Sherlock - Season 5 escrita por TinaS


Capítulo 19
O Jogador desaparecido - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Gente me desculpem a demora ta bom?
Muita correria, mas eu não desisti da história. Obrigada pelos comentários eles me ajudam muito a continuar postando.
Espero que gostem.
Boa leitura ^^



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Sherlock desligou o telefone um tanto intrigado. Ele percebeu algo de errado na fala de Molly, alguma coisa estranha porém não conseguiu distinguir. Esse foi um dos atributos que ela aprendeu com Sebastian e que o Holmes odiava: ela sabia mentir. Resolveu deixar toda essa teoria de lado e se concentrar no que realmente importava naquele momento. Ele tinha que descobrir sobre o desaparecimento daquele jogador e o motivo. Ainda não era tão tarde assim e a Sra. Hudson adentrou o apartamento do detetive acompanhada de um homem. Já era de idade e parecia alguém importante e carrancudo.

Em que posso ajuda-lo – Sherlock perguntou sem delongas.

Quem é o senhor, e com que direito mexeu nas coisas de meu sobrinho? – perguntou o homem.

Sherlock percebeu na hora do que se tratava, aquele era Sr. Mount-James o tio de Godfrey. 

Sou um detetive particular, e estou procurando explicar o desaparecimento de seu sobrinho – o Holmes respondeu enquanto sentava em sua poltrona.

Ah, é? E quem o chamou, senhor Holmes? – o tom dele foi de total desagrado.

O treinador do Sr. Godfrey – o detetive encarou o homem sem medo – ele me procurou por indicação da Scotland Yard.

E ele está disposto a arcar com as despesas? – Sr. Mount-James estava irado.

Então esse era o ponto e Sherlock entendeu bem. O homem era um rico pão duro e que não parecia se importar com o bem estar do sobrinho.

Tenho certeza, senhor – o detetive retrucou - de que o Sr. Godfrey, quando for encontrado, estará pronto a pagar.

Mas e se nunca for encontrado, hein? Responda – o velho não estava para conversa amigável.

Nesse caso, sem dúvida a família…- Sherlock foi interrompido.

Nada disso! – gritou o velho – não espere de mim nem um centavo! Nem um centavo! Sou a única família que o rapaz tem, mas não sou responsável. Se ele tem expectativas, é pelo fato de eu nunca ter desperdiçado dinheiro, e não pretendo começar a fazer agora.

Muito bem – disse Sherlock já sabendo o que teria que fazer para lidar com aquele homem – posso perguntar-lhe se tem alguma teoria a respeito do desaparecimento do rapaz?

Não tenho – Sr. Mount-James disse curto e grosso – ele tem idade bastante e tamanho suficiente para tomar conta de si mesmo, e, se é tonto a ponto de se perder, recuso-me a assumir a responsabilidade de mandar procurá-lo.

Compreendo perfeitamente sua posição – disse Holmes, com um brilho malicioso no olhar – talvez o senhor não compreenda a minha. Parece que Godfrey Staunton é um homem pobre. Se foi raptado, não pode ter sido pelo que possui. Mas a fama de sua riqueza, Sr. Mount-James, pode ser que ladrões tenha raptado seu sobrinho para obter informações quanto à sua casa, seus hábitos e seu dinheiro.

O rosto do desagradável visitante ficou branco como um lençol.

Deus do céu, que ideia! – o velho disse assustado – que bandidos desumanos há neste mundo! Mas Godfrey é um bom rapaz, um rapaz direito. Nada o induziria a trair seu velho tio. Tirarei todo o dinheiro da casa e obras de arte, tudo que tem de valor e nesse tempo, não poupe esforços, senhor detetive – ele apertou a mão do Holmes - quanto ao dinheiro, pois bem, pode contar comigo arcarei com as despesas.

Mesmo nessa mansidão que se mostrou tão rápida quando ele se sentiu ameaçado, ou melhor seu dinheiro sendo ameaçado, o rico tio avarento não deu uma informação que fosse válida, pois pouco sabia da vida particular do sobrinho. Os dois se despediram e então o celular de Sherlock tocou.

Você nunca me liga, o que quer? – Sherlock disse sério.

Sabe caro irmão acho que sua parceira está tendo um dia ruim – Mycroft disse sarcasticamente.

Ela está em casa com um mal estar, não que isso seja da sua conta – o detetive retrucou irritado.

Então acho que ela mudou de casa – o Holmes mais velho disse ganhando a atenção do irmão.

Sem joguinhos Mycroft – ele disse – o que está acontecendo.

Parece que a Dra. Hooper veio fazer uma visitinha ao presídio – Mycroft disse vitorioso – e nós dois sabemos quem ela veio visitar.

Ele desligou o telefone e tudo o que Sherlock conseguia pensar era na raiva que estava sentindo por ter sido quase enganado. Ele sabia que tinha algo errado, mas desviou o foco para o caso e esqueceu que Molly tinha vontade própria e nem sempre eram as mais sábias escolhas que ela fazia.

—x-

Molly conseguiu permissão para ver Sebastian. Na verdade era só mencionar o nome de Mycroft que muitas portas poderiam se abrir para ela e o ter como cunhado naquele momento não poderia ser mais vantajoso. Ela estava dentro de uma sala esperando Sebastian aparecer, haviam câmeras ali e um vidro de proteção que tinha apenas uma pequena e estreita abertura que provavelmente era destinada a troca de objetos entre os visitantes e prisioneiros. Seu coração disparou e sua respiração começou a ficar ofegante. Ela não vira Sebastian desde os ocorridos e aquilo não a deixava confortável, mas lhe daria liberdade e era isso que ela mais queria.

