Detroit: Blue Blood escrita por Lozy Gama


Capítulo 3
3. Unsteady




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Durante todo o caminho até a casa de Hank, nem Connor e nem a pequena Sarah ousaram falar alguma coisa; ela simplesmente entrou cumprimentando o motorista e ficou encostada na janela olhando para o lado de fora; evitando de qualquer modo olhar para o Connor que ao contrário disso, ele estava tentando ser paciente e não querer se jogar daquele carro que a medida que o tempo passava ficava mais e mais apertado, fazendo o se questionar ele antes de tudo, quando fora criado ele tinha claustrofobia.

 

 

— Connor, não é? — Disse a menina quebrando o silencio dentro do carro ainda olhando para o lado de fora.

— Sim — Respondeu o androide.

— Porque ainda está trabalhando com meu tio? — Perguntou ela. — Os robôs não foram livres para fazer o que bem entende?

— Por mais que tenha acontecido. — Disse Connor. — Creio que ainda tenha muitos androides agressivos e crimes para ser resolvidos.

— Então você não trabalha mais para a empresa que construiu você? — Perguntou Sarah novamente e agora olhando para o Connor.

— Não — Respondeu o mesmo. — Creio que os androides pararam de serem fabricados.

— Então sua raça está em perigo de extinção como os Tigres brancos e os lobos asiáticos? — Perguntou Sarah.

— Creio que sim...

— Ótimo — Disse ela voltando a olhar para fora do carro. — Assim não vou precisar que conviver com vocês quando eu crescer...

 

Connor continuou olhando para menina, irritado pelo o que ela disse. Ele respirou fundo enquanto seu LED voltava a ficar na cor azul, depois de passar pela transição vermelho para o amarelo. — Essa criança será pior do que eu imaginei. — Disse Connor mentalmente e voltou a olhar para frente e colocar suas mãos em cima de suas coxas. Seus olhos castanhos ficavam apenas vendo mais notícias na internet sobre as situações dos androides na sociedade que era transmitida por sinal de wifi, porém um vídeo entrou na sua “rede”, era ele dando um tiro na própria cabeça; aquele vídeo se repetiu várias e várias vezes, enquanto o mesmo ouvia em sua mente uma voz feminina dizendo. “Esse não é você, pare com isso agora Connor”.

 

NIVEL DE TENSÃO: 82%

 

Seu LED estava vermelho, enquanto o mesmo sente algo estranho em seu sistema era como se cabeça tivesse em chamas; Connor fechou seus olhos apertando com força; ele queria gritar pois era uma sensação insuportável em sua cabeça. Um gemido rouco escapou pelos seus lábios enquanto sua mão direita vai direto em seu rosto, tentando de alguma forma aliviar a “dor” que estava lhe consumindo. Seus músculos estavam totalmente tensos como se o mesmo tivesse travado por completo, logo depois mais um gemido escapou pelos seus lábios esse parecia ser mais choroso.

 

Connor...”

 

Ele abriu seus olhos, sua visão falhou por dois segundos com bastante glitch, até que ele viu uma mão pequena sobre a sua, acariciando levemente com um pequeno polegar; então o mesmo conseguiu retomar controle de sua mente se desligando totalmente da internet; ele olhou para os olhos verdes, transbordando dois tipos de emoções estranheza e preocupação. Seus músculos se relaxaram e o mesmo se encostou no sofá olhando de volta para Sarah, seus lábios estavam semiabertos e sua respiração estava descompensada. — Pela primeira vez ele se sentiu totalmente desgastado e exausto. — Um liquido azul escorreu pelo nariz do mesmo, enquanto os olhos de Connor começaram a se fechar sem o comando do mesmo, sua visão ainda estava com alguns glitchs.

 

 

— Moço vai demorar muito para chegar no destino? — Perguntou Sarah para o motorista.

— Talvez umas duas horas, teve um acidente na avenida principal. — Respondeu o motorista.

