With all the love escrita por SouumPanda


Capítulo 4
Believe me Craig, I'm going to love you. I WAIT




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Fazia alguns meses que meu namoro com Craig estava fluindo, ele ficava mais em meu apartamento do que na casa dele. Matteo estava cada vez mais inteligente e crescendo de uma forma absurda, porém meu relacionamento com Aidam não era muito harmonioso, na verdade evitávamos conversas longas e trocas de olhares porque o clima ficava estranho. Estava tentando concentrar em que Elizabeth me falava mas via Aidam vir em minha direção e sentir minha boca secar, ele se aproximou e nos encaramos brevemente e me voltei para Elizabeth que quando percebeu parou de falar sobre os pacientes e ficou em silencio e o mesmo reinou sobre nós.

— Olá Aidam. – Eu falei em tom baixo e tossi brevemente tentando melhorar a voz. – Precisa de algo?

— Podemos conversar em particular? – Ele disse em tom moderado e me penetrando com os olhos esverdeados que me desconcertava mesmo depois de todo esse tempo. Então concordei com a cabeça e entramos no meu consultório e logo fechei a porta. Ele se colocou encostado na mesa com os braços cruzados e marcados pelo jaleco que apertava seu bíceps. Engoli seco e forjei o melhor sorriso que podia, me encostando em uma escrivaninha que tinha ali e ficando de frente para ele.

— Então, o que tem de tão importante para me falar? – Eu disse com a voz sufocada enquanto os olhos dele me penetravam e me desconsertavam.

— Falta pouco tempo para o aniversário de Matteo e minha mãe estava querendo fazer uma festa na fazenda para ele. – Ele sorrio enquanto seu olhar ficou distante e eu passei a língua sobre meus lábios para molhar os mesmos.

— Eu não estava pensando em fazer nada muito grande, mas como é seu primeiro aniversário com ele. Tudo bem. – Sorri concordando e respirando fundo, mordi os lábios e podia ver o olhar de Aidam direcionado a eles. Logo batidas frenéticas na porta e o rosto de Elizabeth apontou.

— Desculpe interromper, o congresso vai começar doutores e não queria que vocês se atrasassem. – A voz terna de Elizabeth ecoou por todo consultório, Aidam e eu a olhamos com a bochecha corada e sorri confirmando com a cabeça. Era o mês do congresso, médicos de todas as áreas e de algumas partes do mundo viriam, porém chegariam em duas semanas, o de duas semanas seriam para nossos internos. Olhei para Aidam e se recomponhamos saindo e indo juntos para o salão de conferencia do hospital.

Quando entramos, o olhar de Craig em nós foi bem ameaçador, ele estava palestrando para os internos sobre Obstetrícia e quando entramos, logo ele parou de falar e nos encarou, voltando a se concentrar e falar quando nos sentamos nas primeiras cadeiras junto com os outros médicos. Aidam sentou ao meu lado, o olhar de Craig estava em nós e a situação toda me deixava desconfortável, ficava me mexendo o tempo todo, quando Aidam se inclinou aproximando os lábios da minha orelha, podia sentir o hálito quente e aquilo me deixou em choque, dura na cadeira, Craig falava e quando percebeu ficou em silencio, engoli seco e Aidam sorrio gostando da minha reação.

— Minha ex namorada de Londres virá para o congresso, vai conhecer a mulher que se sentiu ameaçada por você e não contou do Matteo. – Meu coração pulsou e parou, senti uma dor forte no peito. Talvez tudo que ele me contou fosse verdade e estávamos separados por meu orgulho bobo. – Vamos esclarecer tudo e poderá ficar em paz com sua vidinha. – Estava paralisada e Craig nos olhava, talvez querendo saber o que ele me falava que tinha feito todo meu sangue sumir do meu rosto, engoli seco e encarei Aidam que estava com um riso satisfeito no rosto. Ele queria me ver daquele jeito, me culpando por não termos dado certo. Não gostava de me ver feliz, pressionei os lábios e pisquei freneticamente Craig tentava se concentrar na palestra com os internos, mas era perceptível seu olhar em nós, principalmente quando me levantei e sai do congresso, o silencio era descomunal. Estava desnorteada, sabia que minha Pressão Arterial estava baixa. Me sentei perto do posto de enfermagem e logo vieram aferir ela, me entregaram um copo de água e inclinei a cabeça para trás. Estava paralisada ali, o medo de encarar uma pessoa que sem me conhecer já não gostava de mim me dava receio. A mulher que privou Aidam de saber da existência de Matteo, o pior era a ausência de Aidam na vida de Matteo por culpa dela. Respirei fundo e logo podia ver Craig vindo, abri um sorriso terno e logo ele sentou ao meu lado dando um beijo terno na minha testa.

