Lírio escrita por Rose blu


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá. Olha quem apareceu aqui para postar a sua primeira one-shot, e essa pessoalmente é uma que me orgulho muito e que me deu muito trabalho, já que eu escrevi ela correndo entre as comemorações de fim de ano e foi uma ideia que me surgiu do nada.
E o mais importante, essa fic é o meu presente de amigo secreto Jily que rolou lá no twitter, então...
Amiga secreta que eu sei que tu tá lendo isso, essa história é inteira para você, e eu espero realmente de todo o meu coração que você goste dela, já que que foi algo que eu pensei muito seguindo o que você falou na ficha. Obrigada na verdade, por você acabar dando o impulso inicial para essa história surgir e hoje eu poder dizer com orgulho que fui eu que fiz, espero que você goste, beijos.

P.S.: prestem atenção nos nomes nos e-mails, eles vão impedir que vocês se percam.



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Lírio 

 

A vida é realmente uma coisa interessante, em um instante tudo está bem, você ri e o mundo é um lugar feliz, então no instante seguinte, o mundo desmorona ao seu redor e então a felicidade parece que nunca existiu ali, e o mundo não poderia ser um lugar pior para se estar. E naquele dia, naquele carro, Lily entendeu isso pela primeira vez. Mas depois de aprender essa lição, ela acabou se tornando recorrente na vida dela. 

 

Mas a vida é misteriosa, ela tem seus altos e baixos, então as coisas parecem mudar de novo, pois a vida é assim, uma sequência imprevisível de mudanças, e a mais especial de todas na vida da jovem Evans, aconteceu duas semanas antes da véspera de natal. 

 

[10 de dezembro] 

 

— Você definitivamente tem que ser menos dramática Lily Evans. — Remus exclamava naquela mesa de bar segundos antes de dar o último gole em sua cerveja. 

— Eu? Se eu bem me lembro, foi você que fez o maior drama do universo de “eu não posso ficar com ela, eu sou mais velho e ela merece alguém melhor que um cara que trabalha em uma livraria”. — Lily retrucou fazendo uma imitação estranha da voz de Remus que fez com que logo todos na mesa caíram na gargalhada com a exceção do Lupin. 

 

Era uma noite fria de fim de ano em Londres, aquelas que são melhores de serem passadas com os amigos, então Sirius, Remus, Tonks, Marlene e Lily não achavam que tinha um lugar melhor para se estar, em um pub com cervejas e boa companhia. 

 

— Você nem estava aqui Lily, tinha ido passar o fim de semana em Nova York. 

— Eu tinha que visitar meus pais, e não adianta Remus, a própria Tonks me contou e riu junto comigo por telefone. — Lily sorriu ignorando a sensação do que Remus havia dito sobre Nova York havia causado nela, enquanto o mesmo olhava surpreso para a namorada ao seu lado e ela lhe ofereceu um sorriso que mostrava que não se arrependia. 

— Eu contei mesmo, Lily merecia saber também. E fala sério, você foi engraçado naquela vez, eu não tenho um trabalho melhor na floricultura e quem liga para o fato de você ser 6 anos mais velho? Isso não é nada. 

— Acho que eu ganhei essa. — Lily deu um sorriso convencido e bebeu o último gole de sua cerveja. 

— Certo. Mas antes de vocês terem começado de novo a discussão sobre o drama e os surtos do Moony, — O moreno soltou uma exclamação ofendida que foi logo ignorada pelo Black — nós estávamos falando sobre os monstrinhos que a Lily dá aula, o que eles aprontaram dessa vez? 

— Não fale assim deles Sirius, são apenas crianças. — Marlene falou enquanto dava uma cotovelada nas costelas do namorado. 

— Tá tudo bem, eu já me acostumei com ele falando assim dos meus alunos. Mas saiba que eles são uns amores, até se juntaram e fizeram um cartão de natal para mim com a assinatura de todos. 

— Que fofos, tão lindos que me dá vontade de vomitar... 

— Cadê o James? — alguém exclamou interrompendo o Black e chamando a atenção de Lily. 

— É verdade, agora que comentou, ele não chegou até agora. Espero que não tenha acontecido nada. — Remus falou já se preocupando com o amigo e procurando o celular para ligar para ele — Droga, meu telefone tá sem bateria. 

— Relaxa, o grande prongs não iria cometer nenhuma burrada sem antes conhecer a ruiva aqui. — Sirius falando direcionando um sorriso galante a Lily. 

— Vocês falam tanto dele e passam tanto tempo com ele, que eu não sei como nunca conheci esse tal de James Potter, bom, sendo que já ouvi tanto dele que poderia escrever uma biografia. — A ruiva disse revirando os olhos, nem o conhecia, mas já achava o moreno de óculos arrogante, provavelmente o tipo de pessoa que não merecia os amigos incríveis que tinha. Ele e Lily possuíam o mesmo ciclo de amizade há dois anos, desde que Lily se mudou de Nova York para Londres, mas mesmo assim, o Potter não passava de uma espécie de mito para ela. 

 

A noite passou e os amigos continuaram bebendo e conversando, aquilo emanava uma aura de felicidade, tudo estava bem. Apesar do garoto de óculos nunca ter aparecido e apenas ter mandado uma mensagem avisando que não iria, a noite não se tornou mais triste e tudo estava bem. 

 

— Você vai ficar bem mesmo? — Tonks que estava junto a Remus perguntava para Lily na porta do pub, após os três se despedirem de uma Marlene levemente alta colocando o Black totalmente embriagado em um táxi. 