Liberdade.

Quando a porta se abriu e ele apareceu, sua expressão mal mudou. Mas aquele sorriso ainda estava lá, o sarcasmo, era como se ele soubesse que mais cedo ou mais tarde ela estaria ali.

Como eu pensei – ele disse assim que o agente o colocou sentado e algemado – saudades de mim Molly?

Eu não viria aqui se não fosse bom para mim – ela o encarou com nojo.

Sherlock está nos observando das câmeras? – Sebastian acenou para uma.

Eu decidi vir sozinha – Molly o ignorou e abriu a bolsa tirando o papel de lá – como eu disse eu estou mais aqui por mim do que por você.

Então por que está aqui? – Moran ignorou o papel nas mãos da legista.

Vim entregar essa carta que Jim deixou comigo para você – ela passou a carta pela abertura no vidro levantando da cadeira – isso tira um peso dos meus ombros e mesmo que eu te odeie – ela o olhou vendo a expressão emotiva dele olhando para a carta – eu espero que essa carta te dê um pouco de paz.

A legista caminhou até a porta e sem olhar para trás caminhou saindo daquele lugar, e a cada passo que ela dava mais se sentia livre, mais se sentia como ela mesma e um sorriso se formou em seus lábios. Aquela parte da vida dela havia acabado e de agora em diante tudo o que ela queria era ser feliz ao lado dele.

Sherlock.

—x-

Molly apertou o botão do elevador e enfim chegou ao seu andar. Estava exausta e o relógio já marcava 22:56. Estava se sentindo bem melhor, mas por um lado sentia-se culpada por ter mentido para o Holmes e se ele descobrisse poderia despertar seu pior lado. Girou a maçaneta da porta depois de destrancá-la e ao entrar em seu apartamento viu uma cabeleira cacheada. Sherlock estava sentado na poltrona dela a observando enquanto ela fechava a porta.

“Droga” pensou a legista.

Ele queria estar errado, queria que fosse apenas uma brincadeira de seu irmão mais velho. Mas ao quando chegou ao apartamento viu que Molly não estava lá e que ela realmente havia mentido.

Sherlock – ela disse com a voz trêmula.

Onde você estava? – ele quis perguntar mesmo sabendo da resposta.

Bem eu – a legista pensou – fui até a farmácia.

E não comprou nada? – ele arqueou uma sobrancelha – acha que eu sou idiota?

Não, Sherlock me escuta – ela tentou se aproximar.

Mycroft me ligou – ele recuou levantando da poltrona – mas eu não precisava que ele me contasse, basta olhar para você – ele a encarou – os dedos estão com resquícios de carbonato de chumbo, mostrando que teve que coletar suas digitais, seu cinto está desafivelado o que mostra que você passou por um detector de metais. O que você foi fazer no presídio?

Eu...- Molly fechou os olhos sentindo um choque de emoções.

Vou reformular a pergunta – Sherlock a encarou com o olhar de decepção – por que foi ver Sebastian Moran?

Eu precisava fazer isso – a legista retrucou mais firme – eu tinha que entregar aquela maldita carta que Moriarty deixou comigo para ele.

Precisava mentir e omitir o fato? – o detetive aumentou a voz – e se naquele carta tiver algo que te deixe em perigo?

Não tinha – Molly o olhou nos olhos.

E como tem tanta certeza Hooper? – ele a chamou pelo sobrenome.

Molly sentiu que um grande abismo havia sido aberto entre os dois. Como se tudo o que construíram naqueles dias fosse insignificante. Sherlock estava se afastando, estava decepcionado. Ele se sentia excluído daquela decisão.

Porque não veio até mim?! – ele perdeu a paciência e gritou – Porque não me pediu ajuda?!

Isso não tem nada a ver com você! – Molly ficou de frente para ele decidida a não ceder, ela gritou mais alto – tudo aconteceu comigo, minha vida mudou completamente, então não me venha com essa Holmes – aquilo doeu no coração dela e a legista nem imaginava o que ele estava sentindo – isso não é um de seus casos. Você não tem nada a ver com isso.

O telefone de Molly toca e ela encara a tela. Suas mãos suavam e ainda mais, seu coração parecia apertado e pesado. Sherlock pegou o casaco pronto para ir embora dali, não queria passar mais nem um minuto pensando naquilo, era uma perda de tempo bater cabeça com Molly e se ela não entendia a posição dele não valia o esforço querer explicar. Voltaria a focar no caso do atleta e dessa vez sem interrupções.

Não irei mais me intrometer em seus assuntos – Sherlock disse ao abrir a porta – boa noite Doutora Hooper.

Molly sentiu as lágrimas caírem sobre seu rosto quando viu a porta bater e ele sumir de suas vistas, mas ela estava certa não estava? Ele não tinha direito sobre as escolhas e a vida dela. Ela repetia para si mesma...

Você está certa.

Mas então porque sentia que havia feito tudo errado?

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?
Essa briga dos dois em?
Não esqueçam de comentar ta bem?
Eu prometo não demorar para postar os próximos!!!
Bjos
TinaS



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