Não sei quanto tempo ficamos nos encarando mas só saímos do transe quando Alya me chama.

— Marinette! Adrien! - Ela me ajuda a levantar e vejo que tem alguém com ela ajudando Adrien. Moreno, alto, sua blusa vermelha realça a pele cor de chocolate.

— Eu cai e pelo visto derrubei o Adrien ... - Dirijo meu olhar para meus sapatos.

— Calma, ninguém pensou nada alem disso, até porque aqui tem um monte de quartos, então né - Ela ri e eu fecho os olhos com força tentando esconder a minha vergonha.

— Oi Marinette! Você continua igualzinha - O moreno diz dando um largo sorriso.

— Nino! Parabéns! - Dou um abraço apertado nele que acaba me tirando do chão.

— Obrigada, foi uma surpresa e tanto encontrar vocês aqui!

— Você já pode ir soltando ela né Nino? - Adrien dá uns tapinhas nas costas do moreno até ele me soltar.

— Agora que voltou podemos colocar o papo em dia amigão - Nino sorri abertamente e vejo uma ruiva corar.

A festa continua até quase 00:00, eu passo o tempo todo na cozinha, tentando ocupar a minha cabeça fazendo a comida para todos.

— Marinette! Sai um pouco dai! - Alya tenta me puxar pelo braço para fora.

— Se eu não cozinhar, o que vocês vão comer? - Rio ao ve-la tropeçar no proprio salto - Parece que você bebeu demais né Alya? - Suas bochechas coradas ficam ainda mais vermelhas.

— Eu quase ... - Ela olha pros lados pra se certificar que estamos sozinhas - Eu quase dei em cima dele. Quase!

— Ain amiga, você ainda gosta dele? Então fala. Parece que ele também gosta de você!

— Não, ele me deu o fora Marinette. Isso é carência demais, vou pegar qualquer um!

Ela sai cambaleando e eu vou atrás. A casa está praticamente vazia, Adrien e Nino estão jogando video-game, Alya se joga no meio deles, eu tento tira-la mais não consigo.

— Adrien! - Ela o abraça fazendo o controle cair no chão.

— Oi Alya - Ele diz sem graça já que a ruiva sobe em seu colo e cola o rosto no dele. O loiro tenta empurra-la para o sofá mas ela agarra ele.

— O que você acha de se divertir um pouco?! 

— Alya, acho que é melhor você tomar um café ... - Adrien olha pra mim pedindo socorro mas eu olho pro Nino que está de queixo caido com a cena.

— Vamos lá, só eu e você, mandando ver! - Ela pega o rosto do garoto e o obriga a olha-la. Ele tenta levantar mas ela o empurra de novo - Ah vamos lá little boy! - A ruiva aproxima seus lábios para lhe dar um beijo e na mesma hora eu a puxo com força a fazendo cair no chão - Marinette!!!!!! - Ela grita e começa a rir. Adrien me olha assustado, seus olhos verdes arregalados.

— Alya, ta na hora de dormir, vamos! - Antes que eu possa levanta-la, Nino a pega no colo, com um pouco de dificuldade mas pega - Nino ... - Ele sobe as escadas com ela protestando.

— Foi por pouco - O loiro diz suspirando, eu o olho de lado - O que foi?

— Nada. Bom, eu já vou. - Pego a minha bolsa e caminho até a porta.

— Espera Marinette ... - Adrien me segura pelo braço - Eu te levo pra casa.

— Não precisa, eu vou sozinha. - Se eu não tivesse puxado a Alya, eles estariam se pegando. Eu não sei porque estou incomodada, meus sentimentos pelo Adrien diminuíram bastante.

Parece que ele quer me dizer alguma coisa, seus olhos verdes fixos nos meus, sua respiração acelerada. Ele poderia fazer o que quisesse comigo agora, mas não faz nada. Quando solta meu braço eu viro e vou embora.

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Estou a 15 minutos tentando chamar um táxi. Nada. Nada. NADA! Vou andando em direção ao metro quando um carro passa bem devagar ao meu lado. Meu vestido não é "indecente" mas né?! Homens sempre sendo idiotas.

— Marinette - O gato pula na minha frente.

— Chat Noir! - Eu o abraço, porque? Nem eu sei. Ele demora uns segundos mas logo retribui o carinho.

— Se continuar fazendo isso não vou poder ficar chateado com você - Eu me afasto o suficiente para vê-lo sorrir pra mim e começo a chorar. Choro de soluçar. Ele não me pergunta o que aconteceu, apenas fica ali, me segurando. Esperando eu me acalmar - Se segura em mim. - Ele diz antes de me pegar no colo e me levar pra casa.

