Um Novo Alvorecer escrita por JC Forbes


Capítulo 1
Capítulo Um — Rei Zuko


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem?

Seja bem-vindo á Um Novo Alvorecer, tenha uma boa leitura ♥



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O sol acordava preguiçoso, sua luz, embora fraca, já clareava todo o reino, as aves já tinham começado a voar e cantar sobre os telhados úmidos pelo sereno da madrugada.

O dia estava bonito, porém Zuko nem ao menos viu o céu azul nesta manhã. Acordou e estranhou, ainda não estava acostumado com o palácio tão vazio, após a batalha dos dobradores foram poucos que continuaram a trabalhar lá. Sem tomar café, o novo rei se dirigiu a sala do trono, pela primeira vez ele se sentou na cadeira no topo do altar, passou os olhos por alguns papéis, escolheu o qual julgava mais importante e começou a ler. Estava tão concentrado que nem percebeu o tempo correr.

— Majestade, — um dos soldados adentrou a sala — os soldados estão em dúvida, já que o capitão Zhao está preso, quem será o líder do nosso exército? Quem irá nos treinar?

— Qual o seu nome?

— Hisoka, senhor. — O homem dizia com a cabeça baixa.

— Hisoka, diga a seus companheiros que irei verificar isso de perto, visitarei seus treinamentos e escolherei aquele que se destacar.

— Muito obrigado, majestade — agradeceu se curvando e se retirou do local.

Zuko continuou a leitura, sentiu uma leve pontada na cabeça e fechou os olhos, massageou as têmporas e suspirou, pensou que estava apenas no começo. Mais uma vez sua leitura foi interrompida por uma batida na porta.

— Com licença majestade — Zuko se espantou ao ver Ukano parado entre a porta, pediu para que o governador entrasse, já imaginava qual seria o assunto — Vim aqui pedir para que o senhor solte minha filha. Mai não tem motivos para ficar presa como uma criminosa. — falou enquanto se aproximava do trono.

— Sei que é difícil governador, mas querendo ou não sua filha era cumplice de Azula. Mai não é inocente.

— Mai foi usada pela princesa, ela é apaixonada pelo senhor e não sabia o que estava fazendo... Estava cega de amor. — Retrucou, uma das mãos permanecia atrás das costas, enquanto a outra estava fechada na altura do estomago.

— Sinto muito, mas o que sua filha sente não pode ser entendido como amor, Mai tentou matar pessoas inocentes.

— Foi tudo por amor! — Ukano se aproximou mais com o intuito de subir o altar e ficar de frente ao rei, mas antes que isso acontecesse Zuko se levantou, inclinou a cabeça para cima e abaixou os olhos para encarar o homem.

— Senhor governador, não queira justificar os erros de sua filha. Sugiro que volte para casa e cuide de sua mulher e filho. — respondeu com autoridade.

Ukano pensou em retrucar, porém viu faíscas saindo da mão do rei, então apenas agradeceu e saiu da sala com passos firmes e cara fechada.

Não demorou muito para que outra pessoa entrasse interrompendo os afazeres do rei.

— Com sua licença majestade, tenho que o informar de que está havendo muitas reclamações.

— Reclamações sobre o que? Seja mais especifico. — Zuko se sentou e controlou o estresse.

— Alguns jovens dobradores estão destruindo os patrimônios públicos, sem dizer que os índices de roubos e acidentes tem aumentado. A população, principalmente os mais idosos, dizem que a culpa é dos dobradores.

— É verdade! Esses feiticeiros usam essa magia negra para roubar, só essa semana já fui assaltado três vezes por uma menininha esfomeada. — Um comerciante entrou abrindo a porta com força, gritava com raiva e tristeza.

— E quem é o senhor? — Zuko perguntou.

— Sou um pobre vendedor de repolhos.

— Desculpe o transtorno, pagarei pelos repolhos. Podem se retirar. — Zuko esfregou o rosto nas mãos quentes — Tenho que pensar em uma solução — pensava alto até uma senhora entrar com mais problemas a serem solucionados.

— Senhor rei, há muitas pessoas na fila de consulta. Não sabemos ao certo, mas parece ter um vírus atacando as crianças e os idosos. Eles sentem febre e vomitam. Não estamos conseguindo atender a todos, não temos muitos médicos e nem medicamentos.

— Continue atendendo as crianças, negociarei com os reinos vizinhos para que mandem alguns médicos.

Antes mesmo da senhora sair do local um homem entrou com um olhar de preocupação.

— Rei Zuko, as obras estão todas atrasadas! Não temos lugar para colocar as famílias.

— Obras? — Zuko não tinha conseguido chegar na parte da leitura sobre as “obras” pelas inúmeras vezes que foi interrompido naquela manhã.

— Seu pai, rei Ozai, havia começado a fazer um projeto para ajudar os sem casa, para isso comprou alguns lotes e prometeu entregar as casas novamente, porém as obras estão paradas e as famílias que venderam os lotes estão na rua — Zuko massageou as têmporas e suspirou.

