Laura escrita por Lady Liv


Capítulo 15
Interlude


Notas iniciais do capítulo

in·ter·lú·di·o
1. Pequeno trecho de música instrumental destinado a preencher o espaço entre dois atos ou partes de uma grande composição.
(...)
3. Trecho musical que inicia e finaliza um comercial de um programa.

NO BANNER: (da esquerda para direita) Jean, Scott e Siryn.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/765381/chapter/15

[Instrumental]

 

Os corredores da mansão ecoavam seus passos duros, e por mais que se sentisse tentado, Logan não parou quando ouviu sua voz. 

Uma filha? Céus, ele havia acabado de chegar. 

— Logan, espere! – os dedos de Jean finalmente alcançaram seu braço e ele virou-se contrariado. – Calma, ok? Fugir não vai melhorar a situação. 

— Não estou fugindo. Só preciso de um tempo, tá? É muita coisa pra digerir. 

— Eu imagino, mas pensa como deve estar sendo pra ela. 

— Não quero e não vou. 

— Logan

— Nada de “Logan” pra cima de mim, não vai funcionar dessa vez. — Ele disse irritado — Olha, no momento que eu começar a pensar, eu vou ter um treco. Uma filha?! Jean, você já me imaginou sendo pai?! 

— Você é surpreendentemente ótimo com as crianças. 

— Oh, é mesmo? 

— Pode não perceber, mas é sim. Os alunos amam você. 

O homem passou as mãos pelo rosto, rindo sem humor. 

— É porque eu sou o professor deles, não o pai. Eu ensino história e quando dá, nem sempre estou aqui. 

— Eu sei disso. 

Logan a encarou, assim como ele, Jean também aparentava cansaço, mas além disso ele também via o ressentimento em sua face. 

— Desculpe. 

— Pelo o que? 

Por ter ido embora, por sempre ir embora, por amar você... 

Mas as palavras não saíram, como poderiam? Ele respeitava Scott demais para isso, e respeitava Jean mais que a si mesmo. 

Em vez disso, focou na outra parte de sua dor de cabeça: 

— Aquela garota vai ficar muito melhor sem mim. 

— Eu não acho isso. 

— Não importa se- 

— Você olhou pra ela? – Jean o interrompeu. – Você realmente olhou pra ela? Porque eu sim e sabe o que eu vi? Você. Quando chegou aqui pela primeira vez estava... quebrado. Não só fisicamente, mas emocionalmente também. Ela é igual a você, e precisa de você. 

Ele desviou o olhar, a mente voltando para a cidade; a luta contra os Carniceiros; as garras cortando tudo que estava no meio do caminho; a garota... Igual a ele. 

Logan era pai. 

Wolverine era pai. 

— Ei. — Os dedos dela tocaram seu rosto e ela pediu: — Não foge não.  

E lá estava o tom de voz de novo, o tom que ela usava quando dizia seu nome, o tom que o fazia parar. Jean. 

— É... posso pensar em uma ou duas razões pra ficar. – ele disse e a ruiva sorriu. 

— Jean! 

Eles viraram, inconscientemente dando um passo para trás. Scott Summers descia as escadas vestindo com roupas civis. – Como a garota está? 

— Professor a levou pra se trocar, os quartos já estão prontos? 

— Estão. — ele assentiu e virou-se para Logan. – Logan. 

— Scott. 

Houve um momento e a ruiva pigarreou. 

— Bom, então... Você vem conosco? – ela perguntou ao amigo – Vamos fazer algumas perguntas a eles. 

— Sim, sim, depois. Eu vou fumar um charuto. 

— Não dentro da mansão, eu espero. — Scott alertou. 

— Não vejo nenhum estudante por aqui, xará. 

— Logan! 

Mas o homem já tinha dobrado o corredor, deixando o casal pra trás. 

— Bom... Isso não foi tão ruim. – Jean suspirou, dando meia volta. 

— Você acha? – Scott ironizou, a seguindo. 

— Devia tê-lo visto com a garota. 

— Laura? 

— Ela é filha dele. 

Scott a olhou, chocado. Jean quase riu, perguntando-se se os olhos dele estavam arregalados.

— Eu sei, chocante né? Logan, pai.

— Bom, isso explica ela ter me mordido quando eu salvei a vida dela. 

O casal sorriu, dobrando o corredor quando- 

Scott arfou, segurando o pequeno corpo que havia esbarrado. 

A menina ergueu os olhos azuis brilhantes, a face contorcida em choro, e soluçou, lançando os braços ao redor da cintura do homem, o abraçando. 

— Megan, volte já aqui! – uma senhora correu pela sala. – Oh. 

— Oi. – Jean cumprimentou. – Acho que ela está... 

— É, ela não está muito bem. 

— O que aconteceu? – Scott perguntou. 

A senhora o encarou, franzindo o cenho como se o conhecesse. 

— Os pais dela... ahm... – ela piscou, incerta. – Enfim, está sendo difícil pra todo mundo. Eu realmente não sei como agradecer a vocês o suficiente. 

— Não precisa, ficamos feliz em ajudar. — Jean sorriu. 

— Eu... eu estudei aqui. Quer dizer, no meu universo, de onde eu vim, — ela rolou os olhos, xingando-se mentalmente. Já era complicado demais quando os deixavam sem resposta. – Enfim... acho que algumas coisas não mudam nunca... nós que esquecemos de como elas eram. 

— Seu nome é Siryn não é? 

— Theresa, na verdade. Theresa Cassidy. 

— Cassidy... – Scott franziu o cenho. – Acho que o Professor conhece alguém com esse nome...

— Talvez o meu pai, ele costumava atender pelo nome de Banshee

Jean arregalou os olhos, ela e o companheiro trocando um olhar espantado.

— Isso mesmo! Banshee... Ele estava na primeira equipe X-men. — a ruiva pensou alto. — Ele nunca teve filhos aqui, eu receio. 

— Faz sentido. — Theresa disse, lembrando das palavras de Grace antes de morrer. Uma realidade aonde eles poderiam viver; aonde nunca tiveram nascido. 

— Eu... Eu sinto muito, mas ele faleceu aqui há muito tempo. 

Siryn assentiu, tristemente voltando sua atenção para a menina, ainda abraçada a Scott. 

— Meg, vamos. 

— Não. 

— São dois dias que você não dorme, precisa descansar, princesa. — se abaixando, ela segurou no braço da menina. — Hey. Se você for dormir agora, pode sonhar com eles. 

Limpando as lágrimas com os braços, a pequena assentiu, abraçando a senhora pelo pescoço. Siryn se ergueu, com ela nos braços e sorriu para o casal: 

— Desculpem. 

Eles assentiram e a observaram se afastar.  

— Ela é tão pequena... 

— É, infelizmente todos eles passaram por muitos traumas. — Jean suspirou, voltando a andar. — Quando nos reunimos no jato, eu podia sentir com mais intensidade as emoções deles e- ScottHey, você vem? 

O homem continuava parado no mesmo lugar, ainda pensativo observando a silhueta de Siryn se afastar até sumir quando ela dobrou o corredor. 

— Scott? 

— É... sim, estou indo.

 

[Instrumental]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Apenas duas cenas que eu não consegui encaixar no capítulo 15 oficial, que deve sair hoje mais tarde ou amanhã de manhã :v



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laura" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.