Friend escrita por Rose blu


Capítulo 2
2. The one with the arrival of her


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá, ou deveria ser ho ho ho?
Feliz natal povo, e pra comemorar uma das minhas duas datas favoritos do ano (junto com o meu aniversário) temos atualização, espero que gostem.



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Senti a claridade em meu rosto e virei de lado me cobrindo com a coberta, eu sabia que devia ter fechado a cortina ontem à noite. Ouvi meu telefone tocar, o barulho era longe, mas eu ainda conseguia ouvir os Beatles tocando incessantemente twist and shout em algum lugar da casa.
Eu posso ignorar por mais quinze minutinhos, não é mesmo? Já vai parar de tocar.
Mas o universo parecia discordar, porque o celular não parou de tocar, me obrigando a sair da cama. Peguei meus óculos na cabeceira da cama, Albus levantou junto e começou a passar por entre as minhas pernas pedindo carinho.
— Calma garoto, só deixa eu achar a merda do meu celular. Alô?
— Alô? Mas que merda James, eu estou tentando de ligar a séculos. — A voz de Remus soava irritada do outro lado do telefone.
— Foi mal Remus, eu estava dormindo, não vi suas ligações.
— Dormindo? A amiga da sua mãe vem hoje.
— Eu sei, eu tenho muito tempo ainda. Eu posso tomar banho e café e ainda arrumar o apartamento em paz. — Me encostei na cômoda do quarto, porque Remus estava tão desesperado?
— James, são 13:59, a tal Lilá já vai chegar.
— Que? Eu não estou preparado.
— Então se apresse, chego aí as cinco com o Sirius. Tchau. — Remus desligou sem me deixar responder.
Mas que porra. E agora?
Calma James, vamos lá. Corri até a cozinha e coloquei comida no pote do Albus que não parava de me seguir. Em um tempo recorde consegui lavar a louça da pia, ajeitei as almofadas do sofá e catei toda a roupa suja espalhada a deixando no cesto de roupas do banheiro, graças a Remus não tinha sobrado sujeira de ontem então decidi ir tomar banho, se desse tempo comeria algo antes dela chegar.

