Amarras escrita por Kris Loyal


Capítulo 8
Capítulo 7 - Azul e Amarelo.


Notas iniciais do capítulo

E AEE :D



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O dia começava a se abrir quando Caroline e Klaus chegaram ao complexo. Estava tudo calmo: os móveis estavam no lugar e não havia sinal de barulho. Ao que parece, não sofreram nenhum ataque em sua ausência.

Ouviram alguns passos e logo perceberam Marcel descer a escada central.

— Que bom que chegaram. Freya está dormindo um pouco. Coitada, não descansava desde o dia em que aquele amuleto voltou a existir. — Ele parou um momento antes de perguntar — Já a compeliu a esquecer, Klaus?

Visivelmente surpreso por ter esquecido esse detalhe, o híbrido virou-se para Caroline.

— Acha que ainda tem verbena?

— Acho que não. Vai em frente.

O original se pôs à frente dela, olhando-a diretamente nos olhos e pronunciando a sentença em voz baixa:

— A estrada e todo o caminho que pegamos para chegarmos onde escondemos o Arbres, esqueça. A gruta, a mata, tudo que você falou ou viveu enquanto atravessamos e o escondemos, esqueça. Você só vai lembrar que fomos a uma montanha, que você não lembra por qual caminho, pois é longe demais; observamos as estrelas e eu contei uma historia engraçada sobre Hope. E é só. Dessa parte, e apenas dessa, você irá se lembrar.

A loira assentiu e já se dirigia ao seu quarto, quando o barulho do portão da frente sendo aberto cordialmente parou a todos. Era um rapaz desconhecido: não aparentava ter mais de 25 anos, era alto e até bonito. Pelo modo de andar e falar estava visivelmente compelido a fazer aquilo.

— O mestre sabe o que procuram, — Dizia ele, calmo. — e ele o tem. O mestre tem o óleo. — O moço tirou de seu bolso um pequeno canivete e com ele começou a arrancar um pedaço da pele de seu braço, pedaço este que estava tatuado com algumas frases — Ele fará uma comemoração memorável com alguns amigos hoje e os espera lá, se quiserem conseguir o legado de Neeraj.

Dito isso o garoto apenas jogou o pedaço de pele no chão e saiu, com seu braço se esvaindo em sangue.

Quando Klaus abaixou-se para observar o pedaço de pele, não demorou a entender que a escrita indicava o endereço e a hora.

— Então... É bem clichê, mas parece que temos mais uma festa para ir.

 

~~ ~~ ~~

— E esse violeta?

— Esse não. Ainda gostei mais do primeiro.

Já era noite quando Caroline sacudia o vestido de cor violeta na frente da câmera frontal do celular, enquanto ria da careta de Hope ao reprová-lo. Vez por outra as duas conversavam por vídeo chamada, e naquele momento a bruxinha ruiva estava fazendo o papel de “consultora de moda online”, como ela mesma se definiu.

Como já esperado de uma Mikaelson, a pequena era uma consultora exigente: dos oito vestidos que Caroline havia lhe apresentado, ela tinha aprovado apenas dois, um amarelo vivo e o outro num tom de laranja claro, como a tonalidade alaranjada do por do sol.*

— Certo. Então decida entre os dois únicos que você escolheu, senhorita sabichona.

Care podia ouvir claramente as risadas de Hayley, mesmo que não pudesse vê-la na tela. Ela também estava se divertindo com as travessuras da menina.

— O amarelo. Está decidido. — finalizou.

Alguns minutos depois Caroline rodopiava com o supracitado vestido para a câmera buscando a aprovação de Hope, que ria das caras e bocas que ela fazia. Quando a garotinha levantou o polegar alegando que estava “supimpa”, Care se despediu dela e de Hayley para terminar de se arrumar e descer.

Trinta e cinco minutos depois, Rebekah bateu na porta, abrindo-a logo após e colocando apenas o rosto para dentro do quarto. Ela e Elijah haviam retornado à cidade assim que souberam que tinha aparecido alguém que dizia ter o óleo de Neeraj.

— Está pronta, Barbie? Estão esperando só a gente lá embaixo.

— Quase.

