A outra face da Rainha escrita por Sapphire


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

O que acharam do Capítulo?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/770646/chapter/3

Após o café da manhã na Granny’s e uma conversa sobre personagens de contos de fadas que Emma particularmente achou a coisa mais bizarra do mundo, porem ela entendeu ser algo totalmente inocente vindo do seu filho, ela pagou sua conta e saiu em direção ao fusca. Henry guardou rapidamente tudo na mochila e correu em direção a loira.

Estava empolgado e convicto que a sua mãe biológica veio para realizar mudanças. Ele precisava dar um jeito dela ficar e até para a própria Regina finalmente encontrar a paz que tanto buscou em StoryBrooke.

— Emma, onde você vai? – Gritou no seu encalço enquanto ajeitava a mochila nas costas, quase tropeçando no cadarço desamarrado.

— Se você ainda não percebeu garoto, eu vou embora. Já cumpri o meu trato que foi te trazer em segurança para casa. – Emma girou para olhar o menino enquanto andava para trás. – E agora cumprir com o trato com a sua mãe. Eu vou embora antes do expediente dela acabar.

Falando isso, voltou a andar para frente parando na frente do carro.

Henry arregalou os olhos apertando mais os passos. Assim que a mais velha tentou abrir a porta, ele bateu com força a impedindo de entrar.

— Você não pode ir embora, assim. – ele levantou os olhos para olhar sua progenitora. – Você tem que ficar. Precisa quebrar a maldição.

Seus olhinhos verdes como da sua mãe se espremeram contra a luz solar.

— De novo esse assunto? Achei que já tínhamos terminado. – Ela o afastou da porta abrindo a mesma jogando a jaqueta vermelha lá. – Porque não esquece esses contos de fadas?

— Porque não está certo. – Rebateu rapidamente. – E eu quero que você fique na cidade. – Seus olhos tristes cortou o coração de Emma. – Se você não gostar de mim e nem de StoryBrooke você vai embora, mas fica pelo menos um mês.

— UM MÊS? Henry, eu não posso. Eu tenho uma vida em Boston e tem meu trabalho. Aqui não é meu lugar. Você pertence a sua mãe que no caso não sou eu. – Seu olhar era duro e tentava ser realista demais para um garoto de apenas dez anos.

— Mas você é a salvadora.... – Ele começou a frase, mas não teve tempo de terminá-la.

— Esqueça os contos de fadas, eles não são reais. – Emma falou ríspida, mas no segundo seguinte arrependera-se de ter falado daquela forma só de ver a feição de Henry, fizera um estrago feio nela.

Aquelas palavras cortaram em milhares de pedacinhos o coração de uma criança cheia de esperança.

— Então você realmente me deu para a adoção porque nunca me amou. – Ele correu para longe dela fugindo da sua presença

— HENRY! – Gritou desesperada. Ela tentou correr atrás, mas foi em vão já era tarde demais, ela o havia perdido de vista. Para a loira não seria um problema encontrar o garoto em uma cidade pequena, afinal de contas ela trabalhava com isso, em encontrar pessoas. Sem perder mais tempo Emma entrou no carro e dirigiu por toda a cidade.

Ao passar em frente à delegacia ela não perdeu tempo e correu até o posto da policia e lá encontrou o xerife da cidade. O mesmo homem na noite passada na casa da prefeita.

— Senhorita Swan! – O jovem rapaz exclamou ao vê-la. Carregava um sorriso simpático e amigável.

Emma leu o nome dele que estava na plaquinha sobre a mesa.

— Xerife Graham.... Preciso de sua ajuda. Henry sumiu e preciso encontra-lo antes que a Regina fique sabendo disso. – Sua voz saia ofegante e o peito subia e descia com muita rapidez.

— O garoto fugiu de novo? – Ele levantou de um pulo da sua cadeira – O que houve?

— Importa agora nesse momento? – Perguntou incerta.

