Não me ignore, Hinata! escrita por Honora


Capítulo 1
único


Notas iniciais do capítulo

Oi! Então, faz pouquíssimo tempo que eu acompanho Haikyuu, mas eu já estou apaixonada por esse casal, sério. É impossível não shippar esses dois.
Espero que gostem.



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Quando pisou na quadra de vôlei pôde ouvir “boa tarde” de todos os seus colegas de time, embora seus olhos estivessem focados em Hinata Shoyo, o único que não lhe cumprimentara. 

— Desculpe o atraso, não irá se repetir! — a pose de respeito logo foi desfeita quando Daichi lhe lançou um sorriso e o acalmou com olhos pacíficos. 

Kageyama quis que suas próprias palavras fossem, de fato, verídicas, mas tinha uma grande incerteza entorno disso. Afinal, os sonhos extensos com Hinata tornavam-se cada vez mais recorrentes, fazendo-o acordar em cima da hora, suado e confuso. Não negava a si mesmo o que estava acontecendo, claramente seu corpo sentia-se atraído por Hinata, embora não tivesse tanta certeza se sua mente estava de acordo. 

O que de fato estava o incomodando não eram os sonhos quentes ou as imagens em sua mente de Hinata, mas sim o quanto o garoto estava em um papel contínuo em lhe ignorar. Não era a primeira vez que Hinata o olhava rapidamente e desviava o olhar, com as bochechas vermelhas e as mãos tremulas de nervosismo. 

Por algum tempo, se perguntou se ele sabia que Kageyama tanto sonhava com o garoto franzino, mas tinha certeza que era humanamente impossível que ele descobrisse, uma vez que não falava enquanto dormia ou compartilhava seus sonhos eróticos com alguém.  

Ainda que as coisas entre ele e Hinata continuassem comuns e assertivas nos treinos de vôlei, sua paciência estava se esgotando. Como Hinata conseguia confiar tanto nele nos jogos, se depois disso ao menos era capaz de olhar para Kageyama?  

— Ei, idiota, preste atenção no jogo! — gritou para Hinata, assim que o mesmo levara uma bolada na cabeça vindo do treinador. 

Hinata não resmungou ou disse algo, como pensou que faria. E aquilo fora o suficiente para que a aura envolta de si ficasse extremamente negativa e chamativa, ao ponto de Hinata olhá-lo (finalmente) com medo. Apesar disso, Kageyama se coibiu, jogando toda sua energia no jogo. 

— Oê, oê! O que há com vocês dois? — resmungou Tanaka, sem obter respostas. 

A tarde passou com uma lentidão impressionante. Sua mente não conseguiu concentrar-se devidamente no treino e a cada segundo que sentia sua paciência ser pisoteada por Hinata, Kageyama amaldiçoava-se internamente. Apesar de negar, era fatídico que um simples sorriso vindo de Hinata lhe fazia falta, além de suas palavras normalmente irritantes ou de sua mania única de retrucar tudo que Kageyama proferia. 

Queria pô-lo contra a parede, gritar e perguntar porque raios Hinata estava agindo tão indiferente. Não o fez, porém. Não achava aquele um momento apropriado, ainda que sua vontade fosse quase esmagadora. 

Saiu do ginásio ouvindo as tagarelices de Tanaka e Noya, enquanto Suga e Hinata caminhavam a frente.  

— Estou exausto — ouviu Hinata comentar, enquanto o mesmo espreguiçava-se e sorria abertamente. 

— Exausto de tanto errar as bolas? — retrucou Kageyama, soando maldosamente como Tsukishima. 

Hinata olhou-o surpreso, mas apenas deu de ombros, fazendo com que Kageyama se sentisse, de certa forma, desafiado. O que Hinata estava querendo com tudo aquilo, afinal?  

Quando decidira perguntar, a voz agitada de Hinata se fez presente, chamando sua atenção e o calando antes que pudesse formular uma frase repleta de indignação. 

Hinata caminhava em volta de sua bicicleta, as mãos na cabeça e o rosto incrédulo; os dois pneus estavam furados. 

— Ei, Tsukishima, isso não é divertido — acusou Tanaka. 

— Acha que eu perderia meu tempo com isso? — Tsukishima deu de ombros, voltando ao seu trajeto sem se importar com o olhar desafiante de Tanaka. 

— Oê, oê, não se preocupe, Hinata. A gente dá um jeito amanhã, quando as lojas estiverem abertas. Vá de ônibus hoje, certo? — Suga sorriu, tentando acalmá-lo. 

Hinata por fim bufou, reclamando baixinho e ameaçando quem quer que estivesse por trás da brincadeira — embora Hinata não fosse capaz de sequer machucar um inseto. 

Kageyama também continuou seu trajeto, sabendo exatamente que Hinata pegaria o mesmo transporte que ele. Ignorou os passos do garoto atrás de si e tentou inutilmente não escutar a conversa entre ele e Suga. Os pensamentos continuavam batucando em sua cabeça de forma incomoda, a situação inteira era uma completa dor de cabeça; não havia como continuar os treinos enquanto não soubesse por qual motivo Hinata tanto lhe ignorava. Perguntar não era uma opção, pelo menos não por enquanto. Queria descobrir por si só, assim como fazia com tudo ao seu redor. 

