Conforme previsto, Ryan e Esposito chegaram ao chalé com suas respectivas famílias no início da noite do dia 26 de dezembro e a animação foi geral, não somente com relação ao encontro de todas as crianças, que, por sinal, foi muito divertido, mas também o encontro de todos os adultos que já eram amigos inseparáveis.

Kate, Lanie, Esposito e Ryan eram amigos há mais de vinte e cinco anos e o Castle, a Alexis e a Martha entraram para o grupo há mais de quinze anos, então, era um laço de amizade muito forte. Jim, apesar de mais reservado, se dava muito bem com as pessoas e era muito querido pelo grupo, o mesmo ocorrendo com o Benício, que era o mais novo da turma, só que ele, ao contrário do avô-postiço, era bem descontraído e gostava muito de uma zoação, igual ao sogro.

Ninguém tinha o que falar das crianças, pois todas elas eram animadas, extrovertidas, inteligentes e, apesar de uma provocação ou outra, normal entre crianças, nunca havia confusão, pois recebiam uma educação primorosa de seus pais.

As brincadeiras eram sempre nas salas de jogos e também na área externa, mas não havia mais nenhum perigo, pois, no dia seguinte ao trágico incidente com o finado Jerry Tyson, Castle pediu a autorização do sogro e solicitou indicação do Esposito e do Ryan para contratar uma empresa de segurança para atuar nas proximidades do chalé, a fim de evitar futuros problemas. Os Seguranças eram discretos e ninguém, além dos adultos da casa, sabiam da existência deles. Com isso, as crianças se divertiam sossegadas.

Muitas das brincadeiras eram organizadas pelos adultos, que também participavam, como por exemplo, paintball e, neste dia, foi muito bacana, pois nevara bastante durante a noite, então, não só as vestimentas de todos, mas também a neve ficou toda colorida.

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No dia 28 de dezembro todos fizeram um passeio de bicicleta pelas proximidades do chalé, parando em uma clareira, onde não havia neve no chão. Fizeram um piquenique.

Martha e Jim não quiseram ir pedalando. Preferiram ir de carro e já estavam lá quando o grupo chegou.

A família estendeu uma enorme toalha quadriculada em branco e vermelho no gramado e sobre ela puseram as frutas, pães, queijos e sucos. Todas as guloseimas estavam acondicionadas em vários cestos de vime.

Durante o piquenique, as crianças brincaram de bola, de corda e de pique-esconde. A neve começou a cair antes do horário previsto, mas isso não tirou o brilho do passeio, porque as crianças menores voltaram para o chalé no carro com Jim e Martha, enquanto o resto do grupo retornou de bicicleta numa animação maravilhosa, sem nenhum perigo.

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Na noite do réveillon, a neve caía sem cessar e cobriu o pátio do chalé e ainda todas as árvores que circundavam a propriedade, então, a festa foi dentro de casa mesmo. As crianças não aguentaram esperar a passagem do ano novo e dormiram antes das vinte e duas horas.

Todos os adultos conversavam animados na sala de estar. Cada um relatava um episódio divertido quando Kate se levantou e pediu ajuda da enteada e de quem mais quisesse ajudar. — Alexis e quem mais puder, vamos ver como está o presunto e o peru que estão no forno? Vamos ajeitar também as saladas...

— Ah, eu vou sim, querida. – Alexis concordou e foi seguida também pela Lanie e por Janny.

Ao chegar à cozinha, Lanie fez a inspeção e constatou que tanto o peru quanto o presunto estavam prontos e pediu ajuda ao marido para retirar do forno — Javi, meu amor, você que é um homem musculoso e cheio de saúde... – ela sorriu e piscou de modo sensual para o latino — venha tirar o peru e o presunto do forno, venha.

Sob risadas e zoação dos amigos diante da declaração de Lanie, Esposito atendeu de pronto ao pedido da esposa.

— Nada como ser gostoso! – muito bem humorado, Esposito seguiu na sintonia de zoação dos amigos e a alegria perdurou e logo começaram a ornamentar os pratos com pedaços de frutas de todo jeito... Frescas, secas e ainda em calda, além de fios d’ovos e verduras cozidas e amanteigadas.

A mesa estava sendo ornamentada a contento quando Kate chamou o marido— Rick, venha aqui que eu quero te mostrar uma coisa.

Todos do grupo começaram a zoar o casal, diante daquele chamado de Kate.

— Não acredito, Kate... Logo agora você quer mostrar uma coisa para o Escritor?— Lanie provocou a amiga.

— Falta pouco para o final do ano... – Ryan deu um sorriso pequeno e fez uma careta divertida.