— Vamos checar na escola. – disse determinado correndo para fora da delegacia.

— Acho que o último lugar que Henry estaria seria a escola com tanta gente em volta e ainda mais chateado, com todo respeito Xerife, mas venho nesse ramo há muito tempo.

Graham parou virando-se para Emma.

— Talvez por ser o último lugar que ele iria que devemos nos certificar se de fato ele não veio. Henry gosta muito da professora dele.

Não foi difícil encontrar o lugar, ficando perto próximo a uma enorme praça reclusa do centro em uma área bem arborizada. Não havia absolutamente nenhum sinal de criança, pois ainda não havia dado o horário de saída. Emma entrou na escola logo atrás de Graham e logo encontrou a sua professora, Mary Margaret Blanchard.

— Em que posso ajudar? – Uma jovem moça de cabelos curtos e pretos com as feições doces sorriu para Emma. – Alguma coisa de errado, xerife? – Seu sorriso murchou quando seus olhos caíram sobre Graham.

— Estou procurando por Henry Mills, ele está aqui? – Foi direto mal olhando para cara da jovem. Aquilo arrancou uma careta de Emma.

— Na verdade não. Henry não veio hoje. – Sua voz saiu meiga e seu olhar assustada para a situação a sua frente. – Pensei que estivesse doente em casa. A prefeita não falou nada.

— Droga! – xingou Emma.

— O que houve? – A professora olhou confusa e olhando para trás pediu um momento para seus alunos e saiu com os dois que entraram em sua sala feito um furacão e ofegantes.

Assim que percebeu que ninguém poderia escuta-los pediu para que prosseguissem.

— Na verdade tivemos uma discussão e ele fugiu de mim. – Seus olhos demonstravam incerteza de falar aquilo com Graham por perto. – Regina vai me matar.

Emma disse aquilo sentindo uma profunda tristeza por talvez decepcionar a morena. Não entendeu bem aquele sentimento e fez uma careta disfarçadamente.

— Desculpa perguntar, mas quem é você? – Mary olhou confusa.

— Desculpe. Me chamo Emma Swan. – Estendeu a mão em um cumprimento – Sou a mãe biológica do Henry.

A boca da morena abriu formando um O de surpresa, mas logo ela balançou a cabeça tentando recuperar do choque.

— Desculpe por isso, eu não esperava. Eu sou Mary Margaret, a professora dele. Bem, Emma.... Henry não está aqui ou se quer apareceu por hoje.

Emma caminhou de um lado para o outro preocupada com o filho e também porque iria enfrentar a fúria de uma prefeita maluca ciumenta. Parecia que o plano para sair o mais depressa da cidade iria por água abaixo.

— A mãe dele vai ficar uma fera comigo e eu fico preocupada também, embora tenha que admitir que ele é muito esperto.

— Já conheceu a Prefeita Mills?

— Para o meu desagrado sim. – Emma entortou os lábios que tirou uma boa gargalhada da professora. – O que foi?

— Desculpe, mas é que a sua antipatia pela Regina pareceu tão ela. – Confessou. – Por um momento pareceu que ela estivesse aqui na minha frente. Reconheço que ela não é uma das pessoas mais fáceis de lidar.

Emma paralisou lembrando da história do Henry rapidamente, mas tratou logo de afugentar tais pensamentos porque não faziam sentindo.

— Já que ele não está aqui vou voltar para o meu carro para continuar a busca. – Graham disse saindo dando as costas as duas mulheres.

Ambas ficaram olhando o homem sumir no fim do corredor.

— Bom, o foco é o Henry. Não o vejo desde ontem, mas você já tentou ver se ele está na praia no castelo? É o lugar que ele sempre vai. – Mary aproveitou para falar quando o xerife saiu de cena.