— Traga essas famílias para o palácio. Temos muitos quartos vagos.

— O senhor acha que será bom trazer os plebeus para dentro do palácio? — perguntou confuso.

— Não podemos deixa-los sem teto. Se é só isso pode se retirar.

— Obrigado, rei Zuko.

Quando o homem abriu a porta para sair, uma mulher enlouquecida entrou os berros.

— O REI NÃO PODE CASAR COM UMA PLEBEIA!

— Desculpe senhor, essa senhora invadiu o palácio e não conseguimos dete-la.

Um guarda se desculpou puxando a senhora para fora da sala, ela gritava “O rei está afundado o reino!” enquanto se debatia. Zuko não respondeu, apenas encarrou a cena irritado e confuso, porém o estresse passou ao ver a dobradora entrar com dois copos nas mãos e um sorriso no rosto um tanto confuso ao ver a bagunça do local.

— Com licença, a majestade tem um tempo para a namorada?

— Devia ter deixado a Azula ser rainha, seria mais fácil. — respondeu descendo do altar e beijando entre os cachinhos de Katara.

— Não diga isso, o povo só precisa de um tempo para se costumar com as mudanças. Você mudou muitas coisas, deu liberdade aos dobradores.

— Eu sei, minhas maiores mudanças foi: deixar os soldados sem um líder para treina-los, os crimes têm aumentado, as pessoas estão cada vez mais doentes e as obras estão inacabadas.

— Zuko você não está sozinho. Suki é líder das guerreiras Kyoshi, tenho certeza que ela pode ajudar, Sokka também é um grande guerreiro, e pode não parecer, mas aquele cabeça oca é muito inteligente. Aposto que Toph consegue construir essas casas com os olhos fechados, aliás tudo isso em troca de alguns pratões de comida. — Ambos riram, ela pôs os braços em volta do pescoço dele e começou a balançar de um lado para o outro levemente — E bem em sua frente tem uma incrível dobradora de água que pode curar os doentes, até mesmo o senhor já testou meus conhecimentos. Agora com tudo terminado, podemos dar uma volta? — disse entregando um dos copos com chá.

— O que eu faria sem você? — caminharam de mãos dadas até a saída.

— Provavelmente estaria casado com a princesa Yue.

— Falando nela, sabe como ela está?

— Se recuperando bem, uma garotinha usou uma “água especial”, não explicaram muito bem, porém se não fosse essa água ela estaria morta agora. — respondeu tomando um gole de chá.

— Dizem que no reino do Norte moram dois espíritos, talvez essa “água especial” seja deles. Os espíritos do mar e da lua são poderosos, creio que seu amigo Aang saiba dizer mais. — falou com um ciúme falso e um sorriso divertido nos lábios.

— Não tenho mais visto ele. — a garota confessou encarando o copo.

— Ele é um monge e o Avatar, não acho que ele fique muito tempo no mesmo lugar.

 Antes deles conseguirem sair, foram parados por um dos empregados.

— Majestade, está havendo um protesto nos portões do palácio.

— Protesto sobre o que?

— Sobre — o homem hesitou e olhou Katara, por fim terminou de forma rápida — seu namoro com a plebeia.

— Já estou cansado que reclamações a respeito disso. — Reclamou baixo.

— Estão dizendo que o senhor deveria ter se casado com a princesa Yue e ter pensado no povo, dizem que o senhor foi egoísta.

— Única vantagem que teríamos com esse casamento era ganhar um aliado, no fim conseguimos isso, não?

— Com licença, sou o diretor da escola e quero saber, como iremos lidar com as crianças que são dobradoras? Um aluno quase queimou a sala por se irritar e o outro construiu um muro de terra no meio do corredor, eles estão descontrolados.

— A gente podia abrir uma escola especialmente para ensina-los a dominar os elementos, eu seria uma voluntária, adoraria ensinar a dobra da água. Toph é um pouco impaciente, mas não podemos negar que é uma grande dobradora, aliás ela aprendeu a dobrar o metal sozinha. Poderíamos pedir a ajuda do Avatar para ensinar o elemento ar. E aposto que adorariam ter aula com o rei. — Katara terminou com um enorme sorriso voltada para Zuko, os olhos azuis brilhavam em imaginar as crianças dobrando.

— Você tomou suco de cacto? Isso nunca seria possível!

— E porque não, eu acho uma grande ideia. — Zuko defendeu Katara, se a ideia desse certo seria algo incrível.  — Agora, peço que se retirem, darei uma volta pela cidade e quando voltar quero que os protestantes não estejam mais na frente do palácio, obrigado.

Katara puxou Zuko para fora assim que ficaram sozinhos, não esperaria outra pessoa aparecer e interromper. Ser rei estava sendo mais difícil do que Zuko imaginava, no inicio estava indo tudo certo, mas tudo desandou, o reino estava regredindo.  


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por ler, deixe sua opinião nos comentários ♥

Bjss
Até ♥