— Depois você mostra o que você quiser para o Bonitão, Kate...— Janny caçoou e complementou o que o marido dissera.

Sorrindo diante das provocações dos amigos, Castle, cheio de charme, foi até a esposa — Diga, minha linda! Não ligue para nossos amigos traquinas... – Rick falou para todos ouvirem e deu um selinho em Kate, fazendo todos gargalharem.

 — Não vamos demorar, amigos. – Kate esclareceu, deu uma piscada de olho para o grupo e levou o marido de mãos dadas até o quarto.

Assim que Kate e Rick entraram no quarto deles, fecharam a porta— Hey, o que é, eihm, amor da minha vida? – Ele sorriu de modo travesso e a mirou de cima a baixo com olhar sedutor. — Todos os dias você me mata de tanta beleza... Mas hoje... Nossa Senhora! Hoje você está maravilhosa! Se não tivéssemos convidados nos esperando, não sairíamos deste quarto agora... Estou completamente louco de vontade de fazer amor com você, Kate. Um sexo selvagem... – a expressão de Castle era de amor e tesão.

Para aquele réveillon ela estava estreando um vestido que comprara no início do mês exclusivamente para usar naquela noite de virada de ano. Era um tubinho branco em Tweed, com mangas curtas e com o comprimento acima dos joelhos, deixando à mostra as longas e belas pernas torneadas.

Apesar do chalé de Jim Beckett possuir aquecimento central, o tweed é um tecido encorpado próprio para aquela época do ano. Mesmo encorpado, o vestido acentuava as belíssimas formas do corpo de Kate, realçando os quadris e a cintura fina. O decote coração com bojo, envolvia os lindos seios de Kate, deixando o colo livre.

 — Você está deliciosa, Kate... Ops! Corrigindo... Você “É” deliciosa, querida! Sempre foi. – ele respirou fundo e a olhava com desejo — Mas... O que é que você quer me falar aqui no nosso quarto que não podia falar lá na sala, eihm, amorzinho? – Com o mesmo sorriso maroto, ele a puxou pela cintura para um abraço apertado e a beijou de modo apaixonado, quase rude, e foi correspondido na mesma intensidade. Terminaram o beijo com vários selinhos. — Posso deduzir ou...  – Castle indagou com voz rouca.

— Amor... – Excitada com o abraço e os beijos entusiasmados, Kate tinha no rosto uma expressão de paixão, mas demonstrava também estar assustada e não sabia como começar o assunto.

— Ops! – Castle brincou — Sinto que é um assunto sério. – Ele a abraçou novamente e ela circulou o pescoço do marido em um abraço apertado, enchendo o rosto e o pescoço dele de selinhos — Diga, amor! – Castle a encorajou — Kate, você me trouxe aqui para me dizer que me ama loucamente e que não sabe viver sem mim... – ele sorria — Do mesmo modo que eu te amo e não sei viver sem você, acertei? – Ele brincou.

— Mas isso não é novidade. – Kate admitiu e fez uma expressão no rosto que ambos sorriram — E eu poderia dizer isso na frente dos nossos amigos e de nossos pais.

— Ah, então temos uma novidade...

— Temos...

— Uauuuww!!! Que suspense!! Até estou meio assustado com este suspense, mas pelo menos eu tenho certeza que você não me chamou aqui para pedir o divórcio...

— Ah, Castle! – Kate ficou chateada e o afastou — Que palavra mais sem graça... Nem por brincadeira repita isso...

— Hey, amor, não é para tanto... – Castle a abraçou novamente e ela o apertou forte nos braços — A gente se ama e nosso amor é puro, verdadeiro e para sempre. Eu, você e nossos quatro filhos somos inseparáveis...

— Cinco... – Kate corrigiu o marido e ao fazê-lo, franziu a testa e o nariz, torcendo a boca, em uma careta, não por estar chateada ou coisa do tipo, mas como quem está constrangida.

— “Cinco”?... “Cinco”, o que, Kate? – Ele indagou demonstrando curiosidade.

— Você já foi mais esperto, Castle... – Kate o provocou, pois ela agora já estava menos tensa e até sorria divertida com a expressão de curiosidade do marido.

Ele franziu a testa e balançou a cabeça em negativa, indicando que não estava compreendendo o que ela queria dizer — Ainda não sei do que você está falando, Kate.

— Eu vou facilitar as coisas... Vou te presentear com três marcadores de livros... Mas são marcadores sui generis... Sendo mais específica, Rick, são marcadores especiais. – ela piscou o olho direito para o marido, de modo bem sapeca— Eu diria que estes “marcadores de livros”, além de originais, são bem mais que especiais.