—Obrigada pela ajuda. – Emma correu o mais rápido que pôde até o seu carro e dirigiu até o lugar que Mary havia lhe informado e rapidamente ela viu um pequeno garotinho sentado em um forte de madeira de cabeça baixa, com o mar de plano de fundo.

A loira praguejou mentalmente quando foi aproximando e notou que seus olhos estavam vermelhos pelo choro. Naquele momento ela se sentiu um monstro por tê-lo feito chorar, sendo que ele era apenas uma criança que possivelmente estava tentando buscar algum conforto nas histórias infantis de um livro de contos de fadas.

— Henry?! – O chamou sentando ao seu lado.

O menino limpou os olhos virando o rosto. Seus lábios formaram um bico perfeito. Aquele gesto fizera Emma suspirar.

Henry falava de forma madura quando conversava, mas isso não anulava que ele ainda era uma criança cheia de sonhos.

— Me desculpa, tudo bem? Não queria ter falado daquele jeito com você, mas é que.... – A loira não pôde terminar a frase.

— Você não acredita em mim e não quer ficar comigo. – Ele soluçou e Emma se sentiu um monstro. – Estou dizendo a verdade. Eu só pedi para que você ficasse aqui algumas semanas, e isso não ia te custar nada.

A loira suspirou e puxou o rosto dele para si segurando entre as suas mãos. Enquanto os dois se encaravam Emma pode notar que os olhos verdes de Henry eram idênticos aos seus, e estavam desapontados.

— Está bem! Eu fico em StoryBrooke por algumas semanas. Mas que fique claro que a sua mãe não vai gostar nada disso. – Responde sem soltar o rosto do seu filho.

O semblante até então choroso abriu-se em um largo sorriso. Sem perceber Emma estava sorrindo também e aquilo aqueceu seu peito.

— Você está falando sério?

— Sim, eu estou! Mas com uma condição! – Impôs de forma seríssima afastando-se um pouco dele.

— Qual? – Questionou curioso.

— Nunca mais fuja da escola. - Ele concordou com a cabeça sorrindo sem pensar. – Vamos, eu preciso te levar para casa antes que sua mãe veja que estou aqui ainda e queira me matar. E claro, ainda preciso procurar um lugar para ficar.

Os dois entraram no carro e ao passarem pelo centro Henry sorriu ao ver que o relógio da torre já não tinha os ponteiros onde sempre costumava ficar, ele estava funcionando. Eles pararam em frente a mansão 108 e mal tiveram tempo de pisar em frente ao portão e Regina já corria na direção dos dois.

Os olhos repletos de fúria para a loira diziam que ela parecia saber o que Emma havia feito e decidido.

— Eu posso explicar. – Emma deu um sorriso amarelo.

— Você não vai explicar nada, senhorita Swan! Você vai entrar naquele carro e ir embora da minha cidade.

— Mãe.... – Henry chamou, mas foi impedido por uma morena enfurecida.

— Entra para casa. Você está de castigo. – Ela o olhou rapidamente, e assim que os pés pequenos começaram a correr para dentro de casa sumindo de vista das mulheres pelas escadas, as duas voltaram a se encarar.

— Eu só trouxe o Henry para casa porque ele havia fugido.

— Eu sei bem também porque ele fugiu. Porque ainda está aqui senhorita Swan? Achei que havíamos deixado bem claro essa manhã que eu não a queria aqui. – A voz da prefeita havia saído mais fria do que o normal, e Emma não gostou nenhum pouco de como aqueles palavra soaram a ela.

— Olha só senhora Prefeita Esquentada! Não é você e nem ninguém que vai ditar o que eu faço ou deixo de fazer. Você não manda em mim. Se eu quiser ficar na cidade eu vou ficar na cidade você gostando disso ou não e para você saber eu decidi ficar.

