Orgulho, Preconceito e.. Georgiana? escrita por Chibi Lele


Capítulo 2
Cartas.


Notas iniciais do capítulo

Para aqueles que estão um pouco perdidos, para este início, estou usando a cronologia do livro O diário do Sr Darcy, espero que gostem. Críticas são sempre bem vindas. ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/774020/chapter/2

Meu caro amigo, espero que possas me esperar para o jantar, tenho grandes novidades, e talvez um presente, que vais gostar muito.  

Ele tinha um presente, e eu sabia que não faria nem um pouco o meu tipo.  

Do teu velho amigo, 

           Charles Bingley.

— Charles.  

— Sim? - perguntou o mais novo não se contendo em animação.

— Você sabe para o que cartas servem? - Darcy não deixou o amigo responder – Elas possuem o intuito de comunicar aquilo que não pode ser dito pessoalmente, logo, não tem lógica você vir me entregar sua própria carta. - encerrou sorrindo.

— Oras Darcy, só percebi que a carta não chegaria a tempo depois que a escrevi. E como sei que aprecia muito a arte da escrita decidi te entregar mesmo assim – se vangloriou. 

— Tem razão, aprecio muito a arte da escrita – sorriu - não a arte do desleixo.  

Dessa vez o Bingley se permitiu rir sem nenhum pudor.  

— Por Deus Charles, duas linhas não podem ser consideradas uma carta, no máximo um bilhete e olhe lá. - concluiu se sentando enquanto o amigo fazia o mesmo, já eram íntimos a tempos ao ponto de dispensarem as formalidades. 

— Mas me diga, o que o traz a minha companhia?  

— Pois bem – Charles começou... 

Se havia algo que Darcy apreciava no amigo mais do que seus bons modos e seu bom humor constante era o modo como sempre introduzia o assunto que desejava sem grandes rodeios, nunca pode apreciar o jeito afetado de conversar da sociedade londrina. Nesses momentos em especial, se orgulhava das pessoas que punha ao seu redor, era realmente um homem de muito bom senso ao saber escolher tal círculo. Era o que pensava, sempre pensou assim... 

— Vou alugar uma casa, para o inverno. 

— Na cidade? 

— Não, não, no campo. Eu acho que vou comprar uma propriedade. Caroline está sempre me dizendo que eu deveria comprar uma, e eu concordo com ela. Eu pretendo alugar primeiro, e depois, se eu gostar, eu compro.  

— Eu acho que é uma ideia excelente! Além de ajudar a te fixar em algum lugar talvez te ensine o tempo hábil de enviar uma carta.  

Bingley fez uma careta enquanto Darcy se divertia as suas custas.  

— Aonde você pretende procurar? - perguntei enquanto servia nossas bebidas 

— Em algum lugar no centro do país - respondeu já virando o líquido – Primeiro pensei em  Derbyshire, mas se eu quiser visitar aquela parte posso ficar em Pemberley contigo. Então pensei em Hertfordshire, não deixa de ser o campo, mas também não é longe da cidade. Há, e conto com você para inspecioná-la assim que encontrar a escolhida.  

— Se você seguir com essa ideia vou ficar feliz de te ajudar. - Dracy ergueu seu copo como num brinde pela decisão do amigo. 

— E você acha que eu não vou?!  

— Eu acho que assim que você achar um novo rabo de saia vai mudar de ideia e ficar em Londres.  

— Você me faz parecer bem inconstante - ele disse rindo. – Pensei que fosse meu amigo.  

— E eu sou, por isso tenho plena certeza de minhas palavras. - eu disse com um sorriso.  

— E mesmo assim você me acha capaz de abandonar meu plano? Minha palavra de honra que não vou ser dissuadido tão facilmente e que nada me fará desistir de ter uma casa no campo.  

— Se assim diz, me comprometo a visitá-lo. 

— E você deve levar a Georgiana. Como ela está? Eu não a vejo há meses. Caroline e Louisa querem muito visitá-la.  

— Ela não está em Londres. Eu a mandei para Ramsgate durante o verão. 

— Muito sábio. Eu mesmo não aguento mais esperar para sair da cidade.  

— Digo o mesmo meu amigo, em alguns dias estarei finalmente junto de minha irmã e livre de todo esse balburdio.  

Charles riu do amigo e continuaram a conversar, dessa vez sobre seus negócios e sobre política. 

A noite passou rápido, como as noites de verão deveriam ser. E então, apenas uma semana faltava para que estivesse na calmaria da costa, seu lugar preferido para repouso.  

 

Na manhã seguinte Charles apareceu novamente, dessa vez com um embrulho e deveras sorridente, o que nunca queria dizer boa coisa.  

— Encontrei em uma de minhas viagens, e não pensei em alguém que pudesse destoar mais do que você. 

— Sua estima por mim é sempre comovente.  

O embrulho guardava um charuto muito bem adornado, o que deixava claro ser para cavalheiros de idade.  

— Isso é uma indireta? - o cavalheiro ao seu lado mal conseguia conter o riso.

— É claro que não - respondeu falsamente – mas me lembrou muito o “conselho” que sua tia nos deu uma vez sobre a senhorita de Bourgh apreciar a companhia de senhores de idade

— Aquele dia foi péssimo. - Darcy respondeu a contragosto.  

— Hahaha, mas eu achei que combinaria com seus 26 anos.  

— Duvido muito, agora, mudando de assunto, como disse ontem a noite logo visitarei Georgiana no litoral. Gostaria de nos acompanhar?  

— Nós?  

— Eu e o Coronel Fitzwillian. 

— Há sim, infelizmente não meu bom amigo, se eu quiser seguir meus planos de alugar uma casa devo continuar na cidade para resolver os por menores. 

Naquele momento Darcy odiou o fato de o amigo começar a desenvolver um senso de responsabilidade, mas logo se resignou.  

Afinal, um pontinho fora da curva não poderia acabar com toda uma viagem. Ele acreditava nisso.  

Mal sabia que aquele era o começo de toda uma catástrofe, mas como dizem, a males que vem para o bem.  

 

Em poucos dias, menos do que o esperado, tudo já estava pronto para sua partida e a de seu primo. Enquanto esperava a carruagem terminar de ficar pronta, relia a carta enviada por Georgiana, que chegara naquele dia.  

É pequeno comparado com meu estabelecimento de Londres, mas é muito confortável e tem uma linda vista para o mar. Senhora Younge e eu estamos indo à praia hoje a tarde. Estou ansiosa para desenhar a costa, te mando quando estiver pronto.  

Tua querida irmã,  

       Georgiana.  

Darcy sorria enquanto notava o quão carinhosa e espirituosa sua irmã era contigo. Admirava o quanto sua caligrafia havia melhorado e relembrava sua época de escola onde nunca deixava de receber pelo menos uma carta por semana. Mesmo que os assuntos contidos fossem banais não deixavam de expressar a saudade contida. Ao tempo em que planejava oferecer que a mesma convidasse uma amiga para passar algum tempo com ela, seu primo, Coronel Fitzwillian, o chamou para que embarcassem.  

— Vamos Darcy, a carruagem está pronta, se partirmos agora chegaremos por volta da hora do desjejum amanhã.  

Havia tanto a ser feito, tinha planejado muitas atividades. Mal podia esperar para rever a irmã.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estamos chegando no clímax desse começo. Estou ansiosa!!! E eu simplesmente amo de paixão a amizade entre Darcy e Bingley.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Orgulho, Preconceito e.. Georgiana?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.