— É claro que eu vou, eu pego um táxi aqui mesmo e vou direto para o meu apartamento. Olha só tá vindo um. — A ruiva deu sinal para o táxi que parou e então ela se despediu dos amigos que iriam a pé para o apartamento do moreno que ficava a duas esquinas dali. Lily entrou no táxi e deu a direção, apenas recostando a cabeça no encosto. 

 

O carro atravessava as ruas enquanto Lily encarava as luzes da cidade, não é como se ela pudesse evitar, o natal havia se tornado uma época triste, ela ainda amava os pisca-pisca, a neve caindo em seu rosto e os amigos, mas tudo parecia sem sentido sem seus pais e até mesmo sem Petúnia. O natal sempre foi uma época alegre na casa dos Evans, com biscoitos e sorrisos, mas hoje, nada mais existia, essa alegria se resumia a uma pilha de fotos e lembranças que hoje pareciam mais cinzentas. 

 

— Senhor pode parar aqui. —  Lily pediu quando foi arrematada por uma lembrança. 

— Tem certeza senhorita? O seu endereço é aqui na esquina. — O motorista proferiu um tanto incerto, mas parando no local em que ela havia pedido. 

— Sim, lembrei que tenho que passar no mercado que é aqui. Muito obrigada, tenha uma boa noite. — Lily entregou o dinheiro ao motorista e saltou do táxi antes que o homem pudesse retrucar. 

 

Lily Evans presava certas coisas na vida, amizade, boas noites de sono, uma bela xícara de café em uma manhã sonolenta e sorvete de morango em momentos tristes, e esse era com certeza o caminho para um momento triste. 

Ele á não sentia mais a dor começando no centro do se peito e se alastrando por todo seu ser até com que ela não conseguisse nem mesmo mais respirar, mas ainda sentia uma leve tristeza quando pensava na sua família e no natal, e como sua mãe dizia “Não há nada que pelo menos duas boas colheres de sorvete de morango, possam curar. Pode ser um coração partido ou um dia ruim, mas as coisas melhoram.” 

Lily balançou a cabeça e foi como se acordasse de um estado de torpor, ela foi em direção ao pequeno mercado 24 horas se direcionando imediatamente a parte de congelados. 

 

— Com licença, eu quero pegar o sorvete de morango. — A ruiva disse ao homem que estava na frente da porta onde estava o sorvete. 

— A desculpa, eu comecei a viajar aqui. — Ele se virou e então Lily pode ver com clareza os olhos castanhos esverdeado um pouco escondidos atrás da armação quadrada, o estranho a encarou e passou a mão no cabelo o bagunçando mais ainda e finalmente se afastando. — Me desculpa de novo. 

— Tudo bem. 

 

Ele se afastou, mas Lily ainda pode sentir os olhos dele nela por mais um instante até ele desviar os olhos e ir em direção ao outro lado do mercado. Então ela respirou fundo e foi em direção ao freezer atrás do pote de sorvete de morango. 

 ••

 

James Potter com certeza não estava tendo um bom dia, ele tinha derramado café na sua camisa e teve que se trocar, fazendo com que chegasse atrasado no emprego, além de passar a tarde inteira na revisão de um livro o que fez com que se atrapalhasse e esquecesse um compromisso com o pai e tivesse que desmarcar com os amigos, com certeza teria que aturar uma ligação de Sirius para falar como ele tinha que parar de desmarcar justo os encontros com a tal garota que também fazia parte do grupo, mas que ele não fazia ideia de quem era. 

 

E agora, aqui estava ele, em um supermercado a uma quadra do seu apartamento já que estava tarde demais para pedir comida e sua geladeira estava vazia. Porque crescer tinha que se um pé no saco? Era muito mais fácil que se morava com os pais e não tinha que se preocupar com isso. 

— Com licença... — James sentiu uma mão em seu ombro e alguém falando algo. Ele apenas falou qualquer coisa sem ouvir o que a pessoa dizia e então se virou. 

Era uma mulher ruiva com os olhos verdes mais brilhantes que ele já havia visto na vida, naqueles olhos haviam um brilho, eles emanavam vida e os olhos eram rodeados por milhares de sardas. Ele apenas se desculpou novamente e foi em direção a parte de cereais. 

“Claro James, porque você encontra com uma garota bonita e tem que agir como um boboca, mas é claro.” ele não conseguia parar de pensar na ruiva misteriosa e em como ele se sentiu ridículo perto dela, afinal ele era James Potter, ele não agia assim com as mulheres, pelo menos era o que dizia todas as suas convicções. 

Mal sabia ele que a ruiva havia o achado engraçado e charmoso. 

James apenas terminou suas compras e passou pelo caixa no automático, enquanto ele tinha a sensação de que algo iria acontecer, mas ele não tinha certeza se esse algo era bom. 

Quando ele finalmente saiu ele viu a ruiva novamente ali, talvez tivesse outra chance de causar uma boa impressão, mas a situação dela dessa vez não era a das melhores. 

— Você é muito bonita ruiva, esses olhos também. Eu adoraria te ter na minha cama. — Um homem estava escorado a ruiva misteriosa, ele colocou uma mecha atrás da orelha dela, ele trajava preto e não parecia uma boa pessoa. 

— Me larga, eu não quero nada com você. –Ela estava assustada, tudo indicava isso enquanto James não sabia mais o que deveria fazer. 

— Mas porque doce menina. Eu vou te fazer tão bem. Você terá uma noite que irá lembrar para sempre. — Eu o vi levar a mão do pescoço dela até seu pulso esquerdo e apertá-lo com força. 

