Delirium escrita por Karina A de Souza


Capítulo 21
O Jogo Começa


Notas iniciais do capítulo

Não sei se vão conseguir ver, mas é uma paródia de Meninas Malvadas na versão Delirium que eu fiz faz um tempo:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=779410378890650&id=100004650842238



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/767601/chapter/21

—Não aguento mais Damon. -Reclamei, me esticando no banco de trás. -Ele me ligou a semana toda. Só hoje foram trinta e quatro ligações.

—Ele está empenhado. -Stefan disse, no banco do motorista. -Me ligou muito também.

—É patético. Agindo como se precisássemos dele e de seu heroísmo falso. Ridículo. -Cliquei na mensagem de voz mais recente. “Hey, Lud, por favor, me ligue. Eu sei que não se importa, mas preciso falar com você...”. -Totalmente patético.

—Ele não vai desistir, e você sabe. -Klaus, no banco do carona, assentiu. Meu celular tocou, outra ligação. -Deixe-me adivinhar, Damon?

—Acertou. -Joguei o celular pela janela. -Ops. Escorregou.

—Isso não vai pará-lo. -Klaus avisou. -Damon em breve virá atrás de nós.

—Não se lidarmos com isso antes. -Me meti entre os bancos da frente. -Se dermos um susto nele, Damon nos deixaria em paz.

—Que tipo de susto?

—Vamos comprometer a segurança de Elena.

—Então você sabe o ponto fraco dele.

—Seria uma tola se não percebesse. Ferir a garota Gilbert é a maneira mais fácil de ferir Damon.

—Por que Elena?-Stefan perguntou.

—Você sabe porque. Surpreendentemente, aquela coisa sem graça conseguiu encantar Damon. -Bufei. -Eu não a suporto. Aquela pose de vítima que precisa ser protegida me enoja.

—Vocês irão a Mystic Falls cuidar disso. -Klaus disse. -Divirtam-se.

***

—Ludmille. -Elena parou de andar. Não havia ninguém mais nas ruas, e a noite nos encobria. -Você voltou.

—Parece muito surpresa. -Me aproximei. A garota recuou um pouco, mas parou ao perceber Stefan atrás dela. Encurralada como uma rata.

—Eu achei que tinham ido embora, com Klaus.

—Tínhamos, mas Damon nos importunou tanto que decidimos voltar.

—Entendo. -Parei, sorrindo.

—Está com medo?

—Não, eu... Não.

—Okay. Vamos ver até quando se mantém corajosa. -Stefan quebrou o pescoço dela. -Feito.

—Não movam um músculo. -Alguém mandou, atrás de mim. Me virei. Matt segurava uma arma. Ri.

—Olha só quem apareceu. E ainda dizem que você é um inútil, Donovan. -Comecei a me aproximar.

—Não se aproxime.

—Deviam te condecorar pela sua coragem. Talvez façam uma estátua em sua homenagem.

—Pare onde está ou vou atirar. -Me movi para atrás dele e arranquei sua pulseira de verbena. O virei pra mim, encarando diretamente seus olhos.

—Você vai dar um recado para Damon. Mas primeiro, preciso que faça algo.

—O que?-Meu sorriso aumentou.

Atire em si mesmo.

***

—Está funcionando!-Avisei. Stefan parou ao meu lado, encarando a tela. -Hey, Damon, olá. A imagem está ótima.

—Donovan entregou seu recado, onde está Elena?

—Uau. Ele nos ignorou. -Olhei para Stefan. -E todas aquelas ligações? Ele nem nos perguntou como estamos.

—Ludmille, onde está Elena?

—Aqui atrás. -Me movi, deixando a garota ser filmada pela Webcam.

Stefan e eu penduramos Elena pelo pescoço numa altura considerável. Além disso, enquanto não conseguíamos nos conectar com Damon, estávamos brincando de jogar dardos, ops, facas na garota.

—Por que estão fazendo isso?

—Que bom que perguntou. -Stefan disse, cruzando os braços. -Ludmille e eu queremos ter certeza de que você entenderá que é bom nos deixar em paz.

—Nada de ligações, nem de perseguições. -Comecei. -Pare de nos perturbar. Não precisamos de você, então pare de bancar o herói. Ou eu juro, Damon, vamos exibir um assassinato em tempo real.

—Tudo bem, apenas solte-a. -Pediu.

—Você nos entendeu? Se tivermos que ter essa conversa de novo, ninguém pode garantir que eu não vá arrancar o coração de Elena e deixá-lo na sua porta.

—Eu entendi. Deixe-a ir.

—Será? Nós estamos nos divertindo tanto aqui.

—Ludmille... -Desliguei.

—Tenho quase certeza que ouço Damon nos xingar daqui. -Stefan zombou.

—Ele deve estar gritando feito louco. -Murmurei, soltando a corrente. Elena caiu no chão como um saco de cimento. -Ops. Estou tão desastrada essa semana. -Stefan riu. -Vamos, hora de devolver a Julieta perdida.

