O que eu não te digo escrita por Lillac


Capítulo 2
Antagonistas e vilões


Notas iniciais do capítulo

Um guia por Piper McLean.
Espero que gostem!



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Por sorte, Sally Jackson era a alma mais compreensiva do universo, assim como ela sonhara, er, imaginara. Quando ela, muito hesitantemente, havia dito em uma voz miúde que “eu sinto muito, mas eu meio que totalmente não como carne” no meio de uma churrascaria, Nico havia rido a ponto de chorar, e Sally precisara colocar uma mão no ombro dele de forma repreensiva para fazê-lo parar, e Percy e Reyna a olharam como ela se ela houvesse subitamente crescido duas outras cabeças.

— Está tudo bem, querida, eu tenho certeza que eles devem vender salada aqui também.

— Salada em uma churrascaria — Percy murmurou, no que ele provavelmente achara que era um tom baixo.

Piper não comia só salada. Haviam um milhão de outras coisas que vegetarianos podiam comer, e- e ela decidiu que aquele provavelmente não era o melhor assunto para se ter no meio de um almoço em família. Quanto mais de uma da qual ela sequer fazia parte. Então Piper ficou bem quietinha e comeu sua salada de tomate, enquanto Percy parecia devorar um frigorífico inteiro de churrasco. Reyna — supostamente aquela que tinha aquele restaurante como favorito — se reteve à dois pratos e uma sobremesa de limão. Piper estava positivamente perdida até Nico comentar:

— Campeonato chegando?

— Clarisse me encontrou no vestiário hoje e disse que vai esfregar o chão do ringue com a minha cara — ela deu de ombros.

— Isso seria desconfortável — Percy concluiu.

— Espero que você não tenha dado ouvidos à ela — Sally ultimou.

Piper comeu uma alface sonoramente.

— Ao comentário de mal gosto, não. Mas Clarisse é uma das competidoras mais fortes. Não importa o quão desagradável ela seja fora do ringue. Subestimar isso só vai terminar comigo. Literal e subjetivamente.

— A gente pode treinar depois do... —

— Não, não podem — Sally interrompeu o filho — você tem dever de casa, e toda vez que vocês treinam juntos, você fica tão cansado que sempre falta a aula no dia seguinte.

Os ombros de Percy despencaram, e ele começou a comer seu churrasco bem menos animadamente. Piper sentiu um gostinho de vitória naquilo, por cima da couve meio crua que ela havia acabado de engolir.

— Por falar em dever de casa, eu preciso de ajuda — Reyna virou-se para o primo — eu estou lendo uma lide sobre uma separação de um casal que também eram parceiros de negócios. Já fiz a maior parte da questão civil, mas...

— De boa — Nico tomou um gole de refrigerante — mais tarde.

Piper acompanhou ao desenrolar do almoço como se estivesse assistindo à um filme. Após terminarem, Sally pagou a conta e agradeceu ao garçom, deixando uma gorjeta generosa, e eles voltaram para o carro. De alguma forma, ela terminou no banco de trás, ao lado de Nico. Ele a prima foram o caminho todo conversando sobre alguma série que Piper não conhecia (à bem da verdade, Piper não acompanhava muitas séries, porque elas estavam repletas de rostos conhecidos que ela preferia não conhecer) mas ela não diria aquilo à eles.

Ela esperava que a namorada de Percy morasse em algum condomínio luxuoso, e que fosse alguma garota igualmente rica e esnobe, como tantas que ela conhecia. Ao invés disso, eles estacionaram na frente de um prédio de apartamentos universitários que parecia acomodar muito além do seu limite, com uma cerca que algum dirá fora branca e uma escada encardida (e mais peças de roupas intimas penduradas em um varal do que Piper gostaria de ter visto). Foram necessárias três ligações do namorado antes que uma figura feminina aparecesse na sacada.

Ela estava usando uma camisa de campanha de eleição estudantil que não parecia ser do manequim dela e shorts jeans com o zíper meio aberto. O cabelo estava um emaranhado em torno da cabeça e ela piscou repetidas vezes até se acostumar com o sol.

— Annabeth! — Sally cumprimentou, da janela. — Bom dia.

— São duas da tarde! — Nico completou.

— Vai se ferrar — ela levantou o dedo do meio para o garoto. E depois — desculpa senhora Jackson, eu estou cansada.

— Eu estou vendo — a escritora sorriu — coloca um chinelo e desce aqui.

Annabeth o fez. Literalmente. Quando ela reapareceu no vão da escada, tinha apenas terminado de fechar o zíper e enfiado a camiseta por dentro do short. Não parecia ter feito nenhum esforço para arrumar o cabelo, o que era algo que Piper podia respeitar. Admirar, até. Não eram muitas mulheres que eram seguras o suficiente em seus relacionamentos para aparecerem daquele jeito na frente do namorado.