— Meu amor, vamos? — James proferiu em um impulso de coragem enquanto se aproximava da ruiva misteriosa, a encarou nos olhos e sussurrou uma única vez para que apenas ela ouvisse — Confie em mim. 

A ruiva assentiu uma vez e então James encarou o homem. — Não sei se ouviu, mas largue a minha esposa. 

— Eu não sabia que ela estava acompanhada. 

— Porque isso não te importa, eu pedi que ela viesse na frente enquanto eu atendia uma ligação, mas mesmo que ela estivesse sozinha você não deveria encostar suas mãos nela ou em qualquer uma. — Lily segurou em seu pulso trazendo James de volta a sua realidade, ele a olhou antes de pegar sua mão e a guia-la alguns metros até uma farmácia, onde entrou junto a ela. 

— Meu Deus. — James proferiu ofegante, ele levou a mão ao peito finalmente soltando a mão de Lily e se apoiando em uma das prateleiras. 

— Obrigada, eu não sabia o que fazer, eu... Eu... Eu congelei, ele chegou e... Obrigada, você me ajudou sem nem saber mesmo o meu nome. — Lily sorriu e encarou os olhos do estranho que a ajudá-la. 

— Mas é claro que eu faria isso, por qualquer um que precisasse. Mas foi a primeira vez que eu fiz algo assim então eu estou tremendo aqui. –Ele levantou a mão e assim que Lily viu ela riu. 

— Você é realmente alguém bom. Como você se chama? — James sorriu. 

— Isso importante? Olha, eu sei que parece estranho, mas pra mim faz sentido, se você aceitar... — James puxou um papel do bolso e pediu uma caneta a mulher do caixa por fim anotando algo no papel e devolvendo a caneta. Quando finalmente estendeu o papel a ruiva, ele o encarou com dúvida, aquele homem a ajudou, a salvou de um desconhecido, mas era tão desconhecido quanto o outro. — É o meu e-mail, se você quiser, me escreva, se não, eu não tenho nada de você, nem mesmo seu nome, então não correrá risco. 

— É sério isso? 

— Sim Lírio. — E lá estava James, a chamando por um apelido tão naturalmente como se a conhecesse e chamasse assim desde sempre. 

— Lírio? 

— O seu medalhão, tem o desenho de um lírio, então pra mim você irá se chamar assim. Boa noite Lírio. 

— Boa noite. — Ela proferiu uma última vez antes que ele sorrisse e virasse de costas. 

James saiu daquela farmácia carregando suas sacolas de mercado pensando no que havia feito, aquela era a forma exata com que seu pai conquista Euphemia Potter. Quando ele a deu seu endereço e eles começaram a trocar cartas, James havia crescido com aquela história, havia sonhado com um amor assim e naquele momento, ele decidiu arriscar, mesmo que para ele, a ruiva misteriosa ainda fosse apenas um belo par de olhos que o encantará. 

Já Lily estava mergulhada em um mar de confusão, um estranho havia a salvo e deixado apenas seu e-mail. “Quem ainda trocava e-mails?” Lily olhou para o papel e para sua sacola com o pote de sorvete e decidiu que era melhor ir para casa, talvez um pouco de sorvete clareasse suas ideias. 

••

[13 de dezembro] 

Lily encarava o pequeno papel com o e-mail pela talvez milésima vez naqueles três dias. Ela nem precisava mais dele, já tinha decorado o conteúdo do bilhete, ela tentava pensar nos riscos de fazer isso, ele poderia ser um sequestrador assassinado que queria vender seus órgãos no mercado negro, Lily Evans tinha pesquisado o preço de um rim, tanto que ela mesma pensou se não valeria a pena vender logo o próprio rim, afinal, ela poderia muito bem ser rica em Paris com a grana. 

— Meu Deus Lily, você continua com esse bilhete? Decide algo logo. — Marlene que estava no apartamento que a ruiva dividia com Tonks. 

Tonks e Marlene saíram da cozinha e encontraram Lily no mesmo estado que ela parecia estar direto nesses três dias. Elas se sentaram no sofá junto a Lily e impaciente Tonks suspirou antes de começar a negociar novamente com a ruiva. 

— Porque você não tenta? Manda o e-mail. Vai que ele é legal, e ele foi bom com você não é, eu tentaria. 

— Mas Tonks, e se... 

— Nada de “e se”. — Marlene interrompeu as duas já impaciente — Você mesma disse que ele parecia um fofo quando falou com ele sobre o sorvete e depois ele te livrou de um provavelmente estuprador, e por último, ele deu o e-mail dele pra você não perguntando nem o seu nome, apenas para a escolha ser totalmente sua. Ele parece alguém decente, e se ele não tivesse dado o e-mail dele você ia continuar pensando nele tanto quanto está agora, então faça logo. 

Lily ficou vermelha, ela sabia que suas amigas estavam certas, a tinha que fazer isso. Lily olhou uma última vez para elas. 

— Faz. — Tonks proferiu uma última vez e então Lily pegou seu celular e foi em direção ao seu quarto enquanto apertava entre seus dedos o medalhão com desenho de lírio pendurado em seu pescoço. 

Assim que Lily saiu na sala, Marlene e Tonks se encaram sorrindo e então finalmente se acomodando no sofá e ligando a Netflix. 

[De: lirioE.@gmail.com 

Para: mestredasgalaxias94@gmai.com

Assunto: Lírio] 

Olá, tudo bem? É a Lírio. 