— Bonito vestido. — Comentou, já invadindo o quarto da Forbes — Ficaria mais bonito em mim, claro, mas amarelo também lhe cai bem.

— O seu também não está mal.

Ao ouvir o elogio, Rebekah balançou a barra de seu vestido azul escuro. Quando terminou de passar um batom que era uma variação escura e fechada da cor vinho, Caroline anunciou à recém-chegada colega que estava pronta.

No andar de baixo todos já se encontravam á espera: Elijah em um terno cinza chumbo, tradicional, porém elegante. Marcel, sempre um pouco mais ousado, usava um terno vermelho vinho, que chegou até a combinar com o vestido vermelho curto, porém fechado até o pescoço, ao qual Freya utilizava. Klaus, curiosamente atípico, vestia um terno num tom azul, diferentemente do preto que sempre preferia. Claro que isso não passou despercebido aos olhos de Rebekah, que assim que chegou á sala junto a Caroline, tratou de elogiar o irmão. O hibrido foi sucinto na resposta ao elogio:

— Hope escolheu.

O local não era muito longe: 20 minutos de carro e já estavam lá. O salão estava muito bem decorado, e de modo até meio estrambólico, exalava luxo e ostentação. Haviam artistas contorcionistas em pequenos palcos suspensos e uma musica clássica era tocada por uma orquestra quase que completa.

— Sejam Bem-vindos. — Saudou o recepcionista — Nosso mestre já os esperava e estima que se divirtam e que participem da dança coletiva. 

— Claro. — Respondeu Elijah, de pronto. Klaus, porém nem se deu ao trabalho de responder, ignorando totalmente a fala do homem e se dirigindo ao bar. Elijah o segurou pelo braço antes que ele avançasse e falou baixo, rente ao seu ouvido — Niklaus, não custa nada. Não vamos causar mal impressão logo na entrada. — Klaus revirou os olhos e o irmão mais velho continuou — Quero, se assim for possível, conseguir o que queremos sem conflitos. Sei que você já observou quantos aliados ele tem aqui nessa festa. Só lutaremos se for estritamente necessário.

Ao ver o embate, Caroline decidiu intervir. Pôs-se à frente do hibrido, colocando a mão sobre a de Elijah, que continuava segurando o braço do irmão antes de dizer:

— Tudo bem, Elijah. Deixa comigo.

Quando se afastaram, cada um tomou um lugar no alinhamento onde se iniciaria a dança. Resmungando, Klaus reclamou:

— O que te faz pensar que vou dançar para agradar esse cara?

— Para de ser chato.

— Eu não sou.

— É.

— Então ótimo! Sou. Me deixa ir para o bar.

— Não. Você vai ficar aqui e nós vamos dançar. Por Deus! Não vou te deixar estragar tudo antes de conseguirmos o que queremos.

A música começou e mesmo contrariado, Klaus pôs-se a conduzir a dança. Caroline conhecia aquela musica: era uma versão da musica “Enjoy the Silence" da cantora francesa Carla Bruni, porém tocada com instrumentos clássicos e sem voz, apenas o instrumental. Sem perceber, segundos depois já estava cantando, ainda que num tom muito baixo, o que despertou a curiosidade de seu par.

— Gosta dessa música?

Ela apenas assentiu, segurando o riso sem parar de cantar.  Percebeu que ele estava cedendo e aquilo era bom.

Metade da música tinha se passado quando a loira percebeu uma movimentação na galeria acima. Seus olhos corriam por entre as pessoas que passavam da galeria para a sacada e com certeza, não parecia uma movimentação normal, mas sim chefiada.

— Está vendo isso? — perguntou ela, preocupada, ainda com os olhos presos ao andar cima. Seu rosto virava de um lado para outro e nesse movimento, de vez em quando seus cabelos batiam no rosto de Klaus. Se ela não estivesse tão em alerta, aquilo seria, para ambos, um pouco cômico. Como ele não respondeu, ela perguntou novamente — Está vendo isso, Klaus?

— Não. — responde simplesmente.

— Como não? Olha bem.

— Estou olhando.

