Destino escrita por AelitaLear


Capítulo 7
Carta


Notas iniciais do capítulo

Oiie^^
Pessoal, acho que vou acabar essa fic no cap 15...
Bem, vcs querem mais ou não?
Ainda não tenho caps prontos, mas não quero passar do 15!
Tudo bem para vcs?
Logo o sofrimento dela acaba^^



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- Uma carta. – Murmurei um pouco feliz.

Quem sabe nessa carta não tinha algum endereço, alguma pista de onde estava meu Eichi.

Peguei a carta com um carinho excessivo. Abri a dobradura, me atrapalhei um pouco devido a complexidade que ela foi feita.

Olhei vagamente o conteúdo da carta. Tinha um letra bonita, a que eu conhecia ser de Eichi. Estava escrita em vermelho, e parecia ter sido feita as pressas.

“Querida Mitsuki.

Quando você foi embora, sofri muito com isso. Cada dia que passava, meu coração doía mais e mais forte. Sentia muito a sua falta.

Não quero que pense mais nessa minha fase.

Parece que o destino quis que ficássemos realmente separados. Primeiro aquele avião, que ainda não entendo por que eu não estava ali dentro.

Depois sua adoção. Outra coisa que ainda não compreendi como pude deixar isso acontecer. Mas foi bom para você, creio eu que você nem deve estar lendo esta carta...

Na verdade só a escrevi, caso um dia você venha me visitar.

Agora com a minha adoção, não consigo deixar de pensar que o destino está contra nós. Provavelmente não é para ficarmos juntos.

Confesso que isso me entristece, você nem imagina como...

Eu sei que você nem deve mais se lembrar de mim... sei que deve estar lendo esta carta, por que duvido que nunca mais voltaria aqui no orfanato...

Mas sei que você já deve ser casada. Deve ter superado o fato de nos separarmos. Como sei que deve estar sorrindo ao ler.

Ou pode ser que não, você pode ainda sentir minha falta... pode ser que deram essa carta logo após minha adoção...

Acredito que se isso aconteceu, provavelmente está sofrendo... por isso que escrevi essa carta!

Gostaria de dizer que eu não mereço seu amor, muito menos o seu choro. Você é uma garota muito especial, e o que te peço, é que viva a sua vida!

Por favor Mitsuki, não cometa nenhuma loucura, muito menos me procure... peço para que me esqueça...

Eu jamais farei isso, mas repito: me esqueça.

Só tenho mais uma coisa para te falar.

Eu te amo e sempre vou te amar.

Beijos.

Eichi, seu fiel amigo.”

Fechei a carta lentamente.

Aquelas palavras não podiam ser verdade, eram confusas para mim. Realmente ele tinha sido adotado, isso eu já tinha me conformado.

Mas algo que eu não poderia fazer de maneira alguma, era esquecer dele. Ele era muito importante para mim, ocupava muito da minha vida e de meu coração.

Sem ele, eu não sobreviveria.

Parte dele estava em mim, e parte de mim estava nele.

Nossos corações eram um só, assim como todo o nosso ser e a nossa alma. Não poderia haver forma de vivermos separados.

Segurei a carta no meu peito, eu ainda não sabia direito o que poderia fazer para acabar com toda essa dor. Aquilo era a última coisa que eu tinha de recordação do Eichi, eu iria guardar essa carta para todo o sempre.

- Mitsuki, precisamos devolvê-la a sua família e...

- NÃO! – Gritei antes mesmo dela completar seu pensamento,

Eu não iria voltar para aquele lugar, de jeito nenhum.

Não queria mais viver lá, eu queria estar com meu Eichi. Talvez se eu jamais fosse adotada, ele também não seria. Poderíamos estar juntos agora.

- Você precisa e...

- NÃO! – Gritei novamente.

Ela tentou me segurar. Queria me prender para que eu não corresse e fugisse dela.

Eu não deixei, pulei em cima de seus braços, caindo do outro lado. Não me importei para as dores, a única coisa que continuei segurando era a carta.