— Ok — Suspirou Sarah se aproximando do Connor com bastante cautela. — Connor... Você está bem?

 

Connor olhou para a menina e virou seu rosto para o outro lado oposto, seu sistema estava tentando se recuperar do pane que havia dado, ele ainda estava tentando responder alguns simples comando da menina; mas o mesmo não conseguiu, era como se mundo para ele rodasse mais lento.

 

— Eu vou me arrepender disso... — Murmurou Sarah se soltando do carro e indo em direção ao Connor e puxando a cabeça dele para perto dela. Ela acariciou o rosto dele vendo o LED ainda vermelho. — Espero que você não tenha quebrado....

— Está tudo bem com seu androide menina? — Perguntou o motorista.

— Está sim. — Respondeu Sarah. — Ele só está com a bateria fraca, ele é um modelo bem antigo, mas eu não quis que meus pais se livrassem dele. Ele está na minha família alguns meses antes de eu nascer.

— Sei como é. — Respondeu o motorista. Sarah sorriu para o mesmo, ela sabia mentir bem, foi um modo de que ela aprendeu, para se livrar de pessoas estranhas que abordavam a mesma. — Só vai demorar um pouco para chegar no seu destino, será que ele aguenta?

— Claro que sim... Esse aqui aguenta qualquer coisa. — Respondeu ela procurando algo em sua mochila, assim que achou que um lenço de cor rosa claro; ela passou no nariz do Connor limpando o mesmo.

— Sarah — Murmurou Connor com a voz bem baixa e fraca.

— Está tudo bem... — Disse Sarah ainda tentando limpar o rosto do androide. Então o mesmo segurou a pequena a mão dela. — Meu Deus você está gelado, acho que seus biocomponentes não estão funcionando da maneira certa. Talvez se eu...

 

 

Sarah tirou a gravata de Connor e abriu a camisa branca do mesmo, sem qualquer indecência em sua mente. Ela sempre achou que androides são como suas bonecas modelo Barbie, em um tamanho de um adulto e com uma inteligência artificial avançada; ela sabia onde ficava cada peça importante de um androide; pois ele sempre tinha em sua mochila o manual de instruções de seu robô ela achava assim como todos objetos elétricos, Bob poderia dar algum tipo de problema. Ela olhou para o tronco nu de Connor e suspirou pesado sabendo que não poderia mexê-lo naquela forma.

 

— RK800 ativar comando de voz. — Disse Sarah. Então os olhos de Connor se abriram rapidamente e encararam a menina de um modo que deixou ela um pouco incomodada. — Desativar pele...

 

De repente aos poucos a cama de pele do Connor foi se desativando, revelando um boneco de cor branca; Sarah nunca tinha visto um androide na sua forma real. Ela estava fascinada com o que via, ela o achou mais bonito daquele modo; por mais que os olhos sem alma ainda tivessem olhando para a mesma esperando qualquer tipo de comando. A pequena e delicada mão tocaram no corpo do robô e foi descendo até onde ela conseguiu achar um tipo de botão que poderia ser usado em casos de extrema urgência, como agora.

 

— RK800 ativar energia reserva. — Ordenou Sarah.

— Ativando energia reserva. — Respondeu Connor com voz totalmente robótica. — 75% da energia reserva com 4 horas restante.

— Obrigado RK800 — Disse Sarah. — Por favor, ligue...

 

A última frase saiu quase como se tivesse implorando para que a máquina voltasse a funcionar. Então Connor despertou olhando para todos os lados em alerta, até que seu LED voltou a ficar ao normal e aos poucos a pele foi voltando ao normal, cobrindo todo seu corpo; logo depois ele olhou a ruiva com os olhos cheio de lágrimas vendo o androide voltar a ganhar vida.