Decidiu olhar para ele a fim de entender sua resposta e quando olhou, encontrou seus olhos firmemente focados em seu rosto. Ele riu, com um sorriso de lado, um pouco sacana até.

— Bobão. — replicou.  

 Mais a oeste do salão, Marcel indagava a Rebekah sobre o riso dela. A original olhava para o lado e vez por outra soltava um risinho disfarçado, fazendo com que Marcel ficasse curioso á respeito.

— Estou rindo de Caroline e Klaus, é claro. Já olhou bem para eles? Os dois disseram que Hope escolheu suas roupas e me aparecem um de terno azul e a outra de vestido amarelo. Tá' na cara que aquela pestinha quis fazer um “a bela e a fera da vida real". — Rebekah parou e riu, dessa vez alto. Observando o fato pela primeira vez, Marcel também a acompanhou. Quando parou, a original completou a frase, agora um pouco mais séria — Hope e Hayley acham que eles fazem bem um ao outro. Nas palavras de Hope “papai fica mais sorridente com a amiga". Fico feliz que Hope goste da ideia.

Marcel concordou, mesmo que ainda rindo. Era engraçado, mas totalmente verdadeiro.

— Agora cala a boca que quero ouvir a conversa deles.

— Não acredito que vai fazer isso, Rebekah.

— Shiu!

Alheios aos olhares e ouvidos atentos de Rebekah, Klaus e Caroline continuavam sua dança em meio aos, nada contidos, elogios do hibrido.

— Seu cabelo está cheiroso.

— Ele está cheiroso ou é cheiroso? — inquiriu ela, com comicidade.

— É. Mas como nós nunca mais visitamos aquela sala de cima eu já tinha me esquecido.

Caroline deu um tapa em seu braço e o calou com um “shiu!” e a mão em sua boca. Ele ria.

— Está louco? Com tantos vampiros aqui...

— Mas é verdade. Por que nós não... — respondeu ainda com a voz abafada pela mão dela.

— Por que somos complicados. Os dois. As coisas ficam mais simples com você aí e eu aqui. Você vai ver que no momento em que a gente decidir ignorar essa verdade, vamos nos meter numa daquelas.

A verdade é que Caroline tinha chegado a aquela conclusão há algumas noites, dentre outras coisas, por um sonho que tivera, que na verdade era apenas mais uma das lembranças de Klaus em seu subconsciente. Ela lembrou-se das palavras de Chadd naquela noite, lembrou-se da profecia das bruxas, lembrou-se de suas filhas e do quanto elas precisavam dela viva e a partir dali aceitou o quão perigoso seria uma relação com Klaus. Era perigoso para ela, mas também era para ele. Klaus era alguém machucado de todas as formas pela vida, não queria causar-lhe também alguma dor, e aproximando-se demais dele isso tinha muitas chances de acontecer, mesmo não estando em seus planos. O amor é complicado.  

— Eu vou ver? Então vai acontecer...

Antes que Caroline pudesse responder, sentiu alguém tocar seu ombro. Era um homem de estatura mediana e olhos castanhos claros que estava sorrindo, mas não parecia um sorriso real. Era elegante como todos ali, porém tinha seu diferencial nos adornos de ouro que usava, com certeza para se destacar dos demais.

— Posso dançar com sua dama? — Foi a pergunta que ele fez, direta e educadamente.

Caroline viu Elijah parar sua dança com Freya assim que ouviu a resposta de Klaus:

— Não.

Foi uma negativa rápida, sem pestanejo ou procrastinação. Tranquila até, se tratando de quem era.

— Ora, vamos. Se compararmos ao que vou te dar, uma dança com ela não é nada.

Klaus junta as sobrancelhas em questionamento e Elijah se aproxima. Como a indagação não vem, o homem apenas concluiu sua fala:

— Certo, acho que é chegada a hora das apresentações. Sou Cam, o vampiro que tem o Óleo.


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Notas finais do capítulo

Acho que agora as coisas andam né? Eita lêlê que é muita confusão nhaudha
Comentem para eu saber que vocês estão vivos, pfvr
bjss

** Referência à cor favorita de Peeta Mellark, meu amor da saga Jogos Vorazes ♥



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