— Está tudo bem amor? – Ele falava enquanto me abraçava me afogando em seu peito e todo mundo olhava. – O que ele te disse que te fez ficar assim?

— Estou bem, apenas uma queda de pressão arterial. – Pressionei os lábios e respirei fundo. – Sei que quer saber o porquê chegamos juntos. Ele foi falar comigo sobre a festa do Matteo e eu concordei e depois disse sobre a ex namorada de Londres que segundo ele excluiu os e-mails virá para o congresso. – Mordi o interior da bochecha e nos olhamos. – Não consigo digerir isso e nem sei qual vai ser minha reação ao ver essa mulher.

— Você vai se sair muito bem, porque conheço a mulher que é, se tiver que conversar com ela, pelo menos tudo se esclarece. – Ele fez uma pausa e ficou pensativo. – Pelo menos você e Aidam se entende nesse lado. – Ele sorrio forçadamente e fiz o mesmo. Senti o tremor na sua voz com receio de me entender com o que mais me magoa em Aidam.

— Não queria atrapalhar sua palestra, fique no congresso. Irei para casa e te espero lá tudo bem? – Sorri e selei nossos lábios mesmo sendo incorreto. – Depois conversamos sobre isso, em um jantar, eu. – Falava em pausa enquanto selava nossos lábios. – Você ... E um bom vinho. – Abri um sorriso e selamos novamente os lábios e as enfermeiras ria nos vendo e me levantei nos separando, saindo terminei o plantão sem ficar no congresso e fui para casa.

O jantar estava pronto, Matteo já estava no berço para dormir, sentei após colocar um rock clássico suave que lembro minha mãe cantarolar pela casa gravida de Florence, era Abba The Winner Takes It All a canção era sugestiva, apreciava uma taça de vinho bordo lembrando de Aidam falando da ex namorada e como a ideia me aterrorizava, por um breve momento viajei na música, se tinha algo que me afastava de Aidam era a ideia de negação em toda minha gravidez, porque todo mundo podia ver o quanto ele me desconfortava ainda. Logo a porta abriu e era Craig com seu sorriso branco e sexy vindo em minha direção e fui ao seu encontro e nos beijamos, o beijo dele era envolvente e cheio de paixão. Eu estava amando ter esses momentos com Craig, ter ele em minha vida e seu amor era confortantes, saber que depois de dias como esse eu tinha ele para ficar comigo, começou tocar Mamma Mia e começamos a dançar juntos e rindo baixo e novamente nos beijando, a língua dele explorava cada canto da minha boca e dançava com minha língua, logo já podia sentir o volume de Craig e ri entre o beijo e ele apertou mais nossos quadris, parei o beijo com selinhos demorados e nos olhamos ternamente.

— Vem o jantar vai esfriar. – Fomos a mesa e nos sentamos um de frente com o outro, começou a tocar a música na qual minha mãe cantava para me pôr na cama Chiquitita, respirei fundo na saudosa lembrança e olhei Craig e nos servimos da comida e do vinho e jantamos, ele me olhava e me penetrava com aquele olhar sedutor e com seu sorriso e eu sorria de volta. – Essa música, me lembra minha mãe. Ela me colocava na cama cantando ela ou Hey Jude do Beatles. – Sorri e Craig fez o mesmo.

