I M P E R I U S escrita por T in Neverland


Capítulo 14
Truce


Notas iniciais do capítulo

Estou testando postar em diferentes horários, para ver quando eu tenho um alcance maior de leitores, por isso não estranhem eu estar postando muitos capítulos seguidos. Também estou apressada por ansiedade, quero muitoo acabar esse primeiro ciclo e começar a postagem da segunda parte da trama. Espero que gostem e por favooor interajam, pois me incentiva demais.
Capítulo revisado e atualizado em 09/07/2021.



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Truce - Capítulo XIV

— Não gosto do Sprout, você deveria tomar cuidado com ele – afirmou Riddle, enquanto caminhava com Ilka.

— Eu não gosto de horcruxes, mas parece que você não deu muita moral para isso – retrucou a garota, frustrada.

— Dá para parar de ficar mencionando isso em voz alta? – repreendeu, irritado.

— Ok, parei. Mas qual é o motivo da sua aversão ao Leonard? Ele me pareceu bastante simpático hoje.

— Sua reputação pode começar a cair, afinal, de mestiço que conversa com você já basta eu – começou, enquanto desacelerava o seu passo e procurava algum lugar para sentar-se – Sprout tem uma má fama, principalmente entre nós da Sonserina, ele é extrovertido, amigável demais com todos. Gente assim não é confiável, pode ser um iniciador de boatos. Entende?

— Quer dizer que por ele ser educado com todos ele é um fofoqueiro? Você já teve argumentos melhores Riddle.

Tom pareceu incomodado com toda a defensoria da Grindelwald, não esperava que ela fosse tão fiel a alguém que acabara de conhecer. Ambos decidiram sentar-se no pátio da torre do relógio, pois ali existiam alguns bancos e os alunos ainda não haviam tomado conta completamente do espaço, já que a sua grande maioria ainda está em aula.

— Gostaria de pedir desculpas pela minha impulsividade ontem e hoje, sinto que acabei lhe atingindo diretamente com minhas ações – disse Tom, de cabeça baixa.

— Olhe para mim enquanto fala, por favor – pediu Ilka e o rapaz levantou a cabeça para encará-la – Você entende por que fiquei tão frustrada com seu pequeno experimento, não entende?

— Acredito que seja pelo fato de não ser uma adepta da ideia, e por ter sido tudo muito arriscado.

— A alma é a essência de um bruxo, Tom. É o que nos torna o que somos, o que molda a nossa personalidade. Toda vez que usamos uma maldição, principalmente as que envolvem assassinato, é como se nossa alma recebesse uma pequena fissura, o que nos prejudica até mesmo fisicamente, tira a nossa essência aos poucos, olhe para mim como exemplo – explicou, referindo-se aos seus olhos dourados, que não costumavam ser assim, não parecendo de orgulhar – O que você usou com aquela garota para conseguir transformar o seu diário foi simplesmente brutal, não causou somente uma fissura... Fragmentou parte de sua alma.

— Eu sei, eu senti – revelou ele – Mas eu precisava fazer. Você sabe o que eu almejo, e talvez não surgisse outra oportunidade como aquela tão cedo. Eu o fiz porque eu queria, e sabia das consequências.

— Tudo bem, eu não vou mais lhe julgar por isso. Você já sabe o que eu penso sobre, não vou mais ficar chateada porque você tentou atingir seus objetivos, nós temos opiniões de caminhos diferentes a serem seguidos. E se você acredita que esse é o melhor para seguir, não vou tentar intervir. Estamos resolvidos? – perguntou Ilka, levantando-se e lhe esticando a mão, com o objetivo de selar a paz dos dois.

— Você sabe que estamos – respondeu ele, levantando-se e abraçando-a, ignorando o braço esticado – Aliás, você sabia que seu sotaque fica mais evidente quando você está brava? – Tom brincou, tentando irritá-la.

— Mentiroso! – ela riu em retorno.

E os dois seguiram, finalmente resolvidos, rumo ao salão principal, pois já estava escurecendo e muito provavelmente o restante da escola já começava a se reunir ali para o banquete de jantar.

Quando Tom e Ilka chegaram ao salão principal, o local já estava bastante cheio, com poucos lugares disponíveis na mesa de Sonserina. Riddle foi para a ponta da mesa, sentando-se perto de Abraxas Malfoy e Alphard Black, deixando que a garota se sentasse mais para o centro, perto de sua amiga Macmillan.

— Aconteceu algo? – perguntou Ilka, enquanto se acomodava no banco.

— Encontraram um corpo essa tarde, uma menina da Corvinal, no banheiro do segundo andar. Estava desaparecida desde ontem e suas amigas foram procurá-la, acabaram encontrando-a já morta. O diretor Dippet disse que nos daria um recado durante o jantar sobre os acontecimentos – explicou Emma, parecendo tensa com toda a situação.