E Percy, por sua vez, abriu um sorriso do tamanho do mundo quando a viu, os olhos cintilando de um jeito que Piper, bem versada no universo de atores, sabia ser impossível falsificar. Annabeth se aproximou preguiçosamente, e Percy saiu do banco da frente (!) para abraçá-la no do meio. Ela não pareceu notar que mais alguém estivesse lá e Piper não teve uma oportunidade de ouvi-la falar de perto até Sally dirigir até uma sorveteria de aparência simples, e eles descerem do carro de novo.

— Flocos, por favor — a garota loira pediu ao atendente.

Quando ela deu meia volta para retornar a mesa, esbarrou em Piper, que havia acabado de despejar seus granulados das três generosas bolas de sorvete de morango. A garota piscou, como se estivesse acordando, e Piper notou os bonitos olhos cinzentos dela. Mas ela notou ainda mais as olheiras arroxeadas que ele tinha em torno deles. Caramba.

— Você... estava com a gente esse tempo todo? — perguntou.

— É, meio que sim — ela estendeu a mão que não estava segurando o sorvete. — Piper.

— Piper! — ela exclamou, um pouco alto demais. — Percy te stalkeou no instagram por umas duas semanas. Agora eu lembrei.

É o que?

— É o que?

— Você está estudando com a senhora Jackson, não é? — ela questionou enquanto elas se direcionavam para a mesa. — Eu sempre achei incrível como ela consegue transformar palavras em...

— ... histórias?

Annabeth deu de ombros.

— Literatura criativa é extremamente interessante. Acho que um dos meus irmãozinhos está pensando em fazer isso na faculdade. Eu sou mais chegada aos textos técnicos, sabe?

— Tipo?

— Matemática, física, geometria — ela listou, e Piper sentiu um soco no estômago com cada um. Leo e ela seriam ótimos amigos — mas de vez em quando eu gosto de um bom livro.

Eles tomaram sorvete, e riram. Piper percebeu que, apesar da aparência assustadora, Percy era um garoto extremamente bem-humorado. E ele também chamava Sally de “mamãe”, o que não era algo que ela esperava de um cara de 19 anos. Nico e Reyna entravam de vez em quando na conversa, mas eles pareciam envoltos em seu próprio mundinho, conversando em um tom mais baixo. Depois que os sorvetes acabaram, Sally se ofereceu para dirigir Piper de volta para casa, mas ela deu um sorriso amarelo e disse que iria pegar o ônibus.

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— Eu não acredito que ela fez isso de novo — Piper resmungou, puxando o chiclete da melhor forma que conseguia, enquanto Leo soltava um grunhindo — ela pensa que ainda está o quê? Na 5º série?

— Os pais dela pagam o ar perfumado que ela respira — ele rolou os olhos — Nancy vai estar para sempre na quinta série.

Piper o deu peteleco na têmpora.

— Meu pai também paga o ar perfumado que eu respiro, você está me comparando com ela?

Leo caiu para frente, enterrando a bochecha no moletom felpudo dela.

— Claro que não Piper, você é a melhor coisa na minha vida, depois de burritos com pimenta e os Festus.

— Eu adoraria ver a cara da sua irmã se ela te ouvisse colocando-a abaixo do seu projeto de robô com AI — ela riu, empurrando-o — deixa de ser grudento.

Ele jogou-se de volta na cama dela, afundando nos lençóis multicoloridos. Estava usando um calção de algodão cinza e uma regata preta, roupas que Piper o havia obrigado a trocar, antes que ele pudesse pular no seu colchão com as prévias, pingando graxa e suor.

— E aí? Você ainda não me disse como foi a sua aula dos sonhos com a Jane Austen reencarnada.

— Eu já disse, a Sally não escreve romances, e você só a chama assim porque é a única autora mulher que você conhece.

— Mentira! Eu conheço aquela que escreveu Harry Potter também.

— Você a chama de Bowling.

— E não é isso?

Ela acertou Leo com um travesseiro no meio da cara.

— A senhora Jackson é incrível — suspirou — ela explica tudo com tanta facilidade. Nem parece que eu estou tendo uma aula... e ela presta atenção ao que eu falo! Tipo, de verdade. Ela poderia só...

— Ok, mas não foi isso que eu perguntei — ele se levantou até estar apoiado nos cotovelos — eu sei muito bem que você estava doidinha para conhecer como é a vida dela. E aí? Como foi? O muchacho dela é tão bonito na vida real quanto na internet?

Piper rolou os olhos.

— Percy é bonito, assustador, e comprometido — ela respondeu, deitando ao lado dele — a namorada dele é igualmente assustadora, agora que eu parei para pensar sobre isso. O sobrinho dela me dá um pouco de medo, mas ele é legal também. E as filhas...