Comecei a correr desesperadamente, caminhando pelos corredores até a saída. Não olhei para trás nenhum momento.

Sai de meu orfanato, ainda correndo desesperada. Encontrei a multidão de pessoas logo a frente, e me misturei entre elas.

Não queria mais viver na minha casa, muito menos no meu orfanato.

Continuei correndo até que cansei. Não tinha lugar para eu ir, por isso, eu resolvi andar calmamente, prestando atenção nas pessoas que poderiam estar por perto.

O dia passou incrivelmente rápido, meu estômago roncava, meus pés doíam cada vez que eu pisava, meu corpo estava flácido de tanto me mover... minhas pálpebras já fechavam de sono...

Eu podia ver o por do sol, a noite logo estaria ali e não teria onde dormir. Agora minha caminhada era em busca de um abrigo quente para a noite.

Encontrei perto de uma ponte uma pequena casa feita de madeira, não muito estável, mas daria para morar durante uma noite ou duas.

Entrei nela me certificando que não tinha ninguém, tive mesmo sorte quando notei que estava vazia. Encontrei um monte de palhas encostado no canto.

Seria muita sorte encontrar uma casa com camas. Eu não fui tão sortuda assim, mal tinha essas palhas onde eu poderia me deitar com conforto.

E foi bem isso que fiz, ajeitei um lugar macio para fazer de travesseiro, me encolhi entre a pernas e ali dormi, a base do choro e do pranto.

Acordei um pouco pior, será que era possível?

Uma melodia começou a formar em minha mente, me surpreendi com a criatividade se formando num momento tão difícil. Resolvi colocar para fora todo meu sentimento.

Mantenha-me apertado, se fosse para me sentir assim

Nunca deveria ter desejado

Essa sensação de gostar de alguém

Eu te amo, as lágrimas não param

Desse jeito era melhor

Não ter te conhecido

Repeti esse pequeno trecho muitas vezes. Eu ainda não tinha ideia de onde ir ou o que fazer, só sabia que Eichi estava mais longe a cada respiração.

Mantenha-me apertado, se fosse para me sentir assim

Nunca deveria ter desejado

Essa sensação de gostar de alguém

Eu te amo, as lágrimas não param

Desse jeito era melhor

Não ter te conhecido

- Quem canta essa linda melodia?

Tomei um susto quando ouvi uma voz grave me chamando, não era para eu ser descoberta! Por sobrevivência, corri para dentro das palhas para me esconder.

Ouvi passos vindo na minha direção, tentei respirar mais devagar para que ele não me escutasse.

- Tem alguém ai?

Não respondi novamente, o medo já crescia dentro de mim. Poderia ser alguém para tentar me levar ao orfanato, como poderia ser algum ladrão.

Apertei a carta do Eichi, essa era a minha única proteção.

- Eu tenho certeza que ouvi alguém, ande menina, apareça.

Sem resposta novamente. Agora eu suava frio, meus músculos já doíam de ficar tanto tempo nessa posição.

- Não vou fazer mal algum para você, venha, eu só quero conversar.

Não acreditava, claro que não. Se eu aparecesse, ele poderia fazer algum mal a mim, eu estaria condenada.

Escutei passos vindo na minha direção, só que estes eram mais ligeiros e focados. Que ele não venha aonde estou, que ele não venha aonde estou...

Uma mão segurou minha blusa por trás, me puxando para fora de meu esconderijo. Eu me desesperei com aquilo, um grito saiu de meus lábios.

- Não grite! – Ele coloca a mão na minha boca e eu tremi. – Fique calma, eu só quero seu bem!

Comecei a chorar, sabia que esse era meu fim. Ele puxou meu corpo para que eu parasse de tremer.

- Não chore, olhe, eu quero que você seja a minha nova cantora, olhe... – Ele tirou a mão de minha boca e pegou algo para me mostrar. – Olhe, esse aqui é meu cartão.

Olhei ali ainda temerosa, mas não gritei mais, principalmente quando li o que estava escrito.

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- Só quero que trabalhe comigo.


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