East End - Jaminique escrita por Aurora Blackburn


Capítulo 13
Romeo and Juliet




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James até tentou me seguir, mas aproveitei a multidão para me misturar e fui para o único lugar que sei que ele não iria: As Masmorras. Não sei a senha do salão nem nada do tipo, mas sei que ele não pensaria em me procurar por ali. 

Sentei no batente de uma das janelas que davam para o lago, tentando me acalmar ainda. Droga, por que tudo tem que ser tão difícil? 

Há alguns meses atrás eu estava feliz na França, solteira e sem todos esses dramas que tenho aqui. Porque agora? 

Como vou olhar para James? E pior, o que vou fazer com Timothée? Eu já tinha decidido que ia dar uma chance para ver o que podia acontecer, mas e agora? 

— Um galeão pelos seus pensamentos. - ouvi uma voz masculina chamar, me assustando. 

— Scorpius! O que faz aqui? - eu não falava com Scorpius desde o dia do Verdade ou Desafio. Ouvi Albus dizer um dia desses que ele não estava muito bem, mas tanta coisa acontece em tão pouco tempo que nem tive tempo de procurar o garoto. 

— Você sabe que aqui é o caminho para o salão da Sonserina, né? - ele riu, sentando ao meu lado. - Como vai a vida no lado bom da força? 

— Vida? É assim que essa bagunça toda se chama agora? - ri, tentando não lembrar da confusão com James e Tim e principalmente tentando esquecer a cena que acabou de acontecer. 

— Se você tivesse vindo pra Sonserina, nada disso teria acontecido, mocinha. 

— Ah, claro, Scorp. E o que teria acontecido? Eu não ia falar com ninguém da minha família fora o Albus. 

— É, mas quem estaria brigando por você com o Deveraux seria eu e não o babaca do Potter. 

Tentei não rir enquanto ele pegava minha mão, prendendo seus dedos em cima dos meus. Olhei pra ele, balançando a cabeça negativamente. 

— A briga entre os dois é por um motivo completamente diferente do qual você brigaria. 

— Ah, claro. Eles estão brigando pela sua amizade então? - ele riu sarcasticamente - Você mente e eu finjo que acredito. 

— Sabe, você fica com esse tom todo galanteador pro meu lado, Malfoy, mas eu sei muito bem que seu coraçãozinho de pedra pertence a outra pessoa.  - eu soltei a mão dele, batendo meu dedo no lado esquerdo do seu peito. 

Scorpius pareceu relaxar, colocando as pernas para cima do batente da janela, quase deitando o corpo de frente ao meu. 

— Eu não mereço a outra pessoa e ela não me merece, Nique. Será que eu posso entrar na briga por você e viramos um quarteto amoroso? 

Chutei a perna dele, rindo e balançando a cabeça de novo. 

— O que realmente aconteceu com vocês? Pelo que o Albus diz, vocês se amavam tanto. E ainda tá na cara que vocês gostam um do outro, parece que viram crianças quando se vêem…

— Se eu te contar que não sou o vilão da história, você não acreditaria… Mas isso é uma história para outra hora. 

— Não vejo o porque. Eu juro que não vou te julgar nem julgar Rose pelo que você me falar. Eu sei bem como é quando as pessoas só ouvem um lado da história. 

Ele suspirou. 

— Você já ouviu histórias sobre a minha família, né? Que meu avô era um Comensal e obrigou meu pai a se aliar às forças de Voldemort. - eu confirmei com a cabeça. Quando o Sr. Malfoy foi até minha casa falar comigo depois do incidente, Vic me contou as histórias. - O que quase ninguém sabe é que meu pai não se arrependeu depois da guerra. Ele se arrependeu durante, principalmente das coisas que ele fez com seus tios, mas Voldemort e Lucius ameaçavam minha avó se ele não colaborasse. 

— Isso eu sei Scorp, mas hoje em dia seu pai é amigo da minha família. Ele virou Medibruxo e até cuidou do meu tratamento quando eu era menor - disse, me referindo as vezes que fui até o Saint Mungus. 

— Pois é. Só que quando eu comecei a namorar com Rose, eu fiquei muito preocupado sobre como ele ia reagir. Não me leve a mal, eu sei que ele é uma boa pessoa, mas os Malfoy tem sido “sangue puro” - ele fez aspas no ar - desde o início dos tempos. Mas como eu não sabia se ia ficar sério ou não, nem falei nada com ninguém. - ele fez uma pausa, suspirando antes de continuar - Quando eu e ela já estávamos juntos há alguns meses, Albus descobriu. Resolvemos então começar a namorar de verdade, mas ela sempre dizia que não tinha necessidade de eu contar pro meu pai ainda, que eu não precisava passar por isso sabe? 