— ... As filhas? — Leo chacoalhou as sobrancelhas.

— Para com isso — ela bufou — eu só conheci uma. A mais nova. Ela é... legal também.

Díos Mio! — ele pulou, fazendo as molas do colchão gemerem. — Você a achou gata! Você usou o mesmo tom de voz de quando estava falando daquele garoto ridículo de quem você era afim no ensino médio!

Piper grunhiu, enfiando o rosto no travesseiro, acometida por todas as lembranças embaraçosas de uma época que ela queria escrever.

— Eu não disse nada!

— Você não precisa dizer, belezura — Leo escorregou até estar com o rosto bem na frente do dela. — Eu te conheço.

— Infelizmente.

— Você me ama.

Ela o acertou com o joelho no estômago e o sorriso de Leo deu lugar à um gritinho.

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Na quinta, quando ela retornou ao apartamento dos Jackson, não foi Sally quem abriu a porta. Nem mesmo Percy.

— Ei — Nico sorriu, ou ao menos tentou, visto que ele tinha torrada pendurada entre os dentes.

— Hã... oi?

— Entra aí — ele gesticulou, abrindo um pouco mais a porta, e finalmente tirou a torrada da boca.

Piper obedeceu, relutante, sendo imediatamente cercada pelos cães de Reyna, que farejavam e giravam em torno dela como se ela fosse a coisa mais interessante no cômodo. O apartamento estava, até onde ela podia ver, vazio, com exceção do garoto, e da dona dos cachorros, que estava sentada à mesa atrás de uma pilha de papeis e pastas.

— Tia Sally foi no supermercado com o Percy e o Jason — Nico explicou — comprar algumas coisas para o aniversário de uma amiga-barra-prima. Ela já deve estar voltando, pode ficar à vontade. Ah, eu só vou pedir para fazer um pouco de silêncio, a Reyna está estudando.

Reyna acenou de onde estava.

— Obrigada por me fazer soar como uma criança — ela disse, entredentes.

— Não estou te fazendo soar como uma criança — ele rebateu, sentando no apoio para costas do sofá, os pés calçados em meias afundando nas almofadas — estou sendo realista.

— Realista? — Piper falou baixinho, por via das dúvidas.

Nico sussurrou:

— Nossa árvore genealógica tem um insistente gene para TDAH que não queda à ir embora — ele explicou, como se fosse algo secreto, mas estava sorrido — Reyna e Hylla também têm discalculia. Percy e eu temos dislexia. É uma fonte de sorte, de verdade.

— Discalculia?

— Significa que eu não consigo fazer contas — Reyna respondeu, revelando que eles não estavam falando tão baixo assim.

— Consegue sim — Nico emendou — só é mais difícil. Geralmente, eu e o Percy ajudamos elas com os números, e elas nos ajudam com os textos enormes que os nossos professores não cansam de parar. Só que eu sou um ajudante bem menos cooperativo do que ele.

— Eu não disse isso.

— Claro que não.

Piper assistiu, com um pequeno sorrisinho, enquanto os dois discutiam. Era óbvio que não se tratava de nada sério. Na verdade, chegava até a ser fofo. Nico fazia as contas caminhando em círculos pelo apartamento, enquanto Reyna corria os olhos pelas dezenas de páginas enquanto apertava uma bolinha distraidamente com a mão direita. Eles o lembravam tanto de Leo que ela sentiu uma pontinha de familiaridade.

De repente, o celular de Nico vibrou na mesinha e ele pulou para apanhá-lo. Leu alguma coisa na tela, e então sua expressão mudou.

— A Bianca colocou fogo na casa.

O que?

— Bem, não na casa — ele sorriu. — Ela ateou fogo ao armário da cozinha sem querer. Eu realmente preciso ir. Foi mal, Reyna.

A garota gesticulou de forma ampla.

— Pode ir. Eu dou conta.

Ele pegou as chaves e um casaco no gancho da parede e calçou os tênis. Atravessou a sala em um pulo e se despediu da prima com um abraço tão rápido que Piper teria perdido se houvesse piscado. E então ficaram as duas.

Em silêncio.

E silêncio.

E

Nossa, Sally estava demorando para chegar.

Tentativamente, Piper deu a volta no sofá, ficando de pé meio hesitante na frente de Reyna. A garota precisou de um momento para nota-la.

— Eu posso ajudar...?

— Eu ia perguntar isso, na verdade — ela tentou dar um dos seus sorriso charmosos que sempre funcionavam com absolutamente todo mundo, mas, por algum motivo, ela ficou meio perdida no rosto altivo de Reyna e acabou dando um meio sorriso um tanto torto — eu sei que a gente não se conhece, mas-

— Não, por favor — Reyna puxou uma cadeira para ela — literalmente qualquer coisa para acabar isso mais cedo. Eu tenho treino mais tarde.