Mais alguns alunos chegam, se alocando nos últimos lugares livres dos bancos. Todos os professores presentes à frente pareciam preocupados e o diretor se levantou, tomando a frente onde ele geralmente fazia os seus discursos de início e final do ano. 

O salão todo se calou ao perceber a sua movimentação e aguardou em silêncio.

— Boa noite a todos, sinto muito em estar aqui trazendo notícias tão trágicas neste dia – começou o diretor, em um visível semblante cansado – Ontem, Hogwarts sofreu um ataque, provavelmente de alguém que está presente entre nós esta noite, mas ainda não sabemos quem. Seis alunos se feriram e estão sendo tratados por madame Shacklebolt da melhor maneira possível. Infelizmente encontramos o corpo de Isabel Warren nesta tarde e isso nos deixa em um estado ainda maior de alerta em relação a vocês, alunos.

Alguns burburinhos começaram a acontecer entre os estudantes, principalmente na mesa de Corvinal e na de Sonserina. A garota era da casa dos estudiosos, por isso o alarde entre eles. Na mesa das serpentes o que mais se ouvia eram comentários sobre o sangue da menina, que era uma nascida trouxa, e como o que havia acontecido com ela era uma reparação histórica.

— Silêncio! – a voz de Dippet ecoou pelo salão e todos se calaram repentinamente – Tendo estes acontecimentos em mente, seria muito insensato de minha parte permitir que qualquer um de vocês permaneça no castelo quando terminar o ano letivo. O Ministério da Magia esteve aqui hoje e está neste momento falando em fechar a escola, para evitar futuros acidentes relacionados. Iremos terminar o ano com toque de recolher, e caso não achemos o responsável e a escola continue ameaçada suspenderemos as aulas visando a segurança de todos.

Toda a população de Hogwarts pareceu impactada com a notícia da escola poder fechar as portas devido a um aluno irresponsável colocar ali uma criatura que ameaçasse a segurança dos alunos. O diretor Dippet levantou as mãos em silêncio e logo surgiu o típico banquete de jantar em cima das mesas, que pareceu não animar ninguém.

Ilka moveu seus olhos rapidamente pela mesa, procurando por Tom. Era notável que a informação dada pelo diretor havia o abalado, não pelas mortes ou por os feridos, mas sim pela possibilidade de não poder mais frequentar Hogwarts, que era um claro refúgio de seu lar real, onde era lotado de trouxas que ele não gostava de conviver.

Tom se levantou abruptamente, atravessando o salão com passadas pesadas, chamando a atenção de algumas pessoas. Ilka se levantou logo em seguida, bem mais calma e discreta do que o garoto, indo atrás dele. Assim que passou pela porta, a loira avistou Riddle descendo as escadas do longo corredor, e acelerou então o passo para alcançá-lo.

— Tom? Está tudo bem? – perguntou ela ao chegar perto do garoto.

— Eu pareço estar bem? Você consegue imaginar como é cogitar a ideia de Hogwarts fechar e eu voltar para aquele orfanato imundo cheio de trouxas? – resmungou Riddle, claramente nervoso – Só não vão fechar Hogwarts se descobrirem o culpado, e acho que me entregar não é bem uma opção.

— Bem, em casos assim a gente sempre pode colocar a culpa em outra pessoa. É o que eu geralmente faço – sugeriu Ilka, dando de ombros.

— Quem seria estupido o suficiente para trazer uma criatura para dentro do castelo? Não acho que exista alguém para culpar... – Tom parou repentinamente no meio da frase, e levantou o olhar para a loira.

O garoto parecia ter tido um lapso de memória e uma ideia surgiu em sua mente. Ele sorriu maldosamente para Ilka, que na hora entendeu o que ele estava pensando, e riu em resposta.

— Isso sim é maldade, Tom. Vai mesmo mandar um pobre garoto mestiço e esquisito para casa? Para chorar sua injusta expulsão e nunca mais encostar em uma varinha e fazer magia? – verbalizou ela, ainda rindo pensando na possibilidade.

— Se possui uma sugestão melhor é só dizer.

— Faça sua jogada como preferir, foi você que começou isso tudo mesmo – respondeu Ilka e deixou Tom refletindo sobre o seu próximo movimento, no corredor, deixando-o sozinho e indo em direção das masmorras.

Grindelwald chegou aos dormitórios, onde optou por trocar de roupa, tirando o uniforme com o qual havia passado o dia inteiro, substituindo-o por um traje de dormir. Como não teve tempo de jantar, resolveu comer algumas balas que tinha comprado na dedos de mel e havia guardado em seu baú para consumir durante a semana. Pegou também um livro, para passar o tempo enquanto Emma não voltava para o quarto, já que estava sem sono.

