiro a falar.

— Eu não fiz nada. Na maior parte do tempo sou um inútil.

— Sobre o que é? – Emm quis saber.

— Estava prestes a perguntar o que tinha feito para que Bella parecesse melhor hoje.

— Talvez deva agradecer ao Jas. Foi depois da sua ida até lá que Bella começou a se comunicar melhor. Eu só incentivei, escutei e a abracei.

— Perece que era o que precisava. – Rosie falou.

No banheiro, Bella estava pensando em como se sentia acolhida pelos Cullen agora e como a Rosie era uma cunhada especial, uma amiga... Sentiu saudades da Alie, mas não quis chorar, não naquele momento. Voltou e eles ainda conversavam animados.

— Bella, já pensou sobre quando se mudará com o Edward para a nossa cidade?

— Rosie! – Edward notou tarde demais.

A perguntou a fez parar olhando para cada um deles que se mantinha em suspense.

— Não voltamos a conversar sobre isso ainda e você deveria saber. – Disse entre dentes para a irmã ao seu lado.

— Eu sei, por isso estou tocando no assunto para que voltem a pensar e conversar sobre isso.

Bella iria sair da cidade para recomeçar ao lado do Edward e ficar longe dos Volturi e do perigo que representavam, mas as coisas tinham mudado completamente. O Alec já não existia neste mundo, a Chelsea parecia estar perto do fim também e a Alie também havia ido embora.

— O que está fazendo? Venha para cá. – Edward a chamou.

Bella teria que tocar no assunto assim que tivessem a sós. Assim, quando entraram no carro que Edward voltava a dirigir com cautela, Bella começou:

— Tem pensado em voltar para casa? Já havia notado, por isso falei sobre os seus planos...

— Bella. Eu vou esperar. – Edward voltou a desligar o carro e focou nela. – Esperei por 10 anos, posso esperar por mais tempo.

— Não parece justo.

— E o que seria justo? Mesmo nos amando nos separarmos quando precisamos um do outro?

— Eu preciso de você, não você de mim. – Disse baixo.

— Está enganada.  A minha vida sem você seria patética. Nunca deixaria de te amar então sempre teria um vazio. Foi assim esse tempo todo, não escolherei voltar aquilo.

— Mesmo que eu esteja ainda assim?

— Você está assim, não é quem você é. Eu vejo, os outros viram hoje, um relampejo do seu eu de volta. Pode demorar mais algumas semanas, meses, não importa. Eu sei que achará o caminho de volta.

— Parece que tem fé em mim agora.

— Completamente e já faz um tempo. – Revelou.

Seguiram para o hospital e foram para o quarto onde seu pais estava já sentado em uma cadeira de rodas. A sua mãe estava levando-o para fora.

— Chegamos tarde? – Bella abraçou a mãe.

— Na hora certa.

— Queria ter ajudado.

— Ajudará agora. – Renée estava feliz ao sair do hospital com o marido.

— Oi, pai. – Abaixou para beijar o pai.

— Tudo bem, filha?

— Sim, está.

— Oi. – Edward beijou o rosto da sogra. Estavam cada vez mais íntimos, perdoando-se mutualmente. – Pronto para sair daqui, sogro? – Era estranho, ouvi-lo chamar o seu pai assim. Bella franziu as sobrancelhas.

— Mais do que pronto.

— O que foi? – Perguntou a namorada. – Ela ainda não aceita que somos praticamente casados.

— Mulheres. – Charlie deu de ombros, chocando a filha. Edward tomou a posição de Renée e conduziu a cadeira com o sogro até o lado de fora com um enfermeiro do lado que o ajudou a acomodá-lo no carro.

— Mãe, precisa que eu fique com vocês até o papai melhorar?

— Não, filha. Não há nada de muito complicado. Estou confiante que cuidarei bem dele.

— Eu também posso cuidar de mim. – Charlie respondeu.

— Ah, sim, meu querido. – Renée riu ao seu lado do assento do carro.

Bella e Edward ajudaram o casal a se instalar de volta e Bella chamou Edward longe deles quando o pai estava confortável.

— Mesmo que a minha mãe tenha dito que não precisa de ajuda, acho melhor ficar com ela aqui alguns dias.

— Bella... – Edward gaguejou, pois ao mesmo tempo em que sabia que ela precisava ajudar os pais, ele também sentia que aquela atitude poderia estar ligada ao que a Rosie havia comentado mais cedo.

— Ei, eu já disse que não precisa. Seu pai está muito bem. – Garantiu a mãe pegando-os de surpresa no corredor.

— Mas, mãe...

— Venham comigo. – Pediu Renée que os conduziu a sentarem na sala para que Charlie pudesse descansar melhor. – O seu pai me falou do que se tratava o assunto que queria me contar da última vez antes de tudo acontecer. Você iria me falar da sua ida com o Edward. Não pude falar nada, logo em seguida o Alec fugiu, ficamos sendo escoltados no hospital, não queria sair de perto do seu pai e depois, bem... Você desapareceu nos deixando aflitos. Nunca poderei agradecer o apoio que recebemos da sua família, Edward. Eles estavam sempre presentes até o final. O que quero dizer é que eu achei ótima essa ideia e seria muito bom que vocês pudessem fazer a mudança imediatamente.

— Como assim?

— Aqui está. – Renée tirou do bolso um cartão de visitas que Bella relutantemente pegou verificando que se tratava de uma empresa de mudança.

— Uma empresa de mudança? – Desacreditou em seus olhos.

— Eles irão deixar as caixas para a mudança em sua casa ainda essa semana, quero que aproveite e marque com eles o dia que quer enviar as suas coisas. - A sua mãe estava não incentivando, mas praticamente a colocando para fora da cidade.


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