Piper sentou-se ao lado dela. Ignorou toda e qualquer coisa que aparecesse em termos jurídicos, não dando a mínima, e deixou seus olhos voarem para os números. Ela não era nenhum Leo, mas aquelas contas não eram tão difíceis – principalmente quando ela tinha o auxílio da calculadora do celular.

Elas trabalharam em um ritmo confortável por um bom tempo, Piper anotando os resultados das contas em pedaços de papel e os passando de forma silenciosa para Reyna, de modo a não perturbá-la, e a garota aplicando-as a seja lá o que fosse que estivesse lendo. Piper quase não sentiu o tempo passar, vacilando entre fazer as contas, e observar a forma quase... surreal com a qual Reyna fazia uma simples leitura parecer. Ela observou a forma como as sobrancelhas dela se franziam com uma palavra difícil, a linha rígida dos lábios, o batucar da caneta na mesa...

— Ei — Piper chamou antes que pudesse se controlar — eu não quero ser invasiva, mas isso no seu braço...

O olhar de Reyna imediatamente voou para o roxo que se formava em seu pulso. Ela voltou a cabeça para Piper.

— O que?

— Está tudo bem?

— Hã? — ela piscou. E então, parecendo entender: — ah. Ah! Claro, claro que sim. Isso aqui foi no treino. Clarisse-

Reyna devia ter notado a expressão azeda de Piper, porque parou de falar e perguntou se havia alguma coisa errado, ou se ela conhecia a outra lutadora.

— Não. Eu só tenho minha experiência com garotas valentonas que se acham demais. Tem essa menina na faculdade, Nancy, ela nem é do mesmo curso que o Leo, mas ela- o que, o que foi?

Reyna olhou fixamente para ela por um momento fixo, e então soltou uma risada baixa, e curta. Piper observou a forma perfeitamente assimétrica que o sorriso dela se expandia, o canino um pouquinho torto, e o brilho nos olhos castanhos.

— Clarisse não é uma valentona. Bem, eu acho que ela foi, um dia. Mas ela é só minha rival no boxe. Ela não está me batendo por alguma rixa pessoal — explicou. — Na verdade, muito do que eu aprendi foi com ela. Acho que, de certa forma, nós duas somos parecidas.

Piper não soube como responder àquilo. Mas não foi necessário, porque, como um sinal divino, Sally chegou naquele momento, com um Percy que carregava um monte de sacolas de pano atrás, e avisando que Jason – seja lá quem fosse – havia ficado no shopping para encontrar a irmã.

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— Eu acho que entendi

Sally não parou de organizar os papeis encima da escrivaninha, preparando os materiais para a aula, mas murmurou para que ela continuasse. Piper se sentia um pouco mal, fazendo-a lecionar depois de acabar de voltar do supermercado, mas ainda assim:

— Vilões são personagens cujos objetivos são empecilhos diretos na jornada do protagonista, ou, melhor ainda, na jornada de todas os personagens que representam o “bem” na narrativa. Podem ser motivos incrivelmente plausíveis, ou extremamente superficiais. A motivação e a caracterização deles é o que define os vilões como bem ou mal escritos. O quão mais as pessoas conseguirem entende-lo, melhor escrito ele é — nesse sentido, Nancy e suas pegadinhas de fundamental eram uma péssima vilã, no sentido de: horrendamente mal escrita. Piper tomou nota para jamais escrever uma vilã tão fútil como ela. — Antagonistas podem muito bem serem vilões, mas não é estritamente necessário. Às vezes eles possuem os mesmos objetivos que os heróis, mas as formas como eles executam isso, ou talvez como agem, são antagônicas. Às vezes, a narrativa precisa que eles tomem decisões que vão de encontro com a do protagonista. Muitas vezes, as habilidades, inteligente ou outros atributos deles são os mais equivalentes com os dois heróis. Por isso, mais comumente, o antagonista e o anti-herói são o mesmo personagem. — e, nesse sentido, Clarisse parecia ser uma antagonista decente, embora Piper preferisse que ela parasse de distribuir hematomas em Reyna.

Sally virou-se para ela, com um sorriso satisfeito, mas, ao mesmo tempo, que a lembrava assustadoramente do sorriso de encrenqueiro do filho. Ela parecia radiante.

— Muito bem, e o que nós vamos aprender hoje?

Piper sentou-se à escrivaninha, tirou o bloquinho de notas do bolso, e tentou não pensar muito em como, de forma estranha, ela havia colocado Reyna como a heroína de uma história que nem estava escrita ainda.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comentários são sempre apreciados! Até a próxima.
Acho que a Annabeth é um quadro realista de todo mundo no final de período.
P.S: para algumas pessoas, vai parecer que cena da Annabeth com a Piper exagerou a distração. Acreditem, não é ;-;