Alguns minutos depois suas colegas de quarto começam a chegar. Primeiro chegaram Walburga e Lucretia Black, que pareciam fofocar normalmente. Em seguida, chegou Druella Rosier, com uma expressão assustada. Macmillan foi a última a chegar no quarto e caminhou diretamente na direção de Ilka assim que passou pela porta.

— Está tudo bem? Vi que você foi atrás de Riddle, mas preferi não ir junto, não queria atrapalhar uma conversa que muito provavelmente era particular – disse Emma, chamando a atenção das outras três companheiras de quarto.

— Tom estava preocupado, apenas. Ele não queria voltar para o lugar onde ele mora, está assustado com o que aconteceu a Hogwarts. Também está apreensivo pois acha que sabe quem é o causador do ataque – insinuou Ilka.

Walburga se sentou na beira da cama de frente às duas, que pertencia a Lucretia, e as outras duas garotas imitaram o seu movimento.

— Tom está envolvido com o ocorrido? Ele corre risco de alguma forma? – perguntou a líder do trio, preocupada.

— Eu não sei, ele não me disse muito – mentiu – Deveria perguntar diretamente a ele, quem sabe ele conta um pouco mais. Agora se não se importam, vou me preparar para dormir – anunciou, querendo colocar um fim na conversa.

Ilka fechou e guardou o livro que estava lendo, levantando-se e caminhando em direção ao banheiro logo em seguida. A garota retornou para o quarto assim que acabou de escovar os dentes e prender o cabelo para passar a noite. Ao chegar lá, estranhou o clima descontraído.

Todas as quatro companheiras pareciam conversar animadamente, trocando fofocas e informações sobre seus relacionamentos. Era a primeira vez que Ilka via Emma interagindo com as outras três garotas descontraidamente, no momento em que entrou, a ruiva estava mostrando o seu anel para a menina Rosier.

— Perdi algo? – questionou, parada na porta, analisando a cena.

— Nada, Emma estava contando sobre seu noivo, o Lestrange – explicou Walburga, parecendo amigável até demais – Posso conversar em particular contigo, Bagshot?

— Claro – respondeu, hesitante, e abriu o espaço para que Walburga passasse pela porta, seguindo-a, para que conversassem no corredor sem as outras garotas.

— Eu só queria me desculpar com você. Fui imatura desde o primeiro momento em que nos conhecemos, agindo como uma criança quando os assuntos envolviam o Riddle. Não deveria ter lhe ameaçado, muito menos tentado sabotar o seu caldeirão em seu primeiro ano aqui.

— Então realmente foi você que sabotou? – perguntou Ilka, surpresa com a confissão.

— Pensei que era bastante óbvio... – admitiu a Black, sem graça – Hoje eu entendo a relação de vocês, não deveria ter ficado tão enciumada, afinal, eu nem tinha nada com ele.

— Qual o motivo dessas desculpas repentinas? – desconfiou

— Nenhum em específico. Minhas férias foram bastante esclarecedoras, e eu senti que não deveria continuar essa rixa sem sentido com você. Podíamos ser amigas, sabe? Eu não acho que você seja tão ruim, Bagshot.

— Obrigada, eu acho. Nesse caso eu também gostaria de pedir desculpas a você, Black. Após o incidente com o caldeirão eu fiquei bastante frustrada e convenci Tom a lhe dar uma poção que eu estava desenvolvendo. Eu te envenenei... Não me sinto mal, pois realmente queria testá-la, mas agora eu acredito que talvez não tenha sido o mais ético a se fazer com uma colega, afinal, eu não sabia os efeitos colaterais que poderiam lhe causar.

— Está tudo bem... Estou viva, não estou? – brincou Walburga – Trégua? – perguntou, lhe esticando a mão.

— Trégua – concordou Ilka, apertando sua mão em um cumprimento. As duas riram com toda a situação, uma fazendo graça da atitude imatura da outra – Já comentei que eu gosto do seu cabelo solto? Fica bem em você.

— Obrigada – Walburga agradeceu, tocando uma de suas mechas – Acho que esqueci de comentar, mas também estou noiva – comentou, mostrando-lhe o anel.

— Eu conheço o sortudo?

— É meu primo, Orion, não sei se o conhece, ele é mais novo que a gente.

— Oh, conheço só por nome, mas meus parabéns!

As duas retornaram ao quarto, ainda conversando, e naquela noite Ilka retirou o feitiço de proteção que tinha ao redor de sua cama. E foi a primeira vez que ela dormiu em Hogwarts sem se preocupar em ser atacada durante a noite.

 


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