Assim que saí do banheiro tocaram o interfone e Albus começou a latir.
— Calma garoto.
Sr. Potter, tem uma mulher aqui que disse que se chama Lily, parece que ela é amiga da sua mãe e vai passar uns dias com o senhor.
— Pode deixar subir seu Johnny, eu estava esperando.
— Certo. — Ainda pude ouvir ele dizer, “pode subir, ele deixou” antes de desligar o interfone.
Então ela se chamava Lily.
Bom era melhor não errar o nome da única amiga da minha mãe que eu “conhecia”.
Em menos de dez minutos bateram na porta, ajeitei os óculos e passei a mão pelos cabelos e então atendi a porta. Uma garota mais baixa que eu estava do outro lado da porta, ela era ruiva e seus cabelos caiam com graça por seus ombros, seu rosto possuía milhares de sardas, ela tinha um sorriso cativante e os olhos verdes mais belos e penetrantes que já havia visto na minha vida e, uau, que olhos. Ela era maravilhosa.
— Olá, meu nome é Lily Evans, você deve ser o James, eu sou amiga da Euphemia, sua mãe. — Ela me estende a mão e eu a cumprimentei. Mas que merda tá acontecendo? Que parte eu perdi?
— Ah, entra. Pode ficar à vontade. — A deixei entrar e vi que ela carregava uma mala enorme, seus olhos percorreram por todo apartamento, enquanto os meus percorreriam o corpo inteiro de Lily. Ela era sem dúvidas bela, mas eu não estava entendendo nada. — Acho que tivemos um pequeno problema de comunicação.
— Sua mãe não falou que eu vinha? Porque se foi isso eu posso me virar, encontro outro lugar pra dormir.
— Não, não foi isso. É só que quando minha mãe falou que uma amiga dela ia ficar aqui, eu achei que...
— Achou que eu teria a idade da sua mãe. É isso? — Assenti com a cabeça e ela suspirou antes de me responder. — Tudo bem, isso faz sentido, provavelmente você não pensava que alguém de 20 anos iria fazer amizade com alguém da idade da própria mãe, a menos que seja por interesse, mas não foi isso ok. Eu posso explicar e a sua mãe é uma pessoa muito gentil.
— Não, eu não achei que você era interesseira, eu só, não esperava, você pode sentar se quiser. Você disse que tinha uma explicação, quer falar? — Eu, de alguma, forma sabia que o que ela falava era real, e depois eu iria falar com a minha mãe mesmo, se as informações batessem mesmo, porque não a deixar ficar, eu já havia prometido mesmo.
Ela se ajeitou no sofá e eu me sentei ao seu lado enquanto ela se preparava para falar.
— Eu era garçonete em um café lá em Hogsmead, o emprego ajudava a pagar as contas já que eu tinha uma bolsa pra cursar direito, um dia sua mãe foi lá no café e parecia triste, ela estava acompanhada, mas quando a pessoa se levantou eu decidi perguntar se ela estava bem, Euphemia falou um pouco comigo, dias depois ela voltou lá, continuamos a conversar e nos tornamos amigas.
— Você era garçonete ruiva. Eu lembro de você, meu pai tinha acabado de falecer e eu tinha voltado pra lá para o velório, lembro de ir até o banheiro e quando estava voltando ver uma garota ruiva falando com a minha mãe. Não sabia que ela tinha voltado lá.
— Mas voltou. Foi bom conversar com ela, Euphemia sempre diz que tenho uma alma velha, ela me mostrou algumas fitas VHS que ela tinha e nós passamos algumas tardes assistindo aqueles filmes ou saindo, eu também cantava as vezes pra ela algumas músicas que ambas gostamos. Sempre acham que ela é minha mãe quando saímos.
— Fico feliz que ela achou alguém para fazer isso com ela. — Olhei nos olhos de Lily e sinto que me perdi ali por um instante, quando dei conta de mim ela parecia confusa. — Quer dizer, quando eu era pequeno eu e meu pai fazíamos isso com ela, os passeios e as fitas, ela cantava pra mim e meu pai para ela, quando vim para Londres ela passou a fazer isso só com meu pai. Fico feliz que ela te achou.
— Também fico feliz, mas agora eu também vim pra Londres.
— É... — Senti algo estranho, minha mãe agora estava sozinha de novo, e eu não sabia se ela encontraria alguém dessa vez. Balancei minha cabeça tentando ignorar isso, olhei para a garota que esperava por alguma reação minha e ensaiei um sorriso. — Bom, gostaria de conhecer seu quarto?
— Claro. — Ela se levantou e eu peguei sua mala a guiando até o quarto ao lado do meu. — Esse é o quarto de hóspedes, não é grande já que estamos em um apartamento, mas saiba que a cama é muito macia, o banheiro é no fim do corredor. Depois se quiser, te mostro melhor a sala e a cozinha, a vista também não é nada mal.
— Muito obrigada James, você não sabe o favor que está me fazendo. Eu prometo não te atrapalhar muito, eu só devo ficar por uns dias até me estabelecer aqui, se quiser eu posso até fazer o jantar pra te compensar.
— O que é isso? Vai ser um prazer de receber, não precisa se preocupar com nada. Eu vou te deixar a sós pra se organizar, até.
— Até James.
Voltei pra sala e me joguei no sofá. Que merda aconteceu aqui?
Bom ela parece ser quem diz mesmo, e porque eu me senti tanto um imbecil do lado dela? Não é possível, eu mal a conheço. Então porque os olhos dela parecem tão maravilhosos, e o cabelo dela.... Argh, o que está acontecendo? Peguei meu celular, mamãe me devia algumas respostas.