Despediu-se de Suga e aguardou o ônibus silenciosamente. Hinata assobiava e dava pequenos passos incertos, como se estivesse incomodado. Kageyama fingiu não notar. 

Quando o ônibus finalmente chegara, subiu, esperando que aquele dia apenas tivesse seu fim logo, pois não sabia o quanto mais sua paciência aguentaria. 

Contudo, sua mente deu espaço a surpresa. Hinata Shoyo sentava-se ao seu lado naquele momento, como se as coisas entre os dois continuassem perfeitamente normais, ou como se Kageyama não estivesse com uma aura sombria naquele exato momento. 

Tentou ignorá-lo da mesma forma que estava sendo ignorado. O olhar fixou-se na paisagem da janela, enquanto fingia que o simples encostar de sua perna na de Hinata não estava o incomodando.  

Ainda que tentasse voltar seus pensamentos para o vôlei, lá estava Hinata. Ainda que tentasse pensar nos estudos, lá estava Hinata.  

Hinata parecia uma pulga da qual jamais se desgrudaria de seu couro. Ainda que Hinata não lhe fizesse mal algum, pelo contrário, era um bocado de bons sentimentos — mesmo que admitisse apenas para si mesmo.  

— Idiota — sussurrou, esperando que o mesmo ouvisse.  

No entanto, deparou-se com a seguinte imagem; Hinata adormecera com a cabeça em seu ombro, usando-o como um travesseiro extremamente confortável. Embora o peso em seu ombro não fosse grande, não reparou antes, já que sua cabeça estava focada demais em pensar no quanto Hinata era singular (e irritante)

— Hinata! — gritou, atraindo alguns olhares curiosos. Hinata pulou para o lado, assustado. Kageyama sentiu ondas de choque por cada membro de seu corpo, em partes devido ao toque de Hinata, mas, principalmente, pela raiva descomunal que sentia naquele momento. 

— Eh! Desculpe, Kageyama! — as mãos abanavam na frente do próprio corpo, enquanto os olhos sonolentos não combinavam com o rosto assustado. 

— Você passa dias me ignorando, não consegue ao menos olhar pra minha cara, não troca palavras comigo, finge que não estou presente e depois dorme no meu ombro? Qual o seu problema, Hinata?! — o vinco entre as sobrancelhas tornava sua feição ainda mais assustadora, mesmo que Hinata já tivesse visto aquele rosto inúmeras vezes. 

— Eu... — enxergou-o coçar a nuca, desconcertado. — Não quis te ignorar, é que... 

— É que o quê? Se tem algum problema comigo, fale, idiota! Não vê o quanto isso atrapalha nossos treinos? — não vê o quanto isso me deixa puto, Hinata?! 

—  Você vai me odiar... 

— Vou te odiar mais se você não me disser o motivo — insistiu Tobio. 

— Ok. É... Nos últimos dias eu... bem, eu meio que venho sonhando com você — Hinata olhou para o chão, tentando esconder as bochechas avermelhadas e os olhos tímidos — São sempre sonhos amorosos — engoliu em seco e, em seguida, afastou-se de Kageyama, protegendo-se com seus braços. 

Quando percebeu que Kageyama não iria lhe bater, olhou-o com curiosidade. Seu silencio foi sepulcral. 

— Eu sempre me senti confortável com você, Kageyama. Tanto nos treinos como em qualquer outro momento. Mas esses sonhos me deixaram um pouco perdido, entende? Precisava de um tempo para processar tudo — sussurrou Hinata. 

— Devia ter me contado antes. 

— Por que? 

— Porque eu também sonho com você, Hinata — Kageyama deu de ombros, ignorando a surpresa no olhar de Hinata. 

— Então... Nós vamos falar sobre isso? — perguntou timidamente, coçando a nuca insistentemente. 

— Mais tarde — decidiu, voltando a olhar pela janela. 

— Você não está bravo comigo, não é?  

— Não, idiota. Mas se você me ignorar novamente eu vou fazer questão de cortar dezenas de bolas na sua cabeça. 

— Certo! — Hinata riu baixinho, apoiando a cabeça novamente no ombro de Kageyama, que, por sinal, não havia achado o ato tão ruim assim... 

 


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Notas finais do capítulo

Primeiro eu queria dizer que não tem nada mais sexy do que o jeito que o Kageyama fala "Hinata", é fora dos padrões.


Então, como eu disse, faz pouco tempo que eu acompanho o anime (eu nem terminei a primeira temporada hsuahsua). Foi mais um teste pra mim saber se eu deixei os personagens ooc ou se condiz com as personalidades deles.

Deixei o capítulo longo pra não rolar nenhum beijo no fim né? HSUAHSUAH desculpa, foi inevitável.
Obrigada por ler ♥



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