Me desculpa, eu não sei mesmo como eu deveria começar essa e-mail, é que na minha cabeça ainda parece loucura estar entrando em contato com um cara que eu vi pela primeira vez há três dias, mas acho que você fez algo tão bom pra mim sem pedir nada em troca que eu não consegui esquecer e decidi falar contigo. 

Bom, acho que é isso, eu não faço ideia do que falar então, qual seu filme favorito? 

Tá, talvez seja algo idiota de perguntar, mas eu estou nervosa. 

Tchau. 

••

— Mas o Liverpool só não ganhou essa temporada por um pequeno contratempo. — Sirius Black proferia enquanto tentava defender seu time do coração naquela pizzaria. 

— Padfoot, já chega, nós já ouvimos isso um milhão de vezes ou você já esqueceu que eu e o Moony também torcemos para o Liver e estávamos lá. A Marlene não tá aqui pra você discutir isso, ela tá em uma noite de garotas? — James falou antes de morder sua pizza. 

— Acho que ele sempre esquece disso. — Remus concordou. 

— Vocês dois só sabem cortar o meu barato. 

— E você só sabe ser dramático. 

— Você deveria parar de chamar os outros de dramáticos Remus. 

— Olha só... — O Potter nunca chegou a terminar sua frase já que foi interrompido pela notificação de seu próprio celular que alertava sobre um novo e-mail. 

E sabem aquele momento em que o seu coração se enche de esperança e alegria, que tudo parece bem e você tem certeza que não existe sensação melhor? Bom, foi isso que o Potter sentiu naquele momento quando abriu o e-mail e ele era da ruiva, a Lírio. Ele não pode evitar o sorriso, que era tão grande que parecia que íris rasgar os cantos de sua boca, o que imediatamente atraiu a atenção de seus amigos. 

James leu aquele e-mail de cabo a rabo cerca de quatro vezes antes que começasse a pensar em uma resposta enquanto o Black não aguentou mais e decidiu que era a hora de perguntar. 

— Certo, o que aconteceu? Que notificação foi essa que fez com que você abrisse esse sorriso imbecil na cara? 

— Há três dias conheci uma garota no supermercado, ela era linda e eu não aguentei e dei o meu e-mail pra ela. 

— Como ela se chama. — O Lupin perguntou. 

— Eu não sei, assim como não sei de nada dela. 

— Ah não, você não fez aquele lance do seu pai. Por favor, me diz que não. — Sirius perguntou orando internamente. 

— Eu fiz. — James disse não demonstrando o menor arrependimento.  

— Que lance? — Remus perguntou chamando a atenção de James e Sirius. 

— Quando Fleamont Potter viu Euphemia pela primeira vez ele sentiu que era ela, aquela era a mulher mais bonita que ele já havia visto e precisava fazer algo. Então ele escreveu um bilhete com o endereço dele e mais algumas coisas e deu a ela e então torceu para que a escrevesse uma carta para ele. Quando ele recebeu a primeira carta dela eles nunca mais pararam de se falar. Agora o James aqui decidiu que queria fazer o mesmo, só que com o e-mail. Sério, e-mail? Porque não celular? 

— Eu acho melhor você e-mail, me deixa. E eu senti que precisava tentar. — James disse empolgado enquanto ainda encarava o e-mail da ruiva. 

— James, você tem certeza disso? 

— Deixa ele em paz Sirius, eu acho romântico. Se inspirar na história de amor dos seus pais pra tentar ter a sua. Eu digo prongs, vai fundo. — Remus disse em seguir pegando mais um pedaço de pizza. 

James sorriu se levantando da mesa e indo até perto da porta da pizzaria deixando um Black meio contrariado e um Lupin faminto devorando sua pizza otimista que daria certo dessa vez, era diferente. 

[De: mestredasgalaxias94@gmail.com 

Para: lirioE.@gmail.com 

Assunto: Re:Lírio] 

Oi, eu sei que é algo novo, mas pense assim, eu também nunca fiz algo parecido então pode ser algo interessante para os dois. Mas respondendo a sua pergunta, meu filme favorito é homem aranha de volta ao lar, e desde que vi o Tom Holland como o homem aranha, ele de tornou o meu favorito. 

Mas qual o seu filme favorito? E a sua cor favorita? 

A gente poderia fazer isso, cada um responde a pergunta anterior e faz uma nova, seria algo interessante, não acha? Bom, mas talvez seja demais, eu realmente não sei qual os limites que você impôs. 

Boa noite. 

••

Eu diria que se fosse possível, cerca de um segundo depois de James enviar o e-mail Lily o abria em seu quarto, ela estava confusa e maravilhada, como um e-mail poderia causar tantas sensações nela. 

— O Tom Holland é o homem aranha favorito dele. — Lily saiu do quarto gritando assustando Tonks e Marlene que estavam tranquilas na sala de estar. 

— Que legal. Parece que você está empolgada. — Marlene disse, mas Lily apenas assentiu com a cabeça e voltou para o seu mundinho de onde ela não sairia tão cedo. 

— Ela parece uma boba apaixonada. — Marlene comentou. 

— Parece? Minha amiga, ela oficialmente é uma boba apaixonada. — Tonks completou sorrindo e ambas encaram por mais algum tempo Lily que digitava freneticamente com um sorriso no rosto. 

Aquela seria apenas a primeira vez que James Potter e Lily Evans trocariam e-mails, porque muitas coisas ainda estavam por vir. 