No exato momento que a palavra “ficar” foi dita o relógio da torre badalou assustando a morena que fizera seus olhos se arregalarem como duas bolas de gude. Regina nunca ficou tão pálida na sua vida como até aquele momento e isso não passou batido pela loira. Emma olhou na direção do relógio sem entender porquê de tanta preocupação e voltou a atenção a mulher a sua frente que estava ainda parada sem demonstrar nada além de medo.

Percebendo como estava, Regina tratou de mudar a compostura e a feição que a prefeita lançou na forasteira foi uma incógnita para Emma decifrar.

— Está me desafiando, senhorita Swan? – Regina desceu o degrau da sua porta ficando poucos centímetros da loira com a voz calma e rouca. Emma pressentiu que aquele tom de voz representava algum perigo muito mais do que o anterior.

O sentimento de perder seu filho viera com a antiga experiência de ter perdido uma filha e aquele episódio a marcaram tão profundamente que no menor sentido de sentir ameaçada ela se tornava uma leoa em qualquer situação.

— Não! – Emma não recuou – Estou avisando que ninguém manda em mim e as suas ameaças não me amedrontam!

O olhar de Emma era puro desafio e de quem está dentro para uma boa briga. Regina viu naqueles olhos o mesmo olhar uma enorme familiaridade. Ela se viu neles na época que era a Rainha e amava tudo aquilo. Amava um desafio.

— Você acaba de declarar uma inimiga. – Regina declarou com um sorriso diabólico.

— Se for fazer algo contra, tente o seu melhor Mills, porque eu não levo desaforo para casa! – Ela sorriu e como se uma energia envolvesse os seus corpos, um vento forte atingiu as duas.

Aquilo tudo era assistido por Henry, que escorado a sua janela estava boquiaberto e feliz ao mesmo tempo. O relógio era prova de que Emma iria quebrar a maldição. As duas estavam tão preocupadas em e odiar que nem notaram a enorme sincronia que as envolviam e uma forte energia que as atraiam por uma força muito maior do que ódio que elas mesmas acreditam nutrir uma pela outra. Os laços de sangue eram maiores.

 Emma virou as costas determinada em buscar um lugar para ficar.

***

Floresta Encantada

Regina estava em seu cofre verificando os últimos ingredientes para realizar a maldição. Sua filha estava em uma cadeirinha projetada pela rainha inclinada onde podia ver sua mãe trabalhando em seus ingredientes secretos.

A pequena loirinha sorriu, mostrando que ali não havia nenhum dente aparente. Amava ver a mãe mexendo em seus tubos de ensaios coloridos, sempre haviam fumaças de cores exóticas que faziam barulhos que lhe prendiam atenção, mas pela primeira vez a menina não olhava para a mais velha, estava entretida em algo muito mais atrativo. Regina olhou em direção ao que sua filha estava distraída e sorriu ao ouvir sua risada, mas logo com o que vira fez a rainha arregalar os olhos e correr imediatamente em direção ao seu bebe.

Sua pequena estava a risadas e brincadeiras com um leão tamanho real que enfeitiçara a partir de seu boneco de pelúcia, com enormes presas lambendo o pé miúdo e rosado descoberto da criança. Suas mãozinhas próximas a juba do leão estava se aproximando cada vez mais das presas do animal.

— Emma! – Regina desfez o contrafeitiço, tornando-o um em uma pelúcia novamente e tirou de perto da filha – Eu não posso trabalhar um momento, me distrair com você que já apronta? – A rainha fizera uma falsa carranca, mas aquilo foi o suficiente para que a loirinha fizesse um bico ameaçando a chorar.

No mesmo instante Regina arrependera-se de ter sido dura e pegou a filha no colo a aninhando nos braços.

— Desculpe meu raio de sol, a mamãe não quis ser má com você – Lhe deu um beijo estalado na cabeça. – Mas você não pode fazer magia enquanto estou ocupada. Você pode se machucar.

A menina se calou com aquele sermão de acalanto.

— Precisa de ajuda? – Henry apareceu na porta do cofre.