— Minha mãe cantava Rock n Roll Lullaby do Bj Thomas, era muito reconfortante ouvir ela cantar aquela música para mim e até hoje me acalma essa música. – Ele ficou com o olhar distante e rindo para o nada e quando tornou a me olhar eu estava o admirando de forma terna. – Sabe Cami, tudo que temos vivido até aqui, tudo que temos passado juntos, esses sentimentos, emoções que sinto com você, quero que saiba que é uma das melhores coisas que venho sentindo. – Ele pausou e eu pisquei freneticamente, senti meu coração disparar escutando o que ele falava, mas ao mesmo tempo se partiu. Eu estava feliz, eu gostava de Craig, sua companhia era uma das melhores coisas para mim, ele era ótimo para Matteo, porém eu não o amava. Não conseguiria retribuir esse sentimento, meu semblante deve ter mudado e se tornado sem expressão pois o olhar de Craig mudou. – Está tudo bem?

— Vou me deitar, de repente me deu um certo mal-estar. – Eu disse me levantando sem terminar o jantar e indo para o quarto, sabia que o olhar de Craig estava em mim, tirei toda a roupa e entrei no banheiro para um breve banho, podia pensar em tudo que sentia dentro de mim, o que não era fácil, tinha medo de optar e saber que devesse ficar sozinha, fiquei tanto tempo sozinha que acabar sem ninguém seria trágico, e acho que isso estava me deixando ainda mais triste, depositar em alguém o fardo de me fazer feliz, porque apesar de tudo consegui o que tinha sozinha, mas ninguém era obrigado a me fazer feliz. E só de pensar nisso era totalmente depreciativo, colocar expectativas demais em alguém que não tem obrigação nenhuma.


Me deitei logo Craig entrou no quarto, tomou um breve banho e deitou, me abraçando o olhei e sorri de forma terna e assim adormeci, com seu cafuné e beijos suaves no topo da minha cabeça. No dia seguinte eu não iria trabalhar, era minha folga, quando acordei Craig já tinha levantado, coloquei um roupão e desci e ele tomava café com Matteo em seu colo, sorri ao vê-los e beijei o dois, pegando Matteo no colo.

— O que fará hoje na sua folga? -  Ele perguntava enquanto terminava o café e eu me servia uma breve caneca de café.

— Vou ir ver meu pai e deixar Matteo na fazenda, tenho algumas coisas para resolver sobre o aniversário dele, depois te espero para o jantar e prometo que compensarei o fiasco de ontem. – Sorrimos um para o outro e coloquei Matteo no chão e senti ao lado de Craig no balcão que ele tomava o café.

— Vou ficar com saudade até o jantar para saborear o que vai preparar. – Ele sorrio maliciosamente e selamos o lábio brevemente e logo ele se levantou. – Tenho que ir, uma paciente disse que está sentindo contrações. – Ele disse satisfeito e eu sorri afirmando. – Eu amo você Camille. - Selamos nossos lábios e ele saiu, não respondi ao que ele falava e aquilo me deixou desconfortável.

Era de tardezinha e eu ainda estava na fazenda, fazia algum tempo que não vinha aqui, a brisa me relaxava. Resolvi cavalgar com Florence, quando estávamos chegando, vi o sorriso no rosto de Florence ao ver Aidam e paramos os cavalos próximo ao carro dele e nos encaramos. Florence sorria como uma adolescente e eles se olhavam e eu desci do cavalo indo para o estaleiro, toda aquela situação me deixava constrangida, tirei a sela do cavalo. Quando estava saindo, Florence descia do cavalo e iria tirar a sela, Aidam estava parado me olhando e sorri ternamente com certo desconforto. Parei diante dele e mordi o lábio.

— Matteo está com sua mãe, ficará com ela. Ela pediu. – Falei ajeitando o cabelo para trás da orelha e ele sorrio e afirmou.

— Tenho que voltar para Dallas, podemos tomar um café? – Pisquei algumas vezes com o pedido dele e afirmei e olhei no relógio.

— Só não poderei demorar, tenho um jantar com Craig. – Eu disse desconfortável e logo Florence apareceu e cumprimentou Aidam com um beijo demorado no rosto e desviei meu olhar da situação. – Vou me despedir no Matteo e se vemos depois.