***

—E então?-Klaus perguntou, enquanto Stefan e eu nos sentávamos em frente a ele. Uma garçonete entediada deixou algumas bebidas na mesa e sumiu atrás do balcão.

—Damon está alerta, Elena recebeu umas facadas, tudo está como deveria estar. -Respondi.

—Então vocês se divertiram.

—Muito. Estou curiosa: pra onde vamos agora?

—Vamos seguir a estrada. O destino será uma surpresa. -Olhou alguma coisa no celular. -Hora de continuar. -Jogou a chave pra mim. -Hoje você dirige.

—Okay. Todos a bordo.

Stefan e Klaus saíram, conversando sobre o que houve em Mystic Falls. Fiquei para trás. Tinha uma coisa pra fazer.

Agarrei as cabeças de dois amigos bêbados e as bati na mesa. Os imbecis tinham passado os últimos minutos falando coisas sujas sobre mim.

Peguei uma garrafa no bar e deixei um rastro de bebida até a porta, era um extra. Joguei a garrafa para o lado e derrubei uma daquelas lamparinas, fazendo o fogo começar.

—Ops. Que desastre. -Então me virei e saí.

***

—A gente devia arrumar alguém pra limpar isso. -Comentei, vendo Stefan ajeitar um dos corpos numa poltrona. -O sangue está manchando o tapete. Ele deve ter sido caro.

—Quem pagou por ele está morto agora. Fim da história.

—Você tem que parar de brincar de casinha com os corpos. Parece Mark e Luke Gray, de The Following.

—Eu não reclamo do seu vestido de noiva. -Apontou para o que eu estava vestindo.

—Por que não há motivos para reclamar, eu fico linda nele. -Riu.

—Crianças, temos visita. -Klaus avisou. Levantei do sofá e fui para a porta principal, que estava aberta, Stefan me seguiu.

—Damon, que surpresa. Achei que tivéssemos sido claros. -Saí para o jardim. -Tem uma chance: vá embora.

—Assim que vocês dois ligarem suas humanidades e aceitarem ir para Mystic Falls. -Disse.

—Hum... Não vai rolar.

Stefan atacou primeiro, saltando e atingindo o irmão, mas Damon conseguiu derrubá-lo. Antes que eu entrasse na briga, uma estaca voou e me atingiu em cheio no estômago. Klaus, na varanda, parecia entretido.

—Eu vou te matar, Damon. -Avisei, retirando a estaca.

—Tentei chegar com uma bandeira branca da paz, mas vocês... -Caiu no chão, o pescoço quebrado.

—Ele estava me deixando entediado. -Stefan admitiu, olhando pra mim.

—E agora? Nós podemos matá-lo.

—Não seria divertido.

—Podemos matá-lo lentamente.

Isso seria divertido.

—Vamos deixá-lo aí. -Klaus disse. -Estamos de partida. Vai levar alguns dias para que o determinado Damon nos encontre novamente.

—Se você diz... Vamos fazer as malas. -Antes de segui-los para dentro da casa, chutei o corpo inconsciente no chão.

—Isso foi pela estacada, filho da mãe. -Sussurrei.

—Ludmille!

—Estou indo.

***

—Já troquei o nosso carro. -Avisei, entrando na sala. Um vaso bateu na parede ao lado da minha cabeça. -Ei!

—Desculpe. -Klaus pediu. -Eu não vi você.

—O que houve aqui?-Quase todos os móveis estavam jogados no chão e a louça delicada que enfeitava os armários estava toda despedaçada. -O que foi que vocês fizeram?

—Vocês? Está vendo mais alguém aqui?-Dei uma olhada em volta. Raiva emanava de Klaus, alguma merda grande tinha acontecido.

—Cadê o Stefan?

—Nesse momento, à caminho de Mystic Falls. -Abri a boca, mas ele falou antes de mim. -Stefan ligou a humanidade.

—Como? O que aconteceu? Eu saí por uma hora.

—Foi o suficiente para Elena e Damon aparecerem e o “consertarem”.

—Tudo bem, faça as malas. Vamos para Mystic Falls. -Sorriu, a raiva passando.

—O que tem em mente?

—É surpresa. Mas confie em mim, você vai gostar.

***

Dava pra vê-los pela janela. Estavam na sala, rindo e conversando inocentes, sem imaginar que estavam sendo observados. Elena, Jeremy, Matt e Alaric. Tão fofos... Tranquilos. Era hora de agir.

Peguei o galho que tinha arrancado no caminho para a casa dos Gilbert e queimei a ponta. O fogo se espalhou, brilhante e vivo.

Vivo. Como eu demorei a estar.

Lancei o galho. Ele passou pela janela, quebrando o vidro no processo. Alguns gritos ecoaram na noite.

Sorri.

—O jogo começou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ludmile está cruel agora? Vocês ainda não viram nada!
Até mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Delirium" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.