Ele e Eu escrita por Thay Chan


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Entonce, apareci, hihi. Gente, sério, me desculpem, demorei demais, eu sei. Mas realmente n tive mto o q fazer, faltou tempo e inspiração, então já viram... Mas enfim, sobre o capítulo... Eu espero q vcs gostem, n é um capítulo com muitas informações, porém é um Cap. necessário. E por falar nisso, qria saber de vcs sobre o ritmo da fic, se vcs estão achando mto lento ou n, se vcs estão gostando da construção detalhada dos acontecimentos. Bom, tentem me dizer, vcs me deixariam mto feliz.

Por último tenho um aviso, espero q vcs n me matem: então, decidi mudar a classificação da história para +16, pq estou em dúvidas se colocarei hentai, mas acho q provavelmente n. Tomei essa decisão pq n tenho achado q combinará com a fic, q eu estou tentando ter um tom mais delicado, apesar das tretas, kkkk. É isso, espero q vcs n me matem. Vejo vcs n nota final! Enjoy!



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PAPAI NÃO PAROU de falar por um segundo sequer durante todo o caminho de volta para casa. Ele disse que era porque estava ansioso por causa do trabalho e precisava desestressar, mas eu sabia melhor do que isso e tinha certeza que ele havia percebido algo de errado comigo, mesmo que eu tivesse feito o possível para o contrário. E ainda que eu já tivesse sido descoberta e não adiantasse em nada continuar a atuação, permaneci com meu melhor sorriso enquanto ouvia tudo o que ele dizia – qualquer coisa parecia melhor do que encarar as perguntas que certamente viriam caso eu finalmente desmoronasse:

— …Então Anko disse ao garçom sobre o homem barbudo, um pouco alto demais: "Ei, como eu vou saber se nessa sopa fria não tem nenhum pêlo daquele sr.?" – papai continuou a narrativa com um sorriso, enquanto permanecia com os olhos na estrada.

Eu olhei para papai e fiz uma careta:

— Isso foi rude até mesmo para Anko.

Papai me olhou rapidamente, ainda sorrindo, antes de voltar a prestar atenção na direção.

— Você conhece Anko. Na maioria das vezes, ela nem percebe as loucuras que diz.

Eu sorri, de verdade dessa vez. Porque era impossível falar de Anko sem sorrir.

— É verdade  – eu concordei, e então pedi a papai para continuar a história, porque pensar em Anko me lembrou de sua personalidade difícil, que, inevitavelmente, lembrou-me das situações imprevisíveis em que ela conseguia se colocar.

— É claro que o garçom ficou claramente encabulado com a pergunta de Anko, – papai continuou ao mudar de faixa — mas ele conseguiu responder, da forma mais discreta possível, para o barbudo à duas mesas e o restante da clientela não ouvir: "Senhora, não se preocupe, por favor. Nós tomamos todo o tipo de cuidado com as refeições dos nossos clientes. A empresa está totalmente de acordo com as providências sanitárias legais." – papai parou e caiu na gargalhada, como se estivesse chegando à parte boa — Mas Anko não se convenceu e retrucou: "Eu não estou preocupada com vocês. Estou preocupada com aquele sr., que parece não ver uma tesoura há séculos!" E o garçom disse: "Senhora, eu posso lhe assegurar que não há como nada daquele sr. ter parado na sua sopa." E ela respondeu: "Como não? Eu vi quando o sr. passou bem ao lado dele. Não tem como aquela barba, que parece ter vida própria, não ter achado um jeito de parar dentro do meu prato!"

Eu ri.

— Não acredito que ela disse isso!

Papai estava com um sorriso bem humorado no rosto enquanto olhava para a fila de carros à frente de Dorothy.

— Sim, ela disse.

Eu ri novamente.

E então, depois de alguns segundos de um silêncio agradável, papai falou:

— É bom ouvir você rir de novo.

Meu corpo se retesou contra a minha vontade.

— Falando assim parece não ri há dois segundos atrás – eu disse, soando menos espirituosa  do que pretendia.

Papai checou o espelho retrovisor de Dorothy.

— Digo de verdade. Você poderia muito bem estar séria esse tempo todo que não haveria qualquer diferença – ele falou, delicadamente.

— O senhor está exagerando – eu disse, enquanto olhava para fora da janela para as rodas do Toyota azul real, vários tons mais grave do de Dorothy, que era conduzido por um sr. de meia idade usando um chapéu de pescador camuflado. — Eu estou como sempre estive.

Papai olhou para mim de soslaio.

— Numa versão um pouco mais austera, talvez.

As rodas do Toyota giravam e giravam.

— E o sr. chegou à essa conclusão depois da primeira ou segunda bifurcação? – eu perguntei em uma voz leve. Eu não estava brava com ele, mas isso não queria dizer que ele conseguiria arrancar alguma coisa de mim, o que era exatamente o que ele estava pretendendo.