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Estamos no terraço do meu prédio, agora que coloquei tudo pra fora, me sinto ainda pior por ter jogado isso em cima do Chat Noir.

— Foi o cara que você gosta ? - Suas orelhas estão caídas.

— Chat Noir ... me desculpa. Eu não sei o que aconteceu ... Mas eu estava tão exausta que quando vi você, pude me desarmar ... Entende? - Sentada no muro com as pernas pra fora, mantenho meu olhar na cidade bem iluminada.

— Isso é bom. - Ele diz dando um sorriso aliviado.

— Como assim "bom"? 

— Isso significa que confia em mim. E sim, eu vou estar lá por você, sempre. - Olho para ele que dá um sorriso doce. É verdade, ele sempre esteve ao meu lado. Levo minhas mãos ao rosto dele, aproximo nossos lábios e lhe dou um leve selinho, nisso o gatinho desequilibra e cai do muro no chão. Eu rio e me levanto ficando em pé no parapeito, se não estivesse descalça com certeza já teria caído. Eu pulo em cima do herói que me pega com uma facilidade absurda, ele me poe no chão e me beija. Começa com um beijo leve e vai ganhando intensidade. Nos dois aprofundamos o beijo e só o interrompemos por falta de ar.

— Sente isso? - Ele pega minha mão e coloca em seu coração. Consigo sentir suas batidas aceleradas, assim como as minhas. Balanço a cabeça confirmando e pego meu pingente de coração escondido em meu vestido.

— É lindo, obrigada. - Dou um sorriso meigo e vejo os olhos verdes brilharem. Chat Noir me envolve em seus braços e me dá um abraço diferente de todos que já tive na vida. Eu sei que não posso saber quem ele é realmente, então nunca poderemos ter mais do que temos agora. Se apaixonar por ele pode ser a segunda coisa mais idiota que eu já fiz na vida. Mas agora, não quero solta-lo.

— Marinette ... Eu queria ... - Ele começa mas eu o interrompo.

— Sabe que não pode. Quem vai proteger Paris se você perder seu miraculous? - Se eu contar ...

— Você o perde. Eu sei disso, então, não precisa me falar. - Eu o solto e pego meu sapato que estava em cima do muro - Vai lá gatinho, a gente se vê - Pisco pra ele e entro no prédio. Ao bater a porta sinto uma lágrima descer pelo meu rosto - Porque eu to chorando? - Murmuro pra mim mesma. Vou pra casa correndo.

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Acordo as 08:00 da manhã já atrasada, antes de sair para o trabalho passo pelo quarto da Alya e vejo que ela não dormiu em casa. Pego meu telefone e ligo pra ela.

— ALOOOOOOO, ALYAAA TA ME OUVINDO?! - Digo bem alto já sabendo da sua ressaca.

— AI! - A ruiva diz e eu rio.

— Você não vai trabalhar hoje? 

— Ah meu Deus! Que horas são?! - Dou sinal pra um táxi e entro.

— Já são quase meio dia menina, corre! - Desligo rindo até demais. Alya vai ficar furiosa por se apressar a chegar no trabalho.

Ao chegar na Glamour, vejo todos alvoriçados por conta do lançamento que vai acontecer amanhã. Como a minha parte está toda completa, so me resta esperar e ver a aceitação do publico. 

— Minha primeira coleção - Suspiro ao ver os modelos prontos. Me surpreendo a ver Chloé tentando entrar em meu vestido vermelho.

— Chloé, esse vestido não faz parte da coleção ... Nem é do seu tamanho! - Digo apontando para  aparte amostra das suas pernas.

— Eu disse que esse pedaço de pano estava errado! - Ela grita com a camareira.

— Mas Chloé, você fez questão de vesti-lo! - A senhora diz a deixando sem graça.

— Marinette, vai ter que fazer um para mim. Agora! - Ela me olha de rabo de olho e eu reviro os olhos.

— Como eu já disse, ele NÃO faz parte da coleção. Agora tira ele antes que rasgue! 

— Você deveria estar feliz por EU aceitar usar um modelo seu - Ela bate aquele rabo de cavalo gigante.

— Eu não vou falar uma segunda vez. - Chloé me dirige um olhar cheio de ódio até dar um sorrisinho debochado e sair batendo os saltos.

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Quando entro no estúdio vejo todos os meus modelos rasgados pelo chão. Eu pego uma das peças que deveria ser um casaco, agora totalmente desfiado. Meus olhos enchem de água e eu caio no chão sentada.

 - O que eu vou fazer agora?! - A porta do estúdio é aberta pela unica pessoa na terra que eu odeio.

Chloé parece chocada ao ver o estúdio destruído mas, na sua mão está o meu vestido vermelho, também rasgado.