— Alô, James? Meu filho, está tudo bem? Lily chegou?
— Oi mama, está tudo bem aqui, ela chegou bem, só aconteceu uma coisinha.
— O que?
— A senhora esqueceu de comentar que ela tinha 20 anos, e não 50 como você.
— A meu filho, eu não comentei isso com você? Me perdoe, mas isso não foi um problema, foi?
— Não, é que eu apenas não esperava que...
— Você sabia que Lily estudou com você?
— Que?
— Sim, ela é dois anos mais nova, mas vocês estudaram no mesmo colégio. E você viu que bela, os olhos e o cabelo ruivo a tornam muito charmosa, não acha?
— Acho, é só que... Mama, isso não é um plano da senhora para me juntar com Lily, não é?
— É claro que não meu filho, eu apenas acho Lily muito gentil e gosto dela, gostaria que ela fosse feliz, assim como me importo contigo e quero que você seja feliz.
— Certo mama, um beijo.
— Beijo meu filho, tchau.
Euphemia Potter, o que você estava aprontando?


***


Ouvi minha porta sendo aberta e olhei em direção a entrada, Remus tinha aberto a porta e agora entrava sendo seguido por Sirius que ria sem parar e trazia uma caixa de pizza, Remus tirou o casaco e pendurou ao lado da porta e então me encarou com curiosidade.
— O que faz jogado no sofá?
— E trouxemos pizza, não sabíamos se a visita ia cozinhar ou poderia ter ido dormir as quatro da tarde, então decidimos garantir. — Ele deixou a pizza na mesinha de centro e se sentou no sofá.
— Eu falei para que ele escolhesse algo mais saudável que pizza já que havíamos comido isso ontem, mas não deu certo.
— Pizza é perfeito, mas para o seu conhecimento Sirius ela se ofereceu sim para fazer o jantar, mas ao contrário do esperado, ela...
— James? — Ouvi a voz de Lily e vi que Remus e Sirius se viraram em direção a voz dela. — Eu não sabia onde deixar a toalha, então estendi no box do banheiro, espero que não tenha problema.
— Tudo bem. Bom Lily, esses são meus amigos o cabeludo é o Sirius e esse aqui é o Remus. — Indiquei cada um e ela os cumprimentou, Sirius tinha até mesmo levantado para cumprimentá-la, que milagre é esse? — São os meus amigos.
— É um prazer conhecer vocês rapazes.
— Prongs, trazendo garotas para casa? Com a amiga da sua mãe aqui?
— Na verdade, essa aqui... — Me coloquei ao lado de Lily e pude sentir o cheiro de sabonete e baunilha e finalmente percebi seus cabelos molhados. — É Lily Evans, a melhor amiga da minha mãe.
— Uau, por essa eu não esperava. — Sirius se jogou novamente no sofá me fazendo rolar os olhos.
— Para com isso Padfoot, deixa a garota se apresentar. É um prazer conhece-la Lily, por favor ignore esses dois que chamo de amigos.
— Ei. — Padfoot e eu falamos em uníssono e foi a vez de Remus rolar os olhos.
Lily riu e se sentou no sofá, ela parecia à vontade ali, ela havia acabado de conhece-los, mas ela parecia se encaixar tão bem aqui nesse lugar. Me sentei também, e então ficamos os três ouvindo a história de Lily.
— E porque veio a Londres? — Sirius perguntou assim que ela terminou.
— Eu sempre quis me mudar para Londres, eu cresci em Hogsmead, então sempre quis tentar algo novo. Mas eu com certeza nunca tive grana, então Euphemia me deu uma ajudinha, ela me encorajou a me inscrever para a bolsa na universidade de Hogwarts e eu passei, então ela me disse que James morava aqui e que ele poderia me abrigar por um tempo. — Ela me encarou e sorriu, sorri de volta me sentindo meio idiota, ela virou o rosto novamente na direção de Sirius, mas eu não consegui deixar de olhar para ela, mesmo que fosse só seus cabelos.
Mas que porra tá acontecendo comigo?
Olhei de volta para frente e vi que Remus me encarava, então em seu olhar eu tive certeza que ele pensou a mesma coisa que eu.
Em algum momento a conversa sobre a vinda de Lily morreu, então erámos apenas quatro pessoas comendo pizza no sofá fazendo maratona de Friends, que por acaso, também era a série favorita dela. E nesse momento não importava nada, Lily não era uma novata entre nós, Remus não estava preocupado com algo como sempre fazia, Sirius não pensava em Regulus e eu não tinha que consolar nenhum deles e ver meus irmãos chorarem, erámos quatro amigos com um cachorro e tudo estava bem.


