Capítulo 2

Susan viu-se deixada no meio de um galpão abandonado. Saindo de la e andando descobriu que estava em Berlin. Esperava que fosse o lugar certo, ou ia matar Loki.

Antes de mais nada precisava saber exatamente o que estava acontecendo, então dirigiu-se a um lugar que esperava que ainda estivesse disponível.

Natasha e Clint tinham vários abrigos em vários lugares; “casas seguras”, como eles chamavam. Tinham algumas em comum, e outras que eram só de um ou do outro. Clint costumava ter uma em Berlin e ele dera o endereço dela para Susan (na verdade, dera o endereço de todas). Susan esperava que ele não tivesse se livrado do lugar depois que ela sumira.

Foi bem surpreendente descobrir que, não só o apartamento estava ali, como a senha que tinha ainda abria a porta. Ela não merecia a confiança que Clint depositava nela.

A primeira coisa que a Rainha precisava era de informação, precisava entender exatamente o que estava acontecendo.

A vantagem desses tempos modernos era que a mídia parecia saber de tudo que acontecia, assim que acontecia. Obviamente ela era tendenciosa, mas Susan precisava primeiro de fatos, ela podia lidar com as opiniões depois.

Após três horas de leitura chegou a conclusão de precisava falar com Tony. Ele obviamente estava fazendo a mesma coisa que fizera no caso de Ultron: errando feio, enquanto tentava desesperadamente acertar.

Pegou suas coisas, mais algumas coisas da casa, colocou uma peruca ruiva e foi até o prédio da Interpol onde Tony suspostamente estava com Natasha.

Susan sentou-se na praça diante do prédio e puxou o celular descartável, discando o número que talvez ainda existisse.

—Tony Stark. —veio a resposta no terceiro toque.

—Olá, Tony. Sentiu saudades?

XxX

Tony brecou, fazendo Natasha parar também e lançar um olhar curioso a ele. O rei T’Challa também parou.

Natasha tinha falado com o homem e Tony estava a caminho dos Estados Unidos para buscar um talento promissor.

—Majestade. –Tony falou de forma afetada, lançando um olhar para Natasha –Faz um tempo já.

A ruiva arqueou uma sobrancelha, mas estava claramente surpresa.

Tony puxou o celular e apertou um botão, colocando o aparelho no viva-voz, ao mesmo tempo que deu a Friday o comando de rastrear a ligação.

—E aparentemente foi só eu sair que a casa caiu. —ela falou.

Natasha comprimiu os lábios, para não fazer som algum.

—Como foram suas férias em Asgard? –Tony quis saber.

—Alfheim, na verdade. —Susan ofereceu—E não foram exatamente férias. Muito estudo e muito treino, se é que você me entende.

—Loki manda lembranças? –Tony insistiu.

—Ele me mandou. –ela informou—Porque obviamente vocês não sabem resolver seus problemas sem explodir coisas. Como você pôde, Tony?

—Oh, espera ai. Como eu pude? –ele repetiu incrédulo.

—Que você tenha me colocado e deixado numa lista de procurados nem me choca. Agora Steve e Sam?

—Você sempre esteve do lado do Capitão. –Tony resmungou.

Um ponto apareceu no celular, alertando Tony da localização de Susan. Basicamente, ela estava do outro lado da rua. Ele trocou um olhar com Natasha.

—Eu não sabia que tinha virado uma questão de escolher lados agora. –Susan respondeu —Mas é bom saber que chegamos a esse ponto.

—Ja que você quer jogar acusações em mim, que tal fazer isso pessoalmente? –Tony desafiou.

—Eu vou. Se Natasha for rápida o bastante.—e ela desligou.

Natasha saiu correndo imediatamente, mas quando ela chegou a praça não havia mais ninguém ali, só um telefone deixado para trás.

—Droga. –a ruiva suspirou –Tony. –chamou pelo comunicador –Ela se foi.

—Não importa. –a voz dele respondeu—Nós sabemos exatamente atrás de quem ela vai. –ele falou de forma seca.

XxX

Sharon fechou o porta-malas do carro. Se descobrissem que ela tinha pegado os uniformes de Sam e Steve ela estaria com problemas bem sérios, mas precisava fazer algo para ajudar.

Virou-se e deu de cara com uma mulher de cabelo castanho. Reconhecia o rosto porque o vira várias vezes no topo da lista de “Procurados”.

—Por favor, não aponte uma arma para mim. –a mulher pediu de forma educada.

A mão de Sharon foi para sua arma do mesmo jeito.

—Você é Susan Pevensie. –ela falou.

—Obrigada, mas eu sei meu nome. –Susan respondeu –Você é Sharon Carter, não?

—Como você sabe disso?

A verdade era que, um belo dia, Natasha tinha dado a Susan uma pasta cheia de informações sobre a mulher, dizendo que era preciso conhecer o inimigo. Susan começara a ler o arquivo achando que Carter era uma agente da HYDRA, até Clint finalmente ver o que estava acontecendo e informa-la que, na verdade, era uma agente da CIA. Aparentemente Natasha achara que seria engraçado faze-la ver quem era a “concorrência” pelo coração de Steve.

Susan ficou uma semana sem falar com a ruiva depois dessa.

Porém, era meio óbvio que não ia falar isso para Sharon.

—Steve falava muito de você. –ela falou no lugar –E de sua tia.

—O que você quer? –Sharon perguntou, ainda desconfiada.

—Você estava indo levar os uniformes, não é?

—Sim.

—Eu faço isso. –Susan falou para a outra mulher –Steve talvez ainda precise de um amigo aqui dentro. Melhor não se queimar.

—Como eu posso ter certeza de que você é de confiança? –Sharon quis saber.

—Ligue o seu rádio. –Susan indicou.

Sharon lançou a ela um olhar desconfiado, antes de fazer exatamente o que a outra indicara.

—...nome da suspeita é Susan Pevensie. Presume-se que esteja armada e é altamente perigosa. –uma voz estava dizendo—Ela é cúmplice do Capitão Rogers...

Sharon desligou o rádio. Susan arqueou a sobrancelha.

—Pode levar o carro. –Sharon jogou a chave para ela –Eu vou dizer que você me atacou ou algo do tipo.

—Certo. Isso vai funcionar. –Susan concordou –Mas é melhor que seja mais convincente que isso.

Antes que Sharon pudesse perguntar do que a outra estava falando, Susan acertou um golpe nela e a loira desmanchou no chão.

—Desculpa. –ela falou de forma sincera –Mas vai ser melhor assim.

Susan entrou no carro e saiu dali.