Ele e Eu escrita por Thay Chan


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, leitoras!!! Tô tão feliz de tá de volta q vcs nem sabem!! Foram meses difíceis, mas finalmente tô aqui.

Então, gente, tem algumas coisas q qria colocar aqui. A primeira é q minha escrita mudou, estou escrevendo no presente. Pq decidi fazer isso, pq minha escrita está mto limitada, n tô sabendo lidar com escrever só no passado. Por isso decidi mudar a minha escrita, pq qro me tornar uma escritora melhor. No entanto, n sei o q vcs vão achar. Se preferem a escrita antiga ou essa. Por isso, por favor tentem me dizer nos comentários ;) Por hora é só isso. Espero q gostem, caso n, por favor me digam



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É CERCA DE CINCO DA tarde do outro dia quando a campainha toca. Papai está no escritório, então ele não ouve. Estou no sofá lendo Guerra e Paz, de Liev Tolstói, com uma xícara de chá de hortelã fumegante sobre o porta-copos na mesa de centro.

É involuntário, mas assim que ouço penso em não atender. Seja lá quem for não é alguém que estejamos esperando. Minhas aulas particulares daquele dia acabaram a mais de uma hora atrás. Então ouço outro diimmm-doom, dessa vez o dim um pouco mais demorado, o que atrapalha minha linha de raciocínio. E se for o professor de cálculo? E se ele voltou para buscar alguma coisa?, penso de repente. Fico de joelhos no sofá, e o dim-dom fica ainda mais urgente, se é que é possível. Não parecia que a pessoa lá fora estava disposta a perder.

Fico de pé, vou até a porta e olho pelo olho mágico. Só vejo uma torta de pêssego no meu campo de visão limitado. Abro a porta sem saber exatamente por que o fiz. Provavelmente é por que minha boca está salivando. Foi quando eu pensei no meio do caminho Por Deus, e se for um ladrão de crianças? É como dizem: peixe morre pela boca.

Só quando ele abaixa a torta de pêssego até a altura do peito que vejo de quem se trata. E não, não é um ladrão de crianças. Olho para ele por um segundo antes de desviar o olhar para a rua.

— Boa tarde, sou Sasuke Uchiha, não sei se você lembra de mim – ele começa — Mas moro na casa da frente – ele estende uma mão para me cumprimentar enquanto equilibra a bela armadilha com a outra.

Observo sua mão erguida na minha direção por uns dez segundos sem saber o que fazer, até que ele pergunta, em um tom de voz amistoso: — Não vai apertar?

Sinto meu rosto esquentar, constrangida. Não havia sido assim que papai havia me criado. Ergo a mão, meus dedos mal tocam os dele, e já os tiro. Sasuke sorri.

— Seu nome é Sakura, certo? – ele pergunta. E antes que eu pergunte como sabe, ele diz que papai o disse no dia em que o ajudou com as sacolas de mercado. — Quer que eu coloque a torta na cozinha pra você?

Assim que ele oferece, imediatamente penso em dizer não Não, obrigada, eu mesma coloco, mas lembro que minhas mãos estão um pouco soadas por causa do estresse. Então eu falo pela primeira vez desde que abri a porta:

— Tudo bem – e dou espaço para que ele entre. Minha voz sai meio rouca e baixa, como se eu já não falasse a um bom tempo. Estresse.

Sasuke parece que vai entrar, mas no último segundo para e me pergunta: — Quer que eu tire os sapatos?

Eu paro, surpresa. Então nego com a cabeça.

— Tudo bem – é ele quem diz dessa vez. E finalmente entra.

Eu o sigo, mas deixo a porta aberta. Ele lembra onde fica a cozinha. Coloca a torta sobre o balcão. Observo-a mais detalhadamente. Ela é perfeita. Com a massa trançada e dourada, exatamente do jeito que tortas de pêssego deveriam ser sempre.

— Bonita, não é? – eu o ouço dizer. Inconscientemente, concordo com a cabeça. — É a minha terceira preferida.

Não consigo evitar a pergunta:

— Quais vêm antes? – para mim, era impossível existir torta melhor do que a de pêssego.

— Frango e maçã. Não tem melhores. Não na nossa família.

De novo, não consigo evitar.

— Meio clichê.

Sasuke ri.

— E pêssego não? Mas de qualquer forma, você ainda não comeu as tortas clichês da nossa família.

Ele fala com orgulho, mas sem ser arrogante. Como se só estivesse constatando um fato. Mas eu tinha que admitir: ele deveria ter razão. A torta de pêssego sobre o balcão parecia ótima.

— Posso comer uma fatia da torta com você? – ouço Sasuke dizer, e é quando percebo que continuo a encarando. Desvio o olhar, envergonhada. E é quando percebo o que ele acabou de pedir.

Meu coração começa a bater desesperadamente. Eu fico em alerta. Problema à vista, piscam as letras em luzes néon bem no centro da minha testa. Imediatamente penso: DIGA NÃO! AGORA!

Mas Sasuke também parece saber o que vou dizer, por que assim que abro a boca para recusar o seu pedido, ele joga sujo e diz:

— Não é educado negar um pedaço de torta justamente para a pessoa que te deu a torta – ele diz brincando, mas com um fundo de verdade.

Maldita educação.

— Tudo bem – eu concordo. E então percebo que é a segunda vez que digo isso em duas tentativas de tentar dizer algo. É quando meu subconsciente grita de volta PELO MENOS AGRADEÇA POR ESTAR CONSEGUINDO FALAR ALGUMA COISA!!!

