East End - Jaminique escrita por Aurora Blackburn


Capítulo 2
They don't like my genes


Notas iniciais do capítulo

O título do capítulo é uma brincadeira com a letra de Fucking Perfect, da Pink!, que combina perfeitamente com a personalidade que a Dominique tem e vai adquirir ao longo dos capítulos. Espero que se alguém ler, goste!



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POV Dominique

Dezembro de 2016, Chalé das Conchas.

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Foram longos anos.

Dois anos tentando descobrir o que havia acontecido, porque, e o que isso me tornava.

Desde o incidente na Toca nenhum dos meus primos queria se aproximar de mim, principalmente James. Minha mãe disse que isso era normal, que ele também estava assustado e que não era culpa de ninguém. Tia Ginny tentou ir me visitar algumas vezes depois do que aconteceu, mas eu não me sentia bem estando perto de outras pessoas. As pessoas que eu queria por perto, para brincar e para conversar, não queriam ficar perto de mim, então, eu não queria ficar perto de mais ninguém.

No natal do ano seguinte, vovó Molly até nos chamou para passar as férias com eles, mas eu não quis ir. Preferi ficar na França com a família da minha mãe, que não sabia do ocorrido. Pelo menos lá minhas primas não me achavam estranha e não se recusavam a ficar perto de mim. Minha tia Gabrielle havia se casado, depois da guerra, com um professor de História da Magia que veio dos Estados Unidos, Richard Blackburn, meu tio Ric. Eles tiveram duas filhas, gêmeas, Lizzie e Cassie, um ano mais novas do que eu.

Hoje é natal novamente e meu pai insistiu que nós fossemos para a casa da família dele, mas eu me recusei. Foram dias sem nos falarmos, sem trocar uma palavra com ninguém em casa, mas eu já estava acostumada a isso desde o primeiro incidente.

Naquele dia, quando acordei, estava dentro do Hospital Saint’ Mungus, com meus irmãos dormindo na beirada da cama e meus pais falando com os médicos. Aparentemente, não havia nada de errado comigo e meu desmaio era inexplicável. Óbvio que meus pais não contaram para os médicos que segundos antes de eu desmaiar eu havia conjurado feitiços sem varinha e quase matado meu primo. 

Meses depois, quando meu tio Harry finalmente conseguiu convencer Draco Malfoy, um antigo inimigo que havia virado seu amigo, a vir me visitar, ele disse que não havia nada de errado comigo também, exceto pela forte magia que corria em minhas veias.

Bom, como explicar?

Meu pai, William Weasley, foi ferido por um lobisomem há alguns anos atrás. Aparentemente aconteceu quando alguns comensais da morte invadiram Hogwarts, com a ajuda do Sr. Malfoy, e tio Harry pediu ajuda para a Ordem da Fênix. Como não era lua cheia, papai não se transformou em lobisomem, mas acabou adquirindo algumas características dos lobos em seu DNA.

Minha mãe, Fleur Delacour Weasley, vem de uma longa linhagem francesa. Além de serem sangue puros, os Delacour são conhecidos por serem descendentes de Veelas, criaturas mágicas que carregam beleza e magia como características principais, além de alguns outros poderes. Minha tataravó, Aurélie Delacour, era uma bruxa-veela conhecida no mundo bruxo. Duas primas da minha mãe nasceram com poderes Veela, e embora minha mãe tenha apenas 1/4 do sangue mágico que sua bisavó tinha, é possível que outras pessoas que tenham o mesmo sangue nasçam com estes poderes, e aparentemente eu ganhei a loteria genética nessa geração.

Vamos explicar melhor: Eu, Dominique Weasley, fui escolhida pelos deuses genéticos para herdar o sangue Veela. Não Victorie, a perfeita filha, mas eu, a filha do meio.  E não para por ai.

Lembram quando eu falei que meu pai havia sido atacado por um lobisomem?

Aparentemente eu herdei isso também. Com isso, eu sou a primeira pessoa híbrida com mais de uma espécie. Não só tenho sangue bruxo, como também Veela e Lobisomem. E o que isso significa? Significa que meus poderes são três vezes mais forte do que deveriam ser. Três vezes mais difíceis de controlar, três vezes mais assustadores. E que eu sou três vezes mais estranha do que qualquer outra garota da minha geração.

— Dominique, você não vem mesmo? – Insistiu meu pai, falando comigo pela primeira vez em duas semanas. Ele estava com o tradicional suéter vermelho que minha avó fazia para todos da família, com o grande “B” (de Bill, seu apelido) bordado na frente. – Se você não vier conosco, vai ter que ir para a casa da Apolline. Lá não tem nada que você gosta de fazer e ninguém para conversar com você.

— Eu já disse que não quero ir. Eles não gostam de mim e eu não gosto deles, é isso.

— Ninguém desgosta de você, Dominique! – falou, começando a se exaltar, passando as mãos no cabelo e suspirando. – Eu não vou brigar com você de novo. Se não quer ir, não vá. Mas ano que vem quando você for para Hogwarts vai reparar o quão importante seus primos são para você e vai se arrepender de ter se afastado.

— Eles se afastaram de mim! – Gritei, tentando não chorar – A culpa não é minha se você e a minha mãe resolveram se casar e ter filhos com problemas de genética. Na realidade, a culpa é de vocês, não é? Se eu sou assim é porque vocês se casaram sem ter noção do que viria depois disso!

Enquanto eu falava, a luz piscava constantemente e um vaso de flores que estava perto da mesa da cozinha caiu no chão. Eu havia me descontrolado DE NOVO, provando que realmente sou um perigo até para as pessoas que moram comigo.

Peguei meu celular e meu casaco e saí da sala. Meu pai tentou vir atrás, mas apenas com o pensamento consegui fechar a porta entre nós, ganhando alguns segundos de vantagem e encontrando o resto da minha família apreensiva na sala do Chalé.

— Mãe, vou para a casa da vovó. Depois do jantar eu volto para casa, ok? – disse, sem dar tempo para ela responder.

Peguei um pouco de pó de flu, entrando na lareira da sala enquanto meu pai aparecia na porta, pronto para gritar meu nome mais uma vez.

Manoir de Rêve! – falei, soltando o pó e aparecendo na sala de estar da casa de Apolline Delacour.


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Notas finais do capítulo

Bom, quem lê sabe que os primeiros capítulos de uma história são sempre chatos porque precisam explicar para onde o autor quer ir, por isso, esse é um capítulo de “ligação” entre o começo e o fim. Espero que fique claro e que se alguém ler, entenda onde quero chegar com isso sahushausha



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