 ••

[17 de dezembro] 

[De: lirioE.@gmail.com

Para: mestredasgalaxias94@gmail.com

Assunto: Fala sério] 

Como você ousa falar assim de Jane Austen? Aquela mulher é incrível. Eu não critiquei os seus gostos de livros ou filmes. 

Mas agora a parte interessante, como você se chama? A gente tá conversando há quatro dias e você me chama de Lírio, mas e eu, como faço? 

 

[De: mestredasgalaxias94@gmail.com

Para: lirioE.@gmail.com

Assunto: Re:Fala sério] 

Você não pode criticar pelo fato do meu gosto ser impecável, além de que eu trabalho em uma editora eu tenho um contato direto com livros. 

E então Lírio, até que demorou pra perguntar meu nome, bom, pode me chamar de JP, meu pai me chama assim as vezes. Não é bem um nome, mas é a minha própria versão de Lírio. 

 

[De: lirioE.@gmail.com

Para: mestredasgalaxias94@gmail.com

Assunto: Re:re:Fala sério] 

Eu gostei, é bom você finalmente ter um nome. 

Mas você fala sobre o seu contato direto com livros, bom, eu sou professora, eu ensino as crianças a ler. Então eu sou rodeada por tantos livros quanto você, aliás, você deveria me agradecer, graças a eu ensina-las a ler, que a editora funciona, eu sou a base do mercado de livros. 

Bom, toma JP. 

 

[De: mestredasgalaxias94@gmail.com

Para: lirioE.@gmail.com 

Assunto: A magnífica] 

Uau, obrigada Lírio por manter o meu emprego e “ser a base do mercado de livros” eu não tinha conhecimento da sua magnitude. 

 

[19 de dezembro] 

[De: mestredasgalaxias94@gmail.com

Para: lirioE.@gmail.com

Assunto: Professora] 

Meu Deus, como você aguenta ser professora? Eu não aguentava as crianças quando eu era uma, certo que era um bando de chatos na minha sala, mas eu não aguentaria. 

Mas e aí, o que tá fazendo? 

 

[De: lirioE.@gmail.com

Para: mestredasgalaxias94@gmail.com 

Assunto: Re:Professora] 

Acho que eu só faço pelo fato de amar ensinar. 

Mas eu estou maratonando série com dois amigos meus, minha colega de apartamento e o namorado dela, então eu estou de vela, mas eles não querem que eu me sinta assim então eles só ficam de mãos dadas e ela com a cabeça no ombro dele. Se eles não se amassem tanto e não tivesse acontecido um monte de coisa até eles ficarem juntos, eu ficaria brava de ser vela. 

 

[De: mestredasgalaxias94@gmail.com

Para: lirioE.@gmail.com

Assunto: Re:re:Professora] 

Mas você é você Lírio, e você é uma das maiores incentivadoras do amor que eu já conheci. 

Mas eu também não estou muito melhor, estou preso no tédio da minha casa, sem nada para fazer e com preguiça de cozinhar. 

Afinal, onde você mora, talvez eu possa te tirar daí, sou ótimo em criar desculpas, já fugi de um batizado com elas. Chuto que não mora tão longe do mercado onde te conheci, eu moro a uma quadra dele em um prédio com a fachada inteira laranja.

 ••

James sabia que talvez fosse demais ele querer saber onde ela morava, mas eles já escreviam um para o outro a dias e James sabia que nunca havia sentido nada assim, a ruiva era um mistério completo para ele no que se tratava de nomes e como era tê-la perto de si, mas ele sabia seus gostos, no que ela trabalhava e sentia que sabia quem ela realmente era. 

Talvez fosse algo precipitado, mas ele precisava tentar. 

[De: lirioE.@gmail.com

Para: mestredasgalaxias94@gmail.com

Assunto: ...] 

Na esquina do mercado, o prédio com o portão azul. 

••

Lily enviou o e-mail e então olhou para Remus e Tonks que estavam ao seu lado assistindo a série. Remus olhou por um instante para Lily e mesmo sem saber que era ela que trocava e-mails com James segurou sua mão a puxando para perto em um gesto de irmãos, então Lily encostou sua cabeça no ombro do amigo e sorriu, ela sabia que tinha feito a coisa certa. 

 

Era o mesmo prédio da Tonks, ele sabia disso apesar de nunca ter ido até o apartamento dela. Assim como sabia que ele ficava a uma quadra dele, como mesmo ela estando tão perto, James nunca havia encontrado com a Lírio? Ele não sabia explicar, mas um sentimento brotou dentro dele, um sentimento que o próprio Potter só conseguiria descrever como: bom. 

 

[22 de dezembro] 

— Levanta James, nós vamos sair. — Sirius entrou no apartamento em um rompante, ele estava arrumado e puxou James do sofá onde ele estava deitado. 

— Onde nós vamos? 

— Marlene marcou com uma amiga dela, o nome dela é Dorcas, vamos em um encontro duplo. 

— Ah não mesmo Sirius, eu estou muito bem aqui e não preciso de você me arrastando pra conhecer uma garota, eu estou feliz com... — Mas James não conseguiu terminar sua fala, sendo interrompido por um Black já sem paciência. 

— Feliz com e-mails, vindos de uma garota que você chama de Lírio já que não sabe o nome real dela. É sério James, dá uma chance, conhece alguém novo que você sabe o nome e não que é feito de uma única lembrança e uma série de e-mails onde vocês contam sobre vocês. Por favor prongs, por mim. — Sirius parecia exausto e James conseguiu ver nos olhos daquele que ele considerava um irmão nada além de uma preocupação verdadeira. 