Mas papai conhecia minhas táticas evasivas.

— Para falar a verdade, foi um segundo depois de trazer Dorothy à vida mais uma vez – disse ele, serenamente.

Um carro prateado ficou entre Dorothy e o Toyota azul real e eu perdi suas rodas de vista.

— Não é como se eu sempre saísse por aí feliz da vida depois de uma consulta – eu disse, sem olhá-lo. Meus olhos ainda estavam na pista, mas em nenhuma roda especificamente, o que deixava o processo todo confuso.

— Certo – papai concordou. — Deve ser difícil para você toda semana…

— Duas vezes por semana – eu o lembrei.

— Duas vezes por semana – papai se corrigiu. — Estar em uma sala caustrofóbica, dividindo tudo o que acontece na sua vida com uma pessoa com quem você não tem nenhuma ligação familiar e que poderia muito bem ser um estranho qualquer...

— O sr. entendeu muito bem – eu falei.

— …Mas – ele continuou — Isso não quer dizer que você deva levar essa experiência como algo ruim – papai terminou de falar enquanto entrava na rua principal da cidade. Eu desviei meu olhar para o painel beje de Dorothy, e então pensei no que ele tinha acabado de falar.

— O sr. fala como se eu fizesse isso há apenas alguns meses.

— Eu sei. Não estou tentando ensinar o vigário a rezar o pai-nosso nem nada – disse papai — Mas eu quero que você entenda que eu estou aqui para você e que você pode me contar qualquer coisa. Além do mais, acho que já ganho pontos por termos uma ligação familiar – ele brincou.

Eu suspirei, cansada daquela conversa.

— Papai, está tudo bem. Não houve nada de diferente. – eu disse. — A conversa de hoje com o sr. Hatake foi como todas as outras: estranha, invasiva e unilateral como sempre.

Bom, a última parte não era mentira.

Nós entramos na nossa rua. A única rua à qual eu me permitia observar, já que não havia muita opção.

Foi a vez de papai suspirar.

— Certo – ele disse. — Não irei insistir. Mas saiba que, qualquer coisa, eu estarei bem aqui.

Eu finalmente olhei para ele. Ele estava concetrado em ver se a rua estava livre.

— Isso é algo que nem precisava mais ser dito – disse e ele me olhou. — Está tão fossilizado quanto os esqueletos de um museu.

Papai sorriu.

— Isso é bom – ele disse. E então estacionou em frente à nossa casa. — Aí está. Sã e salva.

Eu abri a porta do meu lado de Dorothy.

— Certamente mais para salva do que sã – eu disse, já do lado de fora.

— Sakura!

Eu ri.

— Brincadeira!

 

Faziam duas horas que eu estava daquele jeito. Deitada atravessada na cama, com as pernas para o ar apoiadas à parede, olhando fixamente para o teto. Era começo de noite, e o quarto já estava em um tipo de escuridão bruxuleante, daquele tipo que não se sabe se está mais para claro do que escuro ou o oposto. Eu estava usando meu pior pijama de flanela, que tinha o tecido meio puído e um buraco no ombro. Parecia como uma noite normal de fim de semana, exceto pelo fato de que não era uma noite de fim de semana.

Eu me sentia indisposta e, para piorar, não conseguia parar de pensar, o que certamente deveria ser o motivo para eu estar naquele estado, para começo de conversa. Minha cabeça estava uma bagunça porque eu não conseguia parar de pensar naquela tarde. As palavras do sr. Hatake fazendo ecos intermináveis na minha cabeça. Novamente aquele gravador antigo de papai com o botão de reprodução eternamente emperrado.

"Acho que você está com medo de gostar de Toms River…"

"Medo…"

"Gostar…"

"Toms River…"

— Argh!

Procurei o travesseiro e o apertei contra os ouvidos. Eu não aguentava mais pensar naquilo. Não aguentava mais ouvir o sr. Hatake repetir sem parar que eu estava com medo. Porque obviamente essa não era a verdade. Eu não estava com medo.

"Soube que você pinta…"

"Você…"

"Pinta…"

Bom, pintava. Eu pintava. Porque isso não parecia algo útil agora. Afinal, eu sempre pintava para expressar o que sentia, para retratar a beleza do que eu via. Era por isso que haviam tantos quadros meus de Rockford. As praças, as cafeterias, as lojas, os prédios, os museus… Era o meu lugar preferido no mundo inteiro, o lugar que, apesar de eu não ter explorado totalmente, conhecia como a palma da minha mão. E que agora, há mil e quinhentos quilômetros de distância, não fazia muito sentido retratá-lo, assim como também não fazia sentido retratar um lugar ao qual eu não me sentia sequer um pouco conectada. 

 


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Notas finais do capítulo

E aí, o q acharam? Espero q tenham gostado! Me digam, please! *-*

Bjs e até mais!



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