 

— Sarah. — Disse Connor ofegante, a mesma olhou para ele e o abraçou escondendo seu rosto em seu peito, fazendo o androide ter um leve arrepio com o contato imediato dela. Sarah começou a chorar em silêncio abraçada ao robô, as lágrimas que saiam, molhava a pele de seu rosto e do peitoral de Connor que não sabia o que fazer. Ele afastou seus braços vendo a mais nova agarrada a ele, então o mesmo se atreveu a cariciar a cabeça dela; enquanto seu LED pisca 3 em amarelo e volta a ficar azul. — Está tudo bem Sarah, eu estou bem...

 

 

 

INSTABILIDADE DE SOFTWARE: △△△

 

 

 

SARAH JULIET ANDERSON:
NIVEL DE RELACIONAMENTO AUMENTADO: 
Afetuoso

 

 

 

.

5:30 PM – 14°C 
CASA DO HANK.

 

 

 

— Pronto chegamos. — Disse Sarah colocando Connor deitado no sofá. Logo depois um São Bernardo em venho em sua direção se esfregando nela enquanto a mesma acariciava rapidamente a cabeça dele. — Oi Sumo, também senti sua falta.

— Sarah... — Chamou Connor a mais nova, fazendo a mesma parar de dar atenção ao cachorro e olhar para o mesmo. A voz do androide falhou novamente, a pequena se aproximou dele e tocou no rosto do androide, vendo ele ainda ter sangramento nasal. — Porque me salvou?

— Você não merece... morrer. — Disse Sarah limpando o rosto de Connor. — Você tem algum tipo de vazamento interno em você... Como vou consertar você?

— Achei que não se importasse comigo....

— E não me importo. — Respondeu ela pegando seu celular e fazendo uma pesquisa rápida no site de busca de como com consertar um vazamento de tírio de um androide. — Mas você é o único amigo do meu tio Hank, ele não pode ficar sozinho... Se o vazamento continuar, você terá problemas em seus biocomponentes, talvez possa queimar algumas peças suas.

— Como sabe tanto dos androides? — Perguntou Connor.

— Eu precisava de uma distração enquanto estava na detenção. — Respondeu ela.

 

 

SARAH JULIET ANDERSON
PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS NA ESCOLA?

 

 

— Então você lia de anatomia robótica? — Perguntou ele.

— Basicamente sim — Respondeu ela dando de ombros tocando no LED do androide. — Eu queria tirar nota máxima no trabalho da escola, que era fazer algo eletrônico. Então eu basicamente fiz minha boneca robótica a responder as horas e o clima.

— Deve ter ganhado uma nota máxima. — Sorriu Connor.

— Sim — Respondeu Sarah. — Mas eu esqueci de colocar um modo para ela se recarregar, então a bateria dela acabou no dia seguinte.... Mas pelo menos eu ganhei a melhor nota até uma foto no mural da escola.

— Você é uma menina muito esperta... — Sorriu Connor. Sarah forçou um sorriso, enquanto seus olhos ficaram marejados; Connor se levantou com um pouco de dificuldade e tentou se aproximar da menina que se afastou dele. — Por que está chorando?

— Papai falou isso pra mim, antes da escuridão me pegar... — Respondeu Sarah começando a chorar. Connor se aproximou dela segurando sua mão com delicadeza. — Papai sempre disse que eu era a melhor, aluna...

— Ele está certo. — Sorriu Connor sentindo novamente a mesma pane em seus sistemas, só que foi algo rápido, coisas de dois segundos. — Quer algo para comer, eu posso preparar para você?

— Eu não estou com fome... — Respondeu Sarah limpando seu rosto enquanto soltava o robô e lendo sua pesquisa. — Eu vou focar em consertar você...

— Mas eu estou bem — Mentiu Connor. — Não preciso de conserto....

— Você tem que parar de sangrar... — Disse ela lendo a pesquisa. — O que é um biocomponente 8451?

— É um módulo que regula os batimentos, ele é tipo um coração. — Respondeu Connor.

— Você não está com esse problema. — Disse Sarah. — Eu acho...