Ele sabia que o tempo todo Sirius só queria que ele não se prendesse a uma esperança que talvez resultasse em nada, então já cansado James soltou um suspiro olhando nos olhos do Black e proferindo suas últimas palavras. 

— Me dá cinco minutos, vou colocar uma roupa melhor. 

James foi até seu quarto e se trancou lá procurando algo para vestir, deixando um Sirius sorridente e orgulhoso de seu irmão. Ele não queria o mal de James, sabia que ele estava bem com seu Lírio, mas ela para ele ainda era uma desconhecida, e se ela não fizesse bem a James no futuro? 

James saiu de seu quarto acabando imediatamente com os pensamentos do Black, ele havia trocado de calças e estava com um suéter azul escuro que era novo, além de não acreditar que estava mesmo fazendo isso. 

 

Eles tinham ido até um restaurante duas quadras da casa de James, era um lugar casual, mas as luzes mais baixas e as mesas mais reservadas criavam um clima mais íntimo, os dois chegarem logo encontrando Marlene e sua amiga, James cumprimentou Marlene e se apresentou a Dorcas. 

Ela era bonita e gentil, mas para James parecia faltar algo, talvez fosse a falta de interesse em super heróis ou em livros, mas James sabia muito bem que as pessoas tinham interesses diferentes, ele não podia condená-la por isso. 

Talvez fossem os olhos azuis que não lhe diziam nada, mas depois de conhecer a Lírio, ele duvidava que outro par de olhos fossem tão expressivos, a culpa não era dela. 

Era algo que o próprio James não sabia explicar, ele não estava infeliz ali, apenas confuso. 

— James, seu telefone apitou. — Dorcas comentou, após perceber que James não havia prestado atenção. 

— Ah, obrigado. 

James viu que era um e-mail que havia chegado, mas diferente da felicidade que ele sempre sentia, uma sensação ruim se apossou dele enquanto abria o e-mail. 

[De: lirioE.@gmail.com

Para: mestredasgalaxias94@gmail.com

Assunto:     ] 

Dor 

••

Era isso, uma palavra de três letras e nada mais, James se levantou sabendo o que devia fazer, ele tinha que ver ela. 

— Eu tenho que ir. — James se levantou da mesa olhando para os outros três. 

— O que houve? — Alguém disse, mas James nunca se preocupou em saber quem foi. 

— Eu só... É uma emergência. 

James saiu correndo do restaurante, ele iria correr as duas quadras até ela se preciso. 

••

— Prontinho, eu terminei e o seu cabelo ficou lindo. — Lily estava ajudando Tonks a terminar de se arrumar para o encontro de aniversário de namoro com Remus. 

— A gente vai no cinema, eu estou tão empolgada. 

— A noite vai ser incrível Tonks, eu sinto. — Lily abraçou Tonks pelos ombros e sorriu para ela pelo espelho. — E amanhã, eu vou estar aqui esperando para ouvir tudo. Você volta só de tarde? 

— Sim, vou ficar com o Remus e depois eu posso passar no mercado antes de voltar. 

— Perfeito, agora vai, não vamos deixar o Romeu esperando, vá Julieta e se encontre com seu amado. 

— Você tem que parar de ler tantos romances. –Tonks sorriu e então deu um beijo na testa de Lily e saiu para seu encontro. 

Lily sorriu e foi até seu quarto, talvez ela pudesse dar uma arrumada naquela bagunça antes de ver o que fazer para o jantar. 

Lily foi até o armário, ela sempre gostou de começar por lá, quando ela começou a arrumar os lençóis na parte de cima ela sentiu algo molhado. Lily correu até o outro lado do quarto onde ela pegou um banquinho e subiu para ver de onde havia vindo aqui. 

“Merda, merda, merda.” O cano em cima do armário havia estourado, ela começou a tirar as roupas e coisas que haviam sido colocadas em cima do armário, até que uma caixa caiu. Era uma caixa verde com a tampa já encharcada, Lily desceu do banquinho e abriu a caixa, ela sabia que caixa era aquela, era onde ela guardava as fotos de família. 

Cada foto de infância, os natais, aniversários, viagens para a praia, cada uma das poucas fotos que não estavam em porta retratos estavam naquela caixa. 

Lily pode sentir algo invadir seu peito até tomar todo seu ser, ela sentiu como se algo apertasse sua garganta e como se seu nariz trancasse, ela não conseguia respirar, ela ouvia os sons saindo de sua garganta que ela sabia se tratarem de soluções, mas ela não sentia eles saindo, ela estava anestesiada, mas ao mesmo tempo tudo doía, as lágrimas começaram a cair e ela sabia o que aconteceria em seguida. 

Lily pegou seu celular e fez a única coisa que ainda achava que era capaz, ela mandou um e-mail para James e então ela deitou no chão olhando as fotos, ela esticou a mão e tocou em uma, era sua mãe com ela no colo e Petúnia ao lado em frente ao altar de uma igreja, ela estava molhada e parecia que iria se rasgar a qualquer momento. 

Cada foto que ela tinha ali, estava molhada e prestes a rasgar, estavam manchadas e a tinta começava a se prender nos dedos de Lily, ali estava história dela, sua vida inteira, destruída na sua frente. 

••

Lily ouviu um barulho vindo da sala e ela sabia que era a porta sendo aberta, então ele começou a ouvir porta a porta sendo aberta até que chegasse na do quarto dela. 