— Sério que você me chamou aqui no quarto somente para me dar marcadores de livros, Kate? – Ele franziu o nariz e torceu a boca, quase uma careta, mas muito divertida — Muito estranho isso...

Sorrindo, Kate foi até a estante e pegou três livros da série Nikky Heat que estavam previamente separados por ela e os entregou ao marido.

— Procure os marcadores, Rick... – Kate orientou— Eles estão dentro dos livros, mais precisamente na página 100... Ente a página 100 e a página 101.

— Porque 100? – Castle indagou com muita curiosidade antes mesmo de abrir o primeiro livro.

— Ah, não sei... – Kate sorriu marota — Talvez porque nosso casamento seja 100%???...

Ele segurou o primeiro livro com ambas as mãos, pondo os outros dois sobre a cama e folheou rapidamente até alcançar a página 100 e assim que abriu e encontrou uma tirinha de papelão plastificado que servia de marcador do livro, Castle ficou boquiaberto e sem fala, pois logo viu que se tratava de teste simples de farmácia para detectar gravidez.

Com os olhos em alerta e o peito apertado, Kate apertava os lábios, tensa com a reação do marido. Seu coração batia descompassado, sua respiração estava acelerada e ela não desviava a atenção dos olhos azuis e, assim que percebeu que o marido tinha os olhos cheios d’água, Kate se sentiu mais leve e mais segura — Então... – Ela indagou.

— Então, Kate... – Ele olhou fixamente para o resultado positivo indicado no teste e jogou o livro sobre a cama, trazendo a esposa para um abraço apertado — Então, Kate, você me fez o homem mais feliz do mundo. “Cinco”! Meu Deus! Cinco! É muita felicidade para um homem só, mulher... – Castle a beijou e a carregou e, juntos, se sentaram na cama, deixando-a sobre seu colo.

— Pois é, Castle... Cinco... Você não ficou chateado? – Ela o questionou.

— Chateado? Eu? Chateado com isso? – Castle fez cara de felicidade — Nunca! Jamais! – Ele pegou os outros livros e foi na página 100 de cada um deles e lá estavam os marcadores similares.

— Eu estava com receio, Castle... Aliás, ainda estou... Mais precisamente, estou me recordando do que eu te falei lá na nossa casa, antes da viagem... Sim... Refletindo sobre o que eu já te disse, amor, eu estou com medo não mais de você, mas é que eu já não sou mais uma mocinha e você tamb...

— Amor da minha vida, lá vem você novamente falando de idade... Eu e você somos saudáveis o bastante para termos mais filhos... E este, Kate... – ele acariciou a barriga plana da esposa — Este bebê será tão bem recebido quanto os outros foram. Todos são frutos do nosso amor.

— Eu engravidei da Lily não tão jovem... Quatro anos depois, chegaram os gêmeos... E agora... Meu Deus!

— Kate, você foi tão categórica quando disse no outro dia que não queria mais filhos. Eu tinha certeza que você tomava anticoncepcional...

— Pois, é, amor, eu tomo, só que nenhum método contraceptivo é 100% eficaz e, assim, sempre existe menos de 1% de chance de engravidar... E... – Kate tocou na sua própria barriga plana— E agora... Aqui dentro da minha barriga está esse menos de 1%.

— E você está bem, amor? – Castle fez um carinho no rosto e nos cabelos da esposa — Não vi você tonta ou com náuseas como nas outras duas vezes em que ficou grávida.

— Não senti nada, amor... Apenas percebi o atraso na menstruação, portanto, fui à farmácia hoje antes do almoço e comprei estes testes de gravidez.

— Porque você não falou comigo acerca da sua dúvida, amor? – Castle deu um selinho nela.

— Não te falei nada antes de ir à farmácia nem antes de fazer o teste para não te dar falsas esperança... Não queria ver você triste...

— Agora seremos pais de cinco filhos...

Kate franziu o nariz ao pensar sobre isso — É! Ainda estou em choque... Estou tão assustada, amor... Mas, não se preocupe, porque estou feliz... Muito feliz!

— E se forem gêmeos novamente, eihm? Dois meninos... Duas meninas... Um casalzinho...

— Richard Castle!!! Se isso é o método que você usa para eu não ficar assustada... Obrigada, mas não foi eficaz!

Ele gargalhou com a reação dela e ela também sorriu muito.

— Hey, mulher, deixe de bobagem, porque você adorou quando soube que estava grávida dos gêmeos.

— Mas é que eu fiquei imensa...