— Sim. Fique de olho nela enquanto estou ocupada. – Regina passou a sua filha para o colo do pai, e de imediato a menina foi sem chorar, abrindo um sorriso para o avô materno.

— Ela se parece demais com ele. – Henry comentou e Regina com o rosto fechado virou para o seu pai. – Desculpe. Não vai se repetir esse meu comentário. Com certeza ela herdou o seu talento e versatilidade em magia.

Aquilo arrancou um sorriso discreto na rainha.

Henry se afastou levando consigo a neta, dirigindo-se ao quarto da menina e a empacotou com a sua manta onde seu nome estava bordado. Era o favorito da menina e logo ela adormeceria em poucos minutos.

— Porque não desiste dessa história de vingança, Regina? Agora você tem um amor muito maior e melhor que é o da sua filha. Esqueça-os. – Henry disse com certa suplica na voz.

A rainha se virou para seu pai lentamente segurando a fúria que a consumia por dentro. Cada dia era mais difícil não se lembrar da traição.

— Você acha que depois do que o Encantado me fez eu deveria deixa-lo em paz? Eu não posso ver Branca de Neve feliz com alguém quando ela destruiu o homem que eu amava. Não, papai. Fui longe demais para desistir agora.

Henry suspirou. Sabia que nada poderia falar para convencer a sua filha do contrário.

Enquanto Regina preparava algumas poções e realizava experimentos, a pequena que estava  no braços do avô em um piscar de olhos fez sumir do laboratório os tubos de ensaio, como os venenos usados pela mãe e em seu lugar trouxe um belo jardim com diversas flores e borboletas.

— Mas o que?? – Regina perguntou a si confusa olhando a sua volta.

O bebe gargalhou quando uma borboleta pousou em seu nariz em seguida fazendo-a espirrar.

— Emma! Hoje você está impossível. – A rainha ralhou com ela perdendo sua pose.

— Talvez seja melhor dar atenção a menina. – Seu pai sorriu satisfeito que não era o único que desaprovava as atitudes da rainha. E que vingança não era o melhor caminho para um coração magoado e sim o perdão.

— Ótimo. Porque vocês dois estão impossíveis hoje – Ela revirou os olhos tomando a filha no colo e se afastando daquela sala. – Você é uma menina danada.

Emma gargalhou com as cocegas que a mãe lhe dava, as risadas que ecoaram no corredor do castelo morreram no momento que Rumplestiltken apareceu diante das duas.

— Parece que alguém está sabotando a sua vingança querida. – O senhor das travas usou seu tom irônico sempre que queria fazer algum tipo de piada com uma situação séria.

— Rumple – O nome do senhor das trevas fora pronunciado carregado com bastante nojo pela Rainha. A pequena loirinha observava atenta a criatura estranha de pele esverdeada diante dela.

— Vejo que você perdeu o tato para tortura. Deixe-me ver? – Ele colocou um dedo na boca e fingiu estar pensativo – Acho que a maternidade não lhe caiu bem. Gostava mais de antes. O desejo de vingança.

— As coisas não mudaram nesse aspecto – Regina recomeçou a andar ignorando a sua presença. – Eu só coloquei outras coisas como prioridade

— Eu posso ver – Rumple colocou o dedo na frente da Emma. – Olá queridinha. Você é a cara do seu pai.

A loirinha segurou o dedo do senhor das trevas no mesmo instante apertando com força fazendo o homem gritar e a menina rir divertindo- se com a situação.

Olhos amendoados do senhor das trevas brilharam de malicia.

— A pestinha é forte. Mas acho que posso dar um jeito. – Ele sussurrou para si mesmo, não deixando a morena ouvir seu comentário.

— O que você pensa que está fazendo? Se afaste a minha filha. – Regina caminhou a passos largos até o quarto da criança para lhe deixar no berço.