James abriu a porta e a encontrou encolhida no chão, seu pequeno Lírio chorando, ela fez força para levantar o rosto para que ele a olhasse e ele viu seu rosto vermelho e lágrimas que caíam sem parar, e dessa vez, nos olhos dela não haviam toda aquela vida. 

James correu e a abraçou naquele chão frio, a pegou em seus braços e levou até a cama que tinha naquele quarto. 

— Lírio, o que houve? 

— Se foram James, todas as lembranças se foram. Eles já haviam morrido James e agora cada foto de foi, meus avós, eu com meu país, cada viagem e momento, foi arrancado de novo de mim como que por uma faca quente. — James ouviu Lily e pela primeira vez prestou atenção na caixa que havia no chão, eram fotos, elas pareciam coladas uma a outra e algumas já não era mais possível ver o que elas foram um dia de tão manchadas. 

— Tinha uma foto em família que eu sei que foi tirada no meu aniversário de um ano, são milhares de lembranças, algumas de coisas que eu nem me lembro, mas que passei a minha vida inteira ouvindo, algumas eu nunca nem vi já que eu nunca nem vi já que não tive coragem quando meus pais morreram, mas nem isso eu tenho mais, tudo se foi. — Lily soluçava, James abraçava ela contra seu peito enquanto sentia a umidade contra seu suéter e sentia uma parte de si doendo, meio que pela dor que ela sentia. 

— Lírio, calma, respira. Por favor, respira. — James pegou a mão dela e entrelaçou os dedos dela aos seus — Devagar, inspira e expira, inspira e expira, com calma. Agora me escuta, se concentra em mim. Vai sentindo o ar passando pelos seus pulmões, o seu peito subindo então você sabe que vai ficar tudo bem e só continue respirando. As fotos, por mais importantes que elas pareçam o sentimento supera, a lembrança supera e é isso que você guarda. Mesmo rasgada, manchada, ela ainda está ali. Agora continue respirando e prestando atenção em mim até você se acalmar, até se sentir melhor. Eu sei que dói, já que te lembrou coisas boas que passaram. 

— Então porque respirar dói tanto? 

— Ei, nada disso. Foca em mim, inspire e expire Lírio. Como eu disse, coisas boas que passaram, mas ficaram, bem no seu coração, nesse lugar quentinho e gostoso. E como eu disse, as fotos elas só te remetem ao momento, mas a lembrança, a sensação, ela é contigo, sempre foi e sempre será e o importante vai sempre estar contigo. — James terminou e então Lily se agarrou ao peito dele com força. 

— Obrigada. 

— Eu sempre vou estar contigo Lírio. 

E então Lily dormiu, ainda abraçada a James, com o peito ainda apertado, mas dessa vez quando sentiu que perdia a família de novo, ela não se sentia sozinha. 

••

[23 de dezembro] 

Na manhã seguinte quando Lily acordou estava sozinha, não havia vestígios de que mais alguém esteve ali. Lily se levantou da cama e andou até a sala. 

— JP? Você tá aqui? 

— Na cozinha Lírio. — Lily andou até a cozinha e encontrou James arrumando a mesa. –Não é nada elaborado, é só misto quente e eu fiz café, mas eu trouxe isso. — James estendeu a Lily um lírio branco. 

— Ele é lindo. — Lily disse e então sorriu, fazendo com que James sorrisse também. 

— Está melhor? 

— Sim. — Então Lily se sentou na mesa e eles tomaram café da manhã enquanto conversavam. 

Eles passaram a manhã inteira conversando e comentando sobre vários aspectos da sua vida, James pode perceber que Lily ainda estava abalada, mas ela parecia melhor, e Lily realmente se sentia melhor. 

— Você não tem uma árvore de natal. — James não perguntava, ele afirmava isso para Lily. 

— O natal era uma época muito especial para mim e para a minha família, é meio triste comemorar o Natal sem eles. Eles morreram em um acidente de carro em Nova York, eu também estava no carro, mas sobrevivi. 

— O natal também foi uma época triste lá em casa durante um tempo. — James começou chamando a atenção de Lily — Meu pais sempre sonharam em ter mais um filho, e eles conseguiram por um tempo. Minha mãe sofreu um aborto espontâneo, na manhã de natal. Era uma época triste, mas a culpa não é do Natal, ele pode ser feliz ainda. 

— É, pode ser. — Lily falou e então abraçou o seu próprio corpo. 

— Se você quiser, todos os anos os meus amigos passam o natal comigo e meus pais, todos eles tem problemas com a família então meus pais são como os pais deles. Você pode passar o natal com a gente, é na minha casa e você sabe o meu endereço. 

— O que você estava fazendo antes de vir pra cá ontem? — Lily falou confundindo James. 

— O que? Ah, eu tinha saído com um amigo meu, era um... Um encontro duplo. 

— Encontro duplo. — É então algo surgiu na cabeça de Lily, ele saia com outras garotas. Enquanto Lily respondia os e-mails ela de alguma forma alimentou uma esperança, a esperança de que ele gostasse dela — Eu não sabia que você saia em outros encontros. 

— Não, eu não saio. 

— Desculpa, acho que só fui eu que alimentei uma esperança que... — Lily tinha se abalado, ela esperava muito, mas não esperava isso. 

— Esperança que eu gostasse de você? — James perguntou em um fiapo de voz e Lily assentiu uma única vez. — Ah Lily. 

E então James fez o que ele desejou desde que a viu naquele mercado, ele foi lá e a beijou. E aquele beijo foi tudo, era o que estava na linha tênue entre sonhar e acordar, era um pedacinho do paraíso que eles só conseguiram encontrar um com o outro. Eram partes novas de si mesmos que pareciam acordar. 