— Eu estou bem Sarah. — Sorriu Connor se levantando e a pegando no colo e erguendo ela no ar. — Viu... Eu estou bem...

— Você está no modo energia reserva...

— Não mais — Disse Connor colocando a menor no chão. — Quer fazer alguma coisa enquanto Hank não chega? Podemos assistir TV...

— Claro... — Disse Sarah. — TV...

 

 

Sarah ligou o aparelho e se sentou ao no sofá selecionando um canal qualquer onde não falassem sobre os últimos acontecidos desastrosos; incluindo sobre a revolução dos androides que incomodava Connor. Na TV estava passando um desenho muito antigo de um rato e um gato que ficavam correndo um atrás do outro fazendo certas palhaçadas; a mais nova apenas sorriu com que passava na TV enquanto Connor soltou uma risada baixa, para ele aquela animação dos anos 60 era umas das coisas mais bonitas que ele já viu criado pelo homem. O androide mal piscava vendo assistindo o desenho.

Connor estava tentando de alguma forma tranquilizar a pequena menina; por mais que ele sentisse que tinha algo de errado com seu corpo e com a voz que ainda falava sussurrava para que ele matasse a menina, ou que simplesmente a abandonasse ela naquela casa e fosse embora, pois ele não fora criado para isso.

 

 

ERRO NO SISTEMA

 

 

— Você não tem medo de mim? — Perguntou Connor para a menina.

— Não...

— Você tem raiva de mim?

— Não — Respondeu novamente a pequena olhando ele e depois ela limpa novamente o nariz dele que havia voltado a sangrar. — Eu só não gosto de mentiras....

— E você acha que eu sou de mentira?

— Em partes sim... — Disse Sarah. — Você parece com um humano, sua voz, sua pele, seu cabelo... Mas você não é humano, você é o literal da palavra artificial. Agora eu posso perguntar algo sobre você?

— Claro — Sorriu Connor.

— Você não é igual aos outros androides, digo... você parece ser um modelo mais novo — Disse Sarah. — Connor quantos anos você tem?

— Ah... Bom, meu corpo foi reconstruído. — Disse ele. — Mas minha memória ainda continua o mesmo, digamos que eu tenho uns quatro meses, três semanas e oito dias.

— Eu não acredito que eu sou mais velha, que o robô mais caro de Detroit, ou talvez do mundo. — Riu ela. — Então você é um bebê androide.

— Por que um bebê?

— Porque você é novo... — Riu ela. — Vai, sua vez...

— Qual é a sua música preferida?

— Tem uma banda que se chama The Neighbourhood. E ela têm músicas muito boas e uma delas que eu gosto de ouvir é Daddy Issues. — Respondeu Sarah. — Essa música deve ser de 2015 ou 2016 sei lá. E Dollhouse de Melanie Martinez

— Problema com o Pai... — Disse Connor analisando ela, pois ele viu que o coração da mesma bateu mais rápido ao falar “problema com o pai”. — Você tinha problema com o seu pai?

— Papai batia na mamãe. — Confessou Sarah olhando nos olhos de Connor. — Ele era bom quando estava de dia me ajudava com os deveres de casa, porém ele saia e voltava só no dia seguinte ou alguns dias, ele tinha uma namorada e a mamãe ficava muito triste, então ela se trancava no quarto dela e fumava umas pedrinhas vermelhas...

— Como sabe? — Perguntou Connor olhando a menina sério.

— Um dia, eu fui no quarto da mamãe pegar um batom... E quando mexi nas coisas dela, caiu um saquinho de pedrinhas vermelhas. — Disse Sarah. — Mamãe me viu com esse saquinho na minha mão e ela me bateu... Muito. Sabia que crianças de nove anos escuta tudo?

— Não — Disse Connor olhando ela, enquanto o mesmo sentia uma grande necessidade proteger aquela menina daqui para frente. — O seu pai, ela já te fez algum mal?