— Para evitar brigas… 

— Isso. Mas aí a gente foi ficando cada vez mais sério, os seus primos todos ficaram sabendo… No natal do ano passado, eu fui para casa nas férias e tomei coragem e contei pros meus pais. Minha mãe foi pior que meu pai, porque ela ficou com ciúmes do único filho dela - ele riu - mas aceitou. Meu pai só perguntou se eu estava feliz e quando ele ia conhecer a garota. Claro que ele odiou saber que era a filha de Ronald Weasley, mas fazer o quê? Graças a Merlin ele mudou muito e é um ótimo pai. 

— Mas isso é ótimo, Scorpius! Seu pai aceitou, então qual o problema de vocês ficarem juntos? 

— Aí é que está. Meu pai não era o problema. - ele riu com escárnio, evitando me olhar. - Ela não queria que o pai dela soubesse. Ela não queria que o mundo bruxo soubesse que a filha de Hermione Granger estava namorando um Malfoy, Dominique. No começo eu tentei me colocar no lugar dela, já que ela tinha esperado meu tempo para falar com a minha família. Só que Nique, eu nunca senti vergonha de estar com ela! Eu sempre falei dela com orgulho, eu sempre disse que contaria pro meu pai quando ela quisesse. Ela ainda conseguiu me convencer a ficar em segredo por mais um tempo, já que aqui em Hogwarts todo mundo sabia, então não tinha porque espalhar. 

— Mas você não queria ficar em segredo? 

— Eu não me importava muito, eu só queria ficar com ela… Até que chegaram as férias, depois que acabamos o quinto ano e ela faz aniversário em Junho, certo? A gente estava namorando há uns nove meses, é claro que eu ia mandar um presente pra ela. 

— Ah não…

— Comprei um presente, coloquei na coruja e mandei pra ela. Ela nem pegou a caixa, a coruja voltou com uma carta linda, dizendo que me amava mas que não eu não deveria mandar nada pra casa dela nunca mais. - ele respirou fundo, mais uma vez - eu nunca odiei tanto ser um Malfoy quanto naquele dia, Nique. Nunca. Minha mãe viu o presente de volta no meu quarto e perguntou o porque e eu envergonhado como estava disse que a gente tinha terminado... Eu não ia falar pra ela que a minha namorada tinha vergonha de mim. 

— Oh, Merlin…

— Então eu decidi que aquilo era verdade. Escrevi num pergaminho que ela não precisava se preocupar, que eu não ia mais mandar nada para ela, nem mesmo cartas. Ela apareceu lá em casa alguns dias antes das aulas começarem e a gente discutiu feio, mas eu não voltei atrás. Ela não entende o porquê de eu terminar com ela, quem vê pensa que é burra. - ele riu da ironia. - quando as aulas voltaram ela tentou falar comigo no trem e eu estava fugindo dela quando bati em você. O resto você já sabe…

Fiquei alguns segundos em silêncio, tentando absorver tudo o que ele tinha me falado. Então quer dizer que quem saiu com o coração partido foi ele e não ela? 

— Por Merlin, Scorpius. Eu não tinha a menor ideia. Eu achei que você…

— Tinha machucado ela, né? A culpa sempre é dos Sonserinos. - ele disse, pulando da janela e batendo nas roupas. 

— Porque você não tentou falar pra ela como se sentia? 

— Eu tentei, Dominique! Mas ela disse que ou era assim, ou não era de jeito nenhum. Olha pra essa carinha, eu pareço alguém que precisa ficar correndo atrás de mulher que não quer me assumir? - ele riu, ainda triste, mas com um sorriso galanteador. - A menos, é claro, se essa mulher for você. - ele completou, rindo de verdade dessa vez. 

— Você não presta, Malfoy. - eu ri, batendo no ombro dele. Ele esticou a mão, me puxando da janela também. 

— É bom ter você como amiga. - ele concluiu, começando a andar ao meu lado. - Mesmo com as brincadeiras eu sei que você é minha amiga. 

— Se precisar de ajuda ou se quiser desabafar, Scorp, pode contar comigo, ok? 

— Digo o mesmo. Quando quiser falar sobre o seu triângulo amoroso ou quiser me usar pra fazer ciúmes neles, pode me chamar. 

— Viu? É por isso que ela acha que a gente tem alguma coisa. - cerrei os olhos, fingindo estar brava enquanto virávamos em direção a um corredor qualquer. 

— Deixe ela achar! - ele riu. - Vamos logo loirinha, vou te levar até a Grifinória. - eu ia rebater, mas ele rapidamente completou - Deveres de Monitor. 


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