E Lily sentiu tudo, não era uma parte que ela sempre procurou, não, porque Lily já era inteira, mas com James ela transbordava, já que ele acrescentava tudo de novo e fazia melhor. 

— Eu estou louco por você Lírio, você não sai da minha cabeça e quando eu te vi naquele chão eu senti algo dentro de mim começar a morrer. — James confessou e então Lily abriu os olhos e encarou James antes de falar. 

— Minha mãe me chamava de Lírio, ela me deu o colar com o desenho no meu aniversário de dezesseis anos, eu odiava a ideia de qualquer um me chamar assim de novo, mas com você... Eu amo quando você me chama de Lírio. O meu nome é Lily. 

— Prazer Lily, eu sou o James. 

— É um prazer. — Lily falou e em seguida eles se beijaram de novo. 

  ••

[24 de dezembro] 

[De: lirioE.@gmail.com

Para: mestredasgalaxias94@gmail.com 

Assunto:    ] 

Desce do prédio por favor, vem aqui fora. 

••

James desceu do prédio e assim que ele atravessou o portão encontrou Lily com um embrulho em mãos. 

— Oi, você me convidou então, eu pensei que não teria problema se eu viesse. Eu trouxe um presente de natal para você. — Lily disse explicando o embrulho que tinha em mãos. Ela estava nervosa e envergonhada, mas sabia que era o certo, principalmente quando James sorriu. 

— Eu fico tão feliz que veio, entra, eu estava torcendo para que viesse. — Lily caminhou junto a ele até a portaria e assim que entraram no elevador James a beijou. 

Era algo recorrente desde o primeiro beijo no apartamento, eles haviam saído naquela tarde e agora ela estava ali, James a soltou e encarou Lily um tanto temeroso antes de começar a falar. 

— Eu estava pensando em algo, mas isso só depende de você. 

—  O que foi? 

—  Lily, ou melhor, Lírio, aceita namorar comigo? — James sentia as mãos suando, mas quando Lily sorriu seus pensamentos se enevoaram e tudo pareceu melhor. 

— Sim! — Então Lily o beijou, em seguida o  elevador abriu e ela o largou o puxando pela mão para fora do elevador. 

James abriu a porta de seu apartamento e a puxou para dentro anunciando a plenos pulmões. 

— Gostaria que todos aqui conhecessem Lily, minha namorada. 

Lily olhou na sala e encontrou seus amigos a estavam Remus, Tonks, Marlene e Sirius, juntos de um casal que Lily julgava serem os pais de James. Nesse momento uma luz se acendeu na mente de Lily e ela encarou seu namorado que estava sorridente junto aos rostos chocados dos seu quatro amigos, era ele, o tempo todo James Potter, o garoto que ela devia ter conhecido aquele dia, mas não conheceu, ela não apenas o conheceu mais tarde no mercado, como a ajudou. 

Era o tempo todo ele. 

— Porque estão com essas caras? –James perguntou, ele parecia o único a não entender o que acontecia ali. 

— Porque eles também são meus amigos. Sirius, Marlene, Remus e Tonks, e eu sou a garota que eles queriam que você conhecesse no dia em que eu te conheci, na verdade, com apenas algumas horas de atraso. — Lily explicou, mas não tinha certeza absoluta de James havia entendido graças a cara confusa que ele fazia. 

— Era ela o tempo todo? — James falou e todos o encararam chocados. 

— Deus do céu Lily, você tinha mesmo que namorar um cara tão lerdo? — Sirius comentou e então Lily riu antes de abraçar James. 

— Mas como aconteceu? — A mãe de James que estava ali na sala se segurando para não fazer perguntas demais a menina, finalmente decidiu e perguntou. 

— Lily é a garota dos e-mails. Foi assim que eu a conheci. — James e Lily passaram a tarde inteira contando sua história para os amigos e os pais de James. 

E aquele natal foi mágico, Lily não se sentia mais triste, nesse natal ao invés de assistir filmes sozinha ela passou com o namorado e seus amigos mais próximos, nada parecia fora do lugar, Lily ainda sentia falta da família, mas enquanto ela ria e assistia filmes natalinos com eles, ela sabia que tudo estava bem e o natal podia ser bom de novo. 

Afinal, uma data que trouxe alguém tão importante para ela. 

James e Lily estavam sentados ao lado da lareira ao contrário de todos os outros que estavam na cozinha. 

— James, eu te amo. 

— O que? — James a encarou a procura de qualquer resquício de dúvida, mas não achou nada. 

— Eu te amo, e sei que a gente começou a namorar hoje, mas é verdade, eu sei disso desde o momento em que você me ajudou com as fotos. E além disso, o natal era triste, você fez ele ficar feliz de novo! 

— Lily, eu também amo você. — James falou finalmente aliviando Lily, que sorriu. 

Então eles se beijaram de novo, em frente aquela lareira, com o relógio marcando finalmente a meia noite e indicando que era finalmente natal. 

— Feliz natal! — Eles disseram em uníssono. 

É, parece que o natal poderia ser novamente uma época boa para Lily Evans. E a vida, que sempre parecia tão misteriosa, que sempre parecia trazer desgraça, trouxe algo maravilhoso para Lily, mostrando que essas reviravoltas não trazem apenas coisas ruins, elas apenas trazem coisas, e essas coisas, também podem ser boas.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Espero que tenham gostado. aproveitem e comentem suas opiniões sobre a fic, beijos...
Eloá!



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