— Não... — Mentiu ela e Connor suspirou. — Uma vez ele estava muito bêbado e ele tentou entrar no meu quarto, não tinha ninguém em casa, mamãe estava trabalhando e o Bob meu robô, estava no quintal varrendo as folhas. Papai dizia na porta do quarto que queria brincar comigo, mas eu tive medo e não quis brincar com ele. Então eu corri e tranquei a porta do mesmo e me escondi dentro do meu armário; rezando para que o Bob voltasse e ajudasse o papai...

 

 

SARA JULIET ANDERSON
SEU PAI TENTOU ABUSÁ-LA?

 

 

 

— Eu... não sei o que dizer.

— Está tudo bem. — Sorriu ela — O que importa é que os outros pensem que somos uma família perfeita e funcional. Era o que a mamãe falava para mim, que as coisas que aconteciam em casa ficassem em casa.

 

O sorriso de Sarah parecia ser bem inocente e genuíno, porém seus olhos transbordavam uma tristeza e frustação extrema. — Era apenas uma menina que já viu o lado ruim dos humanos. Que viu seu pai bater em sua mãe, bêbado. Enquanto sua mãe se drogava para fugir do inferno que tinha em sua casa. — Connor tirou uma mexa de cabelo do rosto de Sarah colocando na lateral do seu corpo.

 

— Sua vez de fazer uma pergunta...

— Já teve namorada? — Perguntou Sarah olhando Connor ficar tenso, enquanto seu LED ficou amarelo por alguns segundos e voltou a ser azul. — O que?

— Eu fui criado para apenas resolver crimes. — Respondeu Connor. — E eu nunca tive uma.... Namorada.

— Mas você pode ser usado como namorado, não é? — Perguntou Sarah totalmente curiosa. — Tipo os robôs que tem no Eden Club, ou aqueles para pessoas sozinhas e triste.

— Sim — Respondeu Connor constrangido. — Sua cor favorita?

— Ah... — Pensou Sarah — Azul, preto, branco, cinza, laranja, roxo e verde... Seu animal preferido?

— Cachorros — Respondeu Connor — E seu?

— Lobos.



A conversa foi fluindo entre eles, Sarah ainda tinha um certo receio de estar perto de um robô, porém ela sentia que o Connor era diferente; ele não parecia tão agressivo ou paranoico como que sua mente conseguia lembrar do último evento. Ele passava confiança para a mais nova, pois pela primeira vez ela conseguiu falar de seus problemas pessoais a alguém. Connor por outro lado estava animado para saber mais da menina de olhos verdes, ele tentava buscar no banco de dados da cidade sobre alguma coisa da menina; mas é claro que Sarah era um tipo de fantasma no banco da cidade a única coisa que era possível saber que ela havia se tornado órfã.

Algumas horas mais tarde Sarah perguntou se tinha algo para comer, Connor respondeu que não sabia, mas poderia preparar um sanduiche para ela. Assim que ele fora para a cozinha, Sarah se sentou no chão e ficou brincando com o cachorro do seu tio, ela passava o braço por cima da cabeça do cachorro e depois dava um empurrãozinho de leve nele fazendo o mesmo ficar mais agitado e latir para ela. Sumo era enorme ao lado da menina, porém não mediu suas forças e derrubou Sarah no chão e se deitou ao seu lado lambendo o rosto enquanto a mesma ria e implorava para que o cachorro parasse com aquele.

 

Então um barulho de coisas caindo ecoou pela casa, fazendo não só a Sarah, mas assim como o cão se sentarem em alerta; Sumo latiu três vezes enquanto olhava em direção da cozinha, Sarah se levantou e viu Connor caído no chão e enquanto o mesmo gemia. A ruiva correu em direção do androide e travou no mesmo segundo que viu o mesmo cuspindo sangue azul pela boca, os olhos castanhos pousaram em cima da menina implorando por ajuda, enquanto a menor ainda continuava olhando ele assustada, Connor parecia convulsionar olhando a menina paralisada.

 

 

— Sarah.... — Chamou Connor erguendo sua mão na direção dela.