— Eu vim ver a criaturinha com meus próprios olhos para ter certeza se ela era idêntica a mãe ou ao pai. E vejo que ela não é nada parecida com você. Ela tem uma alma leve e inocente, você não acha? Como você costumava, Regina.

Aquele comentário fizera Regina se segurar para não lançar o seu antigo professor pelos ares. Mas ela não era nem louca em tentar desafiar ao senhor das trevas. Em matéria de magia, ela levaria uma surra e colocaria em risco a vida do seu bebe.

— Agora que você já a viu, pode ir embora! – suas palavras saíram rude.

Com sua risadinha clássica Rumplestiltkem sumiu em um estralar

***

 

Os primeiros raios de sol da manhã invadiram o quarto da prefeita de StoryBrooke, junto com os cantos dos pássaros que pousavam na arvores do jardim da casa construindo ninhos. Tudo parecia na mais completa paz, mas não na cabeça da antiga rainha.

Não conseguira dormir à noite toda com diversos pesadelos a toda hora em que conseguia adormecer. Sua mente lhe levava a um passado distante onde sua mãe lhe arrancava o coração de Daniel diversas vezes do seu amado e o esmagava sem piedade o homem que um dia pensou em construir uma família.

Mas o pior de todos os pesadelos que sempre lhe atormentava as noites frias e quentes, eram os que tinha sua filha nos braços e depois lhe eram arrancados. O seu pequeno raio de sol, que trouxe luz e esperança para sua alma perdida conseguiu ser a pior dor que já sentira em toda a sua vida após a sua perda. Nada conseguia preencher aquele buraco que insistia crescer cada vez mais dando espaço a frieza.

Nem mesmo Henry conseguira tal façanha que a sua filha fizera, que foi lhe trazer paz. Ela amava o seu filho com todas as forças, mas um filho não substituiria a perda do outro jamais. E ela só voltaria a ser completa quando encontrasse a sua garotinha.

Regina segurou o cavalinho esculpido de cristal em sua mão, que foi a única lembrança que trouxera junto da floresta encantada após a maldição. Aquele objeto trazia muitos significados com eles, como o sorriso do seu bebê que surgia ao ver um cavalo e a sua juventude quando ainda era inocente e apaixonada antes de a Branca de Neve e sua mãe arruinarem a sua vida.

Guardava aquele objeto com todo carinho e cuidado em uma caixa com chave.

Ela beijou a peça e voltou a guardar em sua caixinha e voltaria ao seu cofre secreto no meio da floresta para que ficasse em um lugar seguro. Nunca mostrou aquilo ao Henry e levaria para sempre o seu segredo.

Após a noite mal dormida pelos pesadelos, não só os sonhos lhe perturbaram, mas uma sensação incomum lhe abateu quando pensou na loira intrometida que apareceu dizendo ser a mãe do seu filho. Não foi somente a ideia que a loira lhe incomodava de um jeito avassalador por representar um perigo em lhe tirar o Henry, mas porque aqueles olhos verdes lhe transmitiam inocência e familiaridade que a deixava desconfortável.

Depois que deixou a senhorita Swan calada em seu devido lugar quando lhe jogou tudo o que pensava em seu respeito e lhe ameaçar para sair da cidade seu coração ficou do tamanho de uma bolinha de gude e através das frestas das cortinas em sua janela viu lagrimas escorrerem pela face rosada da jovem loira.

Aquilo foi demais para si mesma, pois como rainha má nunca sentira compaixão de ninguém, nem mesmo pelo seu próprio pai, pois o matara para chegar onde estava não medira seus atos. A única pessoa quem foi capaz entrar no seu coração foi seu filho Henry, onde lhe deu a oportunidade de amar novamente.

Uma forte magia encontrava-se no ar desde que Emma Swan cruzou as fronteiras da cidade e de uma coisa a Prefeita de certeza precisava saber quem era aquela moça e porque algo diferente existia naquela atmosfera.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A outra face da Rainha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.