— Você ficou deliciosa! Você sempre é deliciosa, Kate!

— Mas gêmeos dão muito trabalho... – Kate protestou.

— Mas também dão muita alegria... Tudo em dobro...

— Eu sei, amor!!! Eu amo os nossos filhos gêmeos. – Kate aquiesceu ao declarar seu amor aos filhos.

— Eu já amo este bebê aqui, viu, Kate... Ou bebês...

— Eu também já amo.

Eles se beijaram e foram interrompidos pela voz de Alexis — Hey, vocês dois... – Alexis deu três batidinhas na porta— Posso entrar?

— Pode! – Kate e Rick responderam em coro.

Assim que entrou no quarto, Alexis sorriu feliz ao ver os pais tão apaixonados e sorridente, sugeriu que fossem para à sala — Adoro ver vocês assim... Mas vamos para a sala porque falta uma hora para a meia noite. Vamos cear... A nossa última ceia do ano.

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A última ceia do ano foi farta de alimento, amor e felicidade. Todos estavam muitos animados. Faltando dez segundos para o ano novo, o grupo, uníssono, fez a contagem regressiva em coro...

— DEZ...

— NOVE...

— OITO...

— SETE...

— SEIS...

— CINCO...

— QUATRO...

— TRÊS...

— DOIS...

— UM...

— FELIZ ANO NOVO!

Os casais se beijaram e se abraçaram e depois houve troca de abraços e felicitações entre todos, com muitas palavras e congratulações de felicidade, de amor e de carinho.

Garrafas de Champagne foram abertas e os estouros das rolhas provaram aplausos e sorrisos e o líquido borbulhante foi servido nas taças e houve brindes. Palavras positivas de desejo e saúde foram ditas em voz alta por todos.

Ainda com sua taça na mão direita, Castle passou o braço esquerdo sobre o ombro de Kate e chamou a atenção de todos — Preciso da atenção de vocês...

Imediatamente Kate sabia o que o marido queria falar e ficou feliz por ter o melhor marido do mundo. Sentiu seu coração disparar e sua garganta apertar, mas se esforçou para não chorar de emoção.

Todos fizeram um semicírculo em frente a Kate e ao Castle.

— Mamãe, Jim, Alexis, Benício, Lanie, Javi, Kavin e Jenny... Eu quero aproveitar esta ocasião festiva de virada de ano novo, onde estamos juntos e muito felizes, para comunicar que nossa alegria aumentou...

Todos olharam curiosos para Kate e para Castle...

— Não só nossa alegria aumentou, mas nossa família também...

Todos estavam boquiabertos e já ensaiavam sorrisos quando Kate complementou a notícia, a fim de não deixar dúvidas no ar — Eu estou grávida! Eu e o Castle teremos o nosso quinto filho...

Alexis foi a primeira a pular no pescoço de Kate e do pai e os abraçou apertado ao mesmo tempo e não segurou as lágrimas — Meu Deus!!! Que alegria!!! Obrigada por me darem mais um irmão...

Martha se juntou ao grupo e abraçou o filho e a nora — Que maravilha!!! Vou ganhar mais um netinho... Ou quem sabe será em dose dupla novamente, eihm?

Todos sorriram diante da suposição de Martha.

Dentro da sua forma discreta de ser, Jim felicitou a filha e o genro e os abraçou feliz.

Todos os amigos abraçaram e felicitaram Kate e Castle e mais uma rodada de champanhe e brinde aconteceu até que depois de uns quinze minutos, Jim, igual ao Castle, chamou a atenção de todos.

— Bem, agora sou eu quem quer a atenção de todos.

— Hummm! O que é, sogrão? - Castle indagou sorridente.

— Meus jovens, sem querer diminuir a emoção e a felicidade que Kate e Castle nos deram, eu quero apenas multiplicar a felicidade... – Jim falou cheio de suspense e todos olhavam para ele com ar de curiosidade.

— Bem, Castle, apesar de ser mais reservado, eu não sou nenhum estranho... Você já me conhece há mais de quinze anos, não é, pois sou o pai de sua mulher.

— Uauww!!! Quanta formalidade... Até estou com medo... Você já me deu a mão de sua filha em casamento há dez anos e agora eu não devolvo, entendeu, Jim? Nem pense em tirá-la de mim... Ela é minha e não abro mão disso. – Castle gracejou e provocou risos e gargalhadas em todos. Kate e Martha também riram muito com a zoação do Castle, inclusive o próprio sogro.