— Connor....

 

 

SISTEMA VITAL 
DANIFICADO


NIVEL DE TIRIO
MUITO BAIXO

00:00:59
TEMPO ATÉ O DESLIGAMENTO.

 

 

Sarah se ajoelhou ao lado do mesmo com as duas mãos ela puxou o corpo pesado do androide para o seu lado, pensando que ele poderia se engasgar ou algo do tipo se continuasse engolindo seu próprio sangue; então foi de mediato o mesmo “vomitar” ainda mais sangue azul, sujando a roupa da menor que estava desesperada vendo Connor convulsionar enquanto saia mais tírio do mesmo.

 

— Eu vou chamar ajuda. — Disse Sarah assustada se levantando, mas logo foi detida, com uma mão segurando seu braço ela olhou vendo Connor olhando ela com os olhos assustado.

— Não... — Disse ele — Não me deixa por favor...

— Connor... — Disse Sarah já chorando e se sentou ao lado dele — Eu não vou a lugar nenhum seu pedaço de plástico irritante... está me escutando?

— Sarah... — Gemeu Connor tocando no rosto dela com a mão bem tremula, enquanto seus olhos estavam marejados. — Eu estou com medo....

 

 

00:00:01
TEMPO ATÉ O DESLIGAMENTO.

 

 

Foi a última coisa que Connor disse, antes de desligar; seus olhos se fecharam derramando um filete de lágrimas quando seu braço caiu no colo da menor sem nenhuma vida, o LED era a única que estava demonstrando algum sinal quando simplesmente parou de piscar. Sarah já chorava desesperada, ela passou a mão no rosto do Connor sujando sua mão de sangue azul, enquanto algo crescia dentro de ti, uma dor avassaladora em seu peito; então ela simplesmente gritou tentando aliviar a dor que crescia. Mas era difícil, em menos de um mês seus pais morreram, seu amigo Bob fora queimado vivo dentro da casa, Sarah foi atacada violentamente por um androide e agora viu Connor se desligar diante de seus olhos desesperado tentando achar algo para consertá-lo.

 

— Connor... por favor.... acorda.... — Implorou a menor chorando. — Acorda... Connor, por favor não me deixa também.

 

 

Ela ajuntou suas pernas para perto de seu peito e continuou chorando, enquanto a dor da perda consumia a mesma; ela segurava a mão do robô que estava se tornando mais gelada; agora parecia que ela estava segurando uma lata de refrigerante que acabara sair da geladeira. Sumo se aproximou da Sarah também choramingando, ele sabia o que estava acontecendo ele sentia que a pequena humana estava triste, o mesmo deitou do outro lado do Connor e colocou a cabeça no corpo do mesmo e continuou choramingando enquanto olhava para Sarah.

 

— Connor... — Disse Hank adentrando em sua casa. — Sarah, eu espero que vocês não tenham se ma...

 

Ele não conseguiu terminar a frase, ao ver seu amigo caído no chão sem vida todo sujo de sangue azul e logo depois olhou para a sua sobrinha que estava sentada ao lado do corpo do robô chorando compulsivamente.

 

— Sarah...— Disse Hank se aproximando da menor que olhou para ele. — O que aconteceu?

— Ele morreu... — Disse Sarah entre soluços. — Ele passou mal no taxis e depois passou mal aqui... Eu tentei...

 

Ela mal conseguiu terminar de falar, volto a perder controle de suas emoções voltando a chorar repetindo a palavra “eu tentei”; a menor foi amparada pelo seu tio a pegando no colo e abraçando o pequeno corpo contra o seu, enquanto o mesmo olhava triste ao ver Connor sem vida no chão.

 

— Está tudo bem pequenina... — Disse Hank. — Eu sei que você fez seu melhor, para mantê-lo bem...

— Eu nunca quis que ele morresse.... — Confessou Sarah — Ele era meu amigo...

 

 

CONTINUA...


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