Okay, okay, você está certo...

Sasuke parece animado com a minha resposta, seu sorriso parece que vai rasgar o rosto a qualquer momento. Ele pergunta:

— Onde está o Sr. K?

Eu olho para ele por um segundo e depois para o corredor, a porta do escritório ainda está fechada.

— Escrevendo – é tudo o que eu digo. Mas fico feliz em conseguir responder. AHÁ, eu grito para meu subconsciente.

Eu coloco os pratos e talheres na mesa, com a torta. Sento-me e Sasuke faz o mesmo. Coloco uma fatia de torta no seu prato e outra no meu.

Antes que eu possa pegar um pedaço com o garfo, Sasuke diz, com a boca cheia:

— Huuummmmmm!!! – Quem está sendo mal educado agora, ein? Olho feio para ele, mas ele sequer nota, está ocupado demais gemendo com a boca cheia de torta. Até parece que nunca comeu!, eu penso, enquanto abocanho uma garfada.

— Huuummmmmm!!! – eu gemo.

Sasuke acena com a cabeça.

— Eu disse – então nós não falamos mais nada, apenas abocanhamos uma garfada atrás da outra.

Três fatias da torta de pêssego mais maravilhosa que já comi depois, Sasuke se recosta nas costas da cadeira, e diz:

— Se eu comer mais um pedaço, vou explodir.

Eu também me recosto na cadeira.

— Que bom, porque sobra um pouco para papai.

A expressão no rosto de Sasuke muda de ligeiramente satisfeito para ligeiramente culpado. Ele projeta o corpo para frente de novo.

— Foi mal, Sá. Eu realmente estava pensando em comer só um pedaço. Não consegui parar. Não se preocupe, vou trazer outra pra vocês amanhã.

— O que foi que você disse?

Sasuke me olha, confuso.

— Vou trazer outra amanhã?

Eu nego com a cabeça, com os olhos ainda arregalados.

— Como você me chamou?

— Sá?

Eu assinto.

— Por que você me chamou assim?

Agora ele está constrangido. Ele me olha como se tivesse sido pego mijando em local público.

— Eu só achei que fosse um bom apelido.

É um bom apelido. Eu gosto. Papai me chama assim. Mas mais ninguém além dele. É estranho ver o apelido saindo da boca de outra pessoa. Estranho e agradável. Eu sorrio, sem perceber. Só percebo quando Sasuke também sorri e diz:

— Posso continuar te chamando assim?

Eu fico séria novamente.

— Se é o que você quer – eu digo, e então levanto. — Pode me dar o seu prato? – eu estendo a mão para ele. Na louça, não há sequer uma migalha para contar história. Isso me faz querer sorrir outra vez, mas resisto.

Sasuke se levanta, e ao invés de me dar o prato, vai até a pia. — Deixa que eu lavo – ele diz, já com a esponja com detergente na mão. Ele pede a minha louça, e torço o nariz.

— Não precisa, seus pais devem estar preocupados com você – eu digo, e repentinamente me sinto um pouco triste. Disfarço fingindo que estou procurando um pano para limpar a mesa de jantar.

— Meus pais sabem que estou aqui. Você acha que minha mãe já não está olhando pela janela de cinco em cinco minutos para ver se eu já saí? Enquanto eu estiver aqui, ela estará tranquila – ele diz enquanto termina de enxaguar o segundo prato.

Estou tentando ficar entretida em cortar o que restou da torta em fatias para colocar em um pote e desocupar a bandeja de Mikoto, para não pensar se quero mesmo que ele vá para casa agora. Está sendo tão divertido conversar com alguém da minha idade. Eu nunca tinha me sentido tão à vontade com alguém tão rápido. Mas as perguntas continuam me soterrando como numa nevasca: E se ele for e nunca mais falar comigo de novo? E se ele se der conta de que eu não sou normal, como as outras garotas da escola dele? E se a família dele não concordar que ele seja meu amigo? E se ele não quiser ser meu amigo? São tantos E se... que me sinto tonta.

— Terra para Sakura, chamando – Sasuke fala, como se estivesse usando um intercomunicador. Eu saio do meu transe e penso irremediavelmente Ele não me chamou de Sá... — Aloooô, Sá... Está tudo bem? – Ah.

Tento limpar a mente, chega, chega, chega, chega, tampo o pote com os pedaços de torta, e me viro para Sasuke, decidida.

— Vou lavar a prato de bolo da sua mãe, e você vai para casa. Ela está te esperando – eu indico a janela da casa dele, onde Mikoto acabou de aparecer para nos espionar. Eu aceno para ela, ela sorri, acena de volta e retorna para dentro.

Sasuke suspira, sabendo que eu estou o intimando a se retirar e que não vou voltar atrás. Por quê? Por quê? Por quê? E se ele não voltar?

Eu não voltaria se você também me expulsasse da sua casa.

— Tudo bem – Sasuke diz. – Se prepare, agora é a hora em que ele diz que não vai querer te ver de novo. — Mas amanhã eu volto. Vou deixar pra você adivinhar qual torta trarei dessa vez – ele fala, e me sinto aliviada, mas tento não demonstrar.

— Certo – eu digo, e o entrego a bandeja que acabo de secar. — Agradeça a sua família pelo belo presente. E tenha uma boa noite.

Seca demais.

— Obrigada, Sá. Tenha uma boa noite você também – Sasuke responde e, quando sorri, sei que não está bravo comigo.


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Notas finais do capítulo

Então, o q acharam?



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