— Você, sempre espirituoso, Castle e isso é uma maravilha! – Jim asseverou— Mas na verdade, nem passou pela minha cabeça essa hipótese absurda de você devolver a minha filha, pois ela é muito feliz com você... O que eu quero agora é que você me dê a mão de sua mãe... – Castle arregalou os olhos e ficou boquiaberto diante daquele pedido ímpar do seu sogro e o sogro continuou — Sim, eu quero casar com a Martha. Você permite que eu me case com a sua mãe, meu rapaz?

O pedido inusitado do Jim, pegou todos de surpresa, principalmente o Castle e a Kate.

O silêncio no ambiente foi profundo.

Daria para ouvir as asas de um mosquito, acaso houvesse algum no ambiente.

Mas logo o Castle ensaiou um sorriso em tom de dúvida... — Eu ouvi direito, Jim, ou você pediu mesmo a mão da minha mãe em casamento?

— Ouviu, sim, Castle. Eu amo a sua mãe e quero me casar com ela.

— Mamãe, o que a senhora tem a dizer? – Castle indagou, demonstrando estar ainda pasmo com a notícia e simulou estar indignado com aquele pedido, como se o pedido fosse de um garoto de espinhas no rosto para sair à noite com sua filhinha adolescente e inocente.

— Ah, Richard, deixe de ser desagradável! Pare de fazer encenação, criança! Eu e o Jim nos apaixonamos há alguns anos e temos passado muito tempo juntos... Já viajamos para a Europa e para outras partes do mundo...

— Como é que é? – Castle interrompeu a mãe e fez cara de assustado — Quer dizer que... Vocês já viajaram juntos? Sozinhos? Viajaram pelo mundo... como casal? Como assim? Eu nunca soube disso... – Castle estava pasmo diante do romance secreto da mãe e do sogro.

— Mas vocês viviam brigando um com o outro... Implicavam com tudo que o outro falava ou fazia. Até com o café... As profissões... Nem sei o que pensar. – Kate comentou, incrédula com aquela novidade.

— Ah, Katherine, mas isso foi no início... – Martha piscou o olho para a nora e deu um sorriso de canto de boca, fazendo graça— Depois as coisas foram clareando e mudando de figura... – Martha explicou.

— E porque fizeram tudo isso às escondidas? – Castle indagou.

— É, pai... É, Martha... Não precisavam esconder isso da gente... – Kate completou.

— Seja sensato, meu rapaz... Somos adultos... Para que alongar tanto este assunto, eihm?? Eu e a Matha precisamos de uma resposta sua. Você vai ou não vai aceitar que eu me case com a sua mãe, eihm?

— Claro, papai... Claro que o Castle vai aceitar. – Kate afirmou sem pestanejar.

— Eu vou aceitar, é? – Castle olhou sério para sua esposa, quase com cara de mau.— Quem disse que eu vou aceitar, eihm, Sra. Katherine Castle?

— Hummm!!! — Kate respirou fundo, fez bico, apertou os olhos ao encarar o marido numa ameaça velada. 

— Claro que você vai aceitar, pai. – Alexis intercedeu de modo enfático — O vovô Jim permitiu que você se casasse com a filha dele, embora a Kate já estivesse com a opinião formada a esse respeito... E vocês formam um casal lindo e apaixonado. Você permitiu que eu me casasse com o Benício e eu e ele somos muito felizes, então, papai, porque a vovó não poderia se casar com o vovô? Até porque, já é público e notório, que esses dois andam saindo muito sozinhos ultimamente e falando certas coisas e certos termos carinhosos um com o outro e somente agora é que estamos entendendo, não é vovó? Não é, vovô? A gente até já soube agora que eles até já viajaram juntos pelo mundo...

Todos sorriram felizes.

— Mas é que... – Castle fez suspense...

— Richard Castle! – Kate o repreendeu e franziu a testa.

— Ok! Eu vou ficar muito feliz em ver minha mãe casada com o seu pai, Kate...

Houve aplausos, felicitações e muitos abraços.

— Mas isso não faz de mim o seu irmãozinho, não é Kate? Isso é meio incestuoso... Eca! – Castle fez cara de nojo, fazendo todos rirem.

— Não, Castle... – Kate sorriu e fez uma careta — Jamais pense sob esse aspecto, querido.

Após os cumprimentos pela gravidez de Kate e pela notícia do vindouro casamento de Martha e Jim, todos ficaram mais felizes do que já estavam e as conversas foram animadas invadindo a madrugada até que todos se recolheram nas suas respectivas suítes.

Pela primeira vez, Martha e Jim ficaram no mesmo quarto sem a preocupação de esconder dos outros.

Continua...