Entrei e beijei Matteo, me despedi do meus padrinhos e do meu pai, tinha sido ótimo passar o dia na fazenda, sentia falta. Dirigi o mais rápido que consegui até o café que sempre ia, minutos depois Aidam chegou, já com outra roupa. Ele era o tipo de homem que chamava atenção, quando entrou todos olharam e o acompanharam até minha mesa isolada no fundo do café. Nos olhamos por instantes até a garçonete tirar o pedido dele e ele se voltou para mim com aquele puta sorriso lindo.

— Você está linda com o cabelo como se o vento tivesse bagunçado Cami.- Ele falou baixo e no que falou tentei arrumar e novamente o sorriso brotou, meu coração parecia que ia saltar do peito, quando a mão dele tocou a minha.

— O que queria conversar Aidam? – Falei baixo e ele apertou minha mão e nos olhamos.

— Cami, sei que está bem com Craig e que está bem. Sei que estamos tendo um relacionamento baseado no Matteo. Mas a vinda da Carrie. – Ele fez uma pausa, então esse era o nome dela? Carrie? Como do filme de terror. Só de pensar já me irritava. – Tudo vai se esclarecer entre nós Cami, tudo. Não teremos motivos para ter magoas sendo que somos frutos do erro dos outros, fruto do destino que brincou com nós temos o Matteo, temos algo ainda entre nós.

— Aidam, a única coisa que tem entre nós é um respeito mútuo, porque entre nós não pode houver mais nada, eu não sinto mais nada. – Me levantei e fui saindo café, alguns segundos depois pude sentir ele me puxar pelo braço e encostar nossos corpos, enquanto com uma mão ele acariciava meu rosto, a outra mão ele nos mantinha no abraço. – Aidam, por favor. – Falei com a voz baixa, estávamos na calçada, próximos ao café, todos olhavam pela janela. – Não posso deixar a vida que tenho agora, estou feliz.

— Mas ainda me ama Cami, dá para ver e todo mundo percebe. – Nesse momento nossos lábios se tocaram e se envolveram em um beijo intenso. Minha cabeça não queria aquilo e sabia o quanto aquilo era errado, estávamos no beijando no centro de Dallas, expostos. Mas meu coração estava saltando, deixando minha respiração densa, minhas mãos suadas. Me afastei e nos olhamos em silencio. Fui para meu carro e ele foi atrás. – O que vai fazer?

— Vou para casa Aidam, vou ir com o Craig. – Pude ver seu semblante triste e mesmo assim entrei no carro e fui em direção ao meu apartamento.

Quando entrei no apartamento estava vazio, o que era estranho Craig deveria estar aqui, coloquei as chaves sobre o balcão e fui subindo para o quarto, sim eu estava sozinha. Me coloquei a encher a banheira, precisava de um banho relaxante. Todo estresse desnecessário, toda dor emocional que Aidam ainda me causava.  Deitei na banheira e fiquei por uns minutos até submergir na água, meus pensamentos estavam fritando minha cabeça, que doía, quando escutei a porta bater, me dei conta que tinha se passado uns 20 minutos que eu estava ali.  Sai da banheira e coloquei o roupão, quando fui saindo do banheiro Craig estava de frente comigo, sorri mas sua cara de poucos amigos era óbvia.

— Está tudo bem? – Perguntei e ele me encarava de forma triste.

— Eu vi, você e Aidam na cafeteria. -  Ele fez uma breve pausa e um longo suspiro. Provavelmente se eu me visse a cara seria de espanto e pálida, mais que o normal.

— Então também viu que estou aqui com você e não com ele. – Falei de forma firme e segura, porque era a verdade. Entre todas as opções que eu tinha eu estava com ele.

— Quero sentir segurança em você Camille. – Ele disse se aproximando e eu sorri ternamente e olhei em seus olhos. – Quero que um dia você olhe para mim, da mesma forma que olha para ele. Não quero que tenha contato com ele, quando tiver algo relacionado ao Matteo quero estar presente, fora isso não tem que estar com ele.

— Tudo bem, vamos começar a fazer do seu jeito. Sabe que isso é um pouco doentio, querer vigiar meus passos, mas tudo bem. – Falei calma e ao mesmo tempo com receio. Logo surgiu um sorriso no rosto de Craig e me abraçou de forma forte colando meu corpo ao dele.


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