***


Acordei ainda no sofá.
O que tinha acontecido? Eu me lembrava de Sirius, Remus e Lily, assim como me lembrava de estarmos todos na sala.
Mas agora eu estava sozinho, Albus estava deitado no tapete, a tv estava desligada e a caixa de pizza não estava mais lá, olhei pela janela e já era noite, ajeitei meus óculos e mirei o relógio na parede, 3:45 da manhã. Me levantei do sofá. Caralho, ele destruiu a minha coluna.
Entrei no meu quarto e me joguei na cama.

 

Meus olhos se abriram e eu me sentia confuso, a minha primeira reação foi colocar os óculos para olhar a hora no meu celular, 06:30 da manhã, tudo bem, eu só... Pera, o que? Não, não, não, não, não.
Levantei da cama em um salto, peguei meus óculos e saí correndo do quarto.
Eu não podia estar atrasado, não hoje.
Tropecei em algo no chão e então o impacto veio. Minha bochecha ardia assim como o meu joelho esquerdo, me apoiei nos cotovelos e dei de cara com a minha calça jeans.
Puta que pariu, eu tenho que arrumar melhor essa casa.
— Bom dia James, precisa de ajuda? – Levantei o olhos e vi Lily a minha frente, ela estava de pé com uma caneca de café e me estendia a mão.
Segurei sua mão e ela me ajudou a levantar em seguida me oferecendo a caneca de café e um sorriso doce.
— Eu acordei cedo e fiz café, também tem torradas na cozinha, espero que não seja um problema eu ter mexido nas suas coisas.
— Problema? Você fez café, mesmo que eu estivesse chateado eu já teria te perdoado só por isso. — Tomei um gole de café e fechei os olhos, isso era com certeza a melhor bebida de todas. — E você possivelmente me salvou, já que tenho que estar no trabalho em meia hora, céus.
— Se quiser eu posso pegar algumas das torradas em um pacote e você leva.
— Você é mesmo real Lily Evans?
— É claro que sou, e eu sei que você está atrasado, mas você pode me dar uma carona? Eu queria fazer minha matrícula na faculdade agora de manhã.
— Mas é claro, vamos. — Coloquei a xícara na mesinha de centro e peguei meu casaco ao lado da porta e tirei as chaves de dentro do bolso, abri a porta quando Lily me pediu para que a esperasse.
Lily foi até a cozinha e voltou com um potinho e me entregou junto a uma garrafa térmica e finalmente me acompanhou até o elevador.
Como essa garota pode ser tão perfeita?
— E então, o que você cursa?
— Biologia, sempre pensei em ser professora. E você, no que trabalha?
— Sou jornalista, tenho uma coluna.
— Talvez eu leia. – Ela me olhou com aqueles grandes olhos e então eu soube que estaria perdido.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do capítulo dois? Eu adorei, mas esperem que ainda vem muita coisa aí, deu pra ver o que o James ficou babando pela ruiva, não foi? Mas calma, Lily Evans ainda nem mostrou a que veio, ainda vamos ver quem ela é realmente (nossa até parece que ela é uma vilã agora, não é? Ou fui só pra mim?)
Bjos, feliz Natal e adiós.



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