Os Espíritos do Oeste escrita por Diego Ramon
Notas iniciais do capítulo
Esse conto foi feito em Co-Autoria com Vinícius Melo e Kaio Augusto. Editado por Diego Ramon.
Artista da Ilustração: Solar Sea
O tiro soou alto na floresta, a garota arfava enquanto corria e o peso da sua winchester já não fazia diferença em suas mãos.
Estava nessa brincadeira de gato e rato há horas. À noite sem lua impedia de ver o animal, mas sabia o quanto era grande.
Ela sabia que ele não poderia fugir para sempre, conhecia sua fazenda como a palma de sua mão, o fim do caminho para aquela criatura era a cachoeira.
Repentinamente a caça para de correr.
— Ou você tenta sobreviver à queda, ou morrer pela minha última bala – A garota preparou a arma, naquele momento ela conseguiu perceber que não se tratava de um animal. As marcas em seu corpo iluminaram-se como se a lua tivesse dado seu próprio brilho a ele. Sobre sua cabeça a luz tomou a forma de um lobo. Como reflexo a garota disparou, estava amedrontada demais para poder mirar.
O disparo acertou em cheio sua perna esquerda, a energia de seu corpo dissipou-se. A figura humana caiu. Lari demorou alguns instantes para voltar a si e socorrer o garoto.
O sonho era disperso, todas as outras formas eram difíceis de reconhecer, exceto uma, a figura de um velho índio. Sua voz soou como um trovão.
— Acorde criatura estúpida – Ian demorou alguns minutos para perceber que a voz o chamava de algum lugar fora do mundo dos sonhos – Acorde criatura estúpida.
Quando seus olhos se abriram, ele percebeu a forma de um pequeno felino sentado sobre seu peito. Estava num quarto, deitado numa cama. com bandagens em volta do ferimento de sua perna. O gato que estava ali parado começou a falar.
— Da próxima vez que você fugir e me deixar sozinho eu juro que eu deixo um urso acabar com a sua raça – Disse o gato de maneira calma, lambendo suas patas e passando-as no focinho. Seus pelos eram cinzentos e os olhos verdes. Desceu de cima do corpo do índio, mas o mesmo o chamou logo em seguida.
— Tomas!, demorou a me encontrar dessa vez.
— Faz um bom tempo que estou afastado do meu local de descanso, minhas habilidades estão enfraquecendo.
A maçaneta da porta girou lentamente. Uma garota loira, vestindo roupas que Ian só havia visto em um homem. Ela usava um grande chapéu, uma camisa, botas com pesadas esporas e trazia um rifle.
— Você está bem? – Disse a texana, com sua arma em mãos e um pouco receosa.
— Ainda dói um pouco, mas acho que ficarei bem.
Um longo silêncio tomou conta do quarto. Ian estava pensativo,perdido em seus devaneios. Lari finalmente deixou seu rifle de lado e aproximou-se do garoto. Mexendo em sua perna, o índio reclamou da dor. Agora ela tirava as bandagens de forma mais cuidadosa, para poder limpar o ferimento e recolocar bandagens novas. Quando terminou, ambos se olharam, deram um pequeno sorriso e Lari olhou bem nos olhos do jovem e ingênuo índio, mas algo a fez afastar o olhar quase que de supetão. Por meio segundo o olhar sereno de Ian mudou a fazendo se lembrar de alguém, um alguém do passado que trazia tristeza ao se lembrar.
Ian começou a se sentir estranho e seu corpo novamente brilhou da mesma maneira que na noite passada. Ela como da última vez se afastou amedrontada. O índio começou a falar, mas não era a sua voz e sim a de um homem mais velho, uma voz que a própria Lari conhecia muito bem.
— Minha querida… – Começou a voz do homem, por cima da voz do garoto – Preciso que você tome cuidado, que fuja dos homens que me mataram… Eles virão atrás de você, eles sabem agora onde você está – E como se estivesse com má interferência, sua voz começou a falhar até que sumiu de vez, fazendo com que o garoto Ian, caísse em sono profundo novamente.
Aquilo fez com que Lari percebesse que seu finado marido não havia desaparecido e sim assassinado. Mas o que soava estranho era aquele jovem índio. O que estava fazendo em sua propriedade na noite passada. Porque o espírito de seu falecido marido falava por meio dele? ; Eram essas as perguntas pelas quais Lari precisava obter respostas…
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Esse conto foi escrito para o exercício de produção de texto para o curso de Comunicação Social | Publicidade e Propaganda da Universidade São Caetano do Sul.