E se a raiva falasse mais alto?

-Você está grávida! – explodiu Charlie. – Está grávida, não está? – E antes que eu pudesse responder qualquer coisa, Charlie fez um movimento rápido que não consegui entender o que era de primeira, e meio segundo depois veio aquele barulho ensurdecedor.

Levou alguns segundos para eu entender que Charlie havia sacado a arma, e quando olhei para Edward, ele estava caindo no chão, foi ai que eu entendi. Charlie havia atirado em Edward.

E se sacrifícios precisassem ser feitos?

-Os movimentos da sua mão não vão voltar não é?

-Por enquanto não. - eu sussurrei.

E se a vida perdesse o sentido para um deles?

Com um movimento rápido e ágil passei a adaga em meu pescoço, a dor foi pior desta vez, precisei morder o lábio para não gritar, mas mesmo assim, eu me mantive calma, aquela era a ultima dor. Deus entenderia meu ato, se não Ele, o Diabo entenderia.

(...)

A fraqueza foi tomando conta de mim, meus sentidos foram ficando mais lentos anunciando enfim a chegada da pessoa mais esperada por mim, a morte.

E se a fraqueza o levasse a feri-la?

Eu sabia de onde vinha a dor, eu sabia que era por conta do meu estado emocional e da maldita lembrança, então eu tentei desviar meus pensamentos daquilo, eu tentei pensar em qualquer outra coisa, tentei esquecer aquela dor infernal, mas foi inútil.

Edward abraçou Tanya, olhou para mim e riu, riu da minha desgraça, debochou da minha cara, me chamou de defeituosa e disse que preferia estar no inferno a ficar comigo. Ele e Tanya riam, todos os Cullens riam, todos riam.

-Pare... – eu pedi, entre lagrimas para que aquilo acabasse, mas minha voz não passou de um sussurro. – Pare, por favor, pare... – pedi novamente, nada adiantou. – PARE, PARE!

E se ninguém acreditasse em seu arrependimento?

Quando já estávamos longe do olhar dos curiosos, Alice virou-se, me encarou, seus olhos transmitiam uma profunda tristeza e decepção, então, ela levantou o braço e desceu a mão na minha cara com toda a sua forca. O tapa foi ardido e dolorido, mas não muito, ainda sim, fiquei atordoado com a atitude dela.

-Seu idiota! – disse-me ela, nunca vi a voz de Alice com tanta magoa como agora. – Como pode fazer isso com ela Edward? Como pode fazer isso COMIGO? – Alice já chorava, um choro sem lágrimas.

(...)

-Me solte Emmett, eu preciso fazer alguma coisa! – continuei tentando me soltar.

-Vou te segurar a noite inteira se preciso, Edward. – Emmett estava nervoso e irritado. – Você não vai fazer mais nada! Tudo isso é culpa SUA! – Aquelas palavras me dilaceraram. – Você já fez o bastante...

E se um deles cansasse de lutar por aquele amor conturbado?

-Você realmente acha que vim aqui conversar alguma coisa, Edward? – perguntei não sentindo nada mais do que repulsa daquele homem. Abri minha pasta e tirei os papeis, jogando-os em cima da mesa. – Eu só vim porque preciso que você os assine.

-O que é isso? – perguntou ele pegando os papeis para ler com o cenho franzido.

-São os papeis do divórcio... – respondi imparcial. – Eu quero me separar, Edward.

E se o nervosismo trouxesse-lhe conseqüências?

-Como ela está pai? – perguntei desesperado. Aquilo era minha culpa... MINHA CULPA.

-O estado dela é grave, Edward... – respondeu ele com um pesar na voz, fazendo meu mundo desabar. Mais uma vez.

(...)

-Você acordou! – uma moça abriu um sorriso cansado ao meu lado. – Oh, Bella. Estou tão feliz por te ver abrir os olhos novamente.

Eu não conseguia entender... Do que ela falava? Tudo parecia tão confuso, minha cabeça doía.

-Quem... Quem é você?

O relacionamento estava mais conturbado do que jamais esteve. Os meses de abandono, as experiências de quase morte de ambos nada se comparavam aos desentendimentos que estavam vivendo.

Eles não sabiam dizer por que tudo aquilo estava acontecendo, nem mesmo como resolverem; mas uma coisa era clara: O destino não os queria juntos!

E o que eles fariam? Tentariam sobreviver a essa conturbada vida, ou o destino ganharia mais uma